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À Deriva 

Os torcedores conscientes já esperavam essa derrota no Maranhão. Era o resultado mais lógico. O Sampaio se dá bem em casa e o Grêmio através de seu treinador, se encarregou de dar a senha que revelou a desmobilização para o confronto desta noite. Uma pena.

Os cartões amarelos forçados, as preservações dos veteranos, o futivôlei extemporâneo do técnico nas areias do Leblon, a folga estranha para uma temporada atípica de poucas competições para o elenco; isso cobra um preço. Além disso, a repetição de um meio de campo comprovadamente incapaz de dar as respostas necessárias ao time, mais o desentrosamento natural de uma escalação inédita em jogos desta Série B, tudo isso levou o Tricolor a mais um insucesso atuando fora da Arena.

Os gols sofridos foram consequência de um "onze" sem estar azeitado, entrosado, mas há momentos esta noite, de falta de qualidade nos casos de Biel, Guilherme, Rodrigo Ferreira e os conhecidos Lucas Silva e Thiago Santos; alguns, pontuais,  outros, uma repetição do que se viu em 2021 e 22.

A esse "cadinho" de insatisfação que a Direção oferta para a torcida há mais de 12 meses, surgiu um aditivo: "terceirizar" o futebol; dar as chaves da parte mais importante do clube ao técnico Renato, que "deita e rola". Tudo bem, os adversários estão ajudando o acesso gremista, porém, os novos dirigentes tem obrigação de evitar os erros monumentais destes últimos anos.

A derrota diante do Sampaio Corrêa é mais um capítulo triste deste ano difícil para os gremistas.

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A Opção pelos Jogos em Casa e o que Virá

Este confronto no Maranhão escancarou a opção da comissão técnica gremista pela conquista do acesso nos jogos na Arena: os confrontos em casa são prioritários, mas não é só isso, Renato dá um aviso ao presidente que, por ventura, quiser contar com ele na casamata em 2023, "o regime de governo", ele terá que conter salvo-conduto, carta branca e o que mais se parecer com um processo diretivo "monárquico". Resumindo: o Grêmio é o clube ideal (e único) para o ex-ponta direita e não é uma via de duas mãos.

Não serve nos tempos atuais, só se for para brigar por um Gauchão e uma Recopa Gaúcha.

Sobre a partida contra o Sampaio Correia; a vitória poderá vir, mas essa nominata de meio-de-campo já foi experimentada várias vezes (Thiago Santos e Lucas Silva) e as consequências foram danosas para a equipe.

É possível vencer, porém, improvável.

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A Profecia do Craque Mário Sérgio

Com a realização da primeira das eleições previstas para determinarem o rumo do Grêmio nestes próximos anos, o desenho da próxima gestão começa a ficar mais nítido para os torcedores e o mundo esportivo gaúcho em geral, mas, seja qual for o presidente, um obstáculo é real e indigesto: fazer um elenco competitivo, ou seja, não apenas um "11" confiável.

O grupo gremista atual é sofrível para encarar as tradicionais disputas gremistas ano a ano e sua reformulação é um trabalho gigantesco que envolve a formação de uma comissão técnica competente e equilibrada; entende-se isso com a ausência de um líder incontestável e despótico, dono do carteado todo, fórmula ineficaz a médio prazo em tradicionais agremiações futebolísticas.

Mesmo que a situação gremista de 2022 seja muito mais tranquila do que a do último rebaixamento, vale lembrar as palavras do nosso camisa 11 em Tóquio no distante ano de 1983, quando assumiu a bronca como dirigente em 2005. Vejam um trecho da entrevista concedida na época:

...O então diretor de futebol Mário Sérgio, nesta oportunidade, depois de assumir o clube com poucos jogadores e com a tarefa de montar o elenco para a temporada, aproveitou a oportunidade e disparou.

- O Grêmio levará no mínimo 10 anos para voltar aos grandes títulos - afirmou o dirigente, gerando polêmica na época dentro do clube. Em sua defesa, ele alegou o fato de as categorias de base gremista terem sido "sucateadas". (Zero Hora).

O alerta está dado.

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Folga inapropriada 

Se havia dúvidas quanto à condição de refém dos dirigentes gremistas em relação aos movimentos do atual treinador, a folga aos atletas neste final de semana é a "prova provada" desta situação.

O Grêmio está na reta final de uma competição constrangedora para ele pelo sua grandeza e também, pelo baixo nível técnico jogo a jogo, partida a partida que o espectador se submete. E aí, resolve desafiar a lógica e baixa a guarda. Nem a justificativa que o grupo pode estar cansado, existe. O clube está numa única competição, nunca teve uma temporada tão espaçada entre os seus compromissos.

O que parece ser é que estão dando uma "abrangência", uma espraiada, no descanso concedido a Renato, algo incompreensível para quem está há menos de três semanas na "batalha".

À primeira vista, um decisão indefensável que a Direção tomou (ou foi submetida). 

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Indícios

 

Às vezes a expressão "falta jóquei" pareceu soar exagerada, quando me referi aos maus desempenhos do Imortal nesta frágil edição da Série B; mas o tempo está descortinando impressões que demonstram que o time podia apresentar mais do que se via dentro dos gramados. Duas provas são os desempenhos de Biel que cresceu muito com Renato e o sabidamente ruim, Diogo Barbosa, revelou-se um lateral de bom apoio, jamais visto anteriormente.

Se eles estão longe de ser solução para um clube de ponta, pelo menos, suas últimas atuações robusteceram a "tese" que o comandante anterior não estava tirando o máximo do elenco. 

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Biel comanda a goleada Tricolor

O Sport Recife foi o Grêmio de Sexta-feira e o Tricolor virou o Novo Horizontino daquela noite; resultado: uma goleada de 3 a 0. O destaque foi o menino Gabriel Teixeira (Biel), que se desdobrou o tempo todo e compensou a alta média de idade de mais da metade do time, embora alguns erros na tomada de decisão na primeira etapa. Ele abriu o caminho da vitória com o tento inicial num momento importante da partida.

Outro ponto curioso, o time não sofreu gols, mas não credito exclusivamente à formação com Thiago Santos e Lucas Leiva, muito lentos, há uma parcela na ineficiência do adversário. De qualquer forma, entra para a história da partida, isto é, depois de vários jogos, o sistema defensivo saiu invicto.

Mais um ponto positivo nesta tarde/noite: os três gols foram feitos de dentro da área em bola trabalhada, sendo dois deles obras de meio-campistas.

Pelos meus cálculos, 59 pontos garantem o acesso, então, o Grêmio está muito próximo. Faltam duas vitórias em sete jogos. Mesmo com quatro jogadores suspensos (Edílson, Bruno Alves, Diogo Barbosa e Lucas Leiva), o time poderá ficar reforçado, pois Rodrigo é mais marcador, Kannemann, Nicolas e Ferreira, normalmente, são titulares.

O triunfo trouxe uma agradável surpresa: Jonathan Robert voltou bem e vira uma bela opção para o ataque.

 

 

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Jogo para superar a Estatística

Para dar uma ideia do tamanho da encrenca que o Grêmio vai encarar amanhã na Arena, recorro aos dados que o Alvirubro me enviou. Dizem respeito aos jogos dos dois maiores algozes do Tricolor, atuando em sua nova casa (Humaitá). Observem;

a) Palmeiras - 10 jogos, 2 vitórias do Grêmio, 03 empates e 5 derrotas

b) Sport Recife - 7 jogos, 2 vitórias do Grêmio, 01 empate e 4 derrotas (percentualmente, o maior vitorioso visitante da Arena)

Confiando na classificação, pois venho dizendo que num campeonato, onde apenas 4 clubes conseguem superar o percentual de 50 (metade) de pontos conquistados, é praticamente impossível uma reversão deste quadro na reta final; ainda assim, para evitar crise, a vitória nesta Terça-feira é fundamental para a arrancada derradeira da Série B. 

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2023 a perigo 

Este texto do jornal ZH de 24 de Junho, eu guardei para ver se a situação gremista melhorava; parece que não houve avanços, então, segue trecho dele:

"...A três meses da primeira das três eleições que movimentarão a política do Grêmio, a do Conselho Deliberativo, em 24 de setembro, GZH mergulhou nos bastidores do clube para entender quem poderá ser o herdeiro de Romildo Bolzan Jr., que após oito anos deixará a presidência. Ouvindo representantes dos 27 movimentos políticos tricolores, o esboço de disputa apresenta a tendência de três candidaturas ao cargo: Alberto Guerra, Odorico Roman e, em caso de retorno sem sobressaltos à Série A, o atual vice de futebol Denis Abrahão. Por enquanto, nenhum deles admite ser candidato..." O grifo é meu.

É um absurdo, não acredito que num clube de futebol, por maior que ele seja, existam 27 maneiras diferentes  de olhar a gestão da instituição. Nem num país (Brasil) com as dimensões e as diferenças históricas: políticas, sociais, econômicas, religiosas e culturais seria admissível quase 30 olhares díspares de gerenciamento, então, a conclusão é óbvia: o principal interesse não é o Grêmio.

Independente de nomes, só vitórias e títulos imediatos podem "hibernar" determinadas "correntes políticas", remédio que salvou a administração Bolzan Jr. por um certo tempo. Mas esse é um caminho árduo e, às vezes, aleatório. Para exemplificar; o técnico no topo da lista de Romildo no seu primeiro ano era Doriva. O destino se encarregou de inviabilizar esse equívoco e deu uma mão para Romildo.

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Grêmio repete atuações da Era Roger e perde fora

Está difícil dizer "esta foi a pior partida do Grêmio", porque vem nova apresentação e o time "se supera", piorando. Que joguinho ruim! O Tricolor não entrou em campo.

Renato deixou o time mais frágil, porque os erros de Roger foram repetidos e ganharam mais alguns com o atual treinador como a insistência com Diogo Barbosa e passagem de Diego Souza para o meio de campo para ser o elo com o ataque, algo sabidamente infrutífero. Assim, a terceira vitória seguida não veio.

A defesa segue vazando na bola aérea; esta noite foi mais grave; bola  parada, Diego Souza, 1,86 m marcando Baggio, 1,69 m que sequer pegou impulso para subir e marcar de cabeça. O segundo gol é responsabilidade quase que integral de Diogo Barbosa, que erra o passe no ataque, volta trotando e assiste o avante do Novo Horizontino ampliar para 2 a 0. Vale aquela máxima do futebol: jogador ruim tem que vazar, senão, acaba jogando.

Os reforços da janela são desoladores: Edílson não aguenta uma partida, Lucas Leiva parece ser outra "roubada" que o clube embarcou e Guilherme, sinceramente, não dá para chamar de reforço; Thaciano voltou a ser o mesmo jogador de outras épocas no clube. Sofrível.

Acrescentem ao bolo, Elkeson que não consegue tocar na bola, não sobra nada de bom.

 

Pelo que a noite mostrou, a classificação virá por dois fatores: a ruindade dos perseguidores e o apoio da massa nos confrontos dentro da Arena.

Nem pensar em perder pontos diante do Sport Recife. É fatal buscar os três pontos na Terça-feira.

 

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O Messianismo Gremista 

Esta é a terceira postagem de um trio que me surgiu ao mesmo tempo (Roger, Vice de Futebol e Renato). Precisava escrever sobre estes temas como se  eles fossem para me exorcizar, especialmente o de ontem. Até me dá vontade de prosseguir no tema: estou ao lado dos muitos que discordaram do discurso que "disputar a Série B era diferente", que exigia "ser pragmático" e outras bobagens. Na verdade, o Grêmio detentor da maior folha, de estar com os salários em dia, era para ser um Palmeiras jogando a Sulamericana, um Bayern München disputando a Copa da UEFA, mas não; "a Série B exigia sofrência". Paciência! essa turma já saltou da barca como diria o filósofo D'Alessandro. Felizmente.

O Grêmio vai subir daqui a três, quatro rodadas, o que é excelente, porém, caindo numa armadilha que se monta a médio prazo, qual seja, a de acreditar que com Renato o time vai ser competitivo. O eterno ídolo veio pedindo quase todas as chaves do clube e eu não conheço sucesso de uma instituição esportiva que tenha uma única cabeça decidindo; nem o Furacão de Petraglia se sustenta ou tira o máximo das experiências com esse perfil.

Este monumento que completa 119 anos hoje, que é a maior torcida fora do eixo Rio-São Paulo, não vai ser competitivo, se pensar que uma única peça da engrenagem pode mover o todo com excelência. Vai ficar no meio do caminho, com certeza.

Se os novos dirigentes tiverem a cabeça arejada, no final do ano deverão buscar uma solução completa para o futebol, mesmo que boa parte da torcida clame pela permanência do atual treinador.

A dose saudável de utilizar Renato se esgota em 31 de Dezembro deste ano. 

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A Queda e duas lições básicas 

O terceiro rebaixamento gremista tem várias causas, mas duas ficam evidentes (ou mais evidentes) aos olhos distantes dos torcedores que não vivem o dia-a-dia azul: a troca mal feita na saída de Renato e o ingresso de nova direção do futebol gremista na demissão de Luiz Felipe.

A primeira é de fácil identificação, porém, de difícil solução no Grêmio: Renato estava há cinco anos e é o maior ídolo vivo Tricolor, então, deveria haver mais critério, mais cuidado na substituição. Optaram por um jovem sem experiência bem sucedida  em clubes de massa. Quando a exigência aumentou, faltou currículo.

A segunda é fruto do desespero, da busca da solução mágica ou talvez, de falta de alternativa. Trazer um vice de futebol que veio com um discurso anacrônico, uma visão equivocada do que seria entender a massa torcedora e uma prática absurdamente incompetente, pois em 14 rodadas não conseguiu ficar à frente do Juventude, mesmo sem os problemas do clube da Serra.

O atestado de incapacidade da Direção gremista foi dado, quando acreditou que o elenco era bom e o treinador fazia um bom trabalho, disso, a permanência dessa situação para 2022 e todos os desdobramentos que culminaram em públicos de 10, 12 mil pessoas e o time variando entre terceiro e quarto lugares na Série B. Sorte que o Inter se atrapalhou mais no primeiro semestre e deu de lambuja o penta campeonato.

Com eleições gerais no final do ano, os candidatos tem que ter bem vivo na memória o conjunto de fatores que levou o clube ao seu terceiro rebaixamento.

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Roger Machado e a Encruzilhada

Esta postagem se justifica, porque Roger é uma figura pública e o que vou escrever, de forma alguma é um desrespeito a pessoa dele, pelo contrário, minha admiração; muito pelo cidadão de opiniões corajosas e ao encontro do que penso sobre a sociedade brasileira, em especial.

Desconfio que chegará um momento (e bem breve) em que o treinador Roger terá que fazer uma opção, isto é, prosseguir sendo um técnico mediano, mas confortável na profissão altamente rentável, decorrência das elevadas rescisões nos vínculos efêmeros que costumam ser os contratos no futebol; ou então, percorrer o caminho da política, onde seus posicionamentos, sua respeitabilidade e, principalmente, o conhecimento das origens das dificuldades da parcela negra brasileira que possui e vivencia, farão dele, com certeza, um representante atuante e produtivo na política do Brasil, ainda que encontre um caminho mais árduo do que o da casamata, (ele) próximo das quatro linhas.

Se escolher esta segunda alternativa, terá em mim, um possível eleitor.

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Brenno garante a vitória diante do Vasco

 

Foi um grande jogo na primeira etapa. Vasco é fraco, mas tem camisa, parece irrelevante, porém, funciona. Funcionou para o Cruzeiro aqui em Porto Alegre, quando buscou o empate, ainda que acidental no seu segundo gol.  

Os três pontos são fundamentais para o ascenso/acesso, porque este confronto era direto e trouxe (já vencido) a tranquilidade para os compromissos fora da Arena, a começar pelo Novo Horizontino, sexta-feira, dia 16. Aí reside a maior contribuição desta tarde: três pontos + a volta da confiança.

Renato alterou o ambiente gremista a ponto de ter 50 mil torcedores na Arena e um time com mais voracidade na disputa pela bola. Os dois primeiros gols foram acidentais, o zagueiro do Vasco aparou um rebote que beirou os 100km/h e o de Bitello, o desvio tirou completamente a chance de defesa do bom goleiro carioca.

Os destaques foram o gol da virada, de carteirinha em sua concepção (por favor, não pensem que Renato herdou isso de Roger) e as defesas monumentais de Brenno, duas de alto grau de dificuldade que em outros jornadas, a bola entrou. Ele garantiu o triunfo.

Ponto ruim; as mexidas de Renato: Diego Souza deveria ter saído com 15, 20 minutos de segunda etapa. Outra; o acúmulo de jogadores de marcação, que trouxe o Vasco para cima do Tricolor. Essas alterações equivocadas (na minha opinião, claro!) foram colocadas em segundo plano e não se tornaram "protagonistas" neste embate, porque Brenno foi exuberante e mudou o rumo do placar. Senão, a crítica seria forte e justa pela abdicação da busca pela vitória mais folgada.

O clube neste resto de ano precisará dos verdadeiros gremistas para realizar a cirurgia para 2023 no final da temporada. Essa intervenção é imprescindível. 

No momento em que encerro esta postagem, o presidente faz derramados elogios a Thiago Santos. São atitudes como essa, pensamentos que tentam mascarar o que se viu dentro do campo, que levaram o clube ao seu terceiro rebaixamento. 

Pequenas Histórias

Pequenas Histórias (274) - Ano - 1993

 Caminhos Cruzados

Fonte: http://www.gremiodoprata.com.br

O futebol é feito por e para "nômades", os profissionais precisam ser entendidos pelos torcedores, uma hora Manga e Ancheta estavam levantando taças no Nacional e Figueroa era adversário deles; noutra, Manga e Figueroa encaravam Ancheta em nossos pagos; mais adiante, Manga reencontrou Ancheta no Imortal. Os caminhos se cruzam incessantemente com raríssimas exceções.

Em 1993, o Grêmio de Luiz Felipe tinha um volante paulista, Júnior, sobrinho do maior camisa 5 do Palmeiras, Dudu, célebre ao formar dupla com Ademir da Guia. Júnior virou Dorival Júnior, técnico de futebol. Aí, eu fico pensando, se alguém de nosso tempo regressasse 30 anos e falasse para o atleta: "o Luiz Felipe vai virar Felipão, será campeão do mundo treinando a Seleção e você o enfrentará numa final de Libertadores em 2022". O que se passaria na cabeça do volante? Talvez ficasse duvidando do viajante do tempo; afinal naquele semestre, ele tinha de concreto, ser meio-campista do Tricolor comandado por um treinador turrão, que passava pela segunda vez pelo Olímpico Monumental, buscando afirmação no cenário nacional.

Um dos jogos em que estiveram juntos ocorreu em 11 de Novembro, quando encararam em Porto Alegre, o forte time do Vasco da Gama, mas vivendo momentos de oscilação.

O time da casa utilizou: Danrlei; Grotto (Dida), Paulão, Agnaldo e Branco; Júnior, Jamir, Carlos Alberto Dias e Adil; Fabinho (Carlos Miguel) e Charles.

O ex-volante vascaíno, Alcir Portela usou: Carlos Germano; Pimentel, Alexandre Torres, Alê e Cássio; Leandro, Bernardo, Gian e Yan; Valdir e Júnior (Hernande).

Os dois clubes estavam fora de combate naquele Brasileiro, no entanto, apresentaram ânimos diferentes dentro de campo; o Grêmio vibrante e aguerrido, o Vasco, lento e desinteressado. Resultado: uma goleada gremista.

Aos 3 minutos, o tetra campeão mundial Branco serviu Carlos Alberto Dias que desferiu um chute forte na entrada da área e abriu o marcador. 1 a 0.

O Vasco levou perigo aos 25. A resposta veio aos 32 minutos, Branco acertou a trave carioca, mas o primeiro tempo fechou com o escore mínimo.

De novo, logo no recomeço, 3 minutos, o placar foi mexido, Charles sofreu penalidade máxima e Branco ampliou para 2 a 0, escore que durou pouco tempo, porque Charles, aos 6, meteu o terceiro.

Valdir Bigode aos 38 minutos, batendo penalidade máxima, descontou, porém, o baiano Charles novamente, aos 43 deu números definitivos ao espetáculo. 4 a 1.

O público foi ridículo (1.051 almas) e José Mocelin foi o árbitro com os então jovens, Carlos Simon e Alexandre Barreto como bandeirinhas.

Amanhã, 11 de Setembro, os caminhos erráticos do futebol marcam para a Arena gremista, o segundo confronto da história destes gigantes (Grêmio e Vasco da Gama) se digladiando pela Série B. Uma Série que não lhes pertence.

Fonte: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro

Seguem os gols da partida:

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Thaciano titular 

A presença de Thaciano entre os 11 que sairão jogando Domingo é carregada de simbolismos, de constatações. Não se trata apenas de uma simples troca. Significa o que é o Grêmio dos últimos dois anos.

A chegada de Renato marca a confissão de que a sua substituição foi equivocada. Pelo desgaste, pelos resultados, ele deveria sair; aí entra uma das minhas frases preferidas: o anterior só deixa saudades, se o seu lugar for mal preenchido. E Renato chega para utilizar seus métodos, neles, a inclusão de jogadores de "confiança". Um deles, Thaciano.

O retorno de Thaciano do futebol exterior aponta a sua incapacidade de se manter num mercado sabidamente inferior ao brasileiro. Dinheiro não seria problema para a sua aquisição.

Outro significado da titularidade de Thaciano: a prova cabal e definitiva (se alguém ainda tinha dúvidas) da péssima contratação de Campaz. Seria ruim se ele fosse barato, virou péssima pelos valores que se atribuem à sua vinda. 

O colombiano será reserva de Thaciano. Aqui, uma das causas da má gestão gremista; a falta de conhecimento básico do métier.

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Luiz Felipe Scolari 

Felipão, o decano dos comandantes brasileiros; aquele que treinou boa parte dos técnicos mais comentados no cenário nacional: Cuca e Dorival Júnior no Grêmio, Abel Ferreira (breve passagem pelo selecionado português), está fazendo história novamente. 

Aqui, em sua passagem recente, eu o "rotulei" como ultrapassado e longe de ser a solução para o Grêmio no ano passado. Caí na armadilha da simplificação; agora que as melancias se acomodaram na carreta, dá para afirmar: foi questão de hora e lugar, nunca de métodos defasados ou de estar "fazendo hora extra na profissão". Ele segue sendo um dos maiores treinadores da história do futebol universal, pois, atualmente, está na final da Libertadores pela quarta vez, superando Zezé Moreira e Telê Santana com o acréscimo de ser por três equipes diferentes. Mais ainda, estar decidindo uma copa, pode ser algo aleatório, um conjunto de acidentes ou detalhes como a expulsão e o desvio no gol de empate, ontem no antigo Parque Antárctica; não é o caso, Felipão faz excelente campanha no Brasileiro e chegou às semifinais da Copa do Brasil, também. Isso representa solidez na campanha como um todo. É obra de "jóquei".

Não vi nada da partida na Terça-feira. Fui surpreendido hoje de manhã pelo resultado e pela forma como se deu a classificação, saindo de um 0 a 2 na casa do adversário com um time sabidamente inferior ao Palmeiras.

Parabéns! Luiz Felipe. Que venha o título, de novo. Aceite meu pedido de desculpas.

 

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A Vaga no Bolso 

Há tanta notícia a ser comentada a partir da chegada de Renato, que resolvi sair das mais luminosas, desta forma, me deter na pontuação e expectativa de classificação. Dá para cravar com segurança que o Tricolor subirá sem traumas, se bater o Vasco com casa lotada e uma empolgação inédita para o clube nesta edição de Série B. Vamos aos números:

 - Batendo o time da Cruz de Malta no final de semana, o Tricolor chega aos 50 pontos em 87 disputados, aproveitamento de 57%, restando 9 rodadas,  ou seja, 27 pontos. Sendo pessimista: caindo o seu rendimento para 44%, ele fará 11,8, arredondando, 12 pontos nas nove rodadas restantes (27 p), chegando a 62 na trigésima oitava rodada, a última.

- Londrina, atualmente com 41 pontos, para alcançar os mesmos 62, terá que fazer uma campanha idêntica a do Cruzeiro até o momento, isto é, nos próximos 30 pontos (10 rodadas) alcançar 70%, 21 e, assim, chegar aos mesmos 62. O Sport, igualmente, só subirá, se fizer daqui para frente, pontuação de campeão, pois tem 1 ponto a menos do que o clube do interior do Paraná.

A vaga está na mão. É só agarrar.

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Legalmente Idoso 

Quis o destino que Renato Portaluppi comemore a passagem para a "terceira idade" ou "melhor idade"(OMS) no seu estado de nascimento, dia 09 de Setembro, Sexta-feira. No Domingo, 11/09 (mesma data do golpe que derrubou Salvador Allende no Chile, eleito democraticamente e do atentado às torres gêmeas nos EUA), Renato estará retornando à casamata gremista diante do Vasco, já com seis décadas de existência. Incrível! lembro dele com 17 para 18 anos na Baixada Melancólica, fazendo uma preliminar de juniores, antes de um Grêmio x Coirmãozinho Santamariense em 1980, válido pelo Gauchão.

Desconfio que a massa vai até cantar o "Parabéns a Você" na Arena e parte da mídia rangerá os dentes e engolirá o ódio que nutre pelo ex-ponta direita gremista. Estou errado? olhem o que vi e ouvi, depois que a contratação dele foi confirmada. Como curiosidade minha, percorri várias emissoras que não costumo ouvir e ver e a constatação é de que a presença de Renato, independentemente da aprovação dos torcedores gremistas, mexeu, abalou emocionalmente essa parte da comunicação social gaúcha.

Foram várias frases reveladoras: críticas como "a busca pela solução mágica", "contrataram a estátua e não o treinador", "o clube teve que beijar as mãos e pés dele", "conquistando o acesso, Renato vai pedir total autonomia para seguir em 23, terá vida de Rei"; além, é claro, de trazer à lembrança do recente "fracasso" de ser vice campeão da Libertadores, perdendo para o Palmeiras. Sensacional, essa.

Renato não era o meu "ficha 1"; sempre deixei evidente nos textos, porém, olhando para o presente gremista, dá para dizer sem medo de errar, que ele é mais técnico para o Grêmio do que Tiago Nunes, Vagner Mancini e Roger Machado. Para mim, apenas Luiz Felipe é superior a ele.

A chegada dos 60 anos não trará prejuízos ao treinador gremista que vem com uma missão relativamente mais branda do que aquela que encontrou em 2010, quando assumiu o time na zona do rebaixamento e com algumas janelas de transferências fechadas. Recordo que as contratações foram modestas como Paulão, Vilson, Rafael Marques, Diego Clementino + André Lima e o lateral Gabriel que estavam em baixa.

Hoje dá para dizer que o ânimo gremista melhorou e o humor de parte da mídia ficou abalado.

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Sofrência na Sexta-feira 

Que sufoco! realmente, esta noite deu para perceber que o Grêmio anda muito mal. Este jogo recém finalizado combinou com os antigos filmes de terror que as tevês mostravam às Sexta-feiras. 

Pouco se aproveitou de bom; mas o essencial era vencer e venceu. Serviu para constatar o ótimo futebol de Villasanti, que associa a garra guarani com a imprescindível técnica para os volantes modernos. Além disso, jogou "descontado" pela batida forte no tornozelo (tendão) direito. Sua atuação fez com que Renato, prudentemente, ao tentar redimir Thiago Santos com a massa torcedora, escalou este último mais afastado da zaga, quase como um segundo volante que sai para o ataque, conservando o paraguaio à frente da dupla de zagueiros.

O gol aos 2 minutos foi providencial para retirar do adversário a ideia de se retrancar, isso proporcionou o aparecimento de "buracos" na defesa goiana, ainda assim, o Tricolor não soube aproveitar, porque o seu ataque é fraco: Biel fez o gol e só, Diego Souza, embora a inteligência para jogar, está lento e sofre pela carência de parceiros qualificados. Campaz é um capítulo à parte; sua produção "intelectual" rivaliza com a de Janderson.

Surpreendentemente, dois jogadores contestados apareceram bem: Diogo Barbosa e Thaciano.

Agora Renato terá uma semana para os ajustes em todos os setores; na defesa, a bola aérea entra fácil na zaga, o meio, Villasanti assume um protagonismo às avessas, mais pela inconstância de Bitello e a ruindade dos demais ou falta de condicionamento físico ou readaptação como é o caso de Lucas Leiva. O ataque é "de asma". Não tem harmonia seja pela distância técnica entre Diego Souza e os demais, seja pela falta de condicionamento físico do Tanque em relação à parceria.

No mais, desconfio que a rodada será boa para o Imortal, pois Tombense, Londrina e Sport, talvez o Vasco, não vencerão.

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Acesso e Retrocesso 

Roger caiu. Até aí, tudo bem. É aceitável que a Direção agisse e a saída mais cômoda seria a contratação de Renato. Poucos seriam/serão contra o seu retorno, porém, mesmo com a certeza do acesso, tenho a convicção que o meu desejo de ver um treinador estrangeiro, um argentino, de preferência, fica abortado.

Paciência! pelo menos, nós, gremistas, nos livramos de pessoas que só empurraram o clube mais para o fundo do poço nestes últimos meses.