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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Opinião




A Desprezível Omissão da Imprensa Esportiva

Felizmente existem as redes sociais.
Ontem eu antecipava o que poderia ser o jogo no campo do Zequinha, tanto que tratei como um exercício de paciência, sacrifício e de tempo perdido assistir a partida.
Todos sem exceção, mas todos mesmos, sabem que o que foi cometido às 17 h no Passo D'Areia é o maior desrespeito que se pode fazer a prática do futebol, seus profissionais, sejam eles das mais diferentes funções ou origens, que dependem do evento para o exercício de seu dia-a-dia, penaram para cumprir suas jornadas.
Em passado recente tivemos o desmaio do Batista ao vivo numa cabine, justamente do estádio do São José. A lição não foi aprendida. O desrespeito permaneceu.
No entanto, o que fica de mais decepcionante é a omissão da imprensa gaúcha que menciona os fatos, lamenta, mas não vai fundo nas causas, nos porquês. Certamente, eles sabem onde tudo começa, porém, de uma forma submissa, tangenciam o problema. Preferem viver à sombra cômoda do silêncio ao exercício imaculado do verdadeiro jornalismo, jornalismo sem amarras, independente. É melhor chamar de "charmoso" o campeonato. Uma imbecilidade e falta de respeito com o telespectador. Uma agressão.
Notei pelos comentários e transitando na rua que não há nenhum apoio do que foi praticado ontem, portanto, é impossível a imprensa gaúcha não ter captado o sentimento dos torcedores.
Uma pena esta subserviência.
O Bom Senso F C tem que entrar em campo nesta parada.

10 comentários:

  1. Leonardo

    Bruxo: Realmente um absurdo. No entanto, achei que a atuação da direção foi também omissa (tanto no pré-quanto no pós-jogo). Deveria ter protestado com muito mais veemencia. Apenas um reparo: o desmaio do Batista foi no Olimpico.

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    1. Gracias, Leonardo!
      A memória me traiu. É sempre bom botar os fatos como eles realmente aconteceram.

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  2. Guilherme Cé20/01/2014, 13:42

    Desde 2011, a dupla jogou 4 vezes (2 cada um). Grêmio jogou os 2 jogos de tarde e o SCI de noite. Seria apenas coincidência?

    http://www.gremiolibertador.com/coincidencia-ne-noveletto/

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    1. Guilherme!
      Além da "coincidência"; pergunto: Precisava ser logo na primeira rodada este confronto?

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  3. Bruxo, vou me alongar um pouco no comentário.
    O nosso futebol gaúcho está moribundo. Em final de vida. Tudo porque os dirigentes insistem com fórmulas mágicas, pensando em agradar times do Interior do Estado, que não chegarão nunca a uma final e quando alcançam esse feito, acabam perdendo para Inter e Grêmio.
    O Campeonato Gaúcho começa TORTO a cada ano que passa. Inter e Grêmio iniciam o certame com times B e C ou juniores. Isso causa um desnível técnico absurdo no campeonato, pois depois de 3 ou 4 rodadas colocam prá jogar os titulares contra outras equipes. Isso não causa um desnível técnico? Ora, está mais do que provado que se o São José jogar contra o time de juniores do Grêmio e do Inter vai ganhar 8 em 10 jogos. Mas se o time do Grêmio ou do Inter for o titular, é muito provável que o Zequinha perca 9 e empate 1. A Dupla GRENAL, atualmente, escolhe para qual os times quer perder. E quando bota os profissionais a jogar, o Campeonato já está na metade. Quem ganhou da dupla, jogando com juniores, levou vantagem. Quem jogou contra os titulares da Dupla, vai ser derrotado. É natural! Será que ninguém viu isso? Onde está a coerência de um campeonato assim? Eu tenho uma opinião sobre o Gauchão. Acho que a FGF deveria obrigar a inscrição de, no máximo, 30 atletas por equipe. O Clube que inscrevesse o atleta não teria mais o poder de mudá-lo. Isso acabaria de vez com essa brincadeira de inventar um time em cada partida. Quer ganhar o título, coloca os titulares desde o início. Ah, mas e a pré-temporada? Então vai lá na FGF e diz pro Novelletto que não vai começar o Campo Gaúcho com 16 equipes e que antes de fevereiro ninguém vai jogar no RS. Simples! Mas essa turma que dirige nossos clubes não é unida. Querem só as benesses que a FGF repassa e que a TV repassa. Se eu ganho dinheiro, que se explodam os jogadores que tem que queimar o pé num gramado sintético, às 4 horas da tarde. Isso me deixa indignado. Outra coisa: se é para ajudar os times do Interior do Estado com a presença de Grêmio e Inter, não seria melhor fazer uma tabela que contemplasse a ida das duas equipes às cidades do interior? Qual foi o público dos dois jogos da Dupla no final de semana? Talvez 2.000 pessoas, no máximo. Onde está o "charmoso Gauchão"? Essa é a caravana da miséria, isso sim! Tabelas mal elaboradas, excesso de times na série principal e horários fora da realidade em um período totalmente impossível para a prática do futebol. Lembro-me dos anos 70 e 80, em que os estádios do interior viviam lotados de torcedores. Um jogo contra a Dupla era a salvação do ano futebolístico. Pelas regras atuais, apenas um deles vai ao interior e mesmo assim, muitas vezes com times de juniores. Eles não aprendem.

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    1. Alvirubro! Em cima do teu texto:
      a) Caravana da Miséria!! É a melhor definição para o Gauchão
      b) Não há mais espaço para o Gauchão com Grêmio e Inter. Acho que eles deveriam ser participar de outro tipo de competição ou entrar em fases finais
      c) Os clubes gaúcho deveriam participar de campeonatos o ano inteiro, seja uma ou duas competições, só assim aproximariam os torcedores de suas cidades com a instituição.
      d) Para exemplificar o que escrevi na letra C, a parte de teu comentário que trata dos anos 70, quando os estádios superlotavam e a Dupla era chamada de "trem pagador". Um único jogo tirava a "barriga da miséria".
      e) Ano passado assisti jogos da Segundona, Riograndense nos Eucaliptos com 3.000 pessoas, aí o Tricolor abre a temporada de 14 com 1.500 "testemunhas"; alguma coisa está errada

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  4. Marcelo Flavio20/01/2014, 17:09

    Faz muito tempo que a imprensa omite informações, distorce outras, manipula as restantes e as vezes acerta algumas.
    Dessa forma, como bem citado por ti "ainda bem que existem as redes sociais", caso contrário seríamos, como já foi até bem pouco tempo atrás, uma massa de manobra, apenas uma manada que crê em tudo que lhes és dito. Vide os casos da política de antigamente. Onde votava-se no partido político, jamais no candidato.
    Isso é histórico no Brasil.
    O que tem acontecido com o surgimento das redes sociais e com os espaços de discussão é a possibilidade das pessoas apurarem os fatos em mais de uma fonte. Assim conseguem, algumas apenas, a distinguir o certo do errado/duvidoso.
    Esse jogo da primeira rodada do tricolor é uma mostra clara da falta de profissionalismo desses jornalistas 'especializados' do RS, por não evidenciar as mazelas que aquela partida mostrou.
    Jogadores, das duas equipes, cansados, exaustos aos 15 minutos do primeiro, jogo com 3, 4 ou 5 paradas para beber água e molhar as chuteiras em balde de gelo.
    E ninguém falou nada. Como se isso fosse normal.
    Mas, normal como?
    Quem joga futebol num clima daqueles?
    Naquele tipo de piso, com uma temperatura, ideal apenas, para a água do chimarrão.
    Isso configura escravidão, condições insalubres da pratica esportiva, todo trabalhador tem direito a um ambiente favorável para o melhor desempenho do seu trabalho, das suas capacidades.
    As leis trabalhistas estão aí para isso. Para garantir os direitos dos atletas.

    Cabe aqui uma boa reflexão.
    Onde está o ministério público nessas horas, os órgãos competentes, ou apenas trabalham quando é para punir os clubes?
    Quando os organizadores dos campeonatos erram, como evidência esse caso, não existe punição?
    Os responsáveis devem ser responsabilizados por permitirem uma partida de futebol em um ambiente insalubre, que pode afetar diretamente a saúde dos atletas.
    Mas, num país onde o maior órgão esportivo, no tocante futebol, a CBF tenta comprar a Portuguesa-SP, no episódio do rebaixamento, evidenciando que o time paulista tem razão, o que esperar dos pequenos 'chefes' que comandam a FGF.
    Alguém deve ser responsabilizado, quanto a imprensa gaúcha uma lástima.

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  5. Marcelo Flavio!
    É por aí. Uma síntese do que penso. Você pegou outro ponto importante; onde estão os órgãos públicos que zelam pela questão trabalhista neste país?
    Além disso, outra "coisa engraçada"; os jornalistas (alguns deles, é verdade) lamentam o jogo naquelas condições, mas de uma forma que parece fatalidade, que os deuses do futebol foram cruéis com os jogadores e todo o "entorno dele", parece que foi o imponderável, que as causas são inevitáveis, que a desumanidade no Passo D'Areia não teve causas dos organizadores/patrocinadores do campeonato. Tentam dourar a pílula.
    Uma graça.

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  6. Bruxo, nós não mudaremos o desenho do Futebol Gaúcho, é claro. Mas pelo menos temos uma opinião livre.
    O Marcelo foi muito feliz no comentário dele. Aprofundou o problema de ontem e outros que virão. É um viés interessante.
    Considero que o principal de tudo, onde tenho me agarrado para fazer os comentários, é que os clubes, principais envolvidos, calam-se diante deste descalabro. O campeonato só é assim porque os dirigentes de clubes aceitam a tabela dessa forma. Não pensam em conjunto. Não querem saber do todo. Pensam no seu caso, no seu clube e nas necessidades financeiras. Como a Federação garante o adiantamento do recurso, acabam sucumbindo ao “canto da sereia”. Os clubes não querem resolver o problema. Quisessem, já teriam mudado a conduta e a relação com a Federação.
    Concordo com tua ideia de que a dupla deveria entrar numa fase mais avançada do Gauchão.
    Responda para mim: qual a necessidade de ter 3 divisões no futebol do RS? E para pintar de ouro o futebol do interior, o Novelletto resolve chamar a 2ª divisão de "Divisão de Acesso". Piada! Bobagem! Muda nada, nada!
    Ele poderia muito bem montar duas divisões e manter os clubes atuando durante todo o ano, com fases classificatórias para as finais do Gauchão do ano seguinte, com no máximo oito times cada divisão. Jogos somente em sábados e domingos, começando em março e terminando em novembro para os times do interior. Antes de 1960 o Gauchão era regionalizado e a fase decisiva era realizada pelas equipes classificadas durante o ano.
    Eu sei que isso poderá prejudicar cidades como Pelotas, Caxias, Passo Fundo e outra tão importantes quanto. Mas se o critério for forte, sem viradas de mesa, teremos times melhores e lugar para trabalho de centenas de atletas durante o ano todo. Teremos investimento nos estádios, a volta do torcedor local, o investimentos de empresas locais. Enfim, o futebol melhoraria para todos.
    Hoje, a FGF paga em torno de 1 milhão para cada clube do interior do Estado jogar o Gauchão, que dura entre 90 e 120 dias. E depois disso alguns clubes fecham o restante do ano. É justo com aqueles que mantém o futebol os 12 meses da temporada e que nem estão na divisão principal? Quem discute isso?
    Temos gente capacitada, com gerenciamento e marketing, temos formação adequada e capacitação humana para resolver uma série de problemas, mas o que menos vemos são pessoas envolvidas nisso. Porque falta sensibilizar quem comando o futebol.

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  7. Alvirubro!
    Acho que o problema começa com a impossibilidade do calendário ser de 12 meses para os clubes do Interior. A gurizada que teria um segundo time do coração (hipocrisia achar que deixarão de ser gremistas ou colorados de uma hora para outra) para torcer.

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