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sábado, 30 de maio de 2020

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (234) - Ano - 1983


O Maestro Vesgo

Fonte: https://medium.com/

Neste Domingo, a RBS vai oferecer um presente especial aos torcedores azuis, o jogo de Tóquio, Dezembro de 1983. Inesquecível !!!

Sempre que assisto, lembro que estava trabalhando naquela noite e ficava de canto de olho para uma Philco 14'', preto e branco à minha esquerda, postada no chão.

Todos sabemos que Renato teve a atuação de sua vida; foi absurdamente decisivo e tomou para si o ponto mais rutilante daquela conquista. Foi herói, foi Imortal.

Entretanto, há uma outra forma de contemplar aquele jogão, "desviar a visão" do lado épico e pontual dos gols do camisa 7 e postar os olhares como um vesgo, aliás, cravá-los para o camisa 11 Mário Sérgio. Ele, o grande maestro técnico e tático, que se imaginava que seria Paulo César Lima, o Caju; figura discretíssima na capital nipônica.

Essa dupla, Caju e Mário Sérgio chegara para resolver o buraco que o meio de campo sofreu com a saída de Tita, o craque da Libertadores. Um teria que resolver. Na mosca! um resolveu.

Mário Sérgio estreou diante do Novo Hamburgo no Olímpico no dia 12 de Outubro, portanto, dois meses antes do enfrentamento diante do Hamburgo, aliás, seu último jogo.

Fez apenas 11 partidas, anotou dois gols (Juventude e São Borja); entrou para a galeria dos inesquecíveis do Imortal. Vide, Mário Sérgio

O Tricolor bateu o Nóia com gols de César e Róbson. O primeiro, um cruzamento seu para a cabeça do iluminado centro avante no final da primeira fase, 42 minutos. O segundo, 26 da etapa final.

Já nessa apresentação inicial, o Vesgo, não por possuir esse detalhe físico, mas por ser detentor de visão genial e enviesada na improvisação do passe, legado do futebol de salão (futsal); exibiu a sua arte maravilhosa, que fez dele um malabarista da bola e um condutor exemplar das ações do meio de campo e ataque por onde passou.

Mário Sérgio se foi naquele fatídico dia de final de Novembro de 2016, deixando saudades pelas obras-primas que realizou em seu ofício de mestre da pelota.

Deixo um pedido especial: olhem o Mago nesta reprise de Grêmio versus Hamburgo. Sairão gratificados pela aula de futebol.

Fonte: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro

sexta-feira, 29 de maio de 2020

Opinião



O Sucesso da Base

Estava pensando nestes tempos de Pandemia, o salto que o Grêmio deu nos últimos anos, recuperando o espaço no universo mundial do futebol que lhe foi seu nos anos 90, quando superou até o Barcelona em vendas de camisetas, tornando-se o líder global.

Afora a rotina de títulos, também ganhou mais visibilidade mesmo em pesquisas curiosas como aquela que o coloca entre os 10 clubes de melhores torcidas no planeta; ficou em oitavo; a saúde financeira muito comentada e saudada por analistas desta área. Um grande avanço, sem dúvida.

Mas, eu gostaria de salientar outro aspecto: o sucesso da base gremista. Quem iria imaginar que o Tricolor poderia perder 3 destaques como Luan, Éverton e pelo que representará, Tetê, em curtíssimo espaço de tempo, sem que o time ficasse "profundamente" afetado, sem reposições?




terça-feira, 26 de maio de 2020

Opinião



Novo Cenário 

Para 2021, com certeza, um cenário diferente se descortinará para clubes do tamanho daqueles que competem na primeira Série brasileira. Um realinhamento de salários será realizado, comprimindo os altos valores, achatando-os e os aproximando daqueles pagos aos atletas recém subidos das categorias de base, geralmente o oxigênio dos clubes.

Apostas em medalhões com remunerações nas alturas não terão espaço no ajuste do mercado, algo inevitável no ano que virá. Inexistirão situações como possuir no elenco jogadores com o perfil de um Marcelo Oliveira, Maicon, Diego Souza ou Thiago Neves, sem a devida comparação custo-benefício.

Arrisco sem medo de errar: só sobreviverão em condições de elevado grau de competitividade aquelas agremiações com os pés no chão. Sem isso,  muitos virarão coadjuvantes.

sábado, 23 de maio de 2020

Opinião




E se o Olímpico ainda fosse a nossa Casa?


A gestão de Romildo Bolzan Júnior é elogiada por quase todo mundo; ainda nesta semana, um dos sócios da Sports Value, Amir Somoggi, especialista em marketing e gestão esportiva, realçou o bom caminho que a atual direção azul trilha desde que assumiu.

Sobram elogios, porém, a bilheteria segue sendo uma questão mal resolvida e isso tem uma causa bem identificada: o modelo de negócio que pautou a construção da Arena.

Lembro de manifestações de Fábio Koff quando assumiu o clube em 2013, vide A Arena não é do Grêmio

Todo mundo imagina que o antigo estádio gremista, assim como estava, não satisfaria as necessidades do clube, mas havia entre os "cardeais" tricolores, um deles, Hélio Dourado, planos para uma reformulação completa do estádio.

Fica uma questão: Vencedora a alternativa de reforma do Olímpico, qual seria o tamanho do clube neste momento? Como estaria sem o "fato" Arena?

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Opinião



Detalhes (Roberto Carlos tem Razão)

Revendo a decisão da Libertadores e juntando com as lembranças de outras decisões, umas vencidas, outras não + os comentários do Rodrigo na postagem anterior, fica fácil concluir que os títulos, às vezes, vem através de detalhes.

Num campeonato de pontos corridos, eles parecem ficar diluídos nas muitas rodadas, mas em jogos de ida e volta, o detalhe pode determinar para que lado irá a taça.

Penso no acerto da penalidade batida por Ademar, lá nos Aflitos; Galatto caindo para um lado, a bola entrando no outro, o que seria do Imortal mais um ano na Segundona?

E se Éverton desse um toque mais forte e certeiro fora do alcance de Armani, naquilo que seria o 2 a 0 na Arena sobre o River Plate em 2018?

E se Tarciso tivesse acertado o pênalti na decisão de 1977, diante do Coirmão, será que André teria feito o gol maravilhoso, o da cambalhota interrompida? Quem seria o principal protagonista da conquista?

E se Renato tentasse cavar um escanteio no lugar de dar um balão para área? E se César não fosse tão corajoso e esmerado naquele voo na segunda trave naquele 28 de Julho de 1983?

Finalizando: e se Dinho e Arce que nunca haviam errado uma penalidade tivessem convertido diante do Ajax no Mundial no Japão em 1995?

O futebol é feito de planejamento, mas há horas em que o bafejo da sorte entra em campo sem nenhuma cerimônia.

domingo, 17 de maio de 2020

Opinião



Revendo

Foi emocionante rever a decisão da Libertadores de 1983 que a RBS proporcionou esta tarde.

De cara, um detalhe sobressaiu, assim que terminou a decisão: jogo bom, passa rápido. Quando vi, acabou! Minha filha que viu pela primeira vez, concordou.

Outros detalhes: o mau estado do gramado, a violência de ambos os lados. Dos hermanos, uma constância, dos gremistas, o revés sofrido na partida de ida, onde o pau pegou feio em Montevidéu.

Também, a majestade do futebol de Tita, um jogador técnico, mas provido de garra e malícia na dose certa.

Renato, 21 anos incompletos, verde, imaturo, porém, já predestinado. O balão para dentro da área no gol de César é obra do repentino, do "lance tirado da cartola". 

Os dois centro avantes incompletos, contestáveis, na hora da onça beber água, não falharam. Entraram para a história do Imortal.

Enfim, uma tarde maravilhosa dentro deste isolamento que sofremos. 

Um belo cardápio para os 7 anos do nosso blog e os 162 anos da minha terra querida.

Parabéns, Santa Maria.



Álbum Tricolor (155)
ALTEMIR
Fonte: Grêmio FBPA
Nome: Altemir Marques da Cruz.
Apelido: Altemir.
Posição: Lateral-direito.
Data de nascimento: 10 de outubro de 1938, Curitiba-PR.
Data de falecimento: 13  de julho de 2019, Curitiba-PR.

JOGOS PELO TIME PRINCIPAL DO GRÊMIO
317 jogos (207 vitórias; 64 empates; e 46 derrotas). 9 gols.

JOGOS NO ESTÁDIO OLÍMPICO
135 jogos (93 vitórias; 26 empates; e 16 derrotas). 4 gols.

JOGOS EM OUTROS ESTÁDIOS
182 jogos (114 vitórias; 38 empates; e 30 derrotas). 5 gols.

CERTAMES PRINCIPAIS PELO GRÊMIO
Robertão (18 jogos; 6 vitórias; 8 empates; e 4 derrotas).
Taça Brasil (32 jogos; 13 vitórias; 12 empates; e 7 derrotas).
Campeonato Gaúcho (120 jogos; 86 vitórias; 23 empates; e 11 derrotas).

CLÁSSICO GRENAL (ATUANDO PELO GRÊMIO)
26 jogos (12 vitórias; 5 empates; e 9 derrotas).

ESTREIA NO TIME PRINCIPAL DO GRÊMIO
14.03.1961 - Grêmio 2x1 Guarany FC (Bagé), em Porto Alegre,RS.

ÚLTIMO JOGO PELO TIME PRINCIPAL DO GRÊMIO
15.02.1970 - Grêmio 3x2 GE Flamengo, em Caxias do Sul, RS.

CARREIRA
Atlético-PR (1959 a 1960); Grêmio-RS (1961 a 1962); Aimoré (RS) (1962); Grêmio-RS (1962 a 1970); Aimoré (RS) (1970); Cruzeiro (RS) (1972).

TÍTULOS PELO GRÊMIO (mais importantes)
Campeonato Gaúcho - 1962 a 1968 (Heptacampeão).
Campeonato da Cidade de Porto Alegre - 1964 e 1965 (Bicampeão).

SELEÇÃO BRASILEIRA
2 jogos (1 vitória; e 1 derrota).

Por Alvirrubro.

PRINCIPAIS FONTES:
- Revistas do Grêmio FBPA.
- Jornal “Correio do Povo”.
- Jornal “Zero Hora”.
- Jornal “do Dia”.
- Jornal “Diário de Notícias”.
- Arquivo Pessoal.


sábado, 16 de maio de 2020

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (233) - Ano - 1983


A Virtude Relegada


Fonte:https://gremio1983.wordpress.com/ 


A parada do futebol (e de muito mais) obrigou a mídia a usar da criatividade para preencher o seu espaço esportivo e uma das alternativas, aliás, saudável e pertinente, foi olhar para a história e reviver momento especiais. A conquista da primeira Libertadores da América do Imortal é um desses pratos deliciosos que a cada revisão, apresenta motivos para análise e contemplação do conjunto de acertos daquele Grêmio de 1983.

O Tricolor de Koff, Galia, Espinosa, Ithon, foi sendo moldado durante a competição. Mazaropi, Baidek e Caio viraram titulares no meio do caminho até aquele 28 de Julho. Também dá para incluir a efetivação de Renato, titular pela primeira vez numa temporada, as vindas dos essenciais Osvaldo e Tita. Casemiro era um lateral absoluto, confiável, eficiente. E Caio? Bom, este é um capítulo à parte. Nordestino que o preparador físico Ithon Fritzen conhecia, atuando pela Portuguesa de Desportos. Caio era um "retirante" dos livros de Euclides da Cunha e Guimarães Rosa. Um resistente. Dentro de campo, se multiplicava, jogava a morrer, aliás, quase aconteceu isso em La Plata, no intervalo da batalha. Com ele, o time era de doze.

Esse grupo detinha muita qualidade; Seis atletas jogaram na Seleção Brasileira + De León, Uruguaia. Osvaldo foi um desses injustiçados que o Escrete Canarinho comete de tempos em tempos. Futebol? Sobrava-lhe. O jogador mais parecido com Zico; características idênticas, preservando, claro, a dimensão de cada um na história mundial. Mazaropi, soube há pouco, era cogitado para compor o elenco brasileiro que jogou a Copa da Argentina em 1978.

Outro aspecto, a excelência do elenco, porque há necessidade de lembrar a boa resposta do banco, casos de Leandro, Tonho e César, quando precisou.

Entretanto, uma virtude que forjou de forma inapelável o time, jogo por jogo, é lembrada (quando lembrada), após os primeiros elogios (técnica, conjunto, individualidades, ofensividade) se esgotarem; trata-se da  garra, raça, pegada, escolham o termo. Ela está presente em cada lance, no empate suado do primeiro jogo, 1 a 1, Flamengo, passando pelos dois sufocos, aqui e lá, diante do Estudiantes, na Bolívia e sua altitude, até na única derrota, ocorrida em Cali, Colômbia.

Mas este quesito ficou escancarado na final, nos dois jogos. O primeiro no Centenário, confronto de ida, nem se fala. Um empate fantástico diante do atual Campeão do Mundo. Aquele 1 a 1, gol de Tita, talvez, o mais raçudo do time e com certeza, o craque do grupo. O camisa 10, simplesmente, rebentou naquela Sexta-Feira, fria, tão fria, quanto foi a Quinta, partida de volta. Com Tita em Tóquio, não haveria prorrogação.

Quem tiver a chance de rever ou ver pela primeira vez esta decisão, verá um time correndo, mordendo, como se os atletas estivessem fazendo a última tarefa de suas vidas.








quinta-feira, 14 de maio de 2020

Opinião



E essa agora?

O título é de surpresa, não de condenação. 

Trata-se deste assunto; vide Maicon aciona o São Paulo. Recentemente, o ex-jogador Paulo André ganhou este tipo de causa que reivindica valores referentes a adicional noturno e por trabalhar nos finais de semana. O clube? O Corinthians; aliás, que já informou para quem quiser ouvir, que não jogará mais à noite e nos finais de semana. Então, fica o impasse. 

Imaginem o efeito cascata.

Sem fazer qualquer tipo de julgamento, arrisco um palpite: o futebol cada vez mais, cava o buraco para deixar de ser o esporte mais popular do Brasil.



segunda-feira, 11 de maio de 2020

Opinião



Avança, Recua

Lá na metade da postagem de Sábado, estão as seguintes linhas: "... até este retorno às atividades de Grêmio e Internacional me parecem incertos, fora do contexto, que não vai levar a lugar nenhum num curto lapso de tempo." Uma desconfiança, apenas.

Texto escrito antes do mais recente decreto do governo estadual que aperta e afrouxa rapidamente suas determinações. É uma sanfona, abre, fecha, abre ... Não há nada de errado, há isto sim, uma certeza: Estamos rodeados de incertezas.

A Pandemia é experiência inédita para todos nós; ninguém viveu momento sequer semelhante, então, as críticas  ao retorno das atividades na Dupla vão surgir, porém, as aceito como componentes de um estado democrático e do universo futebolístico, historicamente, um reduto de palpites, de pitacos; só por isso, pois nem os cientistas e profissionais mais à linha de frente deste mal, estão autorizados a cravar os passos certeiros para o dia-a-dia e para a cura.

Será assim até um pedaço desta caminhada.


sábado, 9 de maio de 2020

Opinião



Um Cenário Tenebroso, mas Possível

Acompanhando entrevista do presidente Bolzan Jr; vi que ele trata com muita apreensão o futuro do Grêmio, se este cenário de Abril, Maio, permanecer até o final do ano.

Ele tem razão na preocupação. Se há apreensão no pensamento da Direção gremista que se noticia estar com as finanças em dia, o que sobrará para os clubes endividados e os pequenos do Interior? 

Escrevi há um mês exato, uma crônica onde o pessimismo estava escancarado até no título da postagem, vide A Razão do meu Pessimismo, de lá, passados 30 dias, até este retorno às atividades de Grêmio e Internacional me parecem incertos, fora do contexto, que não vai levar a lugar nenhum num curto lapso de tempo.

Se as preocupações de Romildo Bolzan tiverem razão, jamais retornaremos ao mesmo quadro na constituição dos clubes, assim como ocorre no comércio, onde marcas históricas, lendárias como alguns bares e restaurantes da capital gaúcha, poderemos não ter mais associações esportivas, especialmente no interior do Estado.

Também, desconfio que os grandes clubes sucumbirão aos gigantes multinacionais e do Brasil, como ocorria no vôlei, onde tivemos o Rexona, Leite Moça, Frangosul, Pirelli, Bradesco, Pitt/Corinthians, este, aqui de Santa Cruz do Sul, campeão brasileiro de basquete.

Será doído ver, por exemplo a hipótese: Mercedes/Grêmio; Bradesco/Corinthians ou Bayer/Fluminense. Novos nomes que serão difíceis de assimilar.

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Opinião



Cada vez mais Difícil

O tempo passa, medidas são tomadas, mas a verdade é que não se tem no horizonte a data exata, o tempo expectado com mais nitidez do final desta pandemia.

Estamos encerrando a primeira semana de Maio e a batida segue a mesma; então, como esperar que o futebol (e outros esportes) sejam retomados? Que certame virá primeiro? O Regional pela sua dimensão geográfica menor? Esse é um detalhe que o diferencia do Nacional, Libertadores e Copa do Brasil, mas fica uma pergunta: E os pontos comuns?

Haverá riscos imensos até com portões fechados, porque mesmo na irreal (impensável) condição de uso de máscaras, como evitar o contato? Como ter certeza que os atletas, especialmente os do interior, estejam devidamente monitorados e liberados para o enfrentamento corpo a corpo sem riscos ? 

Por coerência, se os esportes coletivos, em especial, forem liberados, o que impedirá um restaurante ou casa de show de capacidade média, 30 a 50 lugares, por exemplo, de serem reabertos?

Torço pelo futebol, mas neste momento meu time do coração é a vida vivida com segurança.

domingo, 3 de maio de 2020

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (232) - Ano - 1909-1915


O Xirú


Este período de Pandemia está sendo comparado ao da Gripe Espanhola (erradamente chamada assim; ela não era de  lá, nem se tornou mais evidente naquele país, também). Aí, surgem nos  espaços de futebol, notícias que correlacionam estas epidemias com histórias pertencentes ao universo futebolístico como foi o caso do blog Grêmio Avalanche, vide Ex-médico do Grêmio que fez excelente matéria a partir de dados do jornalista Maurício Brum.

Quis dar a minha contribuição e lembrei dos arquivos do amigo Alvirubro, pesquisador, cujo conhecimentos recorro quase sempre neste espaço, Pequenas Histórias. E ele me municiou.

Carlos Mostardeiro, assim como Carlos Kluwe e Florêncio Ygartua (atletas do Internacional), era acadêmico de Medicina, todos jogavam pelos seus clubes, conciliando os estudos com suas atividades esportivas. 

Ele era chamado de Mostardeiro I, porque havia o seu irmão, Mostardeiro II. Jogavam formando a ala esquerda média do Grêmio, isso, durante 3 anos, quando Alfredo (Mostardeiro II) veio a falecer em 1913 e Carlos voltou a usar seu apelido, Xirú (na foto, o terceiro, da segunda formação, a do meio), óbvia alusão ao seu tipo indiático, guarani.

Xirú Mostardeiro esteve no primeiro Grenal, o dos 10 a 0, além de participar das duas maiores goleadas da história Tricolor: um 23 a 0 sobre o Nacional de Porto Alegre em 1912 e 23 a 1 contra o Americano, também da capital em 1915, duas semanas antes de sua despedida, ocorrida em 25 de Abril, 10 a 1 diante do Grêmio Esportivo FBC.

No ano seguinte, Mostardeiro formou-se em Medicina numa turma que tinha entre outros:  Carlos Niederauer Hofmeister e Raul Pilla, patronos das Cadeiras 11 e 22 da Academia Sul-riograndense de Medicina. O primeiro, renomado pediatra, o segundo, histórico político que lutou pelos Maragatos, juntamente com Assis Brasil em 1923 contra Borges de Medeiros.

Pilla era ferrenho defensor do Parlamentarismo como sistema de governo.

Mostardeiro, como médico, atendia numa rua próxima à que leva o nome de sua família, a Mostardeiro, bairro Independência, onde era responsável pelo 22º Quarteirão, no 3º Distrito, além de disponibilizar o seu telefone pessoal.

Em 6 de Novembro de 1918, veio a falecer vítima do vírus Influenza, H1N1, o mesmo que assustou a humanidade recentemente no que se convencionou chamar de Segunda Onda dele.

Fontes: gremioavalanche.net
              pt.wikipedia.org
              simers.org.br
              arquivo pessoal do amigo Alvirubro (inclusive a foto)




sábado, 2 de maio de 2020

Opinião


Especial


As Feras de Saldanha


Fonte: https://exame.abril.com.br/

Peço licença aos amigos do blog, acostumados a ler apenas notícias sobre o nosso clube, mas hoje, eu preciso exorcizar minha alma, tentar amenizar (imagino, parcialmente) a injustiça que se comete com um gaúcho de Alegrete, João Alves Jobim Saldanha, o homem que ajeitou os trilhos para que a Seleção Brasileira chegasse tão bem na Copa do México em 1970 e, a partir, do que seu viu neste período de "recuerdos" da mídia brasileira, tempos de Pandemia, alguns fatos chegaram sonegados ou incompletos; certeza que tive, quando busquei não confiar apenas na minha memória que para ela, estes fatos de 69 e 70 estão muitos vivos ainda, mas pesquisar nos órgãos da época.

Observem o que se disse recentemente, desta Seleção, seus méritos, suas virtudes e, aí, eu fui buscar o construtor dessa máquina de jogar futebol. Vamos aos fatos presentes nela com João Saldanha à frente do comando técnico:

- Era um time equilibrado, muito ofensivo, mas que sabia se defender. Nas eliminatórias, o Brasil jogou seis vezes, obteve seis vitórias, marcou 23, tomou apenas 2
- Sete tricampeões mundiais eram titulares na fase classificatória: Félix, Carlos Alberto, Wilson Piazza, Gérson, Jairzinho, Tostão e Pelé (vide foto acima)
- Uma das novidades era a ausência de um centro avante rompedor, Tostão ocupou o lugar de forma magistral, provou que ambos, ele e Pelé, poderiam jogar juntos. O "Mineirinho de Ouro" fez 10 gols nas Eliminatórias. Vale lembrar que o sucessor de Saldanha, deu uma declaração a Revista Placar número 2, datada de 27 de Março de 1970, página 7: - "Falta um Vavá na Seleção, um homem de choque que enfrente de igual para igual os gigantescos beques europeus... um ponta de lança capaz de aproveitar as bolas cruzadas na área". Aí, a justificativa para as convocações de Roberto e Dario
- A Seleção conseguiu acomodar vários camisas 10 entre os titulares; lá estavam eles: Gérson, Jairzinho, Pelé e Tostão. Mais tarde, o outro treinador incluiu mais um, Rivellino, mas a ideia de aproveitamento de craques juntos tem paternidade anterior

Além disso, Saldanha caiu em 17 de Março, setenta e oito dias antes da estreia, e se formos olhar os 22 convocados que foram ao México, 20 nomes estavam na lista de Saldanha. Entraram Roberto, Dario (uma solicitação do General Médici) e Félix (afastado por Saldanha, porém, seu goleiro em 69). Leão cortado posteriormente à saída do "João sem Medo", retorna com a lesão do ponta Rogério, isso, já em solo mexicano.

Finalizando: É indubitável, inegável, muitos dos méritos da Seleção campeã em 1970 tem sua origem nas ideias do jornalista e eventual treinador, João Saldanha.

A História é implacável, mesmo que queiram ignorá-la.




sexta-feira, 1 de maio de 2020

Opinião



A Maior Invencibilidade no Arco Gremista

Há uma antiga discussão (ou seria dúvida?) quanto ao goleiro com maior invencibilidade ou maior tempo atuando sem levar gols no arco Tricolor; se Émerson Leão ou João Marcos?

Recorri ao meu amigo e grande pesquisador dos assuntos da Dupla Grenal, mas não só dela, como igualmente, do futebol nacional, com certeza: Alvirubro.

Ele me deu subsídios que sustentam essa discussão. Me permitiu utilizar os dados de seus levantamentos. Por que números diferentes?

LEÃO - 940 MINUTOS
19.07.1981 - Grêmio 3 x 1 GE Brasil 52 min
26.07.1981 - Grêmio 0 x 0 SC Internacional 90 min
03.09.1981 - Grêmio 3 x 0 Armour FC 90 min
06.09.1981 - Grêmio 2 x 0 EC Juventude 90 min
09.09.1981 - Grêmio 1 x 0 EC Novo Hamburgo 90 min
14.09.1981 - Grêmio 0 x 0 EC Internacional 90 min
17.09.1981 - Grêmio 2 x 0 SER São Gabriel 90 min
20.09.1981 - Grêmio 4 x 0 SER Caxias 90 min
24.09.1981 - Grêmio 1 x 0 GE Brasil 90 min
27.09.1981 - Grêmio 0 x 0 SE São Borja 90 min
30.09.1981 - Grêmio 4 x 2 Guarany FC 78 min

JOÃO MARCOS - 875 MINUTOS
07.10.1984 - Grêmio 0 x 1 C Esportivo BG 6 min
10.10.1984 - Grêmio 2 x 0 CE Aimoré 90 min
14.10.1984 - Grêmio 1 x 0 EC Pelotas 90 min
18.10.1984 - Grêmio 1 x 0 GE Bagé 90 min
21.10.1984 - Grêmio 0 x 0 SE São Borja 90 min
25.10.1984 - Grêmio 0 x 0 GE Brasil 90 min
28.10.1984 - Grêmio 0 x 0 SER Caxias 90 min
11.11.1984 - Grêmio 4 x 0 EC Novo Hamburgo 90 min
15.11.1984 - Grêmio 0 x 0 GE Brasil 90 min
18.11.1984 - Grêmio 1 x 0 EC Pelotas 90 min
25.11.1984 - Grêmio 0 x 2 SC Internacional 59 min

Repito: por que números diferentes? Porque há entre essas partidas de Émerson Leão, algumas que foram amistosas fora do país numa excursão na América do Norte, Central e Europa, onde o arqueiro gremista sofreu gols. Como para efeito de estatística desta aferição pelos órgãos regulamentadores deste esporte, não se creditam os amistosos, Leão casualmente,  só sofreu gols nessas partidas, ficou com essa marca.  Nas oficiais, ele chegou ao número expressivo de 940 minutos.

Já João Marcos não sofreu gols em sequência; ele também tem um detalhe, assim como Leão.  Ele esteve ausente em três partidas, sendo substituído pelo seu reserva que acabou sendo vazado. 

No seu retorno, além de retomar o lugar no gol gremista, retomou também, a sua invencibilidade, chegando aos 875 minutos.

Particularmente, como torcedor comum, desprezando determinados procedimentos regulamentadores do futebol, considero João Marcos como o goleiro detentor deste recorde, porque, ao contrário de Leão, nesse período de invencibilidade, ele não teve o desprazer de buscar a bola no fundo de suas redes.

 Mas é só pitaco de torcedor.