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segunda-feira, 31 de julho de 2017

Opinião



A Luta contra o Cruzeiro

Saiu o sorteio da ordem dos jogos da semifinal diante do Cruzeiro. A primeira será na Arena, dia 16 de Agosto.

Se me fosse dada uma única possibilidade de ser campeão este ano, eu escolheria a Libertadores da América, mas não deprecio  a Copa do Brasil. É muito importante, menos do que o Brasileiro, porém, nada desprezível. Além da taça, ela dá ao campeão o passaporte para a Libertadores de 2018. Permite, inclusive, antecipar o planejamento para o ano seguinte.

Dos quatro candidatos, desconfio que o Grêmio é o melhor, mais entrosado, mais bem treinado e com melhores reposições; entretanto, o tipo de competição não permite decretar que haja favoritismo, porque uma jornada infeliz coletiva ou individual, um erro crasso de arbitragem, uma expulsão indevida, tudo isso, pode reverter uma impressão inicial de forma definitiva.

Com a proximidade dos jogos, entendo e até indico preservar atletas que estejam necessitando de cuidados especiais. Afinal, a conquista do Brasileiro neste instante é uma miragem.

Uma grande apresentação no confronto de ida, pode encaminhar a vaga para mais uma decisão.

domingo, 30 de julho de 2017

Opinião



Santos segura o Grêmio

Estes empates dos primeiros colocados denunciaram que os desfalques começam a comprometer o bom futebol em tempo integral. Os times começaram a oscilar dentro da própria partida. O Corinthians não perdeu apenas por detalhes; o goleiro, o travessão, a imperícia do avante. Hoje, ele ganhou um ponto apesar de jogar em seus domínios. Não teve Pablo, Jadson, Romero e o barraco balançou.

O Grêmio, que é o que nos interessa, fez um grande primeiro tempo, mas teve dificuldade nos arremates, Barrios fez falta; Éverton, apesar da boa movimentação, perdeu chances que não costuma perder quando sai do banco. Nesta condição, às vezes, ele tem "meia chance" e faz.

Mas não foi no ataque que o time mais se ressentiu de seus titulares, porque Vanderlei foi o nome do jogo. Foi no meio de campo, Michel e Arthur fizeram falta, especialmente no segundo tempo. Aliás, o jovem de 20 anos que é sacado sempre porque (parece) não aguenta os 90 minutos, foi a ausência mais sentida, seja pelo seu acerto de passes, seja pela transição da defesa para o ataque com mais rapidez. O Tricolor não soube aproveitar os contra-ataques com a mesma eficiência de jornadas anteriores.

Como o histórico dos Brasileiros demonstra que os segundos turnos são sempre mais equilibrados, se até a 19ª rodada esta diferença de 8 pontos for mantida, o campeonato estará decidido. Ou então, teremos um novo 2008. Difícil.

Individualmente, a análise mostra que o Santos não chutou ao arco de Grohe, digo na "casinha", a única entrou.

A defesa falhou no gol santista, embora o erro de marcação na primeira bola tenha sido de Maicon. No segundo toque, David Braz foi mais esperto e cabeceou livre no meio da goleira.

Edilson, apesar de voluntarioso e se apresentar bem quando à frente (foi dele a jogada do gol gremista), mostra um descontrole emocional inaceitável. A expulsão foi ridícula, pois o cartão amarelo para o santista era óbvio, mas também, pelo atraso da partida resultante de sua atitude. Já Bruno Cortez foi muito bem; defendendo e atacando.

O meio esteve muito enrolado; Ramiro, discreto, Maicon está visivelmente rendendo menos do que 2016, Luan nada fez de produtivo. Restou Fernandinho e Pedro Rocha, ambos com altos e baixos. O segundo tempo deles foi constrangedor.

Arroyo entrou e se lesionou, Jaílson nada a destacar; enfim, um jogo ruim e revelador, isto é, dependendo dos número e qualidade das ausências, o todo cai muito.

A registrar a péssima arbitragem, que deixou de assinalar uma penalidade na etapa final e os pesos diferenciados tomados em situações idênticas.

Deixo um link com os melhores momentos da partida:

https://www.youtube.com/watch?v=P-axHDBF3p8




sábado, 29 de julho de 2017

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (167) - Ano - 1974



O Adeus do Rei Pelé


Fonte:tardesdepacaembu.wordpress.com


No início de 1974, no plano esportivo, o Brasil era farto em grandes notícias : A vitória de Éder Jofre no boxe, Émerson Fittipaldi no automobilismo no segundo semestre/73*** recém finalizado, no futebol, a busca do tetra campeonato na Alemanha Ocidental sem Pelé e a despedida dele; o Rei anunciava a sua saída dos gramados nacionais. A data e local até estavam marcados: Outubro na Vila Belmiro. 

Havia ainda uma tênue esperança de contar com o eterno Camisa 10 na Copa, mesmo que estivesse afastado da Seleção desde 1971; até porque ele vivia uma grande fase aos 33 anos. No Brasileirão de 73, que acabaria somente em Fevereiro do ano seguinte, Pelé era o vice-artilheiro da competição e o Santos, o melhor ataque entre todos os clubes do certame.

Com esse perspectiva, onde o Santos ia, ficava sempre a possibilidade de ser a última vez do Rei naquele lugar e foi assim que em Janeiro de 74, como escrevi, ainda pelo Brasileiro do ano anterior, O Santos com seu jogador mais famoso, encarou o Tricolor no Olímpico pela segunda fase da competição. Na primeira, o clube santista enfiara 4 a 0 no Grêmio com dois gols de Pelé, portanto, mesmo em seus domínios, o Tricolor não era o favorito para o encontro daquele Domingo, 27.

O favoritismo do Peixe decorria também pela crise que se abatia sobre o vestiário gremista, onde o técnico Carlos Froner se desentendera com o craque Alfredo Oberti, argentino que fora afastado do grupo de jogadores, médicos se auto-acusavam, o diretor de futebol, uma lenda dentro do Grêmio, Renato Souza, contava os dias para se afastar do cargo, enfim, um caos, mas o time avançava, era o segundo lugar geral na tabela, atrás apenas do futuro campeão, o Palmeiras, isto é, um "verdadeiro milagre".

Para aquele confronto, o Tricolor tinha alguns desfalques, mas poderia contar com o retorno do ponta direita Carlinhos, ex-Guarani de Campinas. Assim, Froner utilizou naquela tarde: Picasso; Renato Cogo, Ancheta, Beto Bacamarte e Jorge Tabajara; Carlos Alberto, Paulo Sérgio e Humberto Ramos (Carlinhos); Mazinho, Tarciso e Loivo.

Pepe escalou o Santos com: Cejas; Carlos Alberto Torres, Marinho Perez, Vicente e Zé Carlos; Clodoaldo e Brecha (Léo Oliveira); Mazinho; Nenê, Pelé e Edu. Simplesmente, havia quatro tricampeões de 1970.

Os principais lances da primeira fase se resumiram em duas bolas nas traves; Beto Bacamarte tentando salvar, rebateu contra o arco de Picasso e Loivo cruzando para Mazinho vencer a zaga mais Cejas com a pelota encontrando o travessão santista. 0 a 0.

Na etapa final, Renato Cogo seguiu anulando o movediço ponta-esquerda Edu e o meio de campo azul com três contra dois, obrigou Pelé a recuar pela desvantagem numérica e tática no neste setor.

Froner buscando a vitória, sacou Humberto Ramos colocando o ponta Carlinhos. Aí, a supremacia gremista se evidenciou, as chances de gol apareceram, a maior delas com Tarciso arrematando, a bola bateu na trave, correu sobre a linha final, bateu na trave oposta e parou nas mãos do argentino Cejas; aliás o gigante portenho e o capitão Ancheta (na foto com Pelé) ganhariam empatados a Bola de Ouro como os melhores daquele campeonato.

Carlinhos começou a se destacar, dando a alternativa pelo lado direito que faltava pelo esquema inicial adotado. O Santos antes, ao controlar Loivo, sem o perigo pelo outro flanco, praticamente amarrou o ataque gremista no primeiro tempo.

O Santos passou a tocar a bola com os hábeis Clodoaldo, Léo, Edu, Nenê e Pelé, aguardando o final da partida. A torcida já deixava o Olímpico, quando Carlinhos em uma de suas principais características, ou seja, embora destro, ele procurava "cortar para dentro" e bater de esquerda; foi o que fez aos 45 min e 30 seg, a bola resvalou em Zé Carlos, subiu e tirou Agustin Mário Cejas do lance. Gol no sufoco. 1 a 0. O estádio praticamente cheio, quase veio abaixo.

O Imortal vivendo a dicotômica situação; bem na tabela, mal internamente, batia assim, o Santos na derradeira vez que o maior de todos os tempos pisou a grama do Olímpico.

Fonte: Arquivo Pessoal do amigo Alvirubro
             Correio do Povo

PS: *** A mesma memória que me traiu durante o texto, me corrigiu horas depois. Émerson Fittipaldi ganhou o campeonato de 72, foi vice para Jackie Stewart em 73 e novamente campeão em 1974.









sexta-feira, 28 de julho de 2017

Opinião



Ainda a Venda de Luan

Em meio ao grande momento Tricolor e muitas notícias boas, nós gremistas, ainda sofremos com a possibilidade de venda iminente do craque do time, Luan. Parece inevitável sua saída, até pela dificuldade de renovação do seu contrato e o clube ficar refém do empresário do atleta.

Diante disso, o tal problema sem solução, problema resolvido, a Direção gremista busca minimizar o estrago no elenco, já que nos cofres a venda será um grande reforço. Para isso, negocia especialmente a cessão do jogador, condicionando a sua ida após o final do ano de 2017, e, lógico, um valor razoável, algo impensável de ocorrer se a gestão gremista estivesse nas mãos de dirigentes anteriores, aliás, de péssima memória para a massa gremista.

Se Romildo Júnior aguardar a próxima convocação da Seleção Brasileira, terá a sua tarefa de valorização de Luan, facilitada. Luan é "pule de dez" na lista de Tite.

Deixo um link com notícias recentes sobre a possível transação do nosso camisa 7. Vide  A venda de Luan.


Opinião



No Ritmo da Garotada

Sob o comando de Pedro Rocha, Ramiro e Éverton, os destaques da classificação, o Tricolor bateu novamente o Atlético Paranaense, desta vez no Paraná. 3 a 2.

Foi uma noite de confirmações; a primeira, que desapareceu qualquer fio de esperança dos amantes do futebol de Marcelo Oliveira (a maioria da IVI) de vê-lo retomando a lateral esquerda do Grêmio. Com certeza, o camisa 26 foi a pior figura no gramado sintético da Arena de Curitiba. Para confirmar, a entrada de Bruno Cortez estancou a sangria, o buraco, a avenida do lado esquerdo da defesa Tricolor, isso formou um contraste constrangedor para o capitão do time hoje e o seu substituto. Atuações distintas.

A segunda: Pedro Rocha amadurece a cada dia, demonstrando ser um dos melhores jogadores do elenco. Para mim, sua melhor partida pelo clube; menos importante do que a semifinal diante do Galo em 2016, mas mais qualificada e mais intensa.

Outra confirmação: Éverton é um daqueles mistérios do futebol. O seu ingresso durante os jogos, geralmente é marcante, enquanto que saindo jogando, ele não consegue os mesmos resultados. Problema de cabeça.

Prosseguindo: Luan é inteligentíssimo para jogar, uma técnica, uma visão de jogo impressionante, falta-lhe o arremate primoroso, aquilo que sobra em Éverton. Com uma parceria européia, ele vai se consagrar.

Mais uma: É preocupante a situação no arco gremista. Houve três arremates perigosos em toda a partida, duas cobranças de falta de Felipe Gedoz e o de Pablo, ainda assim, tomamos dois gols.

Como Grohe só sofre gols de "bolas indefensáveis", Paulo Victor, provavelmente terá o mesmo destino de Douglas Friedrich, isto é, será devolvido sem jogar pelo Imortal.

Sei que dirão: O goleiro não teve culpa. Aí eu pergunto: Faria diferença se fosse Bruno Grassi no gol Tricolor  hoje à noite? A tese que zaga ruim consagra goleiro (a do Avaí) e que zaga boa inibe o seu trabalho (a do Grêmio) caiu por terra, porque a zaga gremista falhou muito na bola aérea que cruzou a noite inteira e 66% das bolas perigosas entrou.

Finalizando: A IVI (Imprensa Vermelha Isenta) que questiona a titularidade da lateral esquerda, acaba de produzir outra "pérola impudica", qual seja, "aproxima-se a hora" em que Renato terá que escolher entre Maicon e Arthur para a titularidade. Ela perdeu qualquer resquício de decência.

No mais; passamos para encarar o Cruzeiro.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Opinião



A Dosagem Correta

Certa vez, período da República do Café com Leite, o senador gaúcho Pinheiro Machado, eminência parda dos primórdios republicanos do Brasil, quando exerceu forte influência sobre Nilo Peçanha e Hermes da Fonseca, se viu acuado dentro do palácio do Conde dos Arcos, quando a multidão queria "lhe passar o laço", deu ordem para o seu cocheiro tocar em frente. O cocheiro indeciso, perguntou como deveria conduzir o transporte; o gaúcho respondeu: "Nem tão devagar que pareça afronta, nem tão depressa que pareça medo". Talvez essa seja a sua frase mais célebre.

Pois o Tricolor hoje deve buscar o equilíbrio nas decisões que tomar quanto aos jogadores poupados e também, a tática a ser adotada neste confronto inusitado pela ampla vantagem que leva antes do primeiro trilar de apito. 

A opção por preservar alguns atletas não deve alterar a forma da equipe atuar fora de seus domínios, isto é, não ficar atrás, apenas se defendendo ou praticando o anti-jogo, a famosa cera, que poderá, além de lhe provocar embaraços por não saber agir assim, inflar de coragem o adversário.

Da mesma forma, não deverá desconsiderar por completo, o exagero no esforço de buscar um triunfo a qualquer preço, visto que vai encarar um oponente direto na disputa pelos primeiros lugares no Brasileiro, no caso, o Santos no final de semana. Vale recordar, que está 4 a 0 para o Imortal.

Aliás, a equipe da Baixada Santista acaba de "se matar" em disputa recém finalizada pela Copa do Brasil, onde buscou até o período de acréscimos (inutilmente) a sua classificação na Copa do Brasil.

O jeito de enfrentar o Atlético Paranaense passa pela lição que Pinheiro Machado deixou num momento de sufoco: Nem tão apático que comprometa a classificação, nem tão "copeiro" que esfalfe (verbo antigo esse!!!) o time para encarar o Santos.

quarta-feira, 26 de julho de 2017



Álbum Tricolor (91)
CHARLES
placar.com.br

Nome: Charles Fabian Figueiredo Santos.
Apelido: Charles.
Posição: Atacante.
Data de nascimento: 12 de Abril de 1968 (49 anos), Itapetininga, BA.

JOGOS PELO TIME DO GRÊMIO
46 jogos (21 vitórias; 11 empates; 14 derrotas). Marcou 11 gols.

ESTREIA NO GRÊMIO
08.03.1993 - Grêmio 1x0 Cruzeiro EC (MG) - Amistoso
GFBPA: Ademir Maria (Eduardo Heuser); Luiz Carlos Winck, Paulão, Geraldão (Luciano) e Eduardo; Pingo, Júnior e Juninho (Mabília); Caio (Carlinhos), Charles e Carlos Miguel (Marco Aurélio).
Técnico: Sérgio Cosme Cupelo Braga.

ÚLTIMO JOGO PELO GRÊMIO
14.11.1993 - Grêmio 2x0 C Atlético Mineiro - Campeonato Brasileiro
GFBPA: Danrlei; Jamir, Paulão, Agnaldo e Carlos Miguel; Pingo, Júnior e Carlos Alberto (Caio); Fabinho (Carlinhos), Charles e Adil.
Técnico: Luiz Felipe Scolari.

CARREIRA
Bahia-BA (1987 a 1990), Cruzeiro-MG (1991 e 1992), Boca Juniors-ARG (1992), Grêmio-RS (1993), Flamengo-RJ (1994), Bahia-BA (1996), Matonense (1997 e 1998) , Desportiva Ferroviária-ES (1999), Camaçari-BA (2000), Desportiva Ferroviária-ES (2000).

TÍTULO PELO GRÊMIO
1993 – Campeonato Gaúcho.

(*) Os dados aqui publicados não são oficiais. Dizem respeito às informações contidas no arquivo do autor.

Por Alvirrubro.

FONTES:
- Jornal “Correio do Povo”.
- Jornal “Zero Hora”.
- Revista “Placar”.
- Arquivo Pessoal.


segunda-feira, 24 de julho de 2017

Opinião


O Empate está dentro do esperado

O desejo de todos nós era, evidentemente, ter ganho do São Paulo, mas eu tinha certeza de um enfrentamento difícil, porque o Tricolor do Morumbi está se reestruturando com um novo técnico, cascudo, Dorival Jr. e com apoio da torcida (deu mais de 51 mil torcedores), além de possuir muito bons jogadores; então, não estou decepcionado pelo 1 a 1.

Penso que Renato acertou na escalação, escrevi sobre isso, porque tanto Éverton, quanto Fernandinho são homens de lado do campo; para o aproveitamento de um deles, teria que haver uma mexida na formatação do time que começaria. Também, porque Maicon é uma liderança técnica e anímica do grupo e fez um belo jogo diante do Vitória. Sua entrada empurraria Luan para uma posição em que ele deu boa resposta como falso 9. 

O primeiro tempo do Tricolor gaúcho foi um primor; não sofreu assédio, a bola apenas rondava a sua área; teve posse e contra-ataque. Assim chegou a 1 a 0 com uma escapada de Pedro Rocha e uma colaborada do arqueiro Renan.

No segundo, o Grêmio caiu de produção, algumas peças sumiram como o próprio Pedro Rocha e outras começaram a errar jogadas fáceis, casos de Bruno Cortês e especialmente Edílson que gastou demais a sua energia em longos e improdutivos piques.

Penso que Renato errou na troca; nunca a saída de Arthur, deveria ter saído Maicon para a entrada de Fernandinho, que tornou o time mais ofensivo, mas aí, o São Paulo já havia empatado no único chute perigoso que deu em toda a partida. Pratto chutou, Gohe fez grande defesa, mas soltou a pelota para frente e aí não tem jeito, o avante recebeu à feição para empurrar para as redes. 1 a 1. Gol de Lucas Fernandes.

Foram dois tempos distintos, onde os mais efetivos foram a dupla de zagueiros mais Arthur e Ramiro. Os demais oscilaram bastante.

Desta vez, Éverton entrou mal e o Tricolor nas poucas vezes em que chegou ao ataque na fase final, encontrou em Renan Ribeiro um goleiro eficiente.

A campanha do Grêmio é muito boa, no entanto, o Corinthians está fazendo algo impensável em termos de pontuação. Só um terremoto tira o título do clube paulista.

Agora é encarar o Furacão com muito respeito.

domingo, 23 de julho de 2017

Opinião



O Desenho do Campeonato

Esta décima sexta rodada do Brasileirão antecipa (ao meu ver) a briga da parte de cima da tabela no returno. Será entre os quatro primeiros de agora: Corinthians Paulista, Grêmio, Santos e Flamengo.

O Palmeiras se atrasou muito, mais do que ele, apenas o Atlético Mineiro. Estes correm por vaga indireta para a Libertadores.

O Grêmio precisa bater o São Paulo amanhã à noite, embora não seja tarefa fácil, porque os parceiros de topo da tabela venceram e ele necessita garantir a vaga para o campeonato mais importante da América logo, porque se for avançando às finais de certames paralelos, haverá desvio de atenção e o Brasileiro com o Corinthians virtualmente campeão, o fará esquecer do Nacional.

Aliás, o clube paulistano está invicto na competição; como o campeão historicamente perde  em média 6 partidas, faltando 22 rodadas, o Coringão terá que realmente "despencar" na tabela ou virar o "rei dos empates" para não colocar as mãos no caneco. Uma pena! Porque elenco por elenco, o do Grêmio é bem superior. Faltou administrar melhor as prioridades e, lógico, elevar a qualidade do time em posições cruciais. Que sirva de lição.

Sobre o confronto que encerra essa rodada, Renato deverá entrar com mais um atacante em vez de Maicon como eu especulei em postagem anterior, vide Um ou Outro, matéria do jornal O Globo.

Na quinta-feira, o Tricolor encara o jogo da volta diante do Atlético Paranaense, que hoje, mesmo com o time completo, levou uma sapecada da Ponte Preta.

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (166) – Ano – 1961

O Grenal do Papai Noel Azul

Foto: Zero Hora

1961 chegou cheio de novidades para o Brasil, Jânio Quadros no final de Janeiro assumiu a presidência do país consagrado pela maior votação registrada na história nacional; mais de 5 milhões de votos, uma confiança que foi abalada em 25 de Agosto, quando renunciou, deixando a nação boquiaberta e suscetível a tentativa de golpe à ordem democrática, quando forças reacionárias buscaram evitar a posse de João Goulart, o vice eleito pelo voto popular.

Jango resistiu, venceu inclusive o engenhoso plebiscito, onde os brasileiros confirmaram a manutenção do presidencialismo ante a hipótese de parlamentarismo, mas não concluiu o seu mandato apeado que foi por um golpe que ceifou a democracia brasileira três anos depois.

No final do ano, aqui no Rio Grande, ainda tangido pelo evento da Legalidade, o Internacional interrompeu a sequência de títulos do Grêmio, evitando o hexa do clube da Azenha, ganhando o Gauchão, que seria o único em treze edições (1956-1968).

Programou uma carreata “monstro” para comemorar o feito, mas isso só ocorreria após o Grenal da última rodada, o de nº 157, que seria jogado em 10 de Dezembro em seu estádio, os Eucaliptos (Ildo Meneghetti). Fecharia a tampa do caixão daquele ano.

O técnico Sérgio Moacir Torres Nunes escalou o flamante campeão regional com: Silveira; Zangão, Ari Hercílio, Kim e Ezequiel; Cláudio e Oswaldinho; Sapiranga, Alfeu, Paulo Vechio e Gilberto. Sérgio Lopes entrou no lugar de Cláudio e Cestari substituiu o arqueiro Silveira.

Ennio Rodrigues sem Gessy, lesionado, utilizou em todo o jogo: Irno; Altemir, Airton, Ortunho e Mourão; Elton (Nadir) e Milton Kuelle; Cardoso, Marino, Juarez e Vieira.

O argentino Omar Rodriguez de péssima arbitragem comandou o apito e como era de se esperar, o estádio lotou.

O primeiro tempo foi equilibrado com duas grandes defesas de Irno, o estreante da tarde. O Grêmio respondeu com um lançamento de Nadir (que ingressou cedo, após lesão de Elton aos 15 minutos) para Marino que achou Juarez na área, o “Tanque” arrematou, vencendo Silveira, porém, o juiz anulou o tento, alegando impedimento de Marino.

Silveira também fez grande intervenção em conclusão de Marino.

O primeiro tempo encerrou com o placar zerado.

Logo aos dois minutos, Alfeu Martha de Freitas, irmão de Alcindo e do zagueiro Kim, acertou uma “bomba” da entrada da área, inaugurando o placar. 1 a 0.

Aos 5, Ezequiel põe a mão na bola na grande área, pênalti que Omar Rodriguez não assinala.

Em seguida, o juiz expulsou Altemir, quando se imaginava ser Ortunho o excluído. Mais um equívoco da arbitragem.

Aos 20, Irno e Ortunho “bateram cabeça”  na área e Alfeu, sempre esperto, empurrou para as redes. 2 a 0 num clássico com a faixa no peito e o Grêmio com um a menos; melhor era impossível.

Nadir aos 24 minutos acerta uma cobrança de falta com a pelota batendo em Ezequiel na barreira numerosa que prejudicou o arqueiro colorado. 1 x 2.

Os minutos finais foram os mais emocionantes, pois aos 40, Nadir, o grande nome do clássico, levanta a bola para a área rubra, encontrando Marino que cabeceou e empatou o Grenal. 2 a 2.

Aos 45 minutos vem a virada gremista; Cardoso e Milton tabelaram, o ponta cruzou, Silveira hesitou, Juarez não, cabeceou com o arco abandonado e vazio. 3 a 2. Silveira no chão, desmaiou e o reserva Cestari atuou nos acréscimos.

Uma virada histórica, fantástica, semelhante a de Agosto de 1944, um 0 a 3 para 4 a 3. Vide A Estupenda virada sobre o Rolo Compressor

Fim de jogo e o Rio Grande conhece um personagem definitivo de sua história: Um jovem de apenas 22 anos ingressa ao gramado todo vestido de Papai Noel com o seguinte detalhe: O simpático “velhinho” substituiu o encarnado tradicional da indumentária pelo azul celeste do Imortal, foto acima.

Paulo Santana estreia na vida dos Grenais de uma forma inigualável e marcante.

O mais importante cronista gaúcho nos deixou esta semana, mas será sempre lembrado como o mais ilustre e vibrante gremista. Claro! Não apenas por isso.

“Ser gremista é o sonho delirante de não conseguir na vida ser uma outra coisa”. Paulo Santana

Fonte: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro
            Correio do Povo










sexta-feira, 21 de julho de 2017

Opinião



Decisão Tranquila

Segunda-feira diante do São Paulo no Morumbi, o elenco do Tricolor gaúcho vai possibilitar ao seu treinador uma decisão, uma definição tranquila quanto à escalação do time.

Mercê de boas contratações, recuperação de alguns atletas "escanteados" no mercado e afirmação de jovens da base, o grupo do Grêmio permite que Renato não quebre a cabeça para formatar os 11 que vão encarar o próximo compromisso.

Com Lucas Barrios suspenso, a formação não deve escapar de: Grohe; Edílson, Geromel, Kannemann e Cortês; Michel, Ramiro, Maicon e Arthur; Luan e Pedro Rocha. Fora disso; pura invenção, salvo algum imprevisto de última hora.

Um resultado relevante lá e incrivelmente, o Imortal renascerá para o Brasileirão, independente do que ocorrer com o Corinthians na rodada, porque, na pior das hipóteses, ele seguirá encostado no líder, antes do calendário apertar novamente.


quinta-feira, 20 de julho de 2017

Opinião



O Furo

Lendo e ouvindo números do Tricolor neste Brasileirão, resolvi dar uma explorada nos dados. Os que mais chamam a atenção dizem respeito à artilharia eficiente, a melhor do certame, atingindo espantosos 30 gols em 15 rodadas, em contrapartida, ele tomou 16. Mais de um por jogo. Muito ruim para quem quer ser campeão.

Prosseguindo a análise, eu busquei no fraco Avaí que está na zona do rebaixamento, os seus números e notei que desde a décima rodada, quando enfrentou o Botafogo fora de casa, até a décima quinta, isto é, seis partidas, ele em quatro não sofreu gols e em cinco não perdeu. O que houve de diferente desde a décima rodada? O ingresso de Douglas Friedrich no arco avaiano.

Alguém poderá dizer; ele sofreu quatro do Coritiba em casa, com uma má atuação. Verdade! Porém, este é o resultado "fora do contexto", a chamada exceção. Se tirarmos esta única derrota de Douglas, teremos cinco partidas com três empates e duas vitórias, sofrendo apenas um gol nestas cinco.

Olhando para Corinthians e Santos, vizinhos gremistas acima e abaixo da tabela, respectivamente, observam-se sete e dez gols sofridos nas quinze rodadas. Quem são seus goleiros? Os melhores do campeonato: Cássio e Vanderlei.

Seguindo; Marcelo Grohe e Léo Jardim tiveram atuações impecáveis diante do Godoy Cruz (Libertadores) e Flamengo (Brasileirão), quando o Grêmio garantiu vitórias pelo escore mínimo. Por isso, estes dois exemplos mais os números recentes da campanha do Avaí, servem para embasar a minha conclusão que segue nas próximas linhas.

Independente de quem atuar no arco gremista, a performance do escolhido determinará as chances do Imortal nas competições de 2017.

Grohe, Bruno Grassi, Léo, Paulo Victor; ou seja, o escolhido terá a difícil e imprescindível missão de elevar a qualidade de atuação do representante gremista no arco Tricolor.

O êxito do clube nas competições depende  visceralmente das atuações do goleiro escolhido como titular. 


Opinião



Sant’Ana do Rio Grande e muito mais


Morreu Francisco Paulo Sant’Ana, o Paulo Santana de todos os dias. Muitos já escreveram que começavam a leitura da Zero Hora de trás para frente; eu era um desses leitores.

Recentemente, concluí a leitura da biografia de Paulo Barreto (1881-1921), o jornalista e literato que adotou o nome de João do Rio; transformando-se no maior cronista de sua época, retratando de forma incomparável a sociedade da então capital federal.

Pois, Santana se transformou num ícone gaúcho semelhante ao João do Rio, por captar com grande sensibilidade, astúcia e talento, o cotidiano de nosso pago, sem descuidar do que acontecia no mundo. A gente sempre buscava conhecer o que ele pensava sobre os assuntos do momento. Como João do Rio, Santana dividia as opiniões.

Entre as muitas qualidades que admirava nele, há duas que me marcaram muito desde guri, a qualidade do seu texto e a sua capacidade de enfrentamento do universo vermelho que o cercava nos anos 70, amplamente desfavorável para os gremistas.

Até em suas últimas aparições, já em tempos mais ensolarados para o Grêmio não deixou de desembainhar o seu sabre na esgrima diária na defesa do Imortal.

Uma derradeira lembrança do grande cronista: A dele se comparando ao líder espartano Leônidas no desfiladeiro das Termópilas  diante da superioridade numérica de persas; Santana estava na companhia de seus colegas  Paulo Brito, Maurício Saraiva, Nando Gross e Diogo Olivier num bate-papo nas dependências da empresa que atuava, pouco antes de apresentar o seu quadro na televisão. Embora cercado, não hesitou em defender o seu clube do coração.

Com ele fora de combate e a visível queda de qualidade do jornal em que atuava, eu, aos poucos, fui me acostumando com sua ausência, mas sempre mantendo uma pequena esperança de tê-lo em nosso dia-a-dia novamente.

Ontem, a esperança foi embora.