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sábado, 31 de maio de 2014

Opinião




A fabricação de notícias

Escrever diariamente é uma arte, independente de ser um texto de qualidade ou não. Focar em ficção é menos difícil, mas ter que produzir crônicas, isto é, viver do jornalismo esportivo, por exemplo, é uma tarefa árdua, especialmente, quando o público alvo se restringe a duas forças futebolísticas como acontece no Rio Grande. Aí o que temos é um tiroteio maluco, uma luta contínua para se sobressair no selvagem mundo do noticiário que orbita ao redor da Dupla. Lógico, trato do jornalismo profissional.

Basta olharmos para os últimos dias e veremos que um fato informado é maquiado para ser repetido nas próximas horas, mas isso não é grave; é carência de algo novo. O grave é a irresponsabilidade que determinados jornalistas e repórteres incorporam no seu dia-a-dia e protegidos pela subterraneidade das fontes, o anonimato gratuito e conveniente, lançam notícias infundadas.

Ronaldinho Gaúcho estava chegando para o Grêmio em 2012 , Luiz Felipe, dia 15 de Junho de 2010 assumiria o Coirmão, Rafael Sóbis estava negociando com o Tricolor semana passada, agora é a vez de Maxi Rodriguez, titular da Seleção Argentina; ele está sendo oferecido ao Grêmio; até aí, tudo bem. Pode ter havido o oferecimento, mas a frase seguinte é cruel: O Grêmio pensa. 

Esta crônica é um aviso, porque o que veremos sobre Dupla Grenal nesses próximos 30 e poucos dias de recesso do Brasileiro, será um bombardeio grandioso de notícias estapafúrdias. Afinal, o mundo gira ou a fila anda, até que tenhamos acontecimentos de maior grandeza, enquanto eles não surgem, o Grêmio faz consulta para ter Messi no segundo semestre e o Inter sonda (hi,hi,hi) Cristiano Ronaldo.


Pequenas Histórias



Dando prosseguimento, seguem mais três Pequenas Histórias:


23 - Grêmio 2 x 1 Benfica - Inaugurando o Beira-Rio - Ano 1969

Estes últimos meses em função da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, os estádios de futebol ganharam mais evidência do que normalmente a mídia esportiva e os torcedores dispensam a eles. Aqui no Sul o fato ganhou relevância maior, porque além da reforma do estádio para o evento de aqui há dois anos, também o nosso Tricolor  vai construir o seu que será o mais moderno, funcional e confortável estádio da América Latina. Diante destes acontecimentos, resolvi "visitar" os momentos de inauguração do Olímpico em 1954 e Beira-Rio em 1969. Começarei pela do Coirmão, mais precisamente, a participação do Imortal. Como se sabe, o José Pinheiro Borda foi inaugurado com um festival de partidas com grandes clubes como o anfitrião, Internacional, mais Grêmio, Benfica de Portugal, Seleção da Hungria, além das Seleções do Brasil e Peru. Excetuando estas duas últimas agremiações, os demais se enfrentariam num torneio "virtual" que se encerraria com um Grenal, marcado para o dia 20; jogo este que terminou em grossa pancadaria. Pois bem, dia 06 de Abril, o Colorado bateu o Benfica por 2 a 1; dia seguinte, Brasil 2 a 1 no Peru e na terça, 08, nosso clube entrou pela primeira vez no gramado da Padre Cacique, justamente para pegar o time luso, base da Seleção que ficou num inédito terceiro lugar na Copa jogada na Inglaterra, três anos antes. Entre as diversas feras do Benfica, uma estrela cintilava bem acima das demais; Eusébio, centro-avante, goleador da Copa com 9 gols. Comprovando a fama,  ele deixara a sua marca fazendo gol contra o Inter. O Tricolor entrou em campo com a seguinte formação: Alberto; Espinosa, Ari Hercílio, Áureo e Renato ( ele não aparece na foto); Jadir e Sérgio Lopes; Hélio Pires, Joãozinho, Alcindo e Volmir. Ainda atuariam Tupanzinho e Loivo. O técnico era Sérgio Moacir Torres Nunes. O Benfica com José Henrique; Adolfo, Humberto II, Zeca e Cruz; José Augusto e Toni; Nenê, Torres, Eusébio e Simões. O goleiro Nascimento entraria durante a partida. O primeiro tempo foi quase todo de predomínio dos portugueses que abusaram da violência, especialmente o lateral Adolfo e o centro-médio José Augusto. Para piorar, Eusébio, "A Pantera", como era conhecido, deixou a sua marca e a etapa inicial encerrou 1 a 0 com uma única oportunidade para o Tricolor, aos 40 minutos, quando Tupanzinho que entrara no lugar do lesionado João Severiano, o Joãozinho, arrematou perigosamente. A chacoalhada no vestiário deve ter sido bem grande, porque, logo a 1 minuto e meio, o centro-avante Hélio Pires (na foto é o primeiro agachado) que jogava como ponta, pois havia Alcindo, fez o gol de empate, consequentemente, tornando-se o primeiro gremista a marcar no novo estádio vermelho. O "Touro" como era conhecido, chegara do Floriano (atual Novo Hamburgo) e acabou fazendo história no Coritiba, além de  uma passagem no Santos, quando atuou ao lado de Pelé. Na etapa final, só um time jogou e José Henrique, o arqueiro português, virou o melhor jogador em campo. O empate se estendeu até o período concedido como acréscimos, 4 minutos, e apesar da insistência tricolor, o gol não vinha. No último minuto, Espinosa invade a área e é derrubado pelo lateral Cruz; pênalti e expulsão. A cobrança coube a Alcindo (único gaúcho na Copa de 1966), o goleiro Nascimento substituíra o brilhante José Henrique minutos antes, não conseguiu impedir o chute do "Bugre" e o Tricolor, desta forma, encaminhou a sua primeira vitória no Beira-Rio. Na partida de fundo, a forte Hungria deu um "passeio" no Coirmão, derrotando por 2 a 0. Apenas para constar; nesse torneio virtual, o Grêmio bateu a Seleção Húngara por 1 a 0, gol de Hélio Pires, este Benfica e, como sabemos, o Grenal quando foi interrompido aos 81 minutos, estava empatado sem abertura de placar, portanto, encerrando invicto. Começava assim, a relação do Imortal com a nova casa do Coirmão.

24 - Grêmio 2 x 0 Nacional (Uruguai) - Inaugurando o Olímpico - Ano 1954

Dando prosseguimento a intenção de contar como foram os jogos inaugurais do Imortal no Beira-Rio (Pequenas Histórias 23) e Olímpico, hoje iremos aterrissar no distante ano de 1954, mais exatamente, em 19 de Setembro, Azenha, quando o Olímpico passou a ser a nossa casa. O país ainda estava abalado pelo suicídio de Vargas, há menos de 30 dias (24/08), tentava se  reordenar, enfim, voltar a sua normalidade. Naquela semana, o mundo esportivo vira mais uma vitória por nocaute do lendário Rocky Marciano no Yankee Stadium em Nova Iorque, agora sobre Ezzard Charles, nocaute este, que ocorreu no 8º round. Pois foi nesse contexto que o Tricolor enfrentou o poderoso Nacional de Montevidéu, clube que juntamente com o Peñarol, formou a base do time bi-campeão mundial em 1950 na Copa realizada no Brasil. Havia entre os seus astros o espetacular goleiro Veludo que revezou com Castilhos o gol do Fluminense e também da Seleção Brasileira na Copa daquele ano na Suíça. Outro ingrediente: O Nacional aplicara uma surra no ano anterior, ainda na Baixada, metendo 4 a 1 no Tricolor, portanto, parada duríssima. No dia seguinte, feriado estadual, o líder do campeonato uruguaio, Liverpool, enfrentaria a segunda versão do fantástico Rolo Compressor Colorado. Naquela tarde, o Olímpico recebeu 35.511 torcedores e a fita de inauguração coube ao presidente Saturnino Vanzelotti e ao governador do Estado, Ernesto Dornelles. O Tricolor entrou em campo com Sérgio Moacir, Ênio Rodrigues e Orli; Roberto Sarará e Itamar, Tesourinha, Zunino, Camacho, Milton e Torres. Ingressaram mais tarde, Jorginho e Victor.O técnico era húngaro, Lazslo Szekelly. O time uruguaio com Veludo; Blanco e Leopardi; Gonzalez, Carballo e Cruz; Orellano, Quiroga, Omar Mendez, Júlio Perez e Escalada. Contou ainda com Santamaria e Romerito. O juiz foi Arthur Villariño, o Espanhol, como era conhecido.  A partida nada teve de amistoso, os jornais relatam que o "pau comeu solto", citando como os mais acirrados Camacho pelo Grêmio e Júlio Perez pelo time uruguaio; além deles, Gonzalez. Outros se destacaram pelo bom futebol como os goleiros de ambos os times, mais Sarará, Tesourinha, Roberto, Santamaria e Victor, goleador que se tornou o personagem central deste enredo que teve final feliz naquela tarde. Os gols somente aconteceram no segundo tempo; por volta dos 20 minutos, Tesourinha fez grande jogada, chegando à linha de fundo e como bom ponteiro que era, deixou o centro-avante Victor pronto para empurrar para as redes. Este mesmo Victor, em nova jogada de Tesourinha, marcaria o segundo tento. Vanzelotti, o presidente que acabou de vez com a mancha do preconceito racial no clube, deve ter se sentindo mais realizado ainda, pois, tanto Tesourinha, quanto Victor eram negros e entraram definitivamente para a história do Grêmio. A foto que ilustra a crônica, busquei na internet e nela está o grupo do Imortal naquele ano. Tesourinha e Victor são respectivamente, os últimos agachados. O técnico húngaro é o mais alto, em pé. Daqui há um ano, quando alguém estiver lendo esta postagem, o Olímpico será tão somente uma lembrança; uma lembrança Imortal.

25 - Tadeu - Como se fosse uma espécie de Santo - Ano 1977/78


"Ele vinha sem muita conversa, sem muito explicar, eu só sei que falava e  cheirava e gostava de mar..." Assim começava "Minha História", fantástica música de Chico Buarque, que era uma tradução da italianíssima "Gesumbambino". Pois, cada vez que ouço esta canção, lembro sempre do Tadeu. Tadeu Ricci. Lá pelas tantas, a letra falava em ... embrulhou-me num manto, como se eu fosse uma espécie de santo...

 Tadeu era e segue sendo extremamente religioso lá na sua Ribeirão Preto com sua esposa gaúcha. Tudo a ver. Ele foi o "cara". O "cara" que fez o diabólico baiano André Catimba comungar pela primeira vez, isso na capela do Olímpico, no distante e iluminado ano de 1977. 

Minha admiração por ele começou em 1972, quando eu e meus amigos, começamos a jogar botão nos finais de semana. Como todos éramos gremistas ou colorados, combinamos que não haveria Grêmio e Inter em nossos torneios. Cada um escolheu o seu; o João Henrique com seu Flamengo, o saudoso Marcelo, o Botafogo, o Marcos (Rolim) com seu Coritiba e tantos outros. Eu fiquei com o América do Rio, então ainda um time forte; adivinhem qual era o meu "botão craque"? Ele mesmo, Tadeu; que fazia dupla de ataque com Edu, irmão do Zico. Aliás, diz a lenda que o Galinho de Quintino aprendeu a bater faltas com o paulista Tadeu.

 Em 1977, Telê foi buscá-lo no Flamengo para ser o maestro daquele time que é o mais afetivo para quem viveu os anos 70. Corbo, Eurico,Anchetta,... aquela escalação, na verdade, virou uma oração, uma cantilena na sua melhor definição: poesia breve e simples, mas agradável. Tadeu era o gênio, o condutor de um grupo altamente consciente e aguerrido: os politizados Corbo e Cassiá, o guerreiro Oberdan, o jornalista e centro-médio Vitor Hugo, o advogado Paulo César Martins, lateral reserva, que veio por indicação de Tadeu, os endiabrados André e Éder, os gremistas Tarciso e Iúra, os incansáveis e técnicos Eurico e Ladinho, mais Anchetta, simplesmente, o capitão. Pois, Tadeu, também advogado, estava acima deles, na bola, na inteligência e na personalidade.

 Sua estréia em Grenal foi marcante, porque o Imortal aplicou 3 a 0 no então bi-campeão brasileiro. 

 O jogo ocorreu no Olímpico no dia 17 de Abril daquele ano e Tadeu recebeu nota 10 da Zero Hora e demais veículos de comunicação. Pudera! O homem fez dois gols, sendo um de falta, deixando o lendário goleiro Manga estatelado no canto esquerdo de seu arco.

 Aos 19 minutos, Cláudio Duarte derrubou Éder na meia esquerda de ataque. Tadeu bateu rasteiro pelo lado de fora da barreira. Golaço.

 Aos 42 minutos, Dario acertou Éder que revidou; o juiz viu apenas a segunda agressão e deixou o Grêmio com 10 jogadores.

 Aos 15 minutos da etapa final, Tadeu arrancou, driblando 3 adversários, chegou à linha de fundo e cruzou para Alcindo, o veterano centro-avante que voltava do México para encerrar a carreira no clube de seu coração.

 O Bugre, maior artilheiro do Grêmio em todos os tempos, testou de cima para baixo, matando o goalkeeper colorado. 2 a 0. 

Aos 41 minutos, Zequinha (aquele mesmo dos 3 gols em um único Grenal), repetiu Tadeu, que repetiu Alcindo: Cabeceou de cima para baixo, decretando a goleada.

 O Imortal ainda sem a inesquecível formação, entrou em campo com Remi; Eurico, Anchetta, Oberdan e Ladinho; Vitor Hugo, Tadeu, Iúra (Jerônimo); Tarciso, Alcindo (Zequinha) e Éder. 

O Coirmão com Manga; Cláudio, Marião, Hermínio e Chico Fraga; Caçapava (Joãozinho Paulista), Falcão e Batista; Pedrinho (Jair), Dario e Escurinho.

É o famoso clássico em que Oberdan, segundo melhor em campo com nota 9, decretou o fim dos golzinhos de cabeça do Escurinho. Embora jogasse com a camiseta 8, Tadeu era o verdadeiro 10 do Grêmio.

 Naquele ano, ele iria fazer mais gols memoráveis em Grenal, como um de falta em que o juiz, erradamente, assinalara fora da área para desespero de Iúra que sofrera o penalti, no jogo que antecedeu a final do gol de André, ou ainda no clássico dos 4 a 0 daquele mesmo ano.

 De todos os jogadores que vi pessoalmente, Tadeu só foi menor do que Renato. Por isso, acho um esquecimento imperdoável que seu nome (e pés) ainda não esteja (m) entre os eleitos na Calçada da Fama. Tadeu:"... ele vinha sem muita conversa, sem muito explicar..."

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Opinião



S.O.S. Direção


Ontem à noite, após postar a fábula do Bode na Sala, fiquei pensando no que  eu poderia contribuir para que o nosso Tricolor encontre o caminho dos títulos ainda este ano. As ideias foram se ajeitando, quando ouvia Message in a Bottle do Police; lá no meio da música, ela dizia que deveria ser enviado um SOS para o mundo, pois eu vou em forma de sugestões, enviar uma mensagem para a Direção gremista, sem lógico, ter a pretensão de achar que elas (as sugestões) sejam definitivas. Servirão como elementos a serem examinados, melhorados, adaptados ou até descartados, se pintar algo melhor.

Esta pausa que a Copa do Mundo proporciona, pode ser boa ou ruim, dependendo das ações desencadeadas. Ainda tenho na memória 2010, quando o Grêmio de Silas chegou bem até a parada; fez algumas lambanças, uma delas, a de disputar um torneio caça-níquel em Florianópolis. Ficou em 4º entre 4 participantes e a maionese desandou. Nítido e notório que houve erro de planejamento.

Batendo o Palmeiras, domingo, o Tricolor ficará no G4 com 63% de aproveitamento. Pouco para o título.

Mas e as sugestões? Vamos lá:

- A primeira já ocorreu, isto é, se acertar com a construtora da Arena

- Botar os salários em dia. Isto é a maior injeção de ânimo, além de possibilitar a cobrança, sem constrangimentos

- Outra sugestão atendida, um lateral direito. Matias Rodriguez chegou

- Nesse intervalo, avaliar corretamente o potencial de Breno e Marquinhos Pedroso, isto é para já. Não dá para retomar o Brasileiro sem a saída de bola qualificada e um poder forte de marcação pelo lado esquerdo

- Se tiver que negociar, que não sejam as promessas. Jogadores como Luan e Wendell, com esse perfil, é que trarão conquistas. Se for inevitável vender, que sejam Grohe, Werley, Saimon, Kleber ou Barcos; nada de Éverton, Matheus Biteco ou Lucas Coelho. Sei! Alguém dirá, mas a Europa quer jovens. Bom, há mais mercados do que o Velho Continente. Problema para a Direção

- Se puder investir pesado, que seja num armador inquestionável. Lembro que muito se fala na performance de Jonas e André Lima em 2010; vale ressaltar que Renato Portaluppi recuperou Douglas, tanto que o camisa 10 chegou à Seleção naquele momento. Parte do sucesso dos atacantes, se deve aos passes perfeitos do canhoto

- Rever se Enderson reúne todas as exigências necessárias para tornar o time, candidato ao título. Se tiver que trocar, a hora é agora

- Se não confiar no Tiago, arqueiro reserva, buscar no mercado uma alternativa para o gol. Temos testado apenas o goleiro titular

- Cobrar do treinador mais chances para os jovens atacantes, Éverton,  Lucas Coelho e Nicolas Careca

- Cobrar do treinador uma solução mais efetiva para o meio de campo e ele que repasse essa cobrança para os atletas desse setor. Há um bom número, mas eles não conseguem dar equilíbrio e consequência ofensiva ao time. Edinho, Ramiro, Riveros, Alan Ruiz, Jean Deretti, Zé Roberto, Dudu, Rodriguinho, Máxi Rodriguez, não convencem. A torcida vive elegendo como solução sempre aquele está de fora. Isso é sintomático. Qualidade esse grupo tem.

É isso. A chance de se reavaliar o trabalho e fazer correções de rumo é agora. Direção, a bola está contigo.

Aliás, sempre esteve contigo.



quinta-feira, 29 de maio de 2014

Opinião



Quem disse que a história não se repete?

Certa vez, um sitiante foi até a cidade para falar com o velho padre. Na verdade ele queria descarregar suas reclamações; morava numa velha casinha, com crianças berrando o dia inteiro, a sogra reclamando de tudo e com todos,  a mulher que só não ficava suspirando pelos cantos porque não havia cantos disponíveis. O velho padre (um conselheiro do vilarejo), pensou, pensou e perguntou:

-- Você cria um bode também, certo?
-- Certo.
-- Então, coloque esse bode dentro de casa
-- Como é que é? Como isso vai melhorar minha vida?
-- Experimente fazer o que eu disse por uma semana.


Bem, lá se foi o nosso sitiante colocar o bode dentro de casa. Depois de uma semana, voltou ao velho padre:

-- Pomba,  padre, coloquei o bode em casa e as coisas só pioraram. O bode está comendo os poucos móveis que temos, ameaçando chifrar as crianças, fica berrando a noite inteira e não deixa ninguém dormir, fora o cheiro horrível que está pela casa.
-- Bom, disse o padre, tire o bode de casa e depois volte aqui.

O sitiante voltou depois de alguns dias, e era só  sorrisos:

-- Padre, muito obrigado! Minha casa agora é um paraíso! Sem o bode lá dentro todos se dão melhor, as crianças podem andar sem medo, minha sogra está toda animada escolhendo novas coberturas para os moveis, minha mulher está até mais carinhosa comigo, a casa está cheirando a limpeza....


Se há problemas de atraso de salários, se o Grêmio não conta com Wendell e Luan, se os laterais são sofríveis, se Dudu e Rodriguinho ficaram devendo nessas últimas partidas e não conseguem deixar o avante "pifado", se o goleiro intercala grandes defesas com gols estranhos, se a bola aérea assusta os torcedores, se o centro-avante perde gols fáceis, se os volantes não acertam a mecânica da movimentação no meio, se  as promessas, seguem sendo promessas ... Então, o mais fácil é resumir todas as dificuldades na figura do bode na sala. É mais cômodo creditar exclusivamente ao Barcos todos esses infortúnios do time.

Não será a primeira vez, lembro bem de como "os nossos problemas acabaram" com a venda de Victor, os títulos voltaram, afinal Victor amarelava. Tinham razão, o arqueiro vestirá amarelo durante a Copa do Mundo. O fato dele ter uma placa no Independência, é porque mineiro é muito puxa-saco e não entende nada de futebol. Deve ser por isso.




quarta-feira, 28 de maio de 2014

Opinião


0 a 0 merecido

Jogo ruim de se ver, campo molhado, equipes mal entrosadas e com imensas carências técnicas. Deu a lógica, isto é, zero a zero.

Empates fora, geralmente são bons se combinados com vitórias em casa. O Tricolor saiu para dois jogos e voltou com apenas 1 ponto, aí está o problema.

Na verdade, os resultados dos 8 jogos não são ruins, embora longe de serem considerados bons, eles deixam o Grêmio no bolo de cima. O ponto crítico são as atuações coletivas e individuais, aí a primeira explicação que eu tenho é que o Tricolor se enfraqueceu. Luan e Wendell não estão mais no time. O primeiro era o desafogo pelo lado esquerdo, a chegada na frente, ainda que suas últimas apresentações tenham baixado de qualidade. Luan é a referência técnica. 

Parte da diminuição dos gols de Barcos está relacionada com o decréscimo de Wendell e a lesão de Luan. A crise do ataque se explica também pela pobreza ofensiva de quem chega. Dudu e Rodriguinho há duas partidas que não jogam nada, Pará melhorou, mas na parte do apoio segue sendo deficiente. Breno há de se ter paciência; atualmente, não ataca e defende de forma comprometedora. Os adversários perceberam isso. Questão para Enderson; Breno será suficiente?

Os destaques de hoje foram Werley, bem durante o jogo inteiro, Marcelo Grohe que fez defesas tecnicamente perfeitas pelas condições de chuva e gramado; um pouco abaixo, Alan Ruiz, que, às vezes, some do jogo, mas tem bola no corpo. Gostei de Barcos e Matheus Biteco; achei a atuação de Kléber mais consequente do que foram Rodriguinho e Dudu, ainda que tenha disputado apenas 15 minutos.

Fica um alerta: se o Tricolor não se reforçar, ficará no meio da tabela, talvez com muito custo, brigará pela última vaga do G-4.


Opinião



Muito além da vitória

Hoje, sinceramente, quero mais do que uma vitória, que nos deixará colados nos líderes e a certeza de permanecer no G-4 com uma boa chance de avançar até a parada da Copa, pois encerraremos em casa (ou quase isso) contra o Palmeiras no Domingo.
O que eu quero além da vitória é uma grande apresentação para sepultar de vez a história de jogar com 3 volantes; sem fossem Batista, Cerezzo e  Falcão, tudo bem, mas o que temos é menos do que Souza, Ramiro e Riveros, pois, com a saída de Souza (e antes, Fernando), parece que Edinho é o grande titular dos três mais constantes na escalação. O retrocesso só não foi maior pela presença de um articulador em algumas partidas.
Se o time convencer hoje à noite no Recife, utilizando Zé Roberto, Ruiz, Dudu, Rodriguinho com Barcos lá na frente; Enderson poderá ter a certeza que está no caminho certo, pois reduzirá a responsabilidade do Pirata, porque, se é inegável que (ele) tem perdido chances claras de gol, não é menos inegável que as chances são obras dele, de sua qualidade pessoal, raramente tem recebido passes em condições de finalizar com êxito, daquelas que o Rafael Moura, por exemplo, recebe.

Torço para que o time encaixe com esta formação, senão o que eu penso sobre futebol terá que sofrer uma reciclagem para eu prosseguir respirando os ares do “futebol moderno”.  

terça-feira, 27 de maio de 2014

Opinião



Vai te afumentar, Marco Antonio Pereira

Pois é, ontem, estava eu vendo o  esporte  na RBS TV com a lindíssima Alice Bastos Neves, horário do meio-dia, o assunto não poderia ser outro, ou seja, as derrotas da dupla Grenal no final de semana; já sabia de tudo praticamente, apenas esperava pelo processo em curso, isto é, de linchamento de nosso centro-avante. Logo, entra o lance final fatídico do confronto de sábado, mas a narração não é a mesma que ouvi e vi pelo Sportv, era uma voz do Sul. Pois, acreditem!!! Era a narração da rádio Gaúcha, isso mesmo do famigerado Marco Antônio Pereira da Silva, eterno reserva da narração da emissora dos Sirotsky; vociferando: - Barcos, vai te afumentar!”.

Nessa hora, ele deveria ter-se lembrado de Junho de 2010, quando anunciou aos quatro ventos que Luiz Felipe Scolari seria o substituto de Jorge Fossatti no comando técnico do Internacional. Vide link (Cronistas antecipam vinda de Felipão).

Fez mais do que anunciar; estabeleceu a data: 15 de Junho daquele ano, causando um constrangimento ao treinador campeão do mundo, que àquela hora já estava acordado com a Sociedade Esportiva Palmeiras, apenas mantinha a cautela de não tornar público o acerto.

Como sabemos, Celso Roth assumiu o lugar do uruguaio, ganhando a Libertadores e promovendo, mas tarde, o Mazembaço.

Uma senhora e constrangedora barrigada que marcou o jornalismo esportivo brasileiro. Esse fato numa emissora mais criteriosa, resultaria em demissão pela irresponsabilidade cometida.


É este “profissional” que mandou Barcos se afumentar.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Opinião



O que nós já sabíamos

Dei uma "passeada" pelos assuntos que foram de interesse da mídia oficial. Lá estão assuntos que nós; e aqui no plural mesmo, porque foram detectados e construidos coletivamente através das crônicas e comentários de vários. Já havíamos antecipado o que rola agora. Vamos a eles:

-  O Coirmão e especialmente a Imprensa se deram conta que da 7 rodadas, os adversários vermelhos dos 7, 6 estão entre o 14° lugar e a lanterna. A calmaria pelo lado do Beira-Rio tinha um motivo inconsistente, enquanto isso, o Tricolor encarou Santos, Atlético Mineiro, Botafogo e São Paulo. Caíram na real

- Agora estão descobrindo também que 3 volantes, Edinho, Ramiro e Riveros, só devem jogar em ocasiões muito específicas. Todos inteiros, escalaria apenas o Riveros, os demais jogadores de meio deveriam ter mais técnica e vocação ofensiva. 
Fui a favor do trio contra o Tricolor paulista, mas já no primeiro tempo, dava para ver que eram desnecessários três

- Estão se dando conta que Barcos precisa de uma sombra. No início do ano cheguei a sugerir dois nomes: Fernandão do Bahia e Wellington Paulista, que por sinal está jogando pouco, mas para a reserva serve. Na ocasião, sugeri também um arqueiro para fazer sombra ao Grohe. O nome citado foi de Eduardo Martini

É isso aí, antes tarde do que nunca.

Nesta linha de sugestões, arrisco dizer que é preciso conferir bem as informações que saem da imprensa, pois como (ela) tem que faturar, não mede esforços, imaginação e tangenciamentos a ética na produção de fatos como o interesse em Rafael Sobis ou que o Imortal paga parte do salário do Marcelo Moreno, desmentido pelo próprio atleta. 

Ainda bem que existem as redes sociais.

domingo, 25 de maio de 2014

Opinião




Nós e a Imprensa

O Grêmio foi mal ontem. Não foi só ele, a Imprensa também.

O time como um todo se houve mal. Tivemos problemas na zaga, a bola aérea foi um martírio, os laterais foram sofríveis, especialmente o menino Breno, não houve criatividade no meio-de-campo, Rodriguinho e Dudu não foram consequentes; o nosso goleiro falhou no único gol, Maxi Rodriguez se repetiu; seus lampejos até agora, são só lampejos de bom jogador. Barcos é um episódio à parte nesta crônica, porque foi bem, mas como já disseram sobre o biquini, mostra tudo, mas não mostra o essencial. Ele foi o "fabricante" dos lances perdidos, não recebeu nenhuma bola para empurrar para as redes; no entanto, no que mais interessa para o jogo e torcida, ou seja, o gol, ali, Barcos fracassou. Não se trata de um perna de pau, mas alguém que está em má fase ou ansioso; errando no último lance do confronto, cresceu a sua falha diante dos olhos de todos.

Como as críticas só tem sido para ele, Barcos funcionou como um pára-raios para o time e comissão técnica, porque Enderson também tem sua parcela de culpa ao não mexer cedo na equipe. Dava para sair com os três pontos do Morumbi.

Onde entra a Imprensa? Bom, a falta de profissionalismo de alguns está escancarada, resta saber se é despreparo ou outra coisa. 

Como escrevi ontem, "andei" pelas 3 maiores emissoras de rádio do RS no pós-jogo, li o MM e em todos estes canais de comunicação vi críticas a atuação de Barcos, nenhuma com a mesma intensidade para os demais jogadores do time. Concluí pelo óbvio, Barcos fora o responsável pela derrota. Tão somente ele na visão da Imprensa.

Um repórter babava a cada avanço do "Fora Barcos" no top 10 do tweeter, atitude que passa longe do profissionalismo. Sua última frase: "O Barcos não perdeu o ônibus, isso, ele não perde".

Esse é o papel nosso. Da torcida, do apaixonado. Agindo assim, tomando o lugar nosso, parte da Imprensa dá margem a um monte de conclusões.

É justo? É profissional a atitude desse .... vamos chamar de repórter, com a licença dos verdadeiros repórteres? Então vamos a outro episódio recente; o desaparecimento da Taça Lupicínio Rodrigues, alardeada pelo Inter, dando a entender que ela fora roubada. A notícia permaneceu por mais de um dia na mídia. O que aconteceu quando descobriram o destino do troféu? Todos, com uma única exceção, Mário Marcos de Souza, (Perguntar não ofende), repito, apenas o MM tratou o assunto com a devida seriedade, os demais,  aqui uma ressalva, não tenho como acompanhar todo mundo, trataram Rafael Moura, que levara a taça para fora do estado, como se ele fosse um pré-adolescente que fez uma peraltice, uma brincadeirinha, - nana nana nina não, menino mauzinho, devolve o brinquedinho que não é teu!

Todos muito sorridentes. A entrevista coletiva com ele? Um piquenique, um convescote, um festerê. Nenhum questionamento sério. Todos entraram no "clima".

Assim são tratados os assuntos por parte de nossa Imprensa. Ao sabor das preferências ou algo pior.


sábado, 24 de maio de 2014

Opinião




Chance desperdiçada

Perder para o São Paulo no Morumbi não é nenhum absurdo. Ninguém descarta nas projeções a possibilidade de não pontuar contra o Tricolor paulista, mas vendo a partida, fica um gostinho de frustração. Pelo menos o empate era possível.

O bom enfrentamento inicial deu esperanças que o Grêmio sairia com pontos; aos poucos o São Paulo fez valer o fator local e Marcelo Grohe fez boas defesas e uma magistral, porque foi à queima-roupa. Detalhe: a bola aérea esteve problemática em todo o jogo.

No segundo tempo veio o lance fatal; uma cobrança de falta que veio de frente para os zagueiros, mesmo assim, Lucão praticamente penteou em direção ao centro da goleira, bola fraca; Marcelo Grohe aceitou. 

O Tricolor através de Barcos, criou oportunidades, mas o Pirata está errando na parte principal, isto é, na conclusão. No último momento da partida, o Grêmio deixou o empate escorrer pela linha de fundo.

Não houve destaques individuais. 

Segue link do compacto atualizado.

http://www.youtube.com/watch?v=l5Cy7MvMdos

Pequenas Histórias



Pequenas Histórias (66) - Ano 2008



Prá não dizer que não falei de Roth, Perea, Soares  ...



Hoje, Sábado, tem São Paulo e Grêmio às 21:00 h; horário para perder a namorada, companheira, amante. Só quem não ama, decide por um clássico desses nestas condições.

Pois dos 4 grandes clubes paulistanos, aí incluo a Lusa também, o Tricolor do Morumbi é aquele, o qual, o Imortal tem melhores recordações jogando como visitante. Lembro de 1971, início dos campeonatos brasileiros em 1971, show de Scotta nos 3 a 0, o nosso primeiro título nacional em 1981, na Era Hélio Dourado, recentemente, ano passado, quando brilharam Dida e Vargas no 1 a 0.  Enfim, são boas lembranças. 

Mesmo trôpego, cambaleante, com times modestos, há exemplos de grandes vitórias. Uma delas ocorreu num mês de Maio como este, mais exatamente no dia 10, partida noturna. O Grêmio de Roth vinha de sucessivos fracassos; derrota no Olímpíco para o Juventude, caindo fora do Gauchão, derrota em Goiânia para o Atlético Goianense, aparentemente, um resultado reversível,  poiso o obrigava a ganhar pelo escore mínimo para prosseguir na Copa do Brasil. Não deu. Venceu por 2  a 1  e perdeu nas cobranças livres. A torcida pedia a  cabeça do treinador.

Dessa forma, foi com uma espécie de "ultimatum" que Roth mandou em campo, um time com três zagueiros contra o  São Paulo de Muricy Ramalho na primeira rodada do Brasileirão de 2008. Contra todas as previsões, o Imortal conquistou os primeiros três pontos de uma campanha memorável, embora frustrante, pois chegou a ficar 14  pontos na vigésima rodada à frente desse mesmo São Paulo, futuro tricampeão sete meses passados, portanto, naquele 10 de Maio, ninguém imaginava que estavam se enfrentando na estreia, o campeão e vice do certame.

O time do Grêmio mesclava grandes jogadores com alguns extremamente ruins, não havia meio termo: Victor; Léo, Pereira e Réver; Paulo Sérgio, Eduardo Costa, Rafael Carioca, Roger Flores e Hélder; Perea e Soares. Ainda entraram Makelele, Jonas e Rodrigo Mendes nos lugares de Roger, Perea e Soares.

O São Paulo, bicampeão brasileiro foi a campo com: Rogério Ceni; Jancarlos Alex Silva, o Pirulito, Miranda e Fábio Santos; Zé Luis, Júnior, o ex-lateral esquerdo e Richarlyson; Éder Luis, Borges e Dagoberto. Ingressaram ainda, Hernanes e Sérgio Motta, saindo Éder Luiz e Júnior.

O único e decisivo gol foi marcado aos 4 minutos do segundo tempo pelo zagueirão Pereira, um resistente e remanescente da  Batalha dos Aflitos, na foto acima, o da direita, juntamente com Perea.

Incrivelmente com um equipe muito inferior aos  melhores times do campeonato, o Tricolor fez uma campanha espetacular no primeiro turno e numa sucessão de erros, saída de Roger ao meio do campeonato, aumento de 50% de salário no final do turno inicial para o treinador, quando a lógica indicava dar uma premiação polpuda em caso de conquista lá em Dezembro, empréstimo de Jonas para a Portuguesa, ficando com André Luiz, oriundo da SER Caxias; substituições mal feitas em jogos cruciais, desatenções imperdoáveis como contra o Vitória de Vágner Mancini, saindo de um 1 a 0 no primeiro tempo para um 1 a 4 no final, tudo isso levou a perda do título.

O ano acabou com Roth dando uma polêmica entrevista a revista Placar chamando os seus  dirigentes, os benfeitores do seu reajuste salarial, de neófitos.

Hoje temos um time mais ajustado e dirigentes mais experientes; quem sabe não teremos outra boa notícia desta peleia na "terra da garoa"?

Para ilustrar, segue um vídeo.




sexta-feira, 23 de maio de 2014

Opinião



Por enquanto, campeonato "iô-iô"

Início de certame, times muito parelhos, muitos em formação, era natural este sobe e desce das primeiras rodadas. 

Querem exemplos? Primeira rodada e a derrota para o Furacão deixou o Imortal na zona do rebaixamento. Passadas mais algumas e o Botafogo que enfiou a maior goleada, 6 a 0, ocupa um lugar na zona da degola. O Coirmão na quinta rodada era o flamante líder do campeonato; hoje está fora do G-4, isso em apenas 2 dias.

Na sexta rodada, os dois clubes que mais tempo se envolveram com a Libertadores, Cruzeiro e Grêmio, são os ponteiros da competição, derrubando algumas teses.

Ontem, o Atlético Mineiro, outro frequentador da zona de rebaixamento nas primeiras rodadas, agora encarreirou 3 vitórias consecutivas, feito que apenas o Imortal tinha alcançado.

Provavelmente será assim até a 9ª rodada. Tenho até palpite para um novo líder no final de semana: Atlético Mineiro que pega o Criciúma em casa. Portanto, despencar 3 ou 4 posições não é motivo para crise, o mais importante é a diferença de pontos entre os clubes e o percentual de aproveitamento alcançado.


quinta-feira, 22 de maio de 2014

Opinião



Quinta, um dia após a liderança

Tratando sobre o grande jogo que o Tricolor realizou ontem e que o tornou Co-Líder  do Brasileirão, seguem algumas linhas:

- Jogue quem jogar, a zaga tem mais acertos do que erros. É óbvio que com Rhodolfo, ela se torna mais segura

- Pará está melhor em relação a ele mesmo

- Breno nos deu esperanças que o Tricolor não precisará ir às compras para ter um lateral titular

- Alan Ruiz realizou a sua melhor partida; passou a impressão que não é tão lento

- Máxi Rodriguez parece entrar sempre uma rotação a mais do que a partida exige. Quando acertar o ponto, poderá brigar por vaga. Tem uma qualidade rara que é bater de chapa, efeito procurante, quase sempre indefensável

- Gostaria de ver Dudu jogando pela direita como jogavam os autênticos ponta direitas

- A receita para sábado à noite (que loucura de horário!) é a utilização de 3 volantes

- Jogar fora de casa poderá ser uma boa para Barcos, que parece estar sentindo a pegação de

- Rodriguinho convence; um grande acerto da Direção

Opinião



Tricolor vira  num jogo sofrido

Grande vitória! O Tricolor mostrou muita garra, muita disposição, muito preparação física e especialmente, atitude.

O Botafogo assustou, fazendo gol no início num erro no campo ofensivo, que permitiu o contra-ataque. Zeballos surpreendeu, batendo de direita entre a trave e o goleiro. Mas foi só.

Gostei de Alan Ruiz; jogou um primoroso primeiro tempo, caiu no segundo. Breno muito bem, embora a ingenuidade em alguns lances defensivos. Pará, um erro, de resto, reproduziu a boa atuação que teve contra o Flu.

Seguindo, Werley e Bressan muito seguros num campo traiçoeiro, pois estava bem molhado. Riveros e Ramiro foram bem e não achei falha deles no gol alvinegro. Rodriguinho, mais uma atuação boa, Dudu, um primeiro tempo fraco, melhorou na segunda etapa, mas não conseguiu dar consequência aos seus lances. 

Gostei de Barcos, que se movimentou bastante, arredondou o lance para o primeiro gol, o de Rodriguinho, vital para não entrar no vestiário perdendo.

Acho que Enderson demorou para mexer, mesmo assim, Zé Roberto e Máxi Rodriguez foram decisivos. O uruguaio entrou elétrico e num momento de qualidade pessoal, colocou uma bola indefensável, que definiu o resultado. Passe de Zé Roberto.

Está melhor do que a encomenda, principalmente se olharmos os setores individualmente, isto é, não há consenso nem na mídia, nem na torcida de qual a melhor formação em nenhum deles.

Agora, duas pedreiras pela frente. 

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Opinião



Riveros e Ramiro, a dupla de volantes

Polêmica à vista; alguns torcedores e cronistas se espantaram com o não retorno de Edinho a equipe. Permanecem Ramiro e Riveros.

Antes de tudo, parabéns a Direção que brigou para ter Riveros, convocado para amistosos pelo Paraguai. O Tricolor fez valer as regras, isto é, não era data Fifa, não cede.

Escrevi mais de uma vez, que Edinho é atleta para determinados jogos, não para ser titular indiscutível. Quem o deseja no time, argumenta e exemplifica o segundo tempo do Grenal, o dos 1 a 4. Bom! Aí estava um jogo para o Edinho, pois além de suas características como volante de contenção, tem a sua liderança e personalidade. Naquele episódio, o personagem a ser mantido era justamente ele.

Ramiro e Riveros deixam o time mais veloz e mais técnico, também finalizam com mais frequência que Edinho. Foram bem contra o Fluminense e podem melhorar com o entrosamento de novos posicionamentos, já que atuaram juntos apenas os dois em poucas oportunidades. É a dupla perfeita para enfrentar o Botafogo.

Contra o São Paulo, domingo, a receita é a entrada de Edinho no lugar de Alan Ruiz. À princípio, partida talhada para três volantes.

Escrevo agora, porque depois da partida é sempre mais fácil de acertar.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Opinião



Para ganhar um Brasileirão

O Grêmio enfrenta o Botafogo que vem muito desfalcado; aí que mora o perigo.

O perigo não é exatamente o Botafogo desfalcado, mas a sensação que o clube locatário, melhor colocado na tabela, com menos desfalques, achar que é páreo corrido. Já vimos muitos crimes serem cometidos em situações parecidas com essa. Toda a atenção será pouca diante de um adversário recheado de atletas que conhecem a aldeia e muito curtidos, Émerson Sheik, Edílson, Bolatti e Carlos Alberto para ficar em alguns nomes.

O Tricolor tem obrigação de passar por cima das dificuldades e somar mais três pontos, pois os próximos dois confrontos serão fora e a tendência é não conquistar na íntegra os pontos. Imaginem se tropeçar no Alfredo Jaconi, terá que suar sangue para se manter no G-4, depois destes 3 enfrentamentos.

Para conquistar um Brasileirão, via de regra, o clube tem que faturar 80% dos jogos em casa e beliscar 7 a 8 vitórias como visitante mais alguns poucos empates. Essa é a matemática que Enderson & cia. tem que ter em mente. Há exceções, mas estou analisando pela média.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Opinião



O grande saldo da Segunda-feira

Cara de quem perde, não é cara de quem ganha, e vice-versa. A Segunda amanheceu azul; vi gremistas trabalharem com o semblante mais desanuviado. 

O saldo deste começo de semana útil, está sendo extremamente positivo, deverá seguir, o Grêmio precisa fazer valer o fator campo, mesmo que seja o Alfredo Jaconi e ganhar do Botafogo; assim teremos, 6 jogos, destes 4 contra os que pertencem aos 12 maiores do Brasil (2 RS, 2 MG, 4 RJ e 4 SP). Serão contra Atlético Mineiro, Santos, Fluminense e Botafogo. Não é pouca coisa.

Considerando que o time está desfalcado, além disso, não há um padrão definido, exemplo está no meio de campo com vários pretendentes, quantos volantes? Um, dois ou três, o lateral esquerdo titular negociado, etc... Emplacar 13 pontos nesses 18 seria mais do que esperávamos.

Leio que os brasileiros estão com os olhos voltados para a Ucrânia; quem sabe o Tricolor não traz de volta o Fernando, sim ele, aquele que era chamado de "Pirata" por ser perna de pau. Quem sabe? Edinho é meia boca, Ramiro vai sair. Se for negócio viável, por que não?

Encerrando, esse campeonato ainda está no início, mas cada rodada (obviamente) valem 3 pontos, o negócio é não tirar o pé do acelerador e preencher as lacunas do elenco, porque ele só termina em Dezembro. Novamente a velha frase: É hora da Direção.

domingo, 18 de maio de 2014

Opinião




Vitória passou pelas defesas de Marcelo Grohe

Muita correria e eu somente agora consigo postar sobre a importantíssima vitória do Tricolor gaúcho sobre o outro, o carioca.

Foi um clássico. Confronto típico de grandes agremiações, onde o nosso Tricolor bateu o carioca, porque teve aplicação e uma disposição tática que equilibrou dois times desiguais. No papel, o Flu é mais time.

O Grêmio sai fortalecido, pois enfrentou um time situado no topo da tabela, que vinha de bons resultados, inclusive vencendo o seu tradicional adversário na rodada anterior.

Um jogo estranho, porque apareceram algumas novidades como Rodriguinho fazendo o seu primeiro gol, Werley parando o centro-avante da Seleção e como se fosse Mário Sérgio ou Paulo César Lima, o Caju, dando um passe açucarado no gol do Grêmio. Também surgiram defesas espetaculares e não "espetaculosas" de Marcelo Grohe, dando esperanças aos seus críticos (eu, entre eles) que ele realmente reúne condições para ser o goleiro inquestionável que todos sonhamos.

Foram defesas preciosas em momentos cruciais do jogo, principalmente porque a defesa estava desfalcada de Rhodolfo, Geromel , seu reserva imediato e de Wendell, que se despediu semana passada. 

Outro fator positivo é o fato de Ramiro e Riveros terem dado conta à frente da zaga. De negativo, a pegação no pé do Pirata. Caramba! É só olhar para dentro de campo, Fred, o grande Fred, não teve um desempenho condizente ao seu histórico. Parte da torcida segue puxando o Imortal para baixo.

Como escrevi anteriormente, a vitória teria que vir, custasse o que custasse. Veio. E isso é muito bom.

sábado, 17 de maio de 2014




Um Ano de Blog


Chegamos ao nosso primeiro aniversário. Um abraço a todos que honram este espaço com a leitura, comentários, críticas, elogios, correções de rumo e divulgação.

Um abraço especial ao Paulo Juliano que está nessa, antes do blog virar realidade.

Todos estes amigos fazem o nosso dia a dia mais feliz. 

Opinião



Grêmio X Fluminense é para convencer que o trauma passou

Sou daqueles que acham que o Fluminense foi ajudado neste rolo que envolveu a Portuguesa; antes de qualquer coisa, o bom senso. Colocar um reserva faltando 3 minutos para o final da partida, jamais será um ato visando riscar a lisura da competição. tenho minhas dúvidas sobre os desdobramentos se não fosse a Lusa a personagem principal deste imbróglio.

Disto isso, vamos ao jogo deste final de semana; o "Pó-de-Arroz" é um time muito bem montado pelo Cristóvão, que um dia irá treinar o Tricolor gaúcho; que vi capitaneando aquele Grêmio-Show dele, Valdo e cia., dirigido pelo Otacílio. Assim como Vágner Mancini, técnico do Botafogo e adversário seguinte do Imortal, Cristóvão conhece a aldeia gremista.

Além do entrosamento, há Fred. Fred, contestado pela torcida, é meio time do Flu, já livrou a cara do clube "n" vezes, já deu títulos, já evitou rebaixamentos. É sempre um perigo, o que ameniza um pouco é a sua mente voltada para a Copa do Mundo e seu histórico de lesões. Deve arrefecer o ânimo, tirar o pé nesta reta de primeira etapa de Brasileirão.

Tudo isso, deve ser bem considerado pelo Grêmio, especialmente, porque tem dois jogos como mandante e se deseja comprovar que a fase de turbulência ficou para trás, o negócio é fazer seis pontos nestas partidas. Na bola, mas custe o que custar.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Pequenas Histórias

Seguem mais 3 Pequenas Histórias



20 - O Hábito Não Faz O Monge - Grenal dos 4 a 0 - Ano 1977
Acompanhando essa ronha de interdita ou não interdita o Pinheiro Borda, refleti e vi porque eu estava interessado no imbróglio; muito simples! Depois do Olímpico e Baixada, o estádio que mais deu alegrias ao nosso Tricolor foi justamente o Beira-Rio. Grenal noturno então, nem se fala. Várias vitórias, seja o Grêmio entrando como favoritaço ou como o maior azarão. Basta buscarmos pela memória ou pesquisarmos que encontraremos belas lembranças do Gigante.

 A começar pelo quebra-pau da inauguração. Brincadeira! Além das muitas voltas olímpicas, temos a maior goleada registrada em Grenais naquelas quatro linhas. Foi em 1977, início de Novembro. O Grêmio recuperara a hegemonia regional e em praticamente 10 meses daquele ano, havia ganho 4 clássicos; 3 a 0, 2 a 1, 2 a 0 e o inesquecível 1 a 0 em 25 de Setembro, o Grenal do ENEA, como diziam os colorados; acabou sendo Enea mesmo, isto é: Eles Nunca Esquecerão o André (ENEA).

 Era um domingo de muito calor em Porto Alegre, o Coirmão não estava totalmente convencido da superioridade tricolor, questionava na justiça o título gaúcho, o caso Trimedal que os mais velhos lembram bem. Vinha se rearmando. "Raptaram" o goleiro da Seleção paraguaia Benitez que viria para o Grêmio numa ação cinematográfica, digna dos filmes de espionagem; buscaram o ponta-esquerda Edu, tricampeão em 70 que finalizava a escalação do poderoso ataque santista: Manoel Maria, Toninho Guerreiro, Pelé e ele, Edu.

 Para substituir Figueroa, após a frustrada tentativa com Marião, Beliato, um zagueiro promissor, ex-Palmeiras, trazido do Náutico e a camisa 9 foi para Luizinho, goleador do América carioca e Flamengo, de uma família de centro-avantes, pois era irmão de Cézar Maluco e Caio Cambalhota. Eles, mais os remanescentes Batista, Caçapava, Falcão, Jair, Escurinho e Valdomiro.

 Numa jogada de marketing adotaram o uniforme do à época campeão do mundo, Bayern München que ganhara o título  em cima do Cruzeiro, algoz do Inter nas várias Libertadores que se cruzaram. Iriam estrear o uniforme idêntico ao time bávaro naquele Grenal do Brasileirão; camiseta, calção e meias totalmente vermelhas. Seria o novo talismã; enfim, incorporar o futebol germânico em seus atletas.

 O primeiro tempo foi de um predomínio vermelho que não conseguiu furar o bloqueio tricolor. Ladinho (foto) foi o destaque, parando o lado direito que era o forte com as combinações de Batista na lateral-direita, Jair e Valdomiro. 

Quando tudo se encaminhava para um zero a zero, Iúra da entrada da área no gol à esquerda das cabines de rádio, aos 37 minutos, arrisca um chute que simplesmente saiu da tela da televisão; um "bago" para o alto que os deuses do futebol acabaram por soprar, sim, um vento inesperado fez com que a pelota literalmente "caísse" dentro do gol do azarado Benitez. 1 a 0. 

Recomeça o prélio e aos 17 minutos, o mago Tadeu cobra penalti marcado por Dulcídio Wanderley Boschilla, goleiro estático e bola rasteira no canto direito do paraguaio. O Coirmão desandou; aos 26, Éder entorta Batista e serve Iúra no lado esquerdo, o Passarinho, como era chamado nosso camisa 10, invade a área e sem ângulo bate cruzado,  3 a 0. 

A tampa do caixão foi fechada por Tarciso; Éder roubou a bola de Valdomiro, arrancou pela esquerda e fez um cruzamento, antes de chegar ao fundo, Benitez disputa no alto com o Flecha Negra que desviou sem muita força para o fundo das redes. Decorriam 85 minutos.

 Nunca mais se repetiu um Grenal com diferença de quatro gols. O uniforme estreante foi aposentado. Virou peça de museu, o Grêmio de Telê Santana conquistou a sua quinta vitória num único ano. Começava a cumprir uma trajetória vitoriosa, sepultando quase uma década marcadamente vermelha.

 Um Grenal que exorcizou os demônios que habitavam as cabeças tricolores. Um clássico para lavar a alma.

21 - O Estraga-Festa - Ano 2006
2006 definitivamente não é um ano de boa lembrança para nós tricolores se formos comparar com o que ele representou para o Coirmão; mesmo assim, tivemos uma alegria lá em uma de nossas casas mais tradicionais de espetáculos, o Pinheiro Borda, naquele ano.

 Para recordar, lembro que foi mais exatamente em Abril, mês muito especial para os colorados. O Gauchão foi decidido em dois Grenais, o primeiro no Olímpico, zero a zero, o segundo e definitivo, no dia 09 de Abril no Beira-Rio que recebeu naquela tarde mais de 57 mil almas.

 O Inter era franco favorito e ia em busca do penta-campeonato. O Imortal vinha remontando o time que subira no ano anterior da segunda divisão do campeonato brasileiro. Mantinha o competente treinador Mano Menezes e isso era um trunfo que se mostrou essencial para a retomada da hegemonia gaúcha. 

Os times entraram em campo com desfalques, o Inter sem Fabiano Eller expulso no primeiro embate e o Imortal sem o zagueiro argentino Maidana, lesionado e Alessandro, lateral que jogara no meio no primeiro confronto, onde se constitiu em grande destaque. Ele também cumpria suspensão automática. Tcheco ficou no banco, descontado.

 Poucos acreditavam que o título voltaria para o clube do Olímpico Monumental; o estado anímico indicava uma disputa forte, mas que a balança da vitória penderia para as cores vermelha e branca, senão vejamos as escalações: Clemer, Ceará. Bolívar, Ediglê em lugar de Fabiano Eller e Rubens Cardoso; Fabinho, Paulo César Tinga e Mossoró;Michel, Fernandão e Iarley. Ainda entrariam no Colorado, Rafael Sóbis, Perdigão e Rentería. O treinador, o conhecido Abel Braga. Esse time, 4 meses depois seria campeão da Libertadores. 

O Grêmio de Mano Menezes entrou com Marcelo Grohe, Patrício, Pereira, Evaldo e Escalona; Jeovânio, Lucas,Marcelo Costa e o lateral esquerdo Wellington repetindo a "pardalice" que deu certo com Alessandro na primeira partida; na frente, Ramon e Ricardinho. Praticamente um 4-5-1, pois Ramon era mais um meia do que atacante. Participaram também, Tcheco (sem condições para os 90 minutos), Nunes e Pedro Júnior. Este último, ainda sofrendo as vaias da massa, porque no jogo recente pela Copa do Brasil contra o XV de Novembro perdera penalti decisivo.

 A partida foi muito parelha no primeiro tempo, chances de abertura de placar existiram para ambos os lados, mas os 45 minutos iniciais ficaram sem gols. Começa o segundo tempo e aos 12 minutos, Fernandão acerta as redes azuis. A festa vermelha começa. 

Em número maior no seu estádio, a massa colorada sequer sonhava com a hipótese de perder o penta em casa, ainda mais, com time muito superior em nomes e naturalmente, saindo à frente no marcador.

Porém, à partir do gol sofrido, o Gremio começou a pressionar o time mandante e as chances de gol passaram a acontecer apenas na goleira da esquerda das cabines de rádio e televisão, isto é, só dava Grêmio no ataque.

 Aos 33 minutos, Marcelo Costa cobra falta no lado esquerdo e o menino Pedro Júnior ( o quarto agachado) "casqueou" no meio de vários zagueiros e matou o goleiro Clemer. 1 a 1.

 O Gigante da Beira-Rio emudeceu. Com o resultado de empate em ambos os prélios, o saldo qualificado beneficiou o nosso Tricolor que fez a festa, ou melhor, estragou a festa dos favoritos. 
Como se em Grenal houvesse um dia um favorito! Mano Menezes mostrou nos dois clássicos que poderia fazer carreira como técnico.

 Aqueles dois confrontos desmonstraram o estrategista que o Brasil e a América conheceriam melhor nos anos seguintes, quando foi vice-campeão da Libertadores em 2007 e em seguida fazendo história noutro mosqueteiro, o Corinthians Paulista e tornar-se timoneiro da Seleção Brasileira.


22 - Zequinha, o Professor - Ano 1975

José Márcio Pereira da Silva, mineiro, cabelo black power, calça boca de sino, professor de Letras, autor de "O Time do Bagaço", lançado em 1976 pela L & PM Editores, livro precursor nos relatos das histórias da bola e dos boleiros, atualmente reside na América do Norte. Conhecem? Não! Então, quem sabe Zequinha, o dos 3 gols num certo Grenal?  Ah! Melhorou.

 Zequinha é um ser iluminado, pois jogou no Botafogo com a camisa 7 que fora de Garrincha e sucedeu o tri campeão mundial, Rogério no clube da Estrela Solitária. Foi o ponteiro direito nos dois jogos de despedida de Pelé pela Seleção Brasileira, Morumbi e Maracanã, em 1971. Mais! Foi um dos raros jogadores da dupla Grenal a fazer três tentos num único clássico. Único também, era o seu estilo de conduzir a bola em velocidade; utilizava a face externa dos pés.

 Tem lugar certo na galeria de heróis da maior rivalidade esportiva do Brasil. Para os gremistas ele não é só um herói. É um super-herói.

  Bem, apresentei o Santo, agora vou contar o Milagre. Corria o mês de Julho de 1975, nos cinemas da capital filmes como Amarcord (Cine Premier), Satyricon (Marabá), Assassinato no Orient Express (Imperial e Presidente), Loucuras de Verão (ABC) e no Gigantinho, naquela semana, Quico, Gilnei, Peri, Kleiton e Kledir, isto é, Os Almôndegas, subiriam ao palco, juntamente com Sá, Rodrix e Guarabyra mais Morris Albert, o cara do hit "Feelings". Mas o que me importava era o Grenal; ainda mais pelo fato do Tricolor fechar simplesmente, 3 anos e meio sem ganhar um. Eram 17 edições na seca. Eu estava com 16 e a última vitória, eu recém fizera 12 anos.

  Na adolescência, quase 4 anos é uma eternidade. O Grêmio vinha tropeçando no campeonato gaúcho o que o obrigou a ganhar o clássico por diferença de 3 gols, no mínimo, para decidir o turno no fim-de-semana.

 O confronto seria à noite na casa do adversário, o Beira-Rio, o que aumentava a descrença numa vitória. Além disso, o nosso time era bem inferior. Sorte que naquele ano, o presidente Luis Carvalho, ex-craque dos anos 30, trouxera um técnico promissor: Ênio Andrade.

  Com poucos recursos,  os reforços vieram do interior gaúcho e paulista. Craques consagrados, o Tricolor tinha apenas 3: Picasso, o goleiro, Anchetta e Zequinha.

 Havia 3 promessas; Bolívar, Beto Fuscão e Neca. Os outros eram "pura raça". No dia 23, utilizando o uniforme idêntico ao da Celeste Olímpica (Uruguai), o Imortal entrou em campo praticamente com a equipe da foto aí de cima, ou seja, Picasso, Vilson, Anchetta, Beto e Jorge Tabajara; Cacau, Iúra e Neca; Zequinha,Tarciso e Nenê. Entraram ainda Luiz Freire e Bolívar. 

  O Inter com Manga, Cláudio, Figueroa, Hermínio e Vacaria; Falcão, Borjão e Paulo César Carpegianni, Valdomiro, Flávio e Lula. Mais o ingresso de Claudiomiro no tempo final. No comando: Rubens Minelli.

 Um primeiro tempo de muito respeito e poucas chances de gol. Os times voltam para a segunda etapa de forma mais ousada. Aos 6 minutos, Nenê arranca pela esquerda, perseguido por Figueroa, este dá um carrinho no momento em que o ponta ia chutar; azar do chileno, pois dá um verdadeiro passe para Zequinha (primeiro, agachado na foto) e este completa para o fundo das redes.

 Não demora muito e em novo erro do capitão colorado que atrasa curto para Manga, permitindo a Zequinha, com leve toque tirar o goleiro da jogada e empurrar para o fundo da meta rubra.

 Loucura total! O impossível estava acontecendo. A sensação era a mesma do mundo quando o exército nazista perdera sua primeira batalha, a de Stalingrado, mostrando que não era invencível. O Grêmio era os russos! Faltava mais um.

 O abafa continuava, mas o baque chegou aos 40 minutos, quando o jovem Falcão descontou. 2 a 1. Pouquíssimos minutos se passam e Zequinha invade a área pela direita e solta a bomba, a bola bate no peito de Vacaria e toma o caminho das redes.

 Terceiro gol dele na abençoada goleira que fica à esquerda das sociais, em frente a galera tricolor. Quase nos acréscimos, o meia Neca invade a área e coloca no canto esquerdo, a pelota caprichosa bate na trave e não entra. Final de jogo.

 Mesmo desclassificado, o Imortal faz a festa. Vê que é possível reverter o quadro. A vitória recupera a confiança, rende dois mil cruzeiros para cada atleta.

 Zequinha é eleito o craque da partida; logo abaixo dele, com grande atuação, o zagueiro Anchetta.

 Em suas entrevistas de final de jogo, o capitão gremista diz que vai pegar a esposa e sair para dançar à noite inteira.

  Já na minha casa, meu pai, meu irmão e eu, sentamos à mesa da cozinha com o rádio Phillips de 4 pilhas grandes ao centro e pela primeira vez bebemos vinho juntos. Agora era esperar pelo video tape completo pela tevê Piratini.

 Naquele Grenal, Zequinha ensinou ao mundo como se ganha um clássico. Havia dado uma aula de futebol.