Páginas

sábado, 30 de setembro de 2017

Pequenas Histórias



Pequenas Histórias (173) - Ano - 1972


O Pavio do Destino

Fonte: http://anotandofutbol.blogspot.com.br
Houve uma época que a cidade do Rio de Janeiro virou o estado da Guanabara e o seu campeonato de futebol era composto por 12 clubes; os quatro grandes, Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco da Gama, dois quase grandes; América e Bangu e seis pequenos; Campo Grande, Bonsucesso, Olaria, Madureira, São Cristóvão e Portuguesa.

Nas décadas de 60 e 70, principalmente, o América era um "bunker" gaúcho encravado na antiga capital do Brasil; em parte, por possuir dirigentes nascidos no Rio Grande, também por contar em seu elenco com vários atletas sulistas como Bejeja que virou Djair no Rio, Alex, um alemão nascido em Hannover, mas que ainda bebê veio para São Leopoldo, junto com o irmão gêmeo, Miguel, ambos zagueiros. Alex virou uma lenda no clube americano, mais de 600 jogos, Sarão, João Brenner, os goleiros Alberto e Rogério, Bebeto, o canhão da Serra, Caio, Bráulio, além de vários "estrangeiros" que passaram na dupla Grenal.

Esta linhas acima são uma ponta desta história, a outra que será amarrada a ela diz respeito ao zagueiro colorado Bibiano Pontes, que era imbatível, isso mesmo, imbatível numa corrida. Ele sempre chegava à frente dos adversários, por isso, ele e Figueroa formavam uma grande dupla de beques. Pontes vinha de uma família de defensores, seus irmãos João e Daison, ambos do Gaúcho de Passo Fundo tiravam o sono de qualquer atacante. Bibiano era mais técnico; chegou a ser relacionado entre os 40 pré-convocados para a Copa do Mundo de 70.

Pois em 1º de Novembro de 1972, um confronto entre o Ameriquinha e Inter no Beira-Rio, o pavio aceso do destino colocou na vida do Grêmio, o atleta que mais jogos realizou pelo Imortal, também, o segundo maior goleador da história gremista: o mineiro José Tarciso de Souza, o Tarciso (na foto, o terceiro agachado).

Naquela noite aos 43 minutos da primeira etapa, Edu, irmão de Zico, lançou Tarciso, o atacante avançou, passou zunindo por Bibiano Pontes, deixou-o para trás, algo inimaginável, driblou Figueroa e na saída de Schneider, deu um tapa na bola, elevando-a; assim, encobriu o arqueiro rubro. 1 a 0.

O Inter voltou pior para a segunda etapa e o América empilhou chances com Taquito e especialmente com Tarciso, mas ficou nisso, 1 a 0, resultado que quebrou uma invencibilidade de 9 jogos do Colorado.

O América utilizou: Ubirajara Alcântara; Cabrita, Alex, Aldeci e Alvanir; Badeco, Gilmar e Edu; Antônio Carlos, Taquito e Tarciso. Ainda entraram Caio Cambalhota e Ivair, o Príncipe.

O Internacional de Schneider; Pedro Basílio, Figueroa, Pontes e Jorge Andrade; Carbone e Paulo Cesar Carpeggianni; Valdomiro, Bráulio, Manoel e Escurinho. Ainda entrou Tovar no lugar do camisa 8, Bráulio.

O juiz foi Dulcídio Vanderlei Boschilia.

Tarciso foi eleito o melhor jogador da partida e no ano seguinte desembarcou em Porto Alegre trocado por Ivo Wortman e Flecha, que engrossaram o número de gaúchos no clube carioca, onde fizeram sucesso, chegando à Seleção Brasileira.

O destino poderia ter colocado o "Flecha Negra" em qualquer um dos clubes grandes do Rio, mas ele (o destino) juntou as raízes gaúchas do América com aquela corrida exitosa de Tarciso em cima de Pontes culminada com o gol da vitória em pleno Beira-Rio, determinando assim, que o jovem atacante mineiro fizesse história no Grêmio Porto-Alegrense.

PS: Esta crônica foi escrita nesta data, porque em Setembro, mais exatamente, dia 15, aniversário do Tricolor, também marca o aniversário de Tarciso.

Fonte: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro.


Opinião



Patrick

Renato prudentemente, aguarda até o último instante para a definição da troca de nomes nos inscritos para o restante da Libertadores.

Comenta-se que são quatro nomes para as três vagas regulamentares: Jael, Cristian, Cícero e Patrick.

Cícero só se "desconvoca", se ocorrer uma lesão. Não é sensato contratar um jogador de boa biografia em Outubro, contrato de três meses, sem poder disputar outro certame e excluí-lo da lista. É nome certo.

Jael parece que mora, reside e está domiciliado no coração do treinador; seria o nome descartável, se os critérios de escolha se resumissem ao passado e especialmente, o momento do atleta; resumindo, sua trajetória e o presente. É uma incógnita para os torcedores, não sei se para Renato.

Cristian chegou com uma biografia parecida com a de Cícero, início em agremiações médias,  grandes clubes brasileiros, passagens pela Europa, volta aos seus antigos  clubes, jogadores de múltiplas funções e afastamento dos elencos. Ainda não estreou, parece que será contra o Fluminense neste Domingo. Desconfio que seja uma incógnita também na cabeça do treinador.

Se fossem esquecidos os postulantes, mas apenas as carências do elenco; a preferência recairia sobre um segundo volante, um meia atacante e um centro-avante das antigas, então, trazendo para os nomes: Patrick e Jael certos, Cristian e Cícero brigando pela última vaga. Não será assim.

Deixei por último, Patrick; ele é a mais nova pérola tricolor, será craque sem sombra de dúvidas (ele, mais Dionatã), mas a impressão é que é o azarão dentro desse quarteto. 

Ele terá que ser experimentado nestes jogos do Brasileirão que antecedem a decisão diante do Barcelona e assim como Arthur fez, ele deverá convencer de forma irrefutável para Renato, que tem bola suficiente para desbancar um dos cascudos (Jael, Cícero ou Cristian).

É tudo com ele.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Opinião



Luan, o Outro

Faz cerca de uma hora que cheguei de uma capacitação (terça a quinta-feira) em Porto Alegre e não tive acesso aos computadores e pelo celular fica difícil para eu postar, então alguns comentários ficaram represados, mas estamos de volta.

Ontem à noite ouvi um pedaço da partida do Coirmão versus América Mineiro e o que ouvi associado aos jogos que assisti do clube de Belo Horizonte nesta Série B, me fazem afirmar que Luan, ex-Palmeiras e Cruzeiro é uma grande sugestão para ocupar o espaço de Pedro Rocha, se o Grêmio não encontrar em Arroyo ou Éverton o substituto ideal.

Esse atleta  tem velocidade, força, técnica e é bom finalizador, diria, inclusive, que está à frente de Fernandinho na maioria destes quesitos (ambos são canhotos). Tem 29 anos e como sabemos, trata-se de jogador cascudo; talvez, sedento por nova oportunidade em clube grande. É de se investigar e acompanhar a sua trajetória.

Acabo de ler que o Tricolor vai atrás de Cícero, ex-Figueirense, Fluminense, Europa e atual São Paulo, vide Cícero. Não poderá jogar o Brasileiro, porém, dá para inscrevê-lo na Libertadores; arrisco dizer que se trata de ótima contratação. Vai acrescentar muito, porque é múltiplo, faz uma três da quatro funções do meio de campo, até a do nosso Luan.

É apenas um palpite: Vale a aposta no cara.


terça-feira, 26 de setembro de 2017



Álbum Tricolor (100)
ALFINETE
Revista Placar
Nome: Carlos Alberto Dario de Oliveira.
Apelido: Alfinete.
Posição: Lateral direito.
Data de nascimento: 1º de Fevereiro de 1961, Jales, SP.

JOGOS PELO TIME DO GRÊMIO
194 jogos (95 vitórias; 61 empates; 38 derrotas). Marcou 14 gols.

ESTREIA NO GRÊMIO
08.04.1987 - Grêmio 2x2 SER Caxias - Campeonato Gaúcho
GFBPA: Mazaropi; Alfinete (Adriano), Alexandre, Luís Eduardo e Casemiro; China, Bonamigo e Luís Carlos Martins; Caio Júnior, Lima e Jorge Veras.
Técnico: Juan Martín Mujica

ÚLTIMO JOGO PELO GRÊMIO
30.10.1993 - Grêmio 1x3 SE Palmeiras - Campeonato Brasileiro
GFBPA: Danrlei; Alfinete (Luciano), Paulão, Agnaldo e Branco; Pingo, Júnior e Carlos Alberto (Adil); Caio, Charles e Carlos Miguel.
Técnico: Luiz Felipe Scolari

CARREIRA
XV de Jaú-SP (1981 e 1982); Corinthians-SP (1983); Ponte Preta-SP (1984 e 1985); Joinville-SC (1985 a 1987); Grêmio-RS (1987 a 1990), Atlético-MG (1991 e 1992), Ituano-SP (1993), Vila Nova-GO (1993), Grêmio-RS (1993), Fluminense-RJ (1994).

TÍTULO PELO GRÊMIO
1989 - Copa do Brasil.
1987, 1988, 1989 e 1990 - Campeonato Gaúcho.

(*) Os dados aqui publicados não são oficiais. Dizem respeito às informações contidas no arquivo do autor.

Por Alvirrubro.

FONTES:
- Jornal “Correio do Povo”.
- Jornal “Zero Hora”.
- Revista “Placar”.
- Arquivo Pessoal.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Opinião



A Torcida está na mão deles

"Uma conclusão parece cristalina para nós; se algum título, alguma taça chegar ao armário da Arena nos meses que restam em 2017, não será por planejamento. Mais provável que seja pelo bafejo dos deuses ou por um cochilo do Diabo."

Encerrei a crônica Prioridades com estas linhas acima. Passados exatos 14 dias (11/09) e vem a confirmação com muita clareza, senão vejamos: Nos últimos 11 jogos, o Tricolor em 9 não balançou as redes. Como é possível não levar em consideração a hipótese de má gestão?

Foi uma desmobilização planejada, não foi? Bom, se não foi, fica reforçada a ideia das primeiras linhas, se foi, demonstra a irresponsabilidade diante do torcedor.

Se a Direção e Comissão Técnica não querem se espelhar em exemplos antigos (Telê, Minelli, Ênio Andrade e mais recente, Muricy), que olhem para um bem próximo no tempo e no espaço, isto é, década de 2010, a turma do Beira-Rio, Abel e Roth.

Em 2006, o Inter bateu o Barcelona e, de quebra, conquistou o vice brasileiro, sem poupar ninguém, isso (poupar) não faz parte da biografia de Abel Braga; já quatro anos passados, o Sr. Roth ganhou atuando em apenas quatro jogos, a Libertadores e aí, coerente com a sua biografia, fez desandar a maionese vermelha no Brasileiro, sempre utilizando o discurso/escudo de que o planejamento mirava o Mundial no final do ano; as evidências da derrocada colorada eram desprezadas "olimpicamente" e o time campeão continental virou uma pasta gelatinosa que foi bem "processada" pelos risonhos africanos do Mazembe. Fato inédito no planeta; jamais um clube sulamericano marchou para um da África Negra, ou seja, da parte inferior ao deserto do Saara. O Inter conseguiu. Devem ter sido os excessos de zelo e cuidado administrados durante o Brasileiro.

O Grêmio inexplicavelmente relega, mais grave; despreza o campeonato nacional mais importante das três Américas, sem que haja uma explicação racional. Aliás, nem irracional.

O que dá para suspeitar é que ocorre uma cultura de subserviência ou medrosa da Direção gremista ante o seu treinador. Isso nunca deu certo. Dourado não cedia para Telê e Ênio, nem Koff para Luiz Felipe. Quando a hierarquia foi subvertida na história do Grêmio, os títulos escassearam ou desapareceram por completo.

Do jeito que se desenha o futuro gremista nos próximos meses, 2018 receberá como herança, apenas a garantia antecipada de manutenção do clube na Série A. Mantida a performance recente de campanha de rebaixado no returno, nem o mais otimista dos gremistas acreditará que diante do Barcelona do Equador "é só virar a chave" e por encanto, o time recuperará o futebol do final de 2016.

Infelizmente, nós, os torcedores, é que vamos pagar o pato.




Pequenas Histórias

Posto novamente esta crônica, porque no 25 de Setembro de 1977, portanto, há 40 anos, o Rio Grande conheceu um momento mágico na vida dos gremistas.


27 - Batendo às Portas do Céu - Ano 1977




Qual será meu jogo inesquecível? Muitos. Eles vão variando de acordo com a memória, o humor, a saudade ou a descontração da ocasião; mas aquele que mais está presente é o do sagrado dia 25 de Setembro de 1977.

Havia uma frustração armazenada no peito desde 1969, quando o Coirmão se mudou para o Pinheiro Borda e emendou uma sequência (interminável) de humilhações, gozações e sentimento de inferioridade. Pudera! Minha turma era de 10, talvez 15 amigos, onde apenas 2, eu disse dois, eram colorados e a flauta corria solta. Naquela época, o Grêmio já era o time de maior torcida nos pagos e em 1976, o título bateu na trave, o apito maldito tirou nossa possibilidade de gritar: É Campeão! Porém, 1977 tínhamos Telê Santana e isso não era pouco; ele já era o grande estrategista e visionário que formou várias academias ao longo dos anos.

Como um grande arquiteto foi montando aquele time dos sonhos, onde a zaga simplesmente fez 20 gols, Eurico e Anchetta, cinco cada, Oberdan, seis e Ladinho, quatro; apenas para citar a defesa titular. Um centro-médio das antigas no seu posicionamento, mas um líder, o jornalista Vitor Hugo; seguindo, Iúra, o guerreiro e o mago da bola, Tadeu Ricci; na frente; três matadores: Tarciso, André e Éder. No gol, o "tupamaro" Walter Corbo. Ithon Fritzen comandava a preparação física e não dá para esquecer do massagista Banha, do presidente Hélio Dourado e o diretor Nelson Olmedo, autor da fantástica frase: "A Taça tá no armário, o bicho tá no bolso, a faixa tá no peito e a torcida está comemorando", quando o Coirmão quis "melar" o campeonato no Tapetão.

 O Imortal chegou neste jogo precisando vencer para evitar mais um jogo, que seria na casa do adversário. O Olímpico estava superlotado e a confiança azul era a maior dos últimos anos. Mesmo a defecção do capitão Anchetta, não preocupava. No domingo anterior, Cassiá, o substituto fez uma bela dupla com Oberdan no 2 a 0 do Beira-Rio (Pequenas Histórias 26). O Inter ficou sem Cláudio, Beliato e Falcão à última hora, mas tinha Benitez, Vacaria, Marinho, Batista, Caçapava, Valdomiro, Jair, Escurinho, Dario, Luisinho, entre outros. Logo aos 8 minutos, o atacante Santos derruba André na área; penalti sonegado pela arbitragem. O Grêmio segue pressionando, Eurico perde gol num cruzamento de Tadeu, desta forma, o gol sairia logo (era o que se imaginava). Aos 25 minutos, o zagueiro Gardel impede a conclusão de André, botando a mão na bola. Não tinha como não assinalar. Penalidade Máxima. Tarciso, o que nunca errara uma cobrança, se encarrega de bater. Bate forte ...Para fora! Lado direito de ataque. Meu mundo parecia desmoronar. Tarciso ficou tão abalado que na quarta-feira, jogo das faixas contra o Palmeiras, fez cobrança idêntica e logo nos primeiros jogos do Brasileirão, mais uma vez errou; no caso, contra o Joinville em Santa Catarina. Tadeu virou o cobrador oficial.

Aos 42 minutos, Eurico rouba a bola, passa para Iúra que mete entre o lateral direito e o beque central para André Catimba, o baiano avança e a lógica indicava bater de pé esquerdo, forte, rasteiro, cruzado no canto oposto do goleiro. André "inventou": chutou de pé direito, colocado, no ângulo superior, linha reta, portanto, no mesmo canto do goleiro. Voou para a cambalhota (foto) e se machucou. Saiu e entrou o predestinado Alcindo Martha de Freitas, maior goleador do Imortal em todos os tempos. André, incrivelmente, estava marcando apenas o seu terceiro gol no campeonato. Para que mais? O segundo tempo foi de alternâncias de ataques.

 Aos 42 minutos a torcida invadiu o campo. Loucura Total. O juiz esperou o tempo regulamentar e deu por encerrado. Grêmio Campeão. Oberdan comandou a volta olímpica de um jogo que teve muitas histórias subterrâneas como por exemplo a de Vilson Cavalo, reserva que sempre entrava, que ficou atento, ouvindo o vestiário colorado, descobrindo a escalação que era um mistério; a de Cassiá que jogou a maior parte do tempo com o nariz quebrado ou a de Dario, o Peito-de-Aço que fugiu do exame anti-doping no final da partida. A Folha da Manhã, jornal da Caldas Junior escolheu, para variar, Tadeu, o melhor em campo. Reproduzo parte do que está à página 30 (Central):"Mesmo sofrendo forte marcação de Batista durante quase toda a partida, Tadeu Ricci foi o melhor jogador do Grenal de ontem, principalmente pela sua aplicação tática... mostrou muita personalidade e uma experiência muito grande que colaborou para esta vitória..." Zero Hora, também escolheu o camisa 8 tricolor o craque do clássico.


A Nação Azul passou meses comemorando; lembro que fui a um show dos Almôndegas que lançava o LP "Alhos com Bugalhos", ali no ginásio do Corinthians e só puderam abrir o espetáculo, depois que resolveram acompanhar a massa que cantava o hino do Lupicínio Rodrigues. Loucura igual, só a de Tóquio. Foi o momento mais marcante da minha adolescência esportiva. Sem dúvidas, bati às portas do Céu.

domingo, 24 de setembro de 2017

Opinião



Irritante

Num final de semana que foi muito legal para mim (comemoração dos 15 anos da filha), ele encerra me promovendo uma irritação que há tempos não me acometia.

Ver este Bahia 1 a 0 sobre o Imortal foi para tirar a paciência de qualquer um que gosta de bom futebol.

Neste momento, eu estou ouvindo a entrevista do treinador gremista, que igualmente é irritante, porque me lembrou as do Celso Roth em 2010, quando o Inter ganhou a Libertadores e passou o resto do semestre ignorando os eventos que sinalizavam para um possível fracasso pela má condução do time no Brasileiro, sempre sendo utilizado o argumento que o bom vinha no final do ano no Mundial; aí veio o Mazembaço. Essa entrevista de hoje, reforço, está muito parecida com  aquelas.

Não seria mais honesto dizer para a torcida que o Brasileiro não interessa? Porque o erro gigantesco da arbitragem marcando uma penalidade inexistente que determinou a derrota gremista, é o ápice de uma jornada infeliz. É a cereja do prato ruim que foi servido em solo baiano.

A tal jornada infeliz começa pela irritante (olha a palavra aí, novamente) insistência com Jael. O atacante não tem condições de jogar no Grêmio ou em clubes da primeira divisão. Ele é inferior ao júnior Batista. Se tem que insistir com alguém, que seja com  o menino da base. É um equívoco caríssimo para o clube e time, financeiro e técnico, respectivamente. A frase mais repetida na transmissão do Sportv; "Jael não conseguiu dominar ..." é lapidar. Claro! Um dia ele fará um gol e vai ter algum dirigente ou da comissão técnica alertando - Viram! O cara é goleador. O Grêmio vive muito desses salvo-condutos infelizmente, uma única partida de destaque, às vezes, garante um largo tempo de atuações comprometedoras.

Entrar com Arroyo e Jael em detrimento do nome de Éverton é outra barbaridade perpetrada pelo treinador tricolor. O equatoriano não está jogando nada; fica apenas a interrogação: Ele é só isso ou ainda está se adaptando?

No mais, Paulo Victor novamente foi bem, nada de fantástico, mas não comprometeu. Edílson é um caso para análise; é bom jogador, mas supervalorizado no Grêmio. Está inexplicavelmente entre os intocáveis do time. Bressan não acrescenta nada que justifique ser a primeira opção para o lugar de Geromel. Kannemann se ressente de um bom parceiro na zaga, mas esteve bem. O melhor foi Bruno Cortez que destoou ao lado de Arthur da ruindade que tomou conta do time hoje. Ruindade ou desinteresse, fica a dúvida. Ambos foram as andorinhas que não fizeram o verão.

Michel foi bem, já Ramiro precisa curtir um tempo fora da equipe; minha indicação, Patric; alguém poderá dizer que tem característica diferente de Ramiro, mas há dentro de campo, posições que comportam variações de estilos, terceiro ou quarto jogador de meio de campo, aceita isso. É hora de Patric ganhar uma sequência no lugar de Ramiro. Ramiro não é Giuliano e ocupou o lugar do paranaense, por que não experimentar Patric ali?

Fernandinho é uma história intrigante, ouço as pessoas e eu mesmo escrevo por aqui: "Ele foi bem, esteve entre os melhores", isso, em várias jornadas, mas e a consequência de seus movimentos? Pouco, muito pouco resultado positivo. Ele domina, avança, dribla, ultrapassa, sofre a falta ou então, dribla, enquadra o corpo, chuta e ... Nada acontece. Pode melhorar a sua performance, claro que sim, mas aí entra o treinador, que deve avaliar onde está o furo de "bons desempenhos", mas de resultados pífios.

Deixo por último, o grande nome da tarde gremista, Arthur, este não está assustado ou desinteressado; dá para incluir também Kannemann e Bruno Cortez + os que entraram no decorrer da partida; Éverton e Patric.

Leonardo Moura não teve tempo para mostrar nada.

Resumindo: Proponho que o primeiro mandatário do clube faça um pronunciamento esclarecedor para a massa gremista, tirando a dúvida que crescerá nos próximos dias, qual seja: Qual é a do Grêmio no Brasileirão? 

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Opinião



A Travessia

Escrevi que o Grêmio precisava se superar, necessitava chegar a esta etapa onde apenas quatro clubes chegaram e sendo Libertadores, sabemos o que isso significa. Muitos clubes de tradição na América por diversos motivos ficaram para trás, alguns, sequer disputaram a fase anterior, a que chamamos de "Pré-Libertadores"; então, não foi pouca coisa o que o Tricolor conquistou.

Essa ponte que o Tricolor transpôs não é apenas importante pela chance de conquistar o tri, nem porque vai ganhar uma boa grana, nem a visibilidade que vai alcançar;inclusive, talvez até chegue novamente ao Mundial de Clubes; tudo isto é uma obviedade, que quando os amigos lerem, poderão dizer, escreveu de pileque. Explico:

Quando tratei da necessidade imperiosa de passar de fase era porque fracassando, o ano gremista terminaria no 20 de Setembro. A crise seria grandiosa, porque era grave mesmo, também, pelo sufoco que o Coirmão está passando em 2017, necessitando de refresco e a reação da imprensa fardada, pronta para detonar o Imortal.

Se caísse ontem, mas com a realidade de estar disputando "pau a pau" com o Corinthians o mais importante campeonato nacional das Américas, surgiria até uma corrente da imprensa e da torcida, saudando a queda na LA, pois assim poderia brigar por um título de relevância que o Rio Grande do Sul já não conquista há mais de 20 anos, além do ineditismo dentro desta modalidade de pontos corridos; haveria um consolo na desclassificação.

Por tudo isso, passar de fase era visceralmente fundamental, seja pelo avanço na Libertadores e preenchimento do calendário pelo menos por mais um mês, seja pela inviabilização de uma crise mastodôntica de encerrar as atividades do futebol em pleno Setembro, porque só brigar por vaga em G6 num campeonato de 20 clubes é uma grande humilhação e atestado de incompetência.

Vencendo, o Grêmio ganhou nova chance ontem. Renasceu no dia do Gaúcho.


quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Opinião



Na Superação

Passamos!  Um verdadeiro sufoco, porque o que se viu foi um time mediano organizado versus um mais qualificado, porém desarrumado. Aí entra o detalhe e neste caso, o detalhe foi o centro-avante. Única que veio à feição, Barrios guardou.

Renato teve o tirocínio necessário para corrigir a má escalação. Na teoria, o Grêmio entrou ajustado, na prática, não. Leonardo Moura não tem mais pulmão para fazer a função de meia, ainda mais se o substituído é Luan.

Ao trazer Ramiro para o meio, Fernandinho no lado direito e Éverton na esquerda, até as chances do Botafogo cessaram. A correção surtiu efeito num todo. Ataque e Defesa. Não que tenha sido uma maravilha, mas passou a controlar o meio e os lados.

Individualmente, Kannemann fez uma grande apresentação, apesar de um início vacilante, Marcelo Grohe foi decisivo na primeira fase, fazendo duas defesas providenciais, especialmente o arremate de calcanhar. Geromel elevou a qualidade da zaga, mesmo sem ter ritmo de jogo. Edílson mal e Bruno Cortez, muito bem atrás e na parte ofensiva.

Michel, o grande jogador do meio de campo, soberbo, um dos três melhores nesta jornada, Arthur inferior a sua média e Ramiro, mal no lado, mudando de posição, cresceu, entretanto, sem lembrar os seus melhores dias.

Fernandinho, apesar de todo o seu envolvimento na partida, falta consequência nos seus lances, algo que ocorreu com Barrios, que decidiu e ponto final.

Éverton tem como mérito ajudar o setor defensivo, faltou o que ele sabe melhor fazer: O arranque veloz e arremates. Chutou muito pouco, puxou escassos contra-ataques.

Jaílson entrou mais avançado do que normalmente joga, não deixou o Botafogo dar aquele tradicional abafa de final de partida. Luan não tocou na bola.

Estamos pertinho do título: 2 empates, 2 vitórias. Há a grande oportunidade de melhorar as alternativas para Maicon (Cristian) a busca para os lugares de Barrios e Luan.

A passagem de fase dá uma chance quase irrepetível de qualificar o elenco.

Agora é comemorar.