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sábado, 31 de dezembro de 2022

Pequenas Histórias

Essa crônica, eu comecei a escrever na Terça-feira, 27; busquei material com o Alvirubro e também, com o Arquivo Histórico de minha cidade: o primeiro jogo contra o Grêmio, um desconhecido Pelé (ou seria Bilé?) em 1957 e o outro no auge, 1970, depois do Tri.

 Mantinha a esperança que o Rei iria dar um drible no destino. Não deu. De qualquer forma, manterei o texto, porque é um instantâneo do que sentia diante do inevitável. Fica apenas a do segundo momento.

Pequenas Histórias (278) - Ano - 1970

Sua Majestade 

Fonte: Jornal Correio do Povo

Este final de ano está sendo muito difícil para a família Arantes do Nascimento; aliás, para todos que gostam de futebol, porque o Rei sofre com uma doença implacável e ele é a maior expressão deste esporte em todos os tempos.

 Dos meus ídolos da primeira infância, o único que está vivo, que para mim é um ser irrepreensível. Verdade que nos anos 90, descobri que ele recebeu reprovação de parte do público  por problemas pessoais, mas que não os teve? Charles Chaplin e Mahatma Gandhi também os tiveram. Como consolo, a frase de Nélson Rodrigues: - Toda a unanimidade é burra! além disso, existem o Édson e o Pelé. Não vou atirar pedra, não!

 Minha idolatria por ele, não sofreu um “arranhão” sequer, por isso, ando apreensivo, quanto à saúde do craque que passa dos 82 anos. Tudo o que se comentou dele é infinitamente menor do que sua arte. É cidadão do Mundo com muita justiça.

 Pela memória, consigo retornar ao final dos anos 60; lembro de ter ouvido com meu pai a narração daquele Vasco da Gama versus Santos, onde ele marcou o milésimo gol, estádio do Maracanã. Uma Quinta-feira à noite. Depois veio a campanha do Tri no México, onde esbanjou talento, criatividade e liderança. 

Já era uma celebridade mundial há mais de uma década. Sua imagem era mais conhecida do que seu país. E foi assim que em Setembro de 70, mais exatamente, dia 02, o Santos, “o clube cigano” como passou a ser reconhecido, esteve em Erechim, interior do Rio Grande para inaugurar o maior estádio fora de Porto Alegre, o Colosso da Lagoa; à época, com capacidade para receber toda a população da sua cidade. 

Para o festival abertura, o Grêmio ia encarar as feras do Santos e o Inter, as do Botafogo, simplesmente, as maiores agremiações esportivas daquele período. No aeroporto da pequena cidade, 2.500 pessoas se aglomeraram para ver a majestade e seu séquito.

Lá estava o Peixe com Pelé e seus cunhados, Lima, Davi e Abel; além de vários craques. Faltaram os tri campeões Joel Camargo e Clodoaldo mais o ponta direita Manuel Maria. Então foi a campo com: Edvar; Carlos Alberto Torres, Ramos Delgado, Djalma Dias e Rildo; Léo e Lima; Davi, Douglas, Pelé e Abel. O técnico Antoninho lançou mão também de Paulo, Turcão, Nenê e Picolé. De uma delegação de 17 atletas, não atuaram o goleiro Aguinaldo e Edu, outro tri campeão mundial, poupado.

Carlos Froner utilizou: Breno; Espinosa, Ari Hercílio, Beto Bacamarte e Jamir; Jadir e Everaldo; Flecha, Caio, Alcindo e Loivo. Entraram também: Ivo Wortmann, Di, Paíca, Bebeto e Paraguaio. Não contou com Wolmir e Joãozinho (João Severiano), lesionados.

O Tricolor atacou mais e a primeira chance real de balançar as redes, o ponta esquerda Loivo perdeu, quando arrematou para fora o passe recebido de Flecha, já com Edvar vencido; isso, aos 35 minutos.

Aos 44, o Tricolor errou a saída de bola, o ataque santista foi rápido e Pelé frente à frente com Breno, não vacilou: bateu forte, marcando o primeiro tento do novo estádio. Imediatamente, a partida foi interrompida, porque aquele foi o gol de 1.040 do Rei, exatamente o prefixo da Rádio Tupi de São Paulo, que aproveitou o evento para fazer o seu marketing, entregando para o Ypiranga, uma placa de bronze, perpetuando o fato coincidente.

Na segunda etapa, os clubes processaram várias alterações, o que resultou na falta de entrosamento e consequente queda na qualidade da partida. Quem se importava? todos queriam ver Pelé e ele foi até o apito derradeiro do confronto.

Com o espetáculo chegando ao seu final, o centro médio Léo Oliveira, aos 37 minutos, acertou bonito chute de fora da área com a pelota batendo na trave, antes de chegar ao fundo das redes. 2 a 0.

O árbitro foi Roque José Gallas, 20 mil pessoas assistiram ao vivo a mais uma façanha do Rei Pelé, autor do gol inaugural do Colosso da Lagoa.

Aquele Grêmio versus Santos foi o primeiro compromisso dos paulistas dentro das quatro linhas em Setembro; que teve 10 confrontos com 7 vitórias e 3 empates em quatro países: Brasil, Venezuela, Estados Unidos e Colômbia, sempre com a exigência da presença de Pelé.

O Rei, além do talento natural para o futebol, igualmente, era uma fortaleza física.

Fonte: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro

            Arquivo Histórico de Santa Maria



quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Especial

 

ETERNO

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segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Opinião




Ídolos 


Lendo a coluna do Leonardo Oliveira (ZH), vejo que ele se antecipou ao que eu queria escrever esta semana; ou seja, o adicional que pode estar vindo para o elenco e clube na contratação de Luizito Suárez: a condição de líder.

Muitos jogadores do Prata (leia-se Argentina e Uruguai) atuaram na Dupla Grenal, contribuindo não apenas com futebol de qualidade e competitivo, mas dando a peculiar condição de líderes dentro do campo e do vestiário, também. 

Citarei uns poucos com a certeza de dar ao leitor a ideia correta deste texto: Ancheta, De Leon e Kannemann; do lado vermelho, o chileno Figueroa, que atuou com sucesso por 5 temporadas no Peñarol, Ruben Paz e mais recentemente, D'Alessandro. Todos tiveram a condição de carregar no braço a faixa de capitão das suas equipes; até Kannemann, embora a presença de Pedro Geromel.

Se há diferenças entre as vindas de Suárez e de Douglas Costa e Diego Tardelli, por exemplo, a mais evidente parece ser que o uruguaio já demonstrou no Nacional de Montevidéu a sua compreensão de ser portador de uma liderança gigantesca sobre os demais atletas.

Isso não tem preço.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Opinião




A Nova Chance para Renato 

Renato vive uma espécie de retomada de carreira no cenário nacional (e até internacional), quando decidiu encarar uma Série B em 2022. Ele teve um tropeço bem indigesto na passagem pelo Flamengo, apesar do 72% de aproveitamento, estatística que esconde um trabalho frustrante para quem tem o aporte financeiro e elenco tão robusto como é o caso do "Mais Querido". A sua trajetória ficou chamuscada por lá, vide Passagem pelo Flamengo.

Mas o treinador é inteligente; diferente da visão dos anteriores (dirigente e treinador) que superestimavam as dificuldades de atuar na Segunda Divisão, Renato veio com um discurso óbvio, que ia ao encontro da realidade, isto é, se era "pedreira" a Série B para Cruzeiro, Vasco, Bahia e o próprio Grêmio, o que seria ela para os demais? mesma identificação do que a massa gremista entendia, ou seja, o acesso seria com um "pé nas costas". Assim, ele conquistou mais uma vez o torcedor gremista.

Porém, a volta ao pelotão de elite, não lhe acrescentou muita coisa na carreira. Há ainda, um persistente ranço, qual seja, que sua passagem anterior seria em cima do trabalho de Roger (eu nunca concordei com essa afirmação); agora, "para o bem ou para o mal", a montagem e futuro trabalho, causas e consequências deste 2023 serão inquestionavelmente, responsabilidade sua.

Renato fazendo uma grande campanha no Grêmio, dissipará ou diminuirá muito a pecha de treinador folgado ou de entregador de camisas que lhe reduziu as chances de atingir o seu maior objetivo como técnico: a Seleção Brasileira.

Em tese, o Tricolor monta um grande esquadrão para a temporada do ano que chega.

Finalizando, dou um abraço a todos os amigos e colegas do blog, desejando um Feliz Natal com Saúde, Paz e Harmonia.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Opinião




O Que pode estar vindo no Pacote 

Carballo e Cristaldo podem soar como nome de dupla tipo Lennon e McCartney, Cazuza e Frejat ou até, Christian e Ralf. A coincidência dará a eles a chance de atuarem juntos. Dois platinos, um uruguaio, outro argentino. O primeiro atuou no Nacional, o segundo é cria do Boca. Não sentirão a camisa pesada do Grêmio.

Se essa dupla dará certo, não se sabe. São tantos exemplos de sucesso, como de fracassos, mas eles possuem bom histórico recente; um, o craque do campeonato uruguaio, o outro, vice artilheiro do argentino. E são jovens.

O que me deixa mais esperançoso é que atuam num setor, onde o clube está carente de bons valores, o meio de campo, que tanta dor de cabeça deu ao torcedor gremista nas duas últimas temporadas, além disso; o que Carballo e Cristaldo podem acrescentar é algo muitíssimo importante: a garra, a luta, a indignação em busca do triunfo, características que se observam em Walter Kannemann e Matías Villasanti.

O Tricolor acerta ao olhar para os reforços desta região da América do Sul.

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Opinião




As Prováveis Vendas 

Com as boas contratações que já chegaram e as em andamento, o Grêmio começa a modificar a fotografia de time e elenco. No momento, há uma overdose de meio-campistas e carência de laterais, mas é um processo, portanto, segue o seu curso.

Olhando para o grupo e também para as finanças, eu penso que bons negócios, o Tricolor só poderá fazer com Villasanti e Campaz, o primeiro tem mercado na Europa, o segundo, provavelmente, o dos Estados Unidos. Além deles, quatro ex-juniores: Bitello; desconfio que "bateu no teto", Ferreira, pois sempre foi mais expectativa do que realidade e, por fim, os goleiros Brenno e Gabriel Grando, podem sair. Por que estes? porque tem mercado; são grandes goleiros, mas, a minha maior justificativa é que o Tricolor tem uma safra excelente de arqueiros como Felipe Scheibig (desconfio que é o melhor do quarteto) e Adriel. Não dá para desperdiçá-los.

Nestes caso, a venda dos mais velhos dos goleiros, haverá a necessidade de uma ponte entre o momento atual e a hora em que Adriel e Scheibig estejam prontos; então, aí entra um goleiro de qualidade, experiente, para uma curta temporada de um, dois anos.

Com essas vendas, o Grêmio evitará ter problemas financeiros e poderá buscar suprir carências pontuais como laterais e um avante.

domingo, 18 de dezembro de 2022

 

Fonte: Olé

Argentina vence nos pênaltis e conquista pela terceira vez a Copa do Mundo

 

Mario Kempes (1978), Diego Maradona (1986) e Leonel Messi (2022). Três camisas 10, três cracaços, três lendas do futebol argentino, três campeões do mundo, três conceitos de futebol bem jogado. Quem acompanhou o jogo final do Mundial do Qatar, neste domingo, tem agora a definição perfeita do que significa um jogo de superação. De ambos os lados. Argentina e França tiveram que se doar além da conta. Exaustos, destroçados física e psicologicamente, os atletas deram mostras que o resultado do jogo se define somente quando o árbitro trila o apito final. E se preciso for entrar no período de prorrogação para definir o campeão, ainda assim, o resultado somente será conhecido depois dos 30 minutos regulamentares. Definindo numa palavra essa final: Sensacional!

O jogo começou tenso, com erros técnicos e algumas faltas. A França tentou construir as jogadas, que não foram bem concluídas. A Argentina jogou com mais fluidez. Messi atraiu os adversários pelo lado direito, fazendo a bola chegar ao lado oposto, onde Di Maria foi dono do espaço, dificultando a saída organizada dos franceses. Mbappé foi pouco visto no 1º tempo. Aos 23min, Di Maria passou por Dembélé, entrou na área, tropeçou em sua própria perna e o árbitro assinalou o pênalti. Messi foi para a bola e colocou os argentinos na frente: 1 a 0! A França que não respondia à iniciativa argentina, continuou não reagindo após o gol. Deschamps pareceu não ter ideias e nem forças para modificar a forma de jogar dos seus. E aos 36min houve um bis argentino: em um contra-ataque, Mac Allister achou Messi que tocou para Álvarez. O atacante lançou a bola para Mac Allister, que invadiu a área pela direita e ajeitou para Di María bater com a perna canhota: 2 a 0! Deschamps vendo o seu time ruir em campo imediatamente fez duas modificações: Dembele e Giroud deram lugar a Kolo Muani e Thuram, para ao menos tentar mudar o perfil do 1º tempo.

No 2º tempo, pareceu que apenas a Argentina tinha interesse no jogo. No lado francês, nenhuma tentativa de chute, nenhum movimento capaz de levar algum perigo à bem postada defesa dos “hermanos”. O goleiro Martinez só apareceu no jogo, depois de interceptar um escanteio batido por Griezmann. O cronômetro marcava 7min da 2ª etapa. Produção ofensiva nula da França. Mesmo na posição de centroavante Mbappé não conseguiu entrar no jogo, seus companheiros não conseguiram serví-lo, pois Scaloni conseguiu fechar todos os caminhos em direção à sua meta. Di María, cumprindo tarefas que dificultavam os ataques do adversário, cansou. Scaloni mandou a campo Acuna e aí o time diminuiu a sua capacidade. Aos 26min, Mbappé conseguiu finalizar sobre a meta de Martínez, pela primeira vez. Deschamps aproveitou o momento e tirou Griezmann e Theo Hernandez, colocando Coman e Camavinga. E de repente o jogo virou. Otamendi foi ultrapassado por Kolo Muani e o derrubou, na área. Aos 35min, Mbappé converteu o pênalti e deu esperança aos torcedores franceses: 2 a 1! Um minuto depois aconteceu algo que só o futebol é capaz de nos oferecer: Coman desarmou Messi no meio-campo, avançou e passou para Rabiot, que cruzou, Mbappé ajeitou para Thuram, de cabeça, e recebeu de volta pelo alto. Mbappé pegou de primeira, acertando o canto esquerdo de Martínez: 2 a 2! O fantasma do jogo contra a Holanda estava no gramado, outra vez atormentando os argentinos. A prorrogação era o caminho, depois do empate nos 90 minutos.

No 1º tempo da prorrogação, o jogo mudou para o lado da França. Deschamps colocou Fofana no lugar de Rabiot. Scaloni apelou para Paredes e Lautaro no lugar de De Paul e Alvarez. Aos 15min, após ação de Messi e Mac Allister, houve uma oportunidade para Lautaro que demorou para finalizar. E no minuto de acréscimo, Lautaro desperdiçou, na frente de Lloris, ao chutar para fora. No 2º tempo da prorrogação, aos 4min, Messi tocou a bola para Enzo Fernández, que deu a Lautaro Martínez, na direita. O atacante bateu firme, Lloris defendeu. No rebote, Messi chegou batendo com o pé direito e marcou: 3 a 2! Deschamps colocou Konate no lugar de Varane, exausto e sem condições para continuar. Era o último esforço para tentar estender o jogo até os pênaltis. Aos 12min, Mbappé ficou com a sobra de um escanteio, na entrada da área, e chutou. Montiel se jogou na bola, que tocou no seu braço. Pênalti! Mbappé bateu no canto direito de Martínez, que caiu para o outro lado: 3 a 3! Nas penalidades máximas, marcaram para a Argentina: Messi, Dybala, Paredes e Montiel. Para a França, assinalaram, Mbappé e Kolo Muani, mas Coman e Tchouaméni perderam e o título foi para os argentinos, que foram mais competentes, tendo o goleiro Martínez se tornado decisivo, ao defender a segunda cobrança francesa.

Messi e o seu futebol não mereciam passar para a história sem a conquista de uma Copa do Mundo. Os “deuses do futebol” sabem bem a quem abençoar. Kempes, Maradona e Messi. Três camisas 10, três cracaços, três lendas do futebol argentino, três campeões do mundo.

Ficha Técnica

ARGENTINA 3x3 FRANÇA (4x2 nos pênaltis)

Copa do Mundo Qatar 2022 - Final - Local: Estádio de Lusail, Al Daayen (QAT) - Público: 88.966 - Data: 18.12.2022 - Árbitro: Szymon Marciniak (POL) - Cartões amarelos: Enzo Fernández, Acuña e Paredes (Argentina); Rabiot, Giroud, Thuram (França)

ARGENTINA: Emi Martínez; Molina (Montiel), Cristian Romero, Otamendi e Tagliafico (Dybala); Di María (Acuña), De Paul (Paredes), Enzo Fernández e Mac Allister (Pezzella); Messi; Julián Álvarez (Lautaro) - Técnico: Lionel Scaloni

FRANÇA: Lloris; Koundé (Disasi), Varane (Konaté), Upamecano e Theo Hernández (Camavinga); Tchouaméni e Rabiot (Fofana); Dembélé (Kolo Muani), Griezmann (Coman) e Mbappé; Giroud (Thuram) - Técnico: Didier Deschamps

 


sábado, 17 de dezembro de 2022

Memórias


Memórias (22) - Ano - 1969

Naquela Noite com Tostão

Fonte:https://www.ocuriosodofutebol.com.br

"Naquela Noite em que ficamos tristes com Yoko...", começam assim os versos compostos por Sueli Costa e Abel Silva para demonstrar a dor da morte repentina de John Lennon.

 Algo parecido ocorreu com a torcida brasileira, quando os desdobramentos das primeiras notícias da "lesão" de Tostão evoluíam para um traumatismo delicado: descolamento da retina do olho esquerdo. O Brasil ficou aflito e muito triste, acompanhando os temores sobre a saúde do mineiro de Belo Horizonte.

Tostão era a estrela ascendente desde a metade da década de 60, quando uma geração de craques surgiu no Cruzeiro, ameaçando a hegemonia do Santos de Pelé. Havia sinais evidentes, que o Rei encontrara um parceiro "de respeito" no ataque da Seleção. A imprensa chegou a cunhar as expressões "Rei Negro" e "Rei Branco".

O Mineirinho de Ouro, como Tostão era chamado, participou da Copa do Mundo de 66 na Inglaterra e nas eliminatórias para a do México, simplesmente, era ao lado de Pelé, a maior expressão técnica do time.

 O Brasil venceu todos os jogos; marcou 23 gols e o camisa 9 foi o artilheiro do certame com 10 (mais de 43% deles). Estava "voando" há anos seguidos.

Tostão deveria ser a surpresa brasileira para a Copa de 70; ninguém duvidava, mas na noite de 24 de Setembro de 1969, uma quarta-feira, Estádio Pacaembu, Corinthians versus Cruzeiro pelo Roberto Gomes Pedrosa (o campeonato brasileiro da época), lance na área paulista; o zagueiro Ditão espanou com violência o perigo no arco corinthiano; a bola raspou na cabeça do atacante cruzeirense, machucando o seu olho esquerdo, motivo de sua substituição imediata, sem, no entanto, parecer algo tão trágico como se teve conhecimento, em seguida.

O craque teve que ir a Houston, Texas, se tratar com um médico brasileiro, Roberto Abdalla Moura e as chances de retornar à prática deste esporte eram mínimas. Foram meses de angústia, amenizadas apenas pelas palavras do Dr. Abdalla e do técnico João Saldanha, ambos "cravavam" que ele voltaria a atuar e, mais, jogaria a Copa do Mundo.

Acontece que a recuperação era lenta, cheia de incertezas, muitas; afinal, seis meses era o tempo estimado para retornar aos treinos, se tudo desse certo. Mas Tostão retornou em Março, porém, teve um obstáculo inesperado: Saldanha não era mais o treinador e o seu substituto entendia que ele e Pelé, por característica de jogo, não renderiam mais do que o Rei com um "centro avante" rompedor, por isso, Roberto, do Botafogo, e Dario, do Atlético Mineiro, entravam nas vagas dos colegas e amigos de Tostão, Dirceu Lopes e Zé Carlos.

Em solo mexicano, Tostão teve de continuar o tratamento às vésperas da estreia diante da Tchecoslováquia e atuou toda a competição sem as suas melhores condições; ainda assim, foi decisivo na campanha, em especial, na partida mais difícil, a segunda, diante da campeã Inglaterra.

Foi uma jornada de superação ter participado do tri campeonato, seu ponto máximo na carreira interrompida abruptamente.

Em Fevereiro de 1973, aos 26 anos, Tostão, aconselhado pela Medicina, interrompeu uma trajetória brilhante, que deixou um gostinho amargo: o destino lhe passou uma rasteira. Inteiro, ele seria, talvez, o maior destaque daquela Seleção. Faltou o desvio de milímetros na bola chutada pelo beque, naquela "Noite em que ficamos tristes, juntos com Tostão".

Fontes:  Arquivo pessoal do amigo Alvirubro

               https://tardedepacaembu.wordpress.com   

               https://www1.folha.uol.com.br

               https://pt.wikipedia.org

               https://books.google.com.br

               https://terceirotempo.uol.com.br

               https://www.ocuriosodofutebol.com.br


Memórias


Memórias (21) - Ano - 1973

O Embrião 

Fonte: https://www.mijnvoetbalnostalgie.nl

Está chegando a peleja final da Copa do Catar e quase sempre nestas ocasiões, eu recordo os "crimes" de 1974 e 1982, quando Holanda e Brasil eram, respectivamente, as melhores seleções daqueles torneios. Algo que aconteceu com a Hungria de 1954 na Suíça.

Óbvio, há méritos no campeões, a Alemanha, duas vezes e Itália, que eu resumiria numa única palavra: pragmatismo. Essas equipes ficaram com a taça, mas os vice campeões tomaram conta dos corações de quem gosta do futebol mais "romântico", que, às vezes, sucumbe e tropeça nas armadilhas de uma competição cheia de curvas e becos imprevisíveis.

Se o Brasil da Copa da Espanha era a síntese da filosofia do genial treinador Telê Santana, a Hungria devia o seu mérito por utilizar a base do Budapeste Honved F.C., uma orquestra afinada, conduzida pelo maestro Puskas.

E a Laranja Mecânica, qual seria a sua receita? Bom! a explicação começa por Rinus Michel, técnico que foi discípulo de Jack Reynolds, um dos pioneiros do futebol total; mas não é só esse quesito. Há um período glorioso, hegemônico dos flamengos na Europa; isto é, a primeira metade da década de 70, quando o Ajax se tornou tricampeão consecutivo da "Champions da época" e o Feyenoord, da Uefa no biênio 73/74. Também ganharam Mundiais de Clubes, o Feyenoord em 1970 e o Ajax, 1972. Vale lembrar que ele não quis disputar em 1971 e 1973, quando era franco favorito contra os uruguaios do Nacional e os argentinos do Independiente.

Esse histórico vencedor resultou num fato lógico: que a base do Carrossel Holandês só poderia vir destes times de Amsterdam e Rotterdam.

As fotos que ilustram esta postagem são deles no ano de 1973. Nelas estão nove titulares da Holanda na Copa do ano seguinte: Suurbier, Krol, Neeskens, Haan, Cruyff e Rep (Ajax) e Rijsbergen, Van Hanegem e Wim Jansen (Feyenoord).

"Intrusos" entre os titulares, somente o goleiro Jan Jongbloed do Amsterdam F.C. e o ponta esquerda Rob Resenbrink, que atuava no Anderlecht, agremiação da Bélgica.

Além disso, em 74, mesmo Cruyff indo para o Barcelona, depois de nove temporadas no Ajax, seu antigo clube mais o Feyenoord, os dois totalizaram quinze atletas entre os vinte e dois, ou seja, dá quase 70% do grupo. Com o "Holandês Voador", camisa 14 e capitão do time, o percentual chega a 72. Índice avassalador na construção de uma unidade de elenco e numa ideia de jogo que forja um sistema tático sólido.

A Holanda não venceu, porém, foi a equipe que mais se aproximou daquilo que se convencionou chamar de futebol total entre todas as edições da competição.

E pensar que lá se vão 48 anos! uma lástima, uma saudade.

Fontes: https://www.mijnvoetbalnostalgie.nl

              https://imortaisdofutebol.com

              https://pt.wikipedia.org
             
              https://elencos.com.br

              https://edicaodoscampeoes.blogspot.com







                                            



quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Opinião




A Incrível Carência de Laterais 

Fico impressionado com a falta de "mão-de-obra" para a posição de lateral direito no Brasil, e, em especial, no Grêmio. Ano após ano, a história se repete.

Ver a Seleção Brasileira com Danilo e o ex-atleta Daniel Alves participarem de uma Copa do Mundo como opções para essa posição, é deprimente. 

Voltando ao Tricolor: quantos laterais "zanzaram" pela posição. Ninguém se firmou, nem mesmo Edílson que pegou o boné e se mandou para o Cruzeiro. Era o contrato da "sua vida". 

Sofremos o ano passado com o próprio Edílson, Rodrigo Ferreira e até Leonardo Gomes, isso, antes de testar Felipe Albuquerque no começo da temporada.

Os medianos viram artigo de luxo como Guga, Rodinei, Gilberto (que passou pelo Inter e está na Europa). É a lei da oferta e demanda.

Agora, eu leio que o Grêmio pensa em João Pedro, lateral que atual em Portugal. Lembro muito bem dele em 2014 (mais ou menos), quando a defesa do time sub-20 do Palmeiras me impressionou pela qualidade de três jogadores; ele (João Pedro), o zagueiro Nathan mais o lateral esquerdo Victor Luís, este último que acabou rodando por Porto (Portugal), Botafogo e atualmente, defende o Ceará.

Resta saber como está João Pedro. É jovem, 24 anos, atua num grande clube e pode estar diante de uma encruzilhada na carreira. Vale como aposta.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Memórias


Memórias (20) - Ano - 1934

Visão de Jogo 

SWITZERLAND 1934
EEm pé: Jaccard, Von Känel, Weiler, Kielholz, Séchehaye, Hufschmidt, Jaeck and Minelli.
Agachados: Jäggi, Abegglen and Guinchard.


O tema superação já foi visto nesta série (Memórias) com Héctor Castro na Copa inaugural, a de 30 no Uruguai.

Pois, se a equipe Celeste não tivesse desistido da próxima edição, a da Itália em 34, poderia haver um encontro inédito na história deste torneio; de um lado, Castro e a falta da mão direita, no outro, Leopold Kielholz (o quarto em pé na foto acima) que tinha sérios problemas de visão e utilizava (imaginem!) óculos "fundo de garrafa", atuando pelo seu selecionado, a Suíça.

"Poldi", como era conhecido, nasceu em Basel (Basiléia), em 09 de Junho de 1911, portanto, com quase 23 anos jogou a sua primeira Copa. Também esteve na edição da França em 1938. Era atacante, tendo atuado em 12 partidas pelo escrete suíço, marcando 5 gols, um deles, o primeiro, lhe valeu a marca de ser o autor do tento inicial de seu país em Copas do Mundo.

Ele ocorreu na partida realizada em Milão, no dia 27 de Maio, quando a sua Suíça bateu a Holanda por 3 a 2. O gol de Poldi saiu aos 7 minutos da etapa inicial. Kick Smit empatou aos 29 e aos 43, Poldi voltou a balançar as redes. 2 a 1, placar do primeiro tempo.

Na etapa final, André Abegglen fez o terceiro para os helvécios aos 66 minutos. Os flamengos descontaram aos 69 com Leen Vente. Resultado: 3 a 2.

Poldi Kielholz marcou mais uma vez na derrota para a Tchecoslováquia; desta vez, um 3 a 2 para os adversários.

Na Copa da França, 1938, integrou o elenco, porém, ficou na reserva nos três jogos que seu país disputou.

Leopold Kielholz morreu em 04 de Junho de 1980 em Zurich (Zurique).

              Foto:  http://www.pesmitidelcalcio.com
              Fontes: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro
                            https://www.tsf.pt/desporto
                            https://pt.wikipedia.org
                            https://www.zerozero.pt

domingo, 11 de dezembro de 2022

Opinião




A Confirmação  


A saída de Tite da Seleção era previsível; neste caso, porque ele já decidira independente do resultado, que iria pedir o boné. Vencendo, muitas vozes subiriam o tom sobre a excelência dos técnicos brasileiros; perdendo da forma como ocorreu, surgiu uma onda de agressividade que não vi em toda a minha vida com relação à comandantes técnicos da Seleção Canarinho. 

Mas este texto é para ratificar minha opinião sobre a diferença entre os treinadores estrangeiros e os nossos. Lógico! a comparação minha se baliza entre técnicos presumíveis de atuação em mesmos mercados, isto é, em clubes de ponta. Sem essa referência, a forma de medir fica prejudicada.

Lembro de ter lido crônica de jornalista gaúcho cujo o título era "Passou a Febre", dando a entender que a vinda de treinadores estrangeiros não passava de uma febre. Ledo Engano.

Com o cargo de técnico vago, a Imprensa começa as especulações e aí,  ao enumerar os prováveis candidatos, sem esse propósito, ela consagra a abissal diferença, que tanto me referi em postagens anteriores. 

Os nomes citados são (e eu os separo de propósito): de um lado, Mano Menezes, Fernando Diniz, Dorival Jr., Cuca e até Renato. Do outro, alguns inviáveis, Pep Guardiola, Jorge Jesus, Abel Ferreira, mesmo assim, dando uma ideia da distância qualitativa oceânica entre os dois mercados.

Acho que maior exemplo de constatação de carência nacional nesta profissão, não existe.


sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

 

Créditos: Lucas Figueiredo/CBF

Brasil enterra nos pênaltis a chance do hexacampeonato mundial

A Croácia é a primeira semifinalista da Copa do Mundo, o Brasil foi eliminado nos pênaltis, por 4 a 2. A Seleção Brasileira, apesar de um dia sem brilho, obrigou o ótimo goleiro Livakovic a fazer intervenções decisivas, garantido o resultado em 0 a 0 nos 90 minutos. O adversário, hierarquicamente e qualitativamente muito melhor do que os adversários anteriores, trouxe sérios problemas ao time brasileiro. Tite não soube resolver o difícil enfrentamento e a eliminação diante da Croácia foi justa.

No 1º tempo, o primeiro bom movimento foi de Vinicius Junior que chutou colocado aos 5min, sem problema para o goleiro. Mas a Croácia não se assustou e jogou com desenvoltura e personalidade. Aos 13min, em belo cruzamento de Pasalic, Perisic antecipou-se a Eder Militão, mas não conseguiu finalizar. Aos 20min, combinação de Vinicius Junior e Richarlison, mas Gvardiol, bem posicionado, bloqueou. O jogo brasileiro se desenvolveu pelo lado esquerdo, com Vinicius Junior. Neymar, a referência do time, esteve apagado e desinteressado. Insistiu demais na condução da bola e errou passes fáceis. Raphinha também esteve sumido. A Croácia, por sua vez, produziu de forma organizada, sobretudo pelo lado direito de ataque.

Depois do intervalo foi o Brasil quem atacou primeiro. Aos 2min, Livakovic, sempre ele, afastou uma bola desviada por um companheiro de equipe. Aos 10min, o goleiro croata repetiu a boa intervenção, em chute à queima-roupa de Neymar. Tite modificou o time e Antony substituiu a Raphinha. A insatisfação do técnico brasileiro com o ataque ficou clara quando Rodrygo entrou no lugar de Vinicius Junior. Aos 21min, Lucas Paquetá ficou diante de Livakovic, que desviou a bola para escanteio. A pressão do Brasil aumentou. O técnico croata mexeu no time e lançou Vlasic e Petkovic. Aos 31min, novamente Livakovic interveio diante de Neymar. A Croácia fazia a bola circular e o Brasil jogava, querendo evitar a prorrogação. Aos 35min, Lucas Paquetá, servido por Rodrygo, chutou rasteiro, para a fácil defesa do goleiro adversário. Se defendendo de forma ordenada e diminuindo os espaços entre as linhas, os croatas não deram espaço às combinações brasileiras. Tite, então, apelou para Pedro, no comando do ataque. Mas nada aconteceu, por falta de personalidade dos brasileiros, que quase nunca buscaram uma jogada decisiva ou um drible definitivo. Final dos 90min, 0 a 0.

Vieram os 30min extras (prorrogação) e o desenrolar do jogo não mudou: o Brasil atacando e a Croácia se defendendo. Aos 13min da prorrogação, Petkovic criou boa oportunidade para Brozovic, de frente para Alisson, chutar alto. Mas aos 16min, no minuto de acréscimo do 1º tempo extra, Neymar combinou a jogada com Rodrygo, primeiro, e depois com Paquetá, driblou Livakovic, tirou de Sosa e finalizou no ângulo superior esquerdo. Brasil 1 a 0! No 2º tempo da prorrogação, a Croácia fez de tudo para empatar. Tite colocou em campo Alex Sandro e Fred, no lugar de Eder Militão e Lucas Paquetá. Modificações feitas para segurar a Croácia e melhorar o condicionamento físico do time. Mas...aos 12min, numa ação pela esquerda, Orsic cruzou rasteiro para a frente da área e Petkovic, com o pé esquerdo, finalizou. A bola levemente desviou em Marquinhos e entrou no canto direito de Alisson, que se jogou, mas era tarde. A bola já estava na rede brasileira. 1 a 1.

Na decisão em pênaltis, o que se viu foi muita competência dos croatas e certo nervosismo dos brasileiros. Vlasic marcou; Rodrygo bateu e Livakovic defendeu; Majer confirmou, Casemiro também; 2-1 para a Croácia, após dois arremates. Modric fez o terceiro; Pedro marcou o segundo para o Brasil; Orsic fez o quarto gol croata e Marquinhos bateu no canto direito, a bola beijou a trave. O sonho brasileiro terminou ali. 4 a 2 para a Croácia.

Uma pergunta que muitos torcedores se fazem: Por que Neymar não cobrou o primeiro pênalti? Ele, o camisa 10, a referência técnica do time de Tite. Ou ainda, por que Neymar não cobrou o quarto pênalti? Aquele que Marquinhos, abatido após o gol croata, cobrou e a bola foi encontrar a trave? Certamente, a comissão técnica explicará as suas escolhas. O Brasil vai enfileirando insucessos, diante de seleções do velho continente: em 2006, rendeu-se à França; em 2010, à Holanda; em 2014, o inesquecível 1 a 7, em casa, contra os alemães; em 2018, a Bélgica nos mandou para casa mais cedo; e em 2022, a Croácia comprou nossas passagens de volta ao Brasil. Vamos, mais uma vez, assistir à final do Mundial, com outros protagonistas.

Ficha Técnica

BRASIL 1x1 CROÁCIA (2x4 nos pênaltis)

Copa do Mundo Qatar 2022 - Quartas-de Final - Local: Education City Stadium, Doha (QAT) - Público 43.893 - Data: 09.12.2022 - Árbitro: Michael Oliver (ING) - Cartão amarelo: Danilo, Casemiro, Marquinhos, Brozovic, Petkovic

BRASIL - Alisson; Éder Militão (Alex Sandro), Marquinhos, Thiago Silva e Danilo; Casemiro, Lucas Paquetá (Fred) e Neymar; Raphinha (Antony), Richarlison (Pedro) e Vinícius Junior (Rodrygo).

Técnico: Tite

CROÁCIA - Livakovic; Juranovic, Lovren, Gvardiol e Sosa (Budimir); Brozovic (Orsic), Kovacic (Majer) e Modric; Pasalic (Vlasic), Kramaric (Petkovic) e Perisic.

Técnico: Zlatko Dalic


quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Memórias


Memórias (19) - Ano - 1986


O Gol Esquecido 


Fonte: https://www.gettyimages.pt


A Argentina bateu a Inglaterra na Copa de 1986 por 2 a 1, mas são muitos os que se referem ao escore final como 2 a 0, porque dos três gols mais comentados na história de todas as edições, dois foram marcados naquele 22 de Junho no Estádio Azteca (grafia original); o gol com a mão de Maradona e aquele que é sem dúvidas, o maior tento desde 1930 até este momento: Maradona arrancou do seu campo e só parou, quando as redes balançaram, depois de meio time dos ingleses ficar esparramado e atônito com a jogada do Gênio. O outro polêmico ocorreu na final de 1966, quando o britânico Hurst marcou o gol de desempate na prorrogação (3 a 2) com a bola cabeceada na trave, que depois bateu na linha ou dentro do arco alemão (???). Os germânicos não engoliram a decisão do juiz suíço Gottfried Dienst. Sorte dele que Hurst marcaria mais um, o seu terceiro e o resultado final consagrou o English Team; 4 a 2.

No caso da marca de Lineker, não se trata de uma mentira repetida várias vezes, que confunde os curiosos e futebolistas, mas a traição do inconsciente dessa parcela de pessoas, que esquece a cabeçada mortal de Gary Lineker aos 36 minutos da etapa final, descontando para os europeus (vide foto), dando um sopro de esperança, que se mostrou infrutífero, não sobrevivendo ao apito derradeiro do juiz tunisiano Ali Bin Nasser.

Lineker notabilizou-se por ser um artilheiro nato. Na primeira temporada como titular pelo seu time do coração, o da sua terra, Leicester, ele marcou 17 em 39 jogos, no segundo ano, os números foram bons também: 26 gols em 40 partidas. 

Depois de 7 temporadas, Lineker mudou-se para o Everton, o clube azul de Liverpool. Seguiu com sua veia goleadora, 38 gols em 52 jogos, e, assim, virou o centro avante da Seleção naquele Mundial.

Este gol marcado contra os platinos, deu a Lineker a artilharia isolada da Copa do Mundo do México. Foram 6.

Décadas passadas, Maradona se encontrou com o goleador da Copa e noutra ocasião com o árbitro Nasser. Todos, civilizadamente, rememoraram aquele célebre confronto repleto de peculiaridades, essas, que deram contornos dramáticos e emoções intensas, antes (o forte aparato policial dentro e fora do estádio por conta das cicatrizes da Guerra das Malvinas), durante, (pela jornada épica do "Pibe de Oro", uma mescla de técnica e malícia), depois (pela repercussão impactante na vida destes três atores, Maradona, Lineker e Ali Bin Nasser, além do resgate parcial da autoestima argentina) naquele Domingo ensolarado na capital dos astecas.

Gary Lineker foi, talvez, o único inglês naquela disputa, que teve algo a comemorar.

Fontes: https://premierleaguebrasil.com.br
              https://pt.wikipedia.org









terça-feira, 6 de dezembro de 2022

Opinião




O que parece ser Convicção 


Ultimamente, entre elogiar e "dar pau", o meu texto dá de goleada para a segunda alternativa. Foram muitos equívocos nestes dois anos mais recentes e até alguma "derrapada" da nova direção: a rendição a Renato, a maior delas, porém, as especulações (e até concretização de uma delas) mostram que nem tudo é tristeza e desgoverno. Explico no próximo parágrafo.

Para mim, a maior carência do Tricolor, excluindo o "jóquei", é o setor de meio de campo e é ali que a Direção cerra fogo; os nomes especulados são na maioria de volantes e meia armadores: Carballo, Cristaldo, Pepê, Jair, que poderão se juntar a Villasanti, única reserva de qualidade do meio gremista.

Precisa de laterais? sim, mais avantes? também, mas o coração do time, onde pulsa toda a organização tática é o setor de transição da defesa para o ataque.

Com certeza, os dirigentes acertam ao buscar a mudança de fotografia pelo meio de campo Tricolor.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

 

Créditos: Lucas Figueiredo/CBF

Brasil goleia a Coreia do Sul e está nas quartas-de-final do Mundial

Quem, como eu, esperava um jogo truncado, de difícil definição, contra a Coreia do Sul, enganou-se. O adversário não foi páreo para o time de Tite. Paulo Bento, o técnico português da Coreia do Sul, imaginou que abrindo mão de uma formatação mais fechada, poderia surpreender o Brasil. O Brasil passou pelos coreanos com facilidade. E passeou em campo. Bastaram menos de 40 minutos de bom futebol, para definir o placar: um 4 a 0 já no 1º tempo. 

Dos dois tempos de jogo, apenas o 1º tempo merece ser destacado: tudo decidiu-se nele. Tite acertou o time para um começo forte. Aos 7min, Raphinha fugiu da marcação de Kim Jin-Su, pela direita, e cruzou rasteiro, a zaga coreana ficou centrada à frente da meta e Vinicius Junior, na segunda trave, ficou livre; controlou com calma a bola e com o pé direito finalizou em diagonal, colocado, alto, no canto esquerdo. Aos 12min, Jung Woo-Young não percebeu Richarlison, que veio por trás dele e tocou a bola. Na tentativa de impedir a progressão, um leve contato do zagueiro no pé do camisa 9 do Brasil, proporcionou a queda dentro da área: pênalti! Neymar, lentamente, foi para a bola e com o pé direito colocou rasteiro, à esquerda do goleiro coreano, que ficou saltitando de um lado para o outro. Aos 28min, Richarlison dominou no campo de ataque, fazendo embaixadinhas com a cabeça, puxou para o meio, deu passe para Casemiro, que achou Marquinhos. O zagueiro tocou para Thiago Silva, atrás, que ajeitou na medida para Richarlison invadir a área. O camisa 9 dominou e chutou de esquerda, tirando do goleiro Kim Seung-Gyu. Aos 36min, Neymar arrancou para o ataque e abriu a bola para Vinicius Junior, na esquerda. O atacante dominou e cruzou na medida para Paquetá, que chegou batendo de direita. O 4 a 0 estava definido, em menos de 40 minutos de jogo. 

A Coreia do Sul classificou-se eliminando Uruguai e Gana. Mas não entendeu o motivo de sua passagem para as oitavas-de-final. Os coreanos foram leais, jogaram como puderam, na bola, e sem manifestar em momento algum a contrariedade por estarem sofrendo uma goleada. Entenderam bem o tamanho de seu futebol. O time de Paulo Bento deixou o Mundial enfrentando um Brasil organizado. Son, do Tottenham da Inglaterra, esteve apagado. Talvez incomodado com a máscara protetora que precisou utilizar. Os demais jogadores foram combativos, mas nada além disso. Ainda assim, foram coroados com um belo gol: aos 31min do 2º tempo, a bola foi levantada na área brasileira. Casemiro afastou de cabeça. Paik Seung-Ho, na sobra, dominou e chutou, de fora da área, forte, com o pé esquerdo. No trajeto, a bola desviou em Thiago Silva e entrou à meia altura, no canto esquerdo de Alisson. 

No time de Tite, Raphinha apareceu com muitos dribles e algumas chances de marcar. Em jogos contra adversários de maior hierarquia, as chances que teve não podem ser desperdiçadas. Neymar parece estar recuperado do problema no tornozelo. Vinicius Junior, Paquetá e Casemiro, como de hábito, tiveram bom desempenho. A defesa brasileira bem posicionada, não foi exigida. Alisson fez duas boas defesas, uma delas em grande estilo, no 1º tempo. O jogo estava tão tranquilo, que até deu tempo de Weverton, goleiro reserva, entrar para contar no futuro que jogou o Mundial do Qatar. 

Ficha Técnica

BRASIL 4x1 COREIA DO SUL

Copa do Mundo Qatar 2022 - Oitavas-de Final - Local: Stadium 974, Doha (QAT) - Público 43.847 - Data: 05.12.2022 - Árbitro: Clément Turpin (FRA) - Cartão amarelo: Jung Woo-Young - Gols: Vinicius Junior, Neymar (P), Richarlison e Lucas Paquetá - Paik Seung-Ho 

BRASIL - Alisson (Weverton); Éder Militão (Daniel Alves), Marquinhos, Thiago Silva e Danilo (Bremer); Casemiro, Paquetá e Neymar (Rodrygo); Raphinha, Richarlison e Vinicius Junior (Gabriel Martinelli). Técnico: Tite 

COREIA DO SUL - Seung-Gyu; Moon-Hwan, Min-Jae, Young-Gwon e Jin-Su (Hong Chul); Hwang In-Beon (Paik Seung-Ho), Woo-Young (Son Jun-Ho), Jae-Sung (Lee Kang-In) e Hwang Hee-Chan; Cho Gue-Sung (Hwang Ui-Jo) e Son Heung-Min. Técnico: Paulo Bento


domingo, 4 de dezembro de 2022

Memórias

 Memórias (18) - Ano - 1930

Charrua

Fonte: https://www.goal.com/br

Esse fato me chegou pela incrível memória e senso de organização do amigo Alvirubro na última Quinta-feira, quando após quase quatro décadas de atraso, tomamos alguns chopps, convergindo a conversa para a minha ideia de seguir postando histórias das Copas durante esta edição de 2022.

A Copa do Mundo inicial ocorreu no Uruguai em 1930 e o país anfitrião conquistou o primeiro lugar com muita justiça. Quem imagina que o fator local foi decisivo, pode ser induzido ao erro, porque a Celeste acrescentou o "Olímpica" ao seu nome não por acaso, mas por ter conquistado o bi campeonato, vencendo as Olímpiadas de 24 e 28, uma em Paris e outra, Amsterdam. 

A foto acima é do time campeão de 28 e tem entre os agachados, Héctor Castro (o segundo, que está com a bola) e é o personagem principal desta postagem.

Castro nascido em Novembro de 1904, cedo teve que parar de estudar para auxiliar financeiramente os pais. Tinha 10 anos e passou a vender jornais. Mais tarde, com 13, trabalhando numa carpintaria, ele sofreu um acidente com serra elétrica, que lhe amputou a mão direita. 

Inicialmente, arrasado, veio a convicção que seu sonho de ser jogador de futebol tinha chegado ao fim. Não demorou muito para reverter a ideia na sua mente. Não era goleiro, raciocinou, e foi à luta com o destemor tão característico dos habitantes daqueles pagos.

Destacando-se, logo alcançou um clube grande, o Nacional, isso, aos 20 anos. Em  1926, aos 22, já vestiu a camiseta da Seleção, conquistando a Copa América. Em 28, Castro, apelidado de "El Manco", esteve entre os titulares na campanha das Olímpiadas realizadas na Holanda. Era um atacante técnico, raçudo e irresignado.

A sua estrela brilhou também na inauguração do novo estádio uruguaio, o Centenário. Foi dele o primeiro gol marcado na vitória de 1 a 0 sobre o Peru.

Perdeu a posição de titular antes da estreia no torneio, entrando somente na partida que valia o título, porque o titular, Peregrino Anselmo, sofreu lesão muscular. Porém, na véspera, Castro recebeu um telefonema; uma tentativa de suborno com ameaça à sua vida, caso recusasse a quantia proposta. Não dormiu a noite inteira.

No dia da decisão, ele contou ao treinador, certo que seria sacado do time. O técnico Alberto Suppicci o manteve. El Manco atuou de forma decisiva: deu o passe para o primeiro gol (Dorado) e sacramentou a conquista, quando assinalou o quarto tento (final 4 a 2), aparando cruzamento do mesmo Dorado; uma cabeçada no ângulo do arqueiro Juan Botasso.

Por razões politicas (1934) e econômicas (1936), o Uruguai não participou, respectivamente, da Copa do Mundo da Itália e Olimpíadas de Berlim; desta forma, viu-se impedido de lutar pela manutenção de sua boa posição no ranking deste esporte.

Castro; agora chamado de Divino Manco, parou de jogar em 1935; tornou-se técnico do Nacional, obtendo nova façanha: o penta campeonato uruguaio, temporadas de 39 a 43.

Héctor Castro faleceu em 15 de Setembro de 1960 aos 56 anos incompletos.

Fontes: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro
              https://extracampo.com.br
              https://pt.wikipedia.org
         






sábado, 3 de dezembro de 2022

Opinião




As Especulações no Grêmio 


Com a Copa do Mundo tomando contornos de decisão, as notícias dos clubes ficam adormecidas ou em segundo plano. No caso do Grêmio mais ainda, porque não surgem contratações; até agora, uma série de especulações.

Não gosto de tratar delas, porém, dessa vez, desconfio que sejam "quentes" e possivelmente, com desenlaces em pouco tempo daqui para frente. Vamos a elas:

a) Pepê, meia (e não volante); acho excelente contratação. Vi pelo Flamengo e me chamou a atenção. Precisa de chances num clube grande

b) Cristaldo e Carballo: não os conheço, porém, se tiver que trazer do mercado externo, mil vezes apostar em argentinos e uruguaios do que nos "eternos emergentes" craques de Equador, Colômbia e Chile, por exemplo. Já que são apostas, que apostem na turma do Rio da Prata

c) Pitta, um paraguaio que pode ser a exceção do que eu coloquei na letra B. Bem municiado pode ser mais útil do que Ricardinho, Churín ou assemelhados

d) Reinaldo; bom jogador. Contra si a idade e o salário. Talvez a maior aposta do clube, uma roleta russa

De qualquer forma, parecem nomes bem superiores aos do ano passado. 

sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

 

Fonte: CBF

Brasil é castigado nos acréscimos e perde para Camarões

Camarões venceu o Brasil por 1 a 0 diante de quase 86.000 pessoas, mas mesmo assim não se classificou para a próxima fase do torneio. Apesar da derrota, o Brasil manteve a liderança do grupo G, por dois gols de diferença para a Suíça, segunda colocada. Formado por reservas, o time que Tite mandou a campo teve alguns destaques.

Devido à classificação conquistada antecipadamente, no jogo de hoje Tite poupou dez jogadores. Apenas Eder Militão foi mantido no time, porém passou da lateral-direita para a zaga central. A cautela do técnico, ao poupar os titulares se justifica, já que Danilo, Neymar e Alex Sandro estão em observação no departamento médico. Daniel Alves atuou pelo lado direito da defesa e com 39 anos e 210 dias passou a ser o jogador brasileiro mais velho a disputar uma Copa do Mundo.

Com o pouco entrosamento entre os jogadores, a Seleção apresentou um jogo veloz, mas de pouca triangulação. Antony e principalmente Gabriel Martinelli criaram as principais jogadas, no primeiro tempo. Rodrygo e Gabriel Jesus desperdiçaram a oportunidade de aparecer para o treinador e para os torcedores.

O goleiro Alisson não foi exigido nos dois primeiros jogos da Seleção, entretanto no jogo de hoje o goleiro Ederson foi obrigado a mostrar suas qualidades, ao fazer boas defesas. Na meta de Camarões, o goleiro Epassy foi destaque ao ser exigido em várias oportunidades.

No segundo tempo, Tite mexeu no time fazendo entrar Bruno Guimarães, Everton Ribeiro e Pedro, além de Marquinhos que ocupou o lugar de Alex Telles, lesionado no joelho direito, após uma queda ao disputar a bola. As modificações feitas por Tite melhoraram o setor ofensivo e o Brasil passou a pressionar a defesa camaronesa. Porém, a afobação e a pressa fizeram com que ataques promissores fossem desperdiçados. Martinelli continuou sendo bem acionado e correspondeu à expectativa.

Aos 92 minutos, Mbekeli recebeu a bola na direita e cruzou na medida para Aboubakar, entre os dois zagueiros brasileiros, mandar de cabeça no canto esquerdo de Ederson. Indefensável! Na comemoração, o camaronês tirou a camiseta e acenou com orgulho para o público. Como já tinha sido advertido com um cartão amarelo, o árbitro mostrou o segundo amarelo e teve que expulsar o artilheiro. O ex-atacante do Porto deixou o campo feliz. O último gol de Camarões, em uma vitória na Copa do Mundo, foi marcado há vinte anos, por Eto’o, atual presidente da federação camaronesa de futebol. Presente no estádio, Eto’o vibrou com o gol e com o resultado.

O Brasil volta a jogar na próxima segunda-feira, às 16h (de Brasília), contra a Coreia do Sul, no Estádio 974, pelas oitavas de final da Copa do Mundo.

Ficha Técnica

CAMARÕES 1 x 0 BRASIL

Copa do Mundo Qatar 2022 - Grupo G - 3ª rodada - Local: Estádio Lusail, em Doha (QAT) - Público 85.986 - Data: 02.12.2022 - Árbitro: Ismail Elfath (EUA) - Cartões amarelos: Tolo, Kunde, Fai, Aboubakar (CAM); Éder Militão (BRA) - Cartões vermelhos: Aboubakar (CAM) - Gol: Aboubakar

CAMARÕES

Devis Epassy; Collins Fai, Christopher Wooh, Enzo Ebosse e Nouhou Tolo; Zambo Anguissa, Pierre Kunde (Olivier Ncham), Bryan Mbeumo (Toko Ekambi), Nicolas Ngamaleu (Jerome Mbekeli) e Eric Choupo-Moting; Vincent Aboubakar.

Técnico: Rigobert Song

BRASIL

Ederson; Daniel Alves, Éder Militão, Bremer e Alex Telles (Marquinhos); Fabinho, Fred (Bruno Guimarães) e Rodrygo (Éverton Ribeiro); Antony (Raphinha), Gabriel Jesus (Pedro) e Gabriel Martinelli.

Técnico: Tite