Grêmio afunda diante do fraco Bahia
Se Renato ameaça largar e ir para a praia, fato causado pelas calamitosas arbitragens brasileiras (e ele tem razão), eu, às vezes, tenho essa ideia por outro motivo: o sofrível desempenho gremista que vem da inconsistência tática e da preguiça do time em campo. Pior! Não se tem notícia de cobrança forte. Verdade que de vez em quando, há um jogo de cena do treinador nas entrevistas depois dos jogos. Importante! Aliada a uma omissão deplorável da Direção, quanto ao desempenho Tricolor.
Mesmo confirmada a canalhice do dirigente da CBF que pediu a expulsão de Diego Costa, ela não pode deixar em segundo plano a péssima partida gremista contra o modesto "11" baiano, cujo clube é um exemplo de como jogar dinheiro fora: um treinador meia-boca, um ex-atleta com salário milionário (Éverton Ribeiro), dois zagueiros limitados, contratações super estimadas, casos dos bancários Ademir e Biel, por exemplo, goleiro e centro avante comuns, tudo isso com grana do grupo City. Os árabes tem e sabem rasgar dinheiro.
Sorte que em seguida, assisti um filme muito bom com a família, que amenizou a minha irritação. O Grêmio entrou mal, promovendo as estreias de Rafael (que acabou impedindo a goleada), quatro jogadores de vocação defensiva no meio, Dodi, Villasanti, Du Queiroz e Edenílson, onde três deles foram mal: Villasanti sentiu a mudança de posição, Du Queiroz se fosse júnior já estaria esfolado pela torcida e Edenílson, mesmo com a atenuante de ser sua primeira partida, por orientação tática ou iniciativa própria (não sei), não foi nenhuma vez ao fundo pelo lado direito e repetiu as piores performances de Alisson, um especialista em sair de uma zona livre para buscar as congestionadas, onde invariavelmente, perdia a bola. Sobrou o esforço inútil de Dodi.
Ainda que não tenha nenhum lance comprometedor, a preferência por Rodrigo Ely na alternativa que poderia ser de Gustavo Martins é inexplicável e/ou inaceitável.
Fábio pela primeira vez virou uma avenida pelo seu lado e vou utilizar o termo novamente: inexplicável, porque havia quatro jogadores de marcação no meio. Mesmo com o desempenho pífio de Soteldo, que não fez absolutamente nada, o lado esquerdo ficou desguarnecido pela desorganização tática. Portanto, sobraram um discreto João Pedro na direita e um desesperado Kannemann fazendo de tudo na defesa. Resultado: de forma igual, não foi bem.
E Diego Costa é uma andorinha solitária sem a qualidade de Suárez, a consequência de sua particiapação foi uma atrasada de cabeça para Marcos, o arqueiro e brigas desgastantes e inócuas com a zaga baiana. É pouco.
Dizer que o calendário brasileiro é desumano é uma realidade, mas também, uma balela, pois se conhece ele desde 2023. Além disso, se meninos como Nathan Fernandes, Ronald, Gustavo Nunes, Zé Guilherme, não puderem jogar de três em três dias na fase da vida em que estão, então, o mundo está de cabeça para baixo. Acredito que a maioria dos leitores deste blog tem mais de 18, 20 anos e devem lembrar da jornada que realizavam com essas idades.
A cena patética da retirada dos jogadores do banco de reserva orientados pelo treinador me remete ao mesmo procedimento que adoto para evitar injustiça nas análises, qual seja; E se fosse Luxemburgo ou Enderson Moreira, o que diria a mídia, torcida, dirigentes e eu?
Já são seis pontos jogados fora frente a dois adversários fragilíssimos, onde um deles já está atrás de novo treinador, depois lamentam o sufoco que sofrem na segunda metade do certame ou desdenham do mais importante campeonato nacional das Américas. Não me venham com a história que a Dupla Grenal vai levar 99 anos para ganhar um, pois 2023 demonstrou que com um goleiro confiável, mantidas as demais condições, a taça estaria no armário gremista.
Finalizando, a pegada, a raça e competência que o elenco demonstrou em La Plata parece que se trata de um fato de exceção.
Uma pergunta: Havia dirigente no banco de reservas na debandada azul?