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sábado, 26 de outubro de 2013

Pequenas Histórias



Pequenas Histórias (55) - Ano 1977


A Terceira Façanha de Telê Santana
 
 
Estamos vivendo os últimos meses  de vida material do inesquecível Olímpico Monumental e olhando documento que me foi repassado por um velho amigo (colorado, que assina Alvirubro) de infância sobre os jogos realizados em nosso (antigo) estádio, descobri mais uma grande façanha de Telê e seu time mágico da segunda metade de 70, a terceira em pouco mais de 2 anos à frente do Imortal.
 
 O mago mineiro marcou indelevelmente a história do Tricolor e também do futebol gaúcho. Não foi o maior treinador gremista, mas, o melhor, seguramente. Além de ter rompido a fase de títulos gaúchos do Coirmão desde a inauguração do Pinheiro Borda, também é o detentor da maior sequência de vitórias consecutivas em todos os clássicos grenais, 6 (seis), entre 77 e 78. Pois agora descobri que a maior goleada dos 59 anos do Olímpico também tem a assinatura dele: 10 a 0 sobre o Pelotas, dia 31 de Julho de 1977.
 
Num domingo de chuva, o Grêmio aplicou uma dezena de tentos no time pelotense, que era um dos melhores do Interior. Com grande atuação de Éder e Yúra, o time praticamente entrou em campo em vantagem, pois abriu o marcador com o lateral Eurico, logo aos 3 minutos em grande jogada de Tadeu e André.

 O segundo só saiu aos 36, quando o Passarinho, apelido de Yúra, serviu o ponta Éder que tinha um canhão no pé esquerdo.

 O último da etapa inicial foi aos 43; Tadeu cobrou falta em jogada ensaiada, Oberdan, André e Ancheta entraram na pequena área, o uruguaio empurrou para o fundo da goleira (foto).
 
Na etapa complementar, aos 5 minutos Yúra marcou, após tabelar com o craque do time, Tadeu Ricci; usou a perna direita para finalizar. 4 a 0.

 Aos 9, André recebendo de Tadeu, sempre ele, driblou dois zagueiros e foi derrubado; pênalti. Tarciso cobra. 5 a 0.
 
Aos 20 minutos, André sai lesionado, entra Alcindo. Aos 25, o Bugre marcou o seu primeiro, apanhando rebote do arqueiro numa bomba de Éder. 6 a 0.
 
Aos 29, Alcindo de certa forma retribuiu ao tabelar com o ponta mineiro. Éder mandou um foguete. 7 a 0.

 O oitavo saiu aos 38 minutos através de Yúra. O meia avançou pela esquerda e quase sem ângulo, chutou alto, a bola bateu no travessão, antes de entrar. 8 a 0.
 
Aos 42, Éder marcou o seu terceiro em nova assistência de Alcindo. Tadeu lançou Vitor Hugo, este passou para o centro-avante que virou o jogo para esquerda, onde entrava o camisa 11, que desta vez , deu um chute colocado.
 
Aos 44, Alcindo encerrou a goleada. Ele recebeu de Tarciso, fez um movimento parecendo que encostaria para Ancheta, no entanto,  gingou á frente de dois zagueiros, girou para a direita e colocou no ângulo superior esquerdo.
 
Oito mil torcedores testemunharam a maior goleada da história do Olímpico. O Imortal atuou com Corbo; Eurico, Ancheta, Oberdan (Vilson Cereja) e Ladinho; Vitor Hugo, Tadeu e Yúra; Tarciso, André (Alcindo) e Éder.
 
A curiosidade pelo lado do Pelotas foram as presenças de Murtosa, o famoso auxiliar técnico de Luiz Felipe e o grande centro-avante paranaense, Tião Abatiá, no ocaso da carreira. Pelo lado do Grêmio, notou-se a implicância da imprensa com a escassez de gols do camisa 9, André Catimba, ainda que tenha salientado a sua ótima atuação. Foi lembrado, inclusive, que o atacante até aquele momento, tinha um único gol no campeonato, enquanto os defensores Oberdan, 5, Ancheta e Eurico, 4 cada um. Esse "filme" é visto e revisto ao longo dos anos. Está em cartaz em 2013 com outro personagem com a mesma camisa 9. Um argentino.

 
 
 

2 comentários:

  1. Bruxo, já fiz minha manifestação a respeito daquele Grêmio do Telê. Aquele time era bom demais. Até nós colorados nos rendemos a ele.

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  2. Alvirubro!
    O que me chama a atenção nele é a forma com que Telê montou o elenco. Merece uma Pequenas Histórias, pois não havia jogador comprado a peso de ouro. E a mecânica de jogo? Isto em tempo curtíssimo.

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