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sábado, 15 de março de 2014

Opinião



Uma crônica, dois assuntos

Vamos tratar de dois assuntos que julgo da maior importância, o primeiro ligado ao nosso Tricolor, o outro, à sociedade e suas relações.
Surge a grande oportunidade para Alan Ruíz. Ele é um meia canhoto de grande técnica, joga, fazendo os demais jogarem, é jovem e parece não ter sentido a mudança de clube,  de país. Tem tudo para acertar e tomar conta da posição com a lesão de Zé Roberto.

Zé Roberto, apesar de algumas críticas, é o centro de referência técnica do time. Com um pouco de boa vontade, as pessoas veriam nele, alguém que ajuda na parte defensiva, excelente controle de bola, está chegando mais à frente, fazendo o lado esquerdo tricolor jogar.

Zé Roberto deixa o time com 78% de aproveitamento na LA, invicto, sem sofrer gols e mais importante; líder geral da competição; isto é, mesmo prematuramente, dá para dizer que se a competição terminasse hoje, a taça teria o destino do Humaitá; mas, não dá para esquecer que futebol é um esporte coletivo. Com raríssimas exceções (Neymar, Messi), a ausência de apenas um jogador não pode fazer "a maionese desandar" num time preparado para um enfrentamento como este, um torneio inter-continental (lembrem-se dos mexicanos). 

Aí entra a relativa responsabilidade de Ruíz, para bem ou para mal, o argentino será uma peça da engrenagem.

O outro assunto diz respeito à .... falta de respeito, o deboche patrocinado pelos julgadores do caso Márcio Chagas/Esportivo. Perda de 5 jogos faltando uma rodada e multa de R$ 30.000,00 reais é como dar multa de R$ 500,00 por excesso de velocidade para quem tem um Porsche; lógico que ele preferirá pagando essa mixaria e seguir atropelando as pessoas e o bom-senso. 

O racismo recebeu um importante aliado. Saiu fortalecido. Aliás, o fortalecimento começou com a mudança de comportamento do presidente da federação, Sr. Novelletto, pois em 2008, quando o Riograndense de Santa Maria, erradamente, escalou o meia André Thereza, suspenso pelo terceiro amarelo, indo a julgamento e perdendo 6 pontos, ficando totalmente fora da disputa para o Acesso, justo quando estava bem próximo dele; pois bem, nessa oportunidade, o Sr. Novelletto, rapidamente, se antecipou à decisão do seu tribunal e sentenciou: se o Riograndense não perdesse os pontos, ele não entenderia nada mais no futebol. REPITO!, às vésperas do julgamento. Resultado; 7 a 0 pela condenação. Veja o link (Mais respeito, Senhores).

No caso de Bento, Novelletto se encolheu, murchou convenientemente. Saudade do folclórico Rubens Hofmeister que tropeçava no português, mas "matava no peito" e não transferia responsabilidades.

9 comentários:

  1. Aqui, a parte mais importante da entrevista do link acima:

    No seu site, o Riograndense critica as declarações do presidente da FGF, Francisco Noveletto, ao Diário de Santa Maria. Quais são as críticas que o clube faz?
    O clube entende que o presidente da FGF deveria primar pela isenção e imparcialidade em suas entrevistas e atitudes. A declaração de que a absolvição do RFC seria uma “vergonha nacional” escancara parcialidade e traz uma clara indução à decisão dos membros do Tribunal. Ou seja, os membros do referido Tribunal, que votaram por 7 x 0 contra as pretensões do RFC, foram ou não induzidos pelas declarações do presidente da FGF?

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  2. Bruxo, sobre a "isenção" do Novelletto, vou mais à frente um pouco:
    - ano passado, quando o Riograndense foi disputar, contra o Aimoré, as duas partidas valendo uma vaga no Gauchão de 2014, o Pres da FGF deu uma declaração dizendo que seria importantíssimo para o campeonato gaúcho o retorno do Aimoré à "elite" estadual.
    Ora, como se o retorno do Riograndense deixasse de ser importante.
    Às vezes o Novelletto tropeça nas palavras.

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  3. Alvirubro!
    Lembro muito bem disso, inclusive a rádio Gaúcha também saudava isso; falando como seria bom se Rio Grande, São Leopoldo e Pelotas; escrevi sobre isso, perguntando porque então, Frederico, Santo Ângelo, Farroupilha e outras praças estariam fazendo no Gauchão, Série B, se eram indesejadas?

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    1. corrigindo: ... como seria bom se Rio Grande, São Leopoldo e Pelotas, seus representantes, subissem ...

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  4. Pois olhe eu sou um otimista por natureza mas algumas opiniões que tenho lido DE TORCEDORES GREMISTAS tem me feito sentir profundo asco e desesperança. Se lembra oq já havíamos conversado? O racismo ñ vem propalado, vem velado, vem daqueles q usam o futebol p extravasar suas frustrações, a pessoa realmente mostra oq é quando está sob pressao e muito ao largo de ser justificativa é evidência de caráter. Por fim, só quero registrar minha desilusão, ñ foi uma punição, foi uma cusparada na cara de quem é digno. Hipócritas calhordas escravagistas.

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  5. Aqui um artigo sobre a Liga da Canela Preta, de Porto Alegre:

    http://www.efdeportes.com/efd14b/apart.htm

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  6. Alvirubro!
    Muito legal e sério o estudo do meu xará, a bibliografia de peso referenda o artigo; interessante as "primeira, segunda e terceira" divisões que se estabeleceu à partir do preconceito.
    Outro ponto importante, que eu sempre trabalhei com meus alunos, quando trago o exemplo do futebol como fenômeno social, a frase inserta no texto: "o futebol não pode ser tratado como um epifenômeno, alheio à sociedade envolvente."
    Valeu.

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  7. Vejam que interessante as conclusões do Gilmar Mascarenhas de Jesus:

    ..."O caso estudado, entretanto, aponta para um cenário que, ao menos durante poucos anos (até 1922, quando se abre um estreito canal de absorção de negros na segunda divisão da liga "oficial"), oferece evidências de uma segregação racial abertamente instituída."...

    ..."Apesar das imensas "lacunas" da literatura acadêmica (são na verdade verdadeiros abismos a inviabilizar qualquer resposta sensata à questão colocada), ousamos um encaminhamento através de Gitibá Faustino (1991:97) que afirma que o Rio Grande do Sul "sempre se caracterizou por ser um Estado (sic) onde o racismo atinge dimensões bem maiores que o resto do Brasil". Não detemos elementos empíricos ou mesmo instrumentos metodológicos para tentar aquilatar o grau de racismo entre os gaúchos, tarefa aliás pouco sensata, considerando-se o racismo um fenômeno de grande complexidade, impróprio para ser quantificado em gradientes. Entretanto, é interessante observar a forte tendência entre os negros no Rio Grande do Sul a formatar uma territorialidade e uma sociabilidade à parte da sociedade "branca"."...

    Merece reflexão!

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  8. Alvirubro!
    O futebol como fenômeno social, ainda é uma terra inóspita. Quem tiver talento e tempo ....

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