Opinião

Entender o jogo contra o Coritiba 

Diante do Coritiba, o Tricolor vai ter a oportunidade de provar que Comissão Técnica e jogadores sabem interpretar o adversário que tem pela frente, pois a última rodada teve suas peculiaridades no Beira-Rio e amanhã anuncia-se a volta de alguns jogadores.

Quais são elas?

- O Coxa venceu a sexta partida em 30 jogos. Vinha de 3 derrotas consecutivas

- A partida diante do Inter contou com muitas incidências quase únicas numa partida como expulsão aos 7 minutos e dois pênaltis para o visitante

- O time paranaense ao ter a vantagem, passou a impressão de tentar controlar o jogo com a tática utilizada pelo Fluminense (um exemplo), onde trocou perigosamente, passes à frente e dentro de sua grande área. Não é para o "bico" dele

- Com a suspensão do lateral direito, as primeiras informações são que será um trio de zagueiros contra o Grêmio, Reinaldo, Talisson Gabriel e o veteraníssimo Henrique

- Além dessas observações, voltará o perigoso avante argelino Slimani

- No meio estará o volante marcador, William Farias, ausente no Domingo

Para este confronto, o Tricolor deve pensar num avante de velocidade para ser o companheiro de Suárez: Ferreira, Nathan Fernandes ou Besozzi, um ou dois deles. Também, o retorno de Geromel se impõe sem discussão, isso, numa formação simples (sem 3 zagueiros) e o meio terá que ter dois centro médios mais recuados + Cristaldo na criação.

Se a bola chegar redonda para o camisa 9 gremista, as chances de sair com mais 3 pontos aumentam.

Opinião

Fora da Ordem 

Assisti o jogo do Inter versus Coritiba com narração do Moreno e comentários do Edinaldo "Grafite" e Cabral Neto. Não era intenção ver todo, mas com a expulsão do Vitão, eu fui ficando à frente da tela e, embora, sem muitas esperanças, vi os 3 pontos de "favas contadas" irem pelo ralo Coxa Branca.

Sete gols, quatro de penalidades, desconfio que a sobre o Nico Hernandez foi forçada; tentei entrar no que passa pela cabeça do juiz: ele deve ter "racionalizado", dou o pênalti e logo termino, fica 3 a 4, reduzo a bronca vermelha e não prejudico o justo vencedor.

Vi o jogo que os comentaristas viram. Fechei com quase tudo. Não colocaram peso demasiado na conta da arbitragem as incidências malucas dos 7 gols, cartões amarelos e o vermelho e principalmente, concordaram com as penalidades máximas. 

Terminada a partida; liguei o rádio na Guaíba e tive uma senhora surpresa, o comentarista Carlos Guimarães "achou" que o juiz apitara antes do Dalbert derrubar o atacante paranaense no primeiro pênalti e não considerou falta máxima do menino João Dallacorte no segundo. Resumindo: sem os dois pênaltis, o resultado deveria ser empate.

Por mais democrata que a gente seja, hoje, diferentemente de 3 décadas anteriores, o comentarista assiste os mesmo lances, as mesmas tomadas, os mesmos ângulos, os mesmos replays que o torcedor/espectador vê, aliás, tem recurso até das linhas traçadas pelo VAR.

Guimarães me passou a impressão de estar profundamente irritado com o que aconteceu com o Coirmão, aliás, qualquer ouvinte assíduo da velha Guaíba de guerra, já pega a manha de cada comentarista, o Guima, quando nervoso, encerra as suas falas com um invariável "tá". Um cacoete denunciador, revelador.

O entusiasmo exacerbado de parcela da mídia esportiva gaúcha leva a aberrações como considerar o Inter um candidato a G4, mesmo que as distâncias sejam atualmente de 12 pontos para o topo sonhado e de 6 de proximidade do Z4. A matemática, nesse caso jogando contra é olimpicamente ignorada.

Decididamente, alguma coisa está fora de ordem no jornalismo gaúcho. Pelo menos, de uma parte.

Opinião

A Várzea deu as caras no Independência 

Neste Sábado, eu assisti a maior "pelada" do Brasileirão. Nem é pelo placar, se fosse, chamaria do mesmo o 4 a 4 com o Corinthians. Não, não é. É pela forma como os dois clubes se portaram taticamente, em especial, a falta de entrosamento dos setores. Se isso é aceitável no lanterna, no Grêmio, não dá. É muito desarranjo tático. Vamos a ele:

- Não é a primeira vez que o Grêmio sofre gols antes dos 5 minutos do primeiro tempo

- O primeiro, o de Rodriguinho, Reinaldo não apenas cerca, como recua, deixando o lateral aumentar o seu ângulo e encurtar a distância do chute. Outro jogador que não identifiquei, vira de costas 

- O segundo é uma falha de posicionamento e falta de energia, Uvini fica no meio do caminho e Pepê apenas "torce" para que o centro avante erre. Grando ficou no meio do caminho. Na origem, houve vitória pessoal na cruzada, lance recorrente na partida

- O terceiro é a "cereja do bolo" da mixórdia do time. As imagens do Independência permitem ter maior amplitude dos lances e aí, é para manual de como não se deve defender

Associa-se a isso, a péssima jornada de Pepê e o baixo rendimento de Villasanti (espero que a discussão sobre a renovação, não seja o motivo). Cristaldo, sumidaço no primeiro tempo, Besozzi não está pronto para ser titular e Éverton Galdino, apesar do gol, é atleta de segunda divisão. No máximo, para atuar naqueles clubes que sobem num ano e retornam para B, no seguinte.

Aí, alguém vai questionar: Explicou a ruindade da atuação, agora, me explica o quarto lugar? Essa é fácil de responder: Luizito Suárez. ele simplesmente esteve presente nos 4 tentos gremistas, além de exigir boas defesas do goleiro americano. Sem ele, o Grêmio seria goleado pelo pior time do campeonato.

No jogo anterior (Flamengo), eu escrevi que as razões da vitória estavam em ambos os lados, neste, elas estão quase que exclusivamente no Grêmio, a sua pobreza tática e na excelência do futebol do camisa 9 Tricolor.

Engana-se quem quiser.

Pequenas Histórias

Pequenas Histórias (297) - Ano - 1970

A Primeira Zebra da Loteria Esportiva 

Fonte: Arquivo Alvirubro

1970 deixou dois legados para os brasileiros: o tri campeonato mundial com a melhor seleção de sua história e a Loteria Esportiva, que por anos foi a principal aposta da sorte para o povo em geral.

O primeiro experimento ou teste (nome que ficou consagrado) ocorreu em 19 de Abril e apenas os cariocas, assim eram chamados os que nasceram no extinto estado da Guanabara, tiveram o privilégio de arriscar uma "fézinha" no novo jogo que continha 13 partidas de futebol. E o Grêmio, diante do Esportivo lá na Montanha, Bento Gonçalves, teve o seu nome no "clube 2", o dos visitantes no número 9. Para os apostadores, o Tricolor era franco favorito.

Na mesma data, no Mineirão, a Seleção Brasileira se preparava para a Copa e encarou um combinado Cruzeiro/Atlético Mineiro, tendo alguns atletas muito vaiados, mesmo assim, aplicou um 3 a 1 sem sustos.

 Na preliminar, o Grêmio duelou com o América Mineiro. Meteu 2 a 1, gols de Loivo e Wolmir, ambos pontas esquerdas, porém, o segundo atuou como centro avante; tornou-se a melhor figura em campo.

Como o campeonato gaúcho já estava em andamento, sem alternativa pela coincidência de datas, o Grêmio subiu a Serra, levando um elenco completamente de reservas. Utilizou: Rubens; Ivo Wortmann, Fiorese, Áureo e Clóvis; Clairton, Júlio Amaral e Adilson; na frente, três centro avantes, Romualdo, Bebeto e Paraguaio.

O Esportivo mantinha uma formação de muito tempo, treinado pelo mítico Abílio dos Reis: Clenio; Adair, José, Ademir e Marcos; Paulo Araújo, Rui e Neca; Gonha, Lairton e Ronaldo (Décio).

O Alvi azul da terra dos vinhedos amassou o Grêmio na primeira etapa, acertando duas bolas na trave, mas o placar se manteve fechado.

No segundo tempo, Abílio lançou mão do ponta esquerda Décio, que variou com Gonha nas posições, confundido o setor defensivo gremista. Numa dessas, Gonha pela esquerda encontrou Décio do outro lado, que aproveitou o cruzamento e de cabeça marcou o único tento do confronto.

Como a maioria da população desconhecia o fato do Tricolor encarar o Esportivo com os reservas, o Teste 1 da Loteca, não teve vencedor, muito principalmente porque no jogo 9, deu coluna 1. Uma zebra aos olhos do Brasil.

Décio, três depois, tornou-se protagonista da primeira vitória de um clube do interior sobre o Inter no Beira-Rio, 2 a 1, ele marcou os dois. No encontro, houve a estreia do jovem Paulo Roberto Falcão.

Lembro de ter ouvido a partida, o saudoso Milton Ferreti Jung narrou pela Guaíba e apelidou o protagonista como Décio, o Escoteiro, por jogar isolado na frente.

Ironicamente, a vitória gremista com os titulares sobre o América Mineiro, se constitui até a presente data como a única em Minas Gerais sobre o Coelho. Lá se vai mais de meio século.

Amanhã, o Grêmio tem um tabu para quebrar.

Fontes: Arquivo Pessoal do amigo Alvirubro

              https://www.gremiopedia.com

Opinião

Grêmio vira o jogo num grande segundo tempo 

O Tricolor conquistou uma vitória importantíssima, depois de 1 ponto nos 12 recentes disputados. A surpresa da conquista é porque ela ocorreu em cima de um time forte e bem treinado, que já ensaiava uma arrancada rumo ao topo da tabela.

O Grêmio teve muitos méritos, porém, hoje quem "deu mole" foi o clube carioca, que pensou na etapa final, que "a coruja estava pelada", bastava o relógio correr, a verdade é que no futebol atual, mesmo Flamengo e Palmeiras, se não colocarem transpiração, não vão ganhar, às vezes, a individualidade decide como ocorreu diante do Vasco da Gama, mas ninguém ganha "por decreto".

Feita essa observação, vamos aos méritos gremista, primeiro, a decisiva atuação de Villasanti, Pepê e Reinaldo. Esse trio realizou uma partida perfeita. Com ele, Geromel (muito bem) e uma defesa magnífica de Grando, quando estava 0 a 1; aliás, uma ressalva, o goleiro me pareceu saltar atrasado no último gol no cochilo da zaga. Mais um.

Renato mexeu bem, porque os que entraram, Ferreira, André, Nathan e Cristaldo, construíram a virada.

Um ponto negativo: Galdino segue muito mal, dá a impressão de ser um "Alisson" de pé esquerdo e Besozzi, que deveria vir para o grupo de transição (se ele ainda existe), porque, assim como aconteceu com Campaz, o argentino não fez a formação completa nos fundamentos. Não dá para apostar nestes nomes para a parceria com Suárez.

Finalizando: as causas da vitória estão em ambos os lados. Comissão Técnica, mídia e torcida precisam ter essa compreensão e aproveitar a ruptura dos maus resultados.

Opinião

Quando o Favorito é o Visitante na Arena 

A Dupla Grenal tem a seu favor, na maioria das vezes, o fato de atuar em seus estádios. São caldeirões para os adversários, até mesmo para ela, quando enfrenta o tradicional rival no reduto do outro, por isso, hoje, o torcedor gremista viverá uma noite muito especial, a de ver seu clube como azarão no embate contra o Flamengo.

Não tem como pensar o contrário: São 5 anos sem vencer o clube Rubro-negro na Arena, Gabriel Barbosa sempre "se lava" fazendo gols, Renato, em especial, adota uma postura estranha, mais de contemplação à beira do campo contra este rival e isso é péssimo para os jogadores.

Para complicar, o Tricolor ganhou 1 ponto nos 12 disputados mais recentemente, até quando triunfa, não convence e para completar, além de várias mudanças na escalação, agora, há a ausência do seu principal jogador; o goleador do time e único atacante inquestionável. Pior! Não existem no elenco, avantes que possam assumir qualquer lugar no ataque, sem que haja uma pontinha de dúvida, quanto à sua efetivação. Sempre parece que o melhor fica de fora.

O Grêmio não está proibido de vencer: uma partida fora da curva, uma expulsão que desestruture o Mengão, uma mão acidental que cause um pênalti providencial em final de jogo, enfim, para quem já viveu a Batalha dos Aflitos, sabe que o improvável, às vezes, acontece.

Verdade é que o Grêmio virou zebra em seus domínios, esta noite. Um momento raro.

Opinião

 

Ultima ratio regis

 

E o Grêmio chega à próxima rodada, encarando o renascido Flamengo. Vai cheio de problemas, de incertezas e muitas, muitas contradições. A maior delas, a definição de um “Onze” regular.

Já com as minhas ideias mais acomodadas, lendo a entrevista no Domingo, Renato me pareceu acuado. Tratou de “falta de tempo para treinar”, um disparate ou distração (de repente, a frase dele saiu sem pensar), que não pode ser levada a sério.

Sobre reforços, o Tricolor recebeu uma penca, se estão jogando pouco todos eles, o problema está acima do elenco, com certeza. Alguns vieram precedidos de bons campeonatos, no entanto, uns, apostas ruins, outros, frutos de desinformação (janela de Julho/Agosto) e Luan, bom, esse era pedra cantada. Considera-se apenas um ato beneficente, um gesto de amor.

 Direção e treinador erraram. Onde? Em contratações equivocadas e na falta de capacidade do comandante técnico de extrair o melhor daqueles que tem potencial.

O título da crônica, tanto serve para a Direção, aí, no sentido de dar derradeira chance ao treinador, antes da degola e preservar a instituição; como para o técnico, aí muda o significado, ou seja, se o que foi utilizado até agora, não surtiu efeito, introduzam-se os canhões: fazer o jogo da vida contra o Flamengo, cujo triunfo pode ser a ponte para uma calmaria, se a conclusão for que Coritiba e América Mineiro sejam adversários mais frágeis. Três vitórias mudam o quadro. Precisa de mais transpiração do time, treinamento e comprometimento do treinador. Comprometimento tático, coletivo.

Sobre o Rubro-negro, devo dizer que assisti na íntegra o "Clássico dos Milhões” e o que vi, dá para ter esperança. Foi uma vitória justa, decidida pela individualidade, pois, o clube da Cruz de Malta é menos time, porém, está muito bem arrumado, fez um belo enfrentamento e só não venceu, porque Zé Gabriel (ex-Inter) perdeu um gol incrível de dentro da pequena área, sem goleiro, isso, minutos antes do tento único marcado por Gérson.

Ramon Diaz ajeitou o Vasco.

Tenho esperanças que o Tricolor contrariando a lógica e a realidade, faça uma partida sem erros e consiga uma daquelas vitórias impensáveis, que não são novidades na biografia do clube.

É difícil, mas não impossível.

 

Opinião

Grêmio afundando cada vez mais 

Rápidas palavras, pois tenho um compromisso com a família, por isso, talvez não possa liberar os comentários ainda nesta noite. Desconfio que sejam muitos.

Se o salário está em dia, então, a conta toda vai para o treinador. O que se desenhou no Grenal, aconteceu no Morumbi, a diferença foram os gols ocasionais do Grêmio, que mascararam uma goleada. 

Agora no rádio, o Guimarães (da Guaíba) relata que foram 20 arremates são-paulinos, Grando apesar da falta de reação no primeiro gol, fez umas três defesas incríveis, resumindo: 3 a 0 foi pouco.

Fazendo esta ressalva de possíveis problemas financeiros (que, na verdade, não justificam o desempenho vexaminoso), a responsabilidade é integral do técnico. Não tem que passar pano. 

A troca é urgente, para, pelo menos garantir a permanência na Série A. E pensar que Renato esperava "buscar" o Botafogo.

Amanhã, a gente analisa com vagar e menos stress, mais este fiasco.

Pequenas Histórias

Pequenas Histórias (296) - Ano - 1978 

1978 - O Brasileirão Incompreensível

Fonte: Arquivo Alvirubro

Gosto do campeonato de turno e returno, pontos corridos. Acho que é o mais justo, não lembro de algum que se diga, venceu, mas não fez a melhor campanha. E tenho motivos para acreditar nisso.

Em 1974, o Grêmio fez melhor campanha que os finalistas (Cruzeiro e Vasco da Gama). Conquistou 38 pontos em 24 jogos, campeão e vice chegaram a 40, realizando ambos, quatro partidas a mais. 

Em 1977, o Atlético Mineiro perdeu de forma invicta, o campeonato. Mais pontos, maior número de vitórias, o artilheiro do campeonato (aliás, a ausência de Reinaldo na decisão, mostrou-se decisiva para a perda), seu goleiro pegou 2 tiros livres na decisão, após a prorrogação, só que Cerezzo, Joãozinho Paulista e Márcio, todo eles, isolaram a bola por cima do travessão. E diz a lenda que Valdir Perez foi o grande herói nas cobranças. Deve ter tirado com os olhos.

Outro campeonato de difícil entendimento, a não ser pela justificativa do formulismo foi o de 1978, quando Grêmio perdeu apenas 2 partidas em fases menos importantes para Londrina e Ceará, ambas fora do Olímpico, bateu o Inter, Botafogo e São Paulo, todos em seus redutos, mas na fase decisiva, encarou o Vasco da Gama em confrontos de ida e volta, quando empatou ambos por 1 a 1 e ficou de fora das semifinais que tiveram Guarani (que foi primeiro do seu grupo) + os segundos (Inter, Palmeiras e Vasco da Gama). Santa Cruz, Bahia e Grêmio, não fizeram valer o primeiro lugar nos mata-matas.

Aqueles empates, quando passou o clube carioca, para mim, deu por encerrado o ciclo marcante de Telê Santana no Imortal, mesmo que tenha disputado o Gauchão (e perdido) no final do ano.

Desse campeonato, relembro aqui, um triunfo magnífico em 02 de Julho, diante do campeão brasileiro em pleno Morumbi.

Disputa de dois treinadores gigantes, Rubens Minelli e Telê Santana numa tarde em que retornavam ao time do Morumbi, Valdir Perez, Chicão e Zé Sérgio, o trio são-paulino que disputou a Copa da Argentina finalizada uma semana antes. O comandante técnico paulista havia assistido a Copa do Mundo, onde virou celebridade, dando diversas entrevistas sobre táticas modernas, pois Minelli havia ganho três Brasileiros consecutivos (75, 76 e 77). Já o Tricolor do Sul estava sem o lateral Eurico e o ponta esquerda Éder.

O São Paulo, franco favorito e confiante, jogou-se ao ataque, mas encontrou em Vitor Hugo, Ancheta e Vicente, um trio em estado de graça e aos 16 minutos, Tadeu, o camisa 8, lançou espetacularmente o centro avante André, que na saída do arqueiro, não vacilou. 1 a 0.

O Grêmio passou a ter o controle das ações e o adversário apenas assustou aos 19 minutos do segundo tempo, quando Milton da Cruz exigiu um milagre de Walter Corbo, que garantiu o placar. O Imortal ainda teve duas oportunidades de ampliar, novamente com André Catimba, aos 35 minutos, mais um lançamento de Tadeu Ricci, que o goleiro defendeu e aos 42, momento em que o camisa 9 gremista bateu sobre o arco são-paulino.

Ficou assim; mais uma vitória importante fora de casa e o sonho do primeiro título nacional se manteve vivo até aqueles dois empates contra o Vasco.

Volta e meia, me deparo, analisando os jogos daquela versão do campeonato de 78, tentando entender, onde foi que ele escapou. Deve haver uma razão.

Numa coincidência feliz, três anos passados (81), o centro avante era mais jovem, o placar, o mesmo 1 a 0, na casamata gremista, outro gênio, o estádio, o Morumbi. Houve o acréscimo de uma volta olímpica e festa, muita festa.

O Morumbi me traz boas lembranças.

Fonte: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro

             Arquivo Histórico de Santa Maria

            https://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%AAmio_Foot-Ball_Porto_Alegrense

Opinião

Nathan Fernandes no ataque

Para o próximo compromisso do Brasileirão, Renato poderia ser mais ousado e escalar o jovem artilheiro do Sub-20, Nathan Fernandes ao lado de Suárez (com ou sem Besozzi).

As experiências recentes com Gustavo Martins, Milla, Ronald e até mesmo, Josué, penso que foram positivas, ainda que nenhum esteja "sedimentado" no time titular. O mesmo vale para a lateral esquerda, pois a possibilidade de Fábio jogar por ali, é a mais insegura, porque, se não vai bem na sua posição original, nada recomenda a sua efetivação no lado esquerdo. Se não tem reposição pronta na base, mete uma linha de três zagueiros e ajusta o meio.

Fora de casa, vindo de resultados insatisfatórios, qualquer experiência é valida e pelo que se comenta, o guri é bom, por isso, Nathan Fernandes merece uma chance.

Opinião

Grêmio decepciona mais uma vez 

Racionalmente, o técnico Renato deveria sair agora, mas a Direção vai esperar até o próximo final de semana. Não dá mais. E aqui, a expressão é no sentido de que o treinador não consegue reverter o processo de decadência do time. É isso.

Em postagem anterior, eu elogiei pela coerência da escalação que a imprensa esboçava, isto é, com três zagueiros, Nathan e Pepê e lá na frente, Galdino. Então, quando ele resolve desarquivar Fábio e colocar pela primeira vez juntos Yturbe e Besozzi, não se pode aprovar, mesmo que o adversário se apresentou bem inferior ao que eu esperava, ainda assim, após sofrer um gol acidental, que não refletia o que se via em campo; O Furacão viu a normalidade tomar conta da partida.

Renato que tem fama de bom gestor de grupo, parece que perdeu de vez a confiança do elenco. Declarações criticando o time ou até mesmo, individualizando na responsabilidade dos erros (vide Ferreira em Bragança Paulista), as folgas concedidas que mais sugerem ser para que ele dê suas esticadas ao Rio, as preferências de determinados atletas sem uma razão que venha de dentro do campo (Fábio) e, por fim, a fala do presidente no final do clássico, tudo isso, indica um caminho sem volta. O Grêmio está descendo a ladeira.

Outro fator que merece um parágrafo específico é a repetição de erros como por exemplo, a marcação frouxa, a transição lenta e a preservação de alguns jogadores no meio de campo que nitidamente, não conseguem se desvencilhar do marasmo de suas performances, o número excessivo de gols levados e a falta de solução da parceria para Suárez, também ajudam a endossar a ideia que o repertório ou "fôlego" do comandante técnico acabou. 

Uma nova derrota em São Paulo pode dar fim a boa relação que Renato tem com uma parcela da torcida que o apoia incondicionalmente. Verão que primeiro vem o clube, depois os ídolos.

Guerra terá a difícil missão de encontrar um interino que garanta uma vaga na LA do ano que vem e, claro, planejar 2024 com uma comissão técnica nova.

É isso. Finalizo, com a certeza de ter visto uma das partidas mais constrangedoras do time na Arena, neste Brasileirão. Quanto mais tem tempo para treinar, mais ele desaprende.

Opinião

A Escalação Sensata 

Com limitações no elenco nestes últimos dias, Renato teve que quebrar a cabeça para dar uma forma equilibrada aos onze que deverão começar o embate diante do Athlético Paranaense. 

Antes da bola rolar, me parece que o que se tem noticiado é a forma correta de proteger melhor, dar uma transição técnica e um ataque mais vertical com os ingressos de Bruno Alves na zaga,  Nathan na transição do meio, um pouco mais de liberdade para Cristaldo e na frente, não há consenso, nem nome que entusiasme; então, Galdino, em tese, não fará menos do que os antigos titulares.

Com Geromel e Kannemann, o reforço de Bruno Alves vai dar mais consistência ao setor, além de evitar o enfrentamento direto do velho capitão com os avantes paranaenses. Nathan, protegido atrás pelo trio de zagueiros, poderá sair com mais tranquilidade, quando o time estiver com a posse de bola. Uma de suas qualidades é o passe certeiro.

Por fim, Éverton Galdino, sem entusiasmar, deixa a sensação para a torcida de ser um atacante que gosta do chute à média distância. É um ponto interessante de sua breve biografia no Tricolor.

Então, Renato acerta ao buscar neste trio, a solução provocada pela escassez do grupo. O campo deverá confirmar suas escolhas.

Opinião

A Grande Ausência 

O Grêmio de Alberto Guerra cometeu o maior acerto dos últimos anos no que se refere ao craque, ao jogador diferenciado. Suárez foi a maior contratação de um clube na América do Sul. Feito quase irrepetível, supõe-se.

Agora, o que faltou, com certeza (já dá para falar no passado, no ocorrido, pois estamos cerca de 15 dias do penúltimo mês do ano), foi um parceiro para o camisa 9. Alguém poderá dizer, o ataque é o líder na arte de fazer gols. Sim, verdadeiro, porém, os números precisam de complemento em suas explicações. Eles são consequência de imensa contribuição de Luizito; podem, também argumentar que o meio não funcionou. 

Concordo, mas há outro porém, os nomes trazidos para se somarem a Villasanti são de qualidade, desconfio que Carballo, Pepê e Cristaldo, necessitam de uma "mecânica de jogo". Resumindo, o furo é "mais em cima".

Pensar que Gustavinho, André, Galdino, Ferreira, Iturbe, Besozzi, Luan e João Pedro Galvão poderiam ser companheiros para Suárez, resultou no maior equívoco desta Direção.

Uma lástima não ver Suárez com uma parceria de qualidade. Onde o Tricolor poderia chegar?

Pequenas Histórias

Pequenas Histórias (295) - Ano - 2007

Levanta, Sacode a Poeira e ... 

Fonte: Jornal O Sul

Paulo Vanzolini compõe com Adoniran Barbosa, os nomes mais elevados do samba criado em São Paulo. Ambos descendiam de italianos. O primeiro, formado em Zoologia e Medicina, tinha doutorado realizado em Harvard/EUA; o segundo, na certidão tinha o nome de João Rubinato. Vanzolini escreveu Ronda e Volta por Cima, entre tantos clássicos; este último tem versos eternos que em um dado momento da vida, todo mundo entoou: "Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima". É a "oração" pela busca da recuperação, pela busca da superação, diante de um infortúnio.

O Coirmão teve no Domingo passado, a oportunidade de sacudir a poeira, após a frustrante desclassificação na semifinal da Libertadores. Veio em seguida, o Grenal e o Inter amassou o Tricolor. Um 3 a 2 barato para o visitante.

Pois em 2007, mais exatamente em 24 de Junho, num Domingo, o Imortal viveu seu momento de sacudir a poeira e dar a volta por cima. Quatro dias antes, ele viu consolidada a perda em casa, de sua sonhada terceira conquista da Libertadores. Sofreu um indigesto 0 a 2 para o Boca Juniors, que deu a volta olímpica no ... Olímpico e sacramentou, o que já se desenhara na Bombonera.

A rodada do Brasileirão apontou para a sequência de jogos do Tricolor, justamente o clássico diante do maior rival no Beira-Rio, simplesmente o atual Campeão do Mundo. Não poderia ter vindo em pior hora, assim foi o sentimento dos gremistas. O time tinha quatro desfalques certos: o zagueiro Teco, o promissor Lucas (Leiva), o capitão Tcheco e os atacantes Tuta e Carlos Eduardo. Empatar seria um bom negócio, vencer, uma odisseia.

Lembro que fui assistir bem descrente e estranhei aquele goleiro diferente entrando em campo, Era um detalhe, Sebastian Saja, goleiro canhoto argentino, raspara a cabeça em um momento pessoal, sua filha nascera entre os dois jogos e ele passou a máquina na cabelereira negra.

Junto com Saja, Mano mandou a campo a defesa composta por Patrício, Schiavi, William e Bruno Telles; no meio, Gavilán, Sandro Goiano, Diego Souza e o lateral Lúcio, na frente, Ramon e Amoroso. Ainda utilizou o volante Edmílson e o ex júnior Éverton (Costa).

Alexandre Gallo escalou o Inter com: Clemer; Ceará, Índio, Sidnei e Marcão; Wellington Monteiro, Edinho, Alex e Pinga; Iarley e Adriano. Fez entrar Christian, Rubens Cardoso e Márcio Mossoró.

O Grêmio que priorizava a disputa da Libertadores, acumulava três derrotas consecutivas na competição nacional; já rondava a zona do rebaixamento. Um quarto insucesso, em especial, para o tradicional adversário, seria um bilhete para a Segunda Divisão, novamente. A vitória, embora um alvo distante, era essencial naquele instante do certame.

E a partida começou com o Inter atacando e o goleiro gremista aparecendo em chute de Ceará, mas em seguida, a engenharia de Mano Menezes deu certo e o improvisado Lúcio, entrou driblando a zaga vermelha, entortou Índio e bateu com a perna direita no canto esquerdo de Clemer. Um 1 a 0 impensável, antes da bola rolar.

Aos 13 minutos, outra baixa, o veterano Amoroso não resistiu e teve que ser substituído. A troca se revelou um achado, porque o time precisava de mais velocidade e energia. Éverton não decepcionou.

Aos 33, Schiavi salvou chute perigoso de Yarley e o primeiro tempo não teve mais lances de perigo. Final, 1 a 0.

Gallo retirou um zagueiro, recuou Edinho e meteu na frente, Christian, respeitável camisa 9, que iniciou a carreira no Gigante e recentemente, com seus gols e assistências, havia evitado o rebaixamento Tricolor em 2003.

Aos 7 minutos, numa ação conjunta, os estrangeiros Gavilán e Saja evitaram o gol de empate em nova arremetida de Yarley. Persistiu o escore mínimo e a pressão colorada.

As duas mil almas gremistas no universo de 33 que assistiram o jogo, começaram a acreditar que dava para sair com a vitória do estádio Pinheiro Borda. O esquadrão azul resistia bem e dava estocadas perigosas. Numa delas, o jovem Diego Souza (22 anos), recebeu lançamento do ágil Éverton e da entrada da área, ele fuzilou o arco do gol do Gigantinho. 2 a 0. O cronômetro marcava 20 minutos.

Para ajudar, Rubens Cardoso, ex-gremista, que entrou no lugar de Marcão, sofreu estiramento muscular e deixou o Inter  com 10 em campo, pois já "queimara a regra 3", a das substituições.

Começou ali no clássico, uma recuperação espetacular do Tricolor, que ficou em sexto. Infelizmente, naquele ano, apenas os quatro primeiros colocados iam direto para o torneio continental e o quinto, para a fase anterior, a seletiva.

De qualquer forma, este Grenal ficou na memória de todos os gremistas, pois ele serviu para exorcizar a dura derrota diante dos Xeneizes e neutralizou a flauta inevitável destes percalços.

O atual diretor de arbitragem, Wilson Luiz Seneme foi o juiz daquele Grenal.

Fontes: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro

              uol.com.br

Seguem os melhores lances:

Opinião

Por Favor, um Fato Novo! 

Corria o ano de 2013, eu ainda à frente de uma classe de alunos via o mundo noticiar a iminente "terceira guerra mundial" a partir do desentendimento entre Coréia do Norte e parte do lado capitalista do planeta. Era só o que se falava até vir o atentado na Maratona de Boston, Massachusetts. Como se fosse mágica, o perigo coreano que batia à porta do mundo, sumiu do noticiário e o ocorrido nos EUA virou o seu interesse quase único.

Exemplo atual ocorre com Ucrânia versus Rússia, evento esquecido, após o atentado do Hamas na Faixa de Gaza. Quem fala em Putin ou Zelensky, agora?

Trazendo para o interesse gremista: Só se comenta a esperada entrevista de Renato. Olhem como os fatos conspiraram para se ter uma semana chata, repetitiva, diria, cansativa. Em tópicos:

- O Grêmio como um todo, subestimou o clássico, assim, com o conhecimento da Direção, Renato acertou a viagem para logo depois do Grenal. Nem em sonhos imaginava perder

- O Tricolor não esperava derrota tomando um rodião. Sentimento dual; dor e alívio pelo "menos mal" de um escore mínimo

- O clássico foi sucedido por uma semana sem jogos na sua metade, portanto, houve um "alongamento" do tempo para especulações

- Com a Data Fifa, o período gremista foi escasso de fatos novos e fértil para o "disse me disse" tão desejado pela parte podre da mídia

- Renato, no Sul, é uma celebridade. Fosse um técnico sem o seu histórico no clube, a ida ao Rio não teria impacto no meio jornalístico, nem na torcida

- Por fim, é interessante para uma parcela da mídia "trabalhar" esse acontecimento e deixar de lado a parca produtividade do time. O medíocre desempenho fora da Arena

Resumindo; o Grêmio e sua torcida precisam de um fato novo para que o ocorrido no episódio Renato e a sua não entrevista, ganhe a devida dimensão na vida do clube.

Só isso.

Opinião

 

        O Comandante Técnico e o Patrono

Primeiro ponto a ser observado: a viagem de Renato é o menor dos males. Mesma atitude com uma vitória, não haveria a dimensão que tomou. Além disso, se a Direção sabia antecipadamente, que ele iria após o jogo, Renato cumpriu o acordado. Tomar outra decisão, depois da partida é algo que não dá para por na conta do treinador, mesmo com a atuação abaixo do esperado.

O que deve ser o cerne da discussão é o rendimento do time. Alguém poderá dizer: Está no G4 há tempos. Sim, verdade, mas a causa principal, diria, essencial, é Luizito Suárez. Ele é o responsável pela campanha em seu aspecto positivo. É uma injustiça não lhe dar o mérito pela classificação. É injustiça ou incapacidade de ver a realidade. 

Quem lê há tempos este blog, sabe que existem várias crônicas elogiando e defendendo Renato ao longo dos anos. Também é real que há textos criticando algumas de suas decisões e noutros, até pedindo a sua saída. Não se trata de incoerência, mas posicionamentos diante de contextos distintos, que exigem tomadas de decisão e interpretações diferentes, o chamado Novos Rumos. Nem Guardiola ou Abel Ferreira estão imunes às oscilações à frente de seus elencos.

No caso de Renato, quem o critica, não precisa fazer muita força nestas últimas temporadas, ele próprio fornece munição: quando do enfrentamento com Jorge Jesus, ele disse que era mais cômodo comandar um grupo de 200 milhões de reais. O destino o colocou na casamata rubro-negra e o desfecho foi melancólico. Perdeu tudo que disputou e saiu com a fama de “matão” nos treinos. Também, ele afirmou que o calendário era adversário para os clubes. O que acontece? Ele teve semanas cheias para afinar o time e este só “deu para trás”.

Os jogadores são muito criticados por nós, torcedores e pela imprensa, porém, o momento exige uma reflexão: Será que Fernando Miguel/João Ricardo são melhores do que Gabriel Grando? Titi ou Kannemann, qual o melhor? Bruno Pacheco ou Reinaldo? Villasanti ou Zé Wellison? Lucas Crispim ou Cristaldo? Suárez ou Lucero? Guilherme (sim, aquele mesmo!) ou Ferreira ou JP Galvão? Pois esse grupo está dois pontos atrás do Grêmio na tabela, desprezando o agravante de disputar duas competições simultâneas, pois decide a Sul-americana com a LDU.

Soma-se, igualmente, a postura de Renato, que não é a de um técnico, mas de uma “entidade” acima de questionamentos. Não é isso que o clube necessita no momento. Simples. Precisa de um treinador de futebol. Uma peça na engrenagem chamada equipe.

Outro Assunto

Sou de um tempo em que o Patrono do Grêmio era a representação humana da instituição. Fernando Kroeff sabia representar o clube. Hélio Dourado, idem. Aliás, ele que foi um dirigente dinâmico e “nervoso”, quando se tornou Patrono assumiu nova condição, se transformando num “poço” de lucidez e equilíbrio.

Agora o Tricolor tem um novo patrono. Ele presta serviços a uma rede poderosa de comunicações. Nessa condição, certamente, vai dar uma atenção diferenciada entre as empresas de cobertura esportiva no Rio Grande, além de emitir opiniões incompletas, disso, deriva a desinformação, como foi o caso no desempenho do arqueiro Rochet, que atuou com uma fissura na costela, entretanto, insistiu em não “deixar na mão” num jogo crucial, o resto do time. Jogou no sacrifício e pagou pela sua coragem e ousadia.

A figura "midiática" de Rochet (como escreveu em sua coluna), não deveria ser assunto de quem ocupa essa posição, a de Patrono do Grêmio. Penso que essa honraria não se descola de quem a recebeu, não existe "é opinião de jornalista, não a do Patrono".

Como sou das antigas, devo me acostumar (ou não) com esse novo jeito de ser Patrono, no entanto, sinto saudades da postura elegante e etérea (aqui, no sentido de sublime) dos ocupantes anteriores. Paciência! Vai ver que estou virando um Dinossauro.

Opinião

Grenal escancara as deficiências do Tricolor 

É claro que não dá para comemorar derrota, ainda mais em clássico, mas pelo que se viu dentro do gramado, o Grêmio escapou de devolver a glória dos 5 a 0 conquistada na Arena ao adversário. Qual gremista não temeu levar uma goleada histórica nesta tarde?

Quando trato de "escancarar as deficiências", me refiro inicialmente, a total ineficiência de se ter uma semana inteira para treinamentos, a repetição de um meio de campo lento, sem criatividade. Exagero? Basta olhar o que jogou Alan Patrick e a gente vê que o grupo Tricolor não tem nenhum atleta com as características do camisa 10 Colorado. 

A escolha de Ferreira para sair jogando, só se justifica pelo imaginário dos gremistas (todos nós ou pelo menos, a maioria) que o nosso "Camisa 10" vai ser protagonista. Uma atuação normal pelo histórico, uma nulidade.

O elenco é "curto", aí, dá para minimizar a Direção que cometeu grandes acertos  neste 2023, mas, um, "unzinho" sequer das contratações recentes, poderia resultar em sucesso: Gustavinho, André, Galdino, Nathan, Iturbe, Besozzi, João Pedro Galvão, não deram o retorno mínimo esperado. Até sugeri o nome de Nathan. Será que todos são insuficientes? Somam-se outros nomes como Pepê, Cristaldo e Carballo, que estão aquém de suas biografias e eu chego a pergunta que é quase uma conclusão: Muitos jogadores jogando pouco ou nada ao mesmo tempo é fruto de erro da Direção ou o problema está no comando técnico?

Já citei o nome do Vojvoda que faz um  trabalho consistente em várias temporadas num clube de projeção apenas regional. Está rompendo barreiras. Alguém poderá questionar: O que ele fará numa instituição do tamanho do Grêmio? Minha resposta é bem simples: Se não tentar, não se saberá. Vojvoda não é uma aventura como foi com Tiago Nunes, o que eu tenho convicção é que Renato não dá a entrega necessária ao tamanho do Grêmio. Se não for Vojvoda, que seja alguém com potencial para fazer um trabalho diferenciado.

Neste momento em que escrevo, pela rádio vem a informação que o técnico pega de surpresa o presidente Guerra, quando informa que tem um compromisso no Rio de Janeiro e os jogadores serão liberados até Quinta-feira. Sequer vai dar a entrevista de fim de jogo.

Encerrando: não dá para dizer que eu estou feliz por perder por um escore apertado, diante do que se viu dentro de campo. O termo mais adequado é que estou aliviado, ante a iminência de sofrer uma derrota histórica. Mas não me serve.

Opinião

 

Romero

Externei aqui a minha irritação pela contratação de Rochet pelo Inter, depois do Grêmio ter a oportunidade de buscá-lo no Nacional do Uruguai.

Não se trata apenas de um goleiro excelente, mas uma daquelas figuras que mudam a fotografia do time, algo como De León, Adilson Batista, Fernandão, D’Alessandro. Vem no combo a liderança positiva.

No caso desta posição, a de goleiro, julgo, salvo raríssimas exceções, que um grupo forte começa por um arqueiro diferenciado. Alguém poderá dizer: É! Mesmo com Rochet, o Colorado perdeu, de novo. Verdade; porém, se só um goleiro diferenciado bastasse, então, o ideal era “meter” um time de juniores. O resto seria com o arqueiro. 

Não é assim, lógico, mas há exemplos inequívocos que um grande “goal-keeper” conduz uma boa campanha, isso, quando não é decisivo nos títulos: Manga na final em 1975, Leão em 1981 e o vice essencial de 82, que habilitou o clube para a LA de 83. Aliás, neste mesmo ano, tenho convicção,  se fossem Leão no gol e Careca como centro avante, a Copa do Mundo da Espanha seria da Seleção de Telê Santana. O primeiro foi preterido, o segundo, uma lesão inviabilizou sua participação.

Ontem, Romero, veterano goleiro argentino de muitas Copas do Mundo nas costas, foi responsável direto pela classificação do Boca Juniors para a final da Libertadores. Para reforçar isso, vale lembrar que nos mata-matas (oitavas, quartas e semi) o clube portenho não ganhou nenhum confronto, todos eles passou nos tiros livres, isto é, pela atuação de seu goleiro.

Romero tem 36 anos, exerce uma liderança semelhante à de Rochet, inclusive, biografia superior a do uruguaio, atua num país que está com problemas econômicos, portanto é viável a sua contratação. O Grêmio não soluciona a questão do arco, se não quiser.

Está caindo de maduro.

Opinião

 

Tragédia na Vizinhança Vermelha

Ontem à noite, a derrota fragorosa do Coirmão me trouxe à lembrança dois eventos com desfechos anímicos díspares, embora semelhantes; o primeiro, ano de 1989, Libertadores, quando o Inter, depois de vencer o Olímpia no Paraguai, perdeu o jogo de volta num escore improvável: 2 a 3, o que levou a decisão para os tiros livres, onde o gordo goleiro Almeida foi protagonista. Eu chorei de alegria. Uma noite inesquecível.

A segunda lembrança é mais recente, 2018, quando o Imortal no jogo de ida bateu o poderoso River Plate por 1 a 0, gol de Michel, mas deixou escapar a passagem para final na Arena, após estar vencendo por 1 a 0. Nos momentos derradeiros, uma falha do goleiro (gol de Borré) e uma trapalhada do zagueiro (penalidade), sem antes, desperdiçar o gol da tranquilidade (Éverton na cara de Armani), defesa notável do arqueiro que manteve viva a chance de virada do clube argentino, tudo isso gerou uma derrota impensável. Ali, eu “chorei” de tristeza.

Se nos lances capitais, os goleiros fizeram a diferença em 2018, o mesmo dá para dizer dos avantes na noite passada: Valencia fracassou e Cano fez o que deve um camisa 9 fazer.

É assim o futebol.

A expectativa de ir além na Libertadores anestesiou a imprensa, que de forma solerte, alguma parte dela apontava o Inter como o mais capacitado entre o quarteto que buscava o título máximo do torneio. Não foi incompetência dessa parcela, mas oportunismo, pois basta olhar os números recentes do Colorado com Coudet para ver que em 16 partidas no comando, ele tem 7 derrotas e 5 empates, venceu apenas ¼ dos confrontos que treinou o Coirmão. Na real, o Inter era o que corria por fora.

Estes números se agravam, quando se analisa o desempenho apenas dos dados do Brasileirão. São 10 partidas com Coudet, uma única vitória e derrotas na metade delas (5). Aproveitamento de 23%

O Inter tem um trabalho árduo pela frente e o primeiro passo é o Clássico.

Opinião

O Grande Reforço para 2024 

Será que existem dúvidas sobre a maior contratação que o Grêmio deve fazer para o ano que vem? Vide: Vojvoda.

Opinião

Tendência & Imitação 

Essa fronteira, às vezes, parece imperceptível num primeiro momento. Ocorre em várias situações, segmentos, etc... na sociedade. No futebol não é diferente. O que é uma tendência ou imitação?

O assunto se refere ao massivo número de técnicos estrangeiros que aportaram em solo brasileiro. Se antes, eles eram tido como exceções, agora, consequência do bom trabalho de alguns deles (Abel Ferreira, Jorge Jesus, Juan Pablo Vojvoda), o mercado nacional vem apresentando várias agremiações da Série A com estes comandantes técnicos e esse fato tem se mostrado grandioso, porque, com raras exceções e ainda assim, com trabalhos pontuais, os brasileiros estão mostrando muita deficiência, tanto que não há renovação com qualidade, os veteranos quase aposentados são lembrados na hora da troca emergencial como são os casos de Vanderlei Luxemburgo e Mano Menezes. Apenas Luiz Felipe se mantém com carreira contínua, apesar de altos e baixos em termos de aprovação dos trabalhos.

Essa tendência é prejudicada pela falta de convicção e planejamento, o que gera a busca açodada de profissionais estrangeiros que acabam tendo o seu trabalho comprometido em menor tempo devido ao curto espaço para a adaptação. É a imitação do que seria tendência.

Por tudo isso, eu que já expressei aqui a minha simpatia pela vinda destes treinadores, faço uma ressalva: eles precisam ser contratados em início de temporada, sem esquecer da análise fundamental entre as especificidades da instituição e o perfil do treinador almejado.

O Grêmio precisa olhar para este mercado para 2024, sem desprezar os detalhes que cercam as características do clube e a biografia do visado.