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domingo, 9 de fevereiro de 2014

Opinião





Grenal fica no 1 a 1

Esperava bem mais do Tricolor neste clássico. Primeiro, porque jogava em casa e tinha mais partidas com o time principal do que o seu tradicional oponente; segundo, porque com a escalação que eu antecipei, isto é, três volantes, Zé Roberto mais solto e dois atacantes, sendo um deles "movediço", pensava que o domínio na zona nobre do gramado seria do Imortal. Errei feio, mas, felizmente, consigo tirar conclusões dos porquês disso não se ter concretizado.

Não ouvi o pós-jogo, portanto não sei o que a mídia tradicional pensou sobre a partida, por isso a minha opinião não sai influenciada por terceiros. E é exatamente isso que quero expor aos amigos que trocam opiniões sobre o Tricolor. Serão algumas frases soltas, jogadas ao sabor da memória sem nenhuma anotação feita durante a partida.

- Marcelo Grohe foi muito bem, mostrando que pode ser o goleiro titular do Grêmio, dentro do seu estilo, cuja as maiores qualidades são reflexo e coragem

- O escore do Grenal foi construído nos detalhes, um erro do atacante vermelho que acabou iludindo a zaga gremista e beneficiando o fator surpresa: um defensor à frente do arqueiro. Uma confusão na área e o pênalti

- Wendell e Luan mostraram que serão grandes jogadores e terão sucesso no Tricolor, mas as oscilações estarão presentes em jogos de maior envergadura

- O meio de campo; aí está o que classifiquei como "Errei feio". Aránguiz, D'Alessandro e Alex, individualmente, são muito mais jogadores do que Edinho, Ramiro e Riveros. Acrescentem a boa jornada de Willians e a partida morna que fez Zé Roberto e toda a minha expectativa antes do jogo de predomínio azul na parte fatal do gramado foi para o ralo

- Enderson pensou bem o jogo, suas modificações foram lógicas e de certa forma, equilibraram o segundo tempo que começou com domínio colorado

- Barcos é um capítulo à parte; jogou bem, mas precisa ser mais efetivo na grande área. Notei que na zaga gremista, a exemplo de Marcelo Moreno em 2012, é um dos nossos melhores defensores, porém, o que ser quer é a sua participação decisiva na área oposta

É isso, gente. 1 a 1, Fabrício no final do primeiro tempo e Barcos cobrando penalidade máxima na segunda metade da etapa final, os goleadores. 

Acho que no meio de semana, o Tricolor começa um missão não tão difícil como se comenta, o tal grupo da morte. Vai se classificar, entretanto, se Zé Roberto não tiver competência, seja física, técnica ou animicamente para ser o centro criativo do time, não será com Edinho, Ramiro e Riveros que conseguiremos ter o predomínio na maioria dos jogos. 

De positivo, Jean Deretti, Luan, Wendell, Máxi Rodriguez e agora Alan Ruiz; jovens que poderão dar um sopro de criatividade e agressividade ao trôpego ataque Tricolor. Também não dá para esquecer que Dudu, o menino veloz que começou no Cruzeiro, deve desembarcar no Salgado Filho. Há ainda Guilherme Biteco e Éverton.

O Imortal tem muito a crescer. "Tem" em ambos os sentidos; de possuir meios e de obrigação.

16 comentários:

  1. Bruxo, clássico igual, com sempre se antecipa. Considero que o GRÊMIO esteve bem superior nos 20 primeiros minutos. Fez uma pressão bárbara e não deixou o Inter jogar até a pausa para a água gelada. Depois o Inter equilibrou o jogo, mas não assustou a Grohe. Apenas teve o lance do gol do Fabrício. E como jogo desse nível decide-se nos detalhes, o lateral colorado fez o gol. Achei que estava desatenta a marcação tricolor. Acontece!
    No 2º tempo, o Inter voltou melhor e poderia ter ampliado, não fosse a falta de qualidade de Rafael Moura. Grohe estava lá para defender. Enderson fez a mudança certa ao tirar Zé Roberto. Aliás, acho que deveria ter voltado para a 2ª etapa sem o meia. Não esteve bem o Zé Roberto. Achei ele um pouco lento. Seria já o peso da idade? Talvez. Com Deretti o tricolor foi mais elétrico e acabou chegando ao gol por meio de uma penalidade. Tive a impressão que Barcos esteve melhor sem a companhia de Kléber. Aliás, tem jogado bem o artilheiro da Arena, que chegou a 10 gols no novo estádio. Resultado justo.

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  2. Alvirubro!
    Nos 20 primeiros minutos, o Tricolor teria que converter "bem superior" em gols. Ainda falta poder ofensivo; acho que a amostragem de hoje que são duas; aparentemente contraditórias, vão ajudar o técnico gremista; primeiro, carência ofensiva, segundo, é com Luan, Éverton, Deretti e assemelhados (Dudu) que ele vai resolver essa carência. Barcos tem que treinar especificamente as conclusões. É muito inteligente, ambidestro, cabeceia bem, mas isso tem que passar para a prática.

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  3. Bruxo,
    Chegando agora do estádio... Primeiro parabéns por reconhecer a boa jornada do Grohe e confiar na titularidade dele. Sei que tu era um dos grandes críticos do Marcelo e acho que tu reconhecer o amadurecimento dele é muito legal.

    Segundo, ainda não vi os lances da partida, mas acho que 2 episódios poderiam ter mudado a história da partida:
    - suposto penalti não marcado no Pará (foi na minha frente e pra mim foi).
    - gol perdido pelo Barcos (fez grande jogada, é verdade, mas faltou ser decisivo na "dele", isto é "guardar na redes).

    No mais, achei o Grêmio muito bem nos 25 iniciais, depois oscilou até o fim do 1º tempo. No segundo foi mal, acho que muito devido ao "nervosismo" por estar em desvantagem.

    Agora é foco no Nacional, acho fundamental pros animos do time (e da torcida) um bom jogo lá e, no mínimo, 1 ponto na bagagem.

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  4. Guilherme!
    Por tudo que li e vi, penalti no Pará.
    Sobre o Grohe nunca disse que era mau goleiro, apenas acho que Victor e Dida são superiores na comparação com ele, especialmente no quesito "envergadura'. Note que as defesas espetaculares retornaram com ele, sem que isso tenha reduzido a média de gols sofrida pelo time. É a forma de atuar.
    Um corredor baixinho de 100 metros rasos terá que dar muito mais passadas do que um atleta mais alto e pernudo, mas isso não o impedirá de ser concorrente.
    Se Grohe continuar assim, me serve.

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    1. Sobre o Grohe, não acho que tu tenha dito que era mal goleiro, mas sim que o Grêmio tinha opções melhores. No entanto, pelo que vem jogando (e jogou em 2012) não vejo ele devendo nada pro Victor e pro Dida (apesar de eu achar o Dida um pouco superior atualmente).

      -x-x-x

      Sobre o penalti, ainda não vi o lance. Mas pra tu ver como é futebol, Grêmio jogou pouco, com exceção do 20 iniciais. Mesmo assim conseguiu empatar, tendo um penalti sonegado e com o Barcos perdendo um gol "imperdível" (eu sei que é do jogo, mas ali sobrou confiança, num lance que ele deveria ter simplificado, na minha opinião). Não fosse isso, a história provavelmente seria outra...

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    2. Guilherme!
      Tive a mesma impressão; sobrou confiança para o Barcos; contra o Fábio do Cruzeiro, ano passado funcionou, ontem, não.

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  5. Concordo em quase tudo. Creio que se tivessemos saido com dois volantes e dois meias, teriamos saido com a vitoria. Realmente quase perdemos o jogo em funcao do Inter ter dominado as acoes do meio campo. Nisto uma constatacao: assim como muitos na torcida, o Enderson tambem considera o Ze Roberto um armador. Tenho repetidamente me posicionado contra esta visao. Pelo que conheco do Ze e por onde ja atuou, ele nunca foi o armador. Ele sempre foi o companheiro do armador. O cara que da a opcao do passe, devolve e segue o baile. Ele e o elo de ligacao, o cara que se apresenta pra aliviar a falta de opcao de passe ou do lateral ou do volante, ou do atacante, ou do companheiro de meio (o armador). Costumo chamar este meia que e a opcao do meio, como o meia de distribuicao, de ligacao, de opcao. Poderiamos fazer uma comparacao com aquele antigo camisa oito que alguns gostam de chamar de segundo volante, o que, na verdade nao e. Quem lembra de Falcao jogando vera isto (guardadas as proporcoes, ja que Falcao era craque). Um mais caracteristico ainda seria o Valdo. A funcao do Ze num time e exatamente a do Valdo. Se apresentava em todos os setores do campo como a opcao do passe porque tinha um passe qualificado. Valdo nunca foi um grande armador, nunca foi um grande finalizador, mas inserido no contexto de um time, com um verdadeiro armador, seu jogo aparecia, suas virtudes apareciam, tanto que chegou, merecidamente, a selecao. Este e o Ze de 2012 que ja esqueceram. Este e o Ze que jogou na alemanha. Mas isto cheira a defesa do Ze. Antes de defende-lo, tenciono fazer com que os amigos reflitam sobre o papel do Ze no time. Se Enderson tivesse apostado naquela escalacao que ja mencionei (Alan Ruiz, Ze e Maxi), Barcos nao seria crucificado pela unica chance clara que perdeu. Estamos jogando assim como em 2013, por uma bola que entre. Nao e assim que se joga. Todo o centro avante, atacante, perde gols (alguns que ate eu faria). O segredo consiste em produzir o suficiente para compensar os erros com algumas oportunidades aproveitadas entre muitas criadas. Ou voce joga como o Chelsea, por uma bola, covardemente, ou joga como o Bayern, criando o que for possivel, indo pra cima em busca da vitoria, nao interessa se do outro lado ha um Barcelona. Filosofia de futebol! (curiosamente se aplicada no futebol, determina quem voce e, e aonde voce chegara).

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    1. Arih!
      Acho que o Enderson sabe que a posição do Zé Roberto é mais atrás; mas ele (e Direção também) achava importante não perder o clássico e aí manteve o trio de volantes do Renato. Se fosse contra outro adversário do mesmo tamanho do Inter na Arena, acredito que ele arriscaria mais um pouco. Talvez, repita o trio de volantes na estreia contra o Nacional, justamente por ser estreia fora de casa; não é o que eu penso. Escolheria só dois volantes, recuaria o Zé e promoveria a entrada de Ruiz, Deretti ou Máxi, ficando Luan e Barcos. Se fizer um gol contra os uruguaios, não perde o jogo.

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  6. Leonardo

    Bruxo:
    Primeiro e mais importante: o Grêmio não deu o tiro-no-pé de colocar um time descaracterizado (com reservas) no Gre-Nal. O preço dessa desmobilização foi muito alto em 2013. Mesmo tendo uma potencial baixa por causa disso - Marcelo Grohe (que se lesionou) - a escalação dos titulares permitiu a gente ver a excelente atuação Grohe (importante para ele ganhar e passar confiança para a torcida e para o grupo).

    *********
    O time que apresentou a melhor mecânica de jogo (ou seja, o time dos três volantes contra o Aimoré) voltou a campo e melhorou a performance em relação as outras partidas, mesmo com a presença do ZR (em outra atuação apagada tanto ofensiva quanto defensivamente).

    *******
    Espero que o Enderson não morra abraçado insistindo com o ZR como apoiador e acabe por afundar o Grêmio no Gauchão e na LA2014. Hoje o Enderson teve que fazer uma ginástica para tentar melhorar o time mantendo o ZR em campo. Os sacrificados no Gre-nal foram Luan (embora justifique pois estava com amerelo) e o Ramiro.

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    1. Leonardo!
      O Enderson parece não ser de morrer abraçado com alguém, mas ainda acho que o Zé tem lugar nesse time.

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    2. Eduardo - SCS10/02/2014, 08:14

      O Zé Roberto encostou uma vez na bola no segundo tempo e, por incrivel que possa parecer, para cobrar uma falta.
      É nesse ponto que o time tá desarrumado, falta um articulador com o Zé em campo. E quando joga o Maxi com ele sobra pro Maxi a culpa.

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  7. Vamos ver como o time vai entrar na competição que interessa. Vocês acham que deram tudo de si por um jogo de gauchão, às vésperas de entregar a lista para a Libertadores? Mesmo sendo um grenal...

    O Deretti realmente tem pedido passagem. Não sei como seria se entrasse jogando.

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    1. Acho que sim, Marcos.
      O Tricolor não tirou o pé; o gol sofrido foi desatenção ou no famoso "detalhe". Há de se considerar a falha do juiz e principalmente do auxiliar atrás da goleira que não viu o pênalti sobre o Pará.

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  8. Bom dia amigos.
    Minha maior decepção neste grenal foi Enderson. Ano passado o Grêmio encontrou um esquema graças a Renato, o time teve sua ascenção e chegou ao esgotamento. Eu pedi a continuidade do Renato pois ele tinha consciência de que o esquema havia chegado ao seu limite e a partir daí iniciaria um processo de evolução. O Enderson veio pra isso e no principal jogo - até o momento - torna ao esquema de Renato. Pra mim foi imperdoável. A era dos 03 volantes acabou e não há justificativa plausível para sustentá-los, a não ser o medo...
    Se o treineiro recuperar suas convicções o Grêmio volta a atuar com os três meia. Eu gostaria de ver Deretti na esquerda, Maxi/Ruiz no centro, Zé/Luan na esquerda. Outra constatação, Maxi, quando entrou ontem, se posicionou no meio e empurrou Zé para a direita. O uruguaio - jogando na sua posição ideal novamente naufragou e pouco ou quase nada produziu, além de deixar um buraco no meio campo, tornando o Grêmio dois blocos desconexos (ataque e defesa). Não dá pra crucificar, mas é preciso observar qual a razão do declínio técnico e se o Ruiz não renderia mais no lugar. Na esquerda eu gostaria de ver o Luan atuando com o Wendell. O lateral em diagonal para o meio e o garoto passando pelo flanco, acho que dá Rock.
    Outra constatação, se o Grêmio contratou um zagueiro pior do que os que tinha é caso de se assustar, porque não jogou Geromel?
    Gostei das substituições, só acho que o Zé deveria ter saído antes para entrada do Ruiz, colocar jogar àquela altura é um falta de respeito, sem contar que Zé não tinha mais pernas.
    É cedo, mas Enderson precisa ser avaliado pelas opções que vem fazendo.

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    1. PJ!
      Nesse jogo eu entraria com três volantes, por tudo que significaria o risco de perder um Grenal em ínicio de temporada e às vésperas da estreia na LA, mas tanto eu, quanto Enderson, temos certeza que este esquema é o "estepe". Mais um ou dois jogos e teremos o verdadeiro time com mais armadores e velocidade na frente.

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  9. Lances da partida de outro ângulo (camera mais alta):

    http://www.youtube.com/watch?v=0MErs9hsSDk&feature=youtu.b

    Dá pra ver melhor o posicionamento da zaga no gol do SCI.

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