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segunda-feira, 28 de julho de 2014

Enfim, mudou.

Me peguei pensando como é complicada a vida do jornalista, ontem mesmo, após a derrota, eu – que de profissional nada tenho – já estava arquitetando o teor da crônica, citar o massacre do Cruzeiro – que segundo alguns tem tido apenas sorte – ou mesmo o baile do Fluminense – jogo que assistir e que foi crucial para me desarmar contra o excelente trabalho de Cristóvão, que a tanto o bruxo já citava. Pois bem, já tinha um, quiçá dois textos bem amarrados, de linha bem marcada, a bagunça tática do tricolor, a necessidade de mudança e a leniência da direção. Dormisse sem acesso às informações da coletiva e não perceberia que tudo mudara, o confronto já não importava mais, o técnico, o time, a tática, tudo deixou de ser noticia ao novo fato, Enderson está fora – confirmando o que já se dissera. Independente da letargia e resistência em aceitar o óbvio, as forças agora devem ser voltadas para o novo comandante, dos muitos nomes que ouvi somente dois verifico viáveis. Tite ou, em segundo plano, Felipão. Qualquer outro treinador, novo ou antigo, do interior ou de fora, encontrará uma corrente contrária à sua contratação e os insucessos, naturais mesmo numa passagem vencedora, farão com que pouco dure o projeto. Descarto qualquer técnico do interior, não teria força nem para se impor diante do vestiário, aliado à falta de um Vice de futebol Político – como alerta há tempos o Guilherme – o fracasso virá ali adiante. Cristóvão não tem motivos para largar o Flu. Mancine já passou por aqui, sua volta despertará a ira de parte da torcida. Espinosa tem contrária a ala dos que o consideram ultrapassado. Roth, bom, desnecessário maiores comentários. Caio Jr., Kleina, Renato – que eu gostaria, mas não se deve confundir desejo pessoal com viabilidade – não resistiriam. Contra o Renato ainda há outro ponto, seria a admissão do erro, feriria vaidades, acho difícil. Tudo pontuado não vejo outra saída, todos os esforços, inclusive financeiros, devem ser envidados na contratação de Tite. Numa eventual impossibilidade, só Luiz Felipe teria apoio e estofo suficiente para aguentar a pressão – que até para ele viria em demasia. Natural que nestes momentos também surjam as soluções mágicas, Dal Pozzo, Argel, Paulo Porto. Não são técnicos, virariam personagens caricatas numa passagem tão inexpressível quanto efêmera. Por fim, tudo tem a sua hora, apostas são feitas no momento certo, início de temporada, formação de elenco, técnico não renovado ou após a saída de um treinador consagrado, sem traumas, com a torcida de sangue doce – assim foi no Corinthians, CAM, Cruzeiro e até no Grêmio. O momento do tricolor é periclitante e demanda um nome incontestável. Obs. O assistente do Tite estava na Arena, fazendo anotações, seria um indicativo?

21 comentários:

  1. Guilherme Cé28/07/2014, 09:56

    O fato do assistente do Tite estar lá não prova muita coisa... Salvo engano ele é daqui e é normal auxiliares e treinadores desempregados acompanharem outros jogos, isto é a profissão deles. Na maioria das vezes passa batido, porque não é notícia.

    Aliás, o empresário do Felipão também estava no jogo... E isto não quer dizer nada.

    -x-x-x-

    Sobre o próximo técnico, já dei minha opinião. É ficha 1, 2 e 3 no Tite.

    E, aproveitando, para mim o maior erro do Koff, na sua atual gestão, não foi ter mantido o Luxemburgo, e tentando o Énderson. Foi não ter cumprido uma das suas principais promessas de campanha (e críticas ao Odone): ter um VP político forte. Acho que muita coisa teria sido diferente.

    O Rui Costa, apesar do bom trabalho na sua função, está sendo fritado por parte da torcida. Vejam bem, os mesmos que dizem que o Grêmio tem ótimo elenco (quem contratou? quem negociou?) dizem que o Rui Costa não serve... Porque???

    A não ser que o elenco só seja bom quando serve de argumento pra cobrar treinador e passe a não ser quando se avalie TRABALHO do Executivo de Futebol, responsável primário por contratações, negociações e etc.

    -x-x-x-x

    PJ, uma crítica (construtiva) aos teus textos (já fiz a mesma no passado pro Bruxo). Separa ele por parágrafos, dá um espaçamento melhor. Visualmente fica mais claro e atraí mais a leitura. Tudo junto fica ruim. Eu sei que o editor do blogger não ajuda, mas tenta seguir o padrão que o Bruxo deu aos textos dele.

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    1. Paulo Juliano28/07/2014, 12:05

      To tentando isso faz tempo Guilherme, eu escrevo do trabalho, no Word, daí colo no blogger. Lá, na hora da edição, fica tudo perfeitinho, separadinho, justificado, como manda o figurino, na hora que posto sai essa bomba!
      As vezes também é porque meu I.E tá desatualizado - e aqui só a T.I mesmo pra atualizar, daí acaba assim.
      Vou tentar escrever direto do editor pra ver se muda alguma coisa.

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    2. Paulo Juliano28/07/2014, 12:11

      Parece que no Grêmio é sempre pela metade né Guilherme? Tinha o Rodrigo Caetano, baita de um executivo, mostrou a importancia da função no futebol, daí acharam muito pagar 150m pro cara e mandaram embora, foi uma lástima. Daí, agora, acharam o Rui pro lugar, na sua função o trabalho dele é impecável, mas a torcida não é paga pra pensar né...

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    3. Glaucio Missioneiro28/07/2014, 13:47

      Confesso que tenho dificuldade em ler texto "corrido" kkk

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    4. Guilherme Cé28/07/2014, 13:51

      Quando tem um profissional, reclamam que o cara ganha horrores e dizem que tem milhares de gremistas que estariam ali de graça.

      Quando tem um amador, papo é que é acomodação política e que tem que botar alguém supra-gestão. Aliás, o Rui Costa ontem, quando questionado sobre eleição, disse que ele é funcionário do clube e não tem nada a ver com isto. Aliás, espero que se a oposição ganhe. mantenha ele, porque eu acho sim que ele faz um bom trabalho (bem diferente do Chitolina, que não sabe o que faz ali...).

      O que não dá é quem questiona o Rui Costa porque ele supostamente é "comissionado" por empresários, escala time e por aí vai. Se este é o argumento, que provem. Afinal a coisa é tão escancarada para alguns, que é impossível que não consigam meia dúzia de provas pra derrubar cara, direção, empresários e jogadores.

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    5. Paulo Juliano28/07/2014, 17:18

      Bhá esse papo é antigo, se eu não gosto e joga é porque é comissionado, tipo de discussão e argumento sem qualquer futuro ou fundamento, mas na falta de outro o importante mesmo é arranjar tese pra justificar tese.

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  2. Glaucio Missioneiro28/07/2014, 10:40

    É só um nome ao ar, nem sei como está hoje, mas e o Arce?

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    1. Paulo Juliano28/07/2014, 12:08

      Ganhou um campeonato com o Cerro né? Começou bem na carreira, com um time pequinininho, levando até a primeira divisão. Confesso que não conheço o trabalho e as idéias dele, é uma aposta, mas acho complicado pelo momento, tenho receio do Grêmio se tornar um moedos de ídolos, como é o rival.

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    2. Guilherme Cé28/07/2014, 13:52

      Até ano passado vinha fazendo um bom trabalho. Na época da troca do Renato cheguei a comentar, postei inclusive um link com as ideias dele, vou ver se acho.

      Mas não sei o que fez de relevante agora em 2014.

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    3. Guilherme Cé28/07/2014, 13:54

      Texto de novembro de 2013.

      http://impedimento.org/arce-campeao-era-uma-questao-de-tempo/

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  3. Grande texto, PJ!
    Vou "pontilhar" algumas linhas sobre o teu pensamento:
    - Realmente, qualquer um que venha, à exceção de Tite, aí incluindo Luiz Felipe, vai sofrer contestação
    - No interior não há um nome que empolgue; pode até dar certo
    - Às vezes, o destino prega peça favorável, exemplo: O Inter tentou contratar o goleiro Carlos Germano do Vasco, ele chegou em Poa e por razões médicas ou financeiras, não acertou com o Coirmão, partiram para a segunda alternativa, o goleiro reserva do Flamengo, Clemer. O cara fez história. De repente, vem um Nei Franco da vida e acerta o time.

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  4. Glaucio Missioneiro28/07/2014, 14:52

    Che, dei uma olhada nos "wikipedia", curriculos de Tata Martino e Sabella me agradaram, mais o do Sabella, por ter libertadores.

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  5. Paulo Juliano28/07/2014, 17:27

    É tanta informação desencontrada que até complica, mas momentos desesperadores pedem medidas desesperadas, se Koff mostrar seu arrojo o negócio era o seguinte:
    - Fecha com o Tite que assume somente em Outubro.
    - Traz o Roger com contrato de cinco anos, treina o time até o Tite assumir, depois vira assessor técnico direto e ao fim do contrato e período de "estágio" assume o Grêmio por - no mínimo - mais duas temporadas.
    - Com isso a eleição é garantida.
    Se o modelo é a Alemanhã então é isso aí, sem tirar nem por.

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    1. Glaucio Missioneiro28/07/2014, 17:50

      Não sonha, PJ, isso é utopia

      nem hoje, nem amanHÃ....

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    2. Guilherme Cé28/07/2014, 18:04

      Meu palpite é que Tite vem. Este papo de só quer a partir de outubro é pra "valorizar o passe".

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    3. Paulo Juliano28/07/2014, 18:34

      Sonhar não paga imposta né Glaucio kkkkk
      Tomara que venha...Tu lembra que eu mesmo não era entusiasta do Tite há algum tempo né Guilherme, mas hoje, do jeito que estamos, é a salvação da lavoura e o único nome que une situação e oposição.

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  6. Guilherme!
    O cara que deu rumo ao Tricolor foi Luiz Carvalho em 75, fazendo um time modesto mas com uma aposta certa; o treinador. Buscou Enio Andrade que começou quebrando o jejum de vitórias em clássicos, depois a dobradinha Dourado/Koff em 76, até desembocar no ano seguinte.

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  7. Guilherme!
    concordo com o texto, o Enderson fez um bom trabalho até o Grenal, ali faltou "dar o pulo do gato", associado a má interpretação, a má leitura que fez do estrondoso fracasso dos 2 a 6, passando a impressão de que tudo estava dentro da normalidade; o resultado foi a perda do rumo.
    Para isso, não tem remédio a curto prazo, o negócio era trocar mesmo.

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  8. Glaucio Missioneiro29/07/2014, 13:53

    Texto muito superficial, o trabalho não se resume aos resultados dos jogos. Enderson teve muitos erros de avaliação (e falta dela), no mínimo, em relação às deficiências do grupo.

    - não testou alternativas ao Pará durante o gauchão, no time principal (Tinga e Moisés);
    - colocou Werley novamente, sem ao menos testar Geromel, e desmanchando a melhor zaga que tivemos em 2013 (Rhodolfo e Bressan), prejudicando o melhor zagueiro do grupo ao mudá-lo de lado;
    - perdeu tempo tentando fazer de Zé Roberto o armador que nunca foi
    - inverteu Riveros de lado, mexendo na estrutura de meio que havia dado certo em 2013, tornando o meio uma bagunça, onde Edinho subia ao ataque e Ramiro ficava na sobra

    Isso só dentro de campo

    As entrevistar e análises nem preciso comentar, a principal foi não saber o tamanho da derrota nos Grenais.

    E se não foi um mau trabalho, me digam o que fica de bom para o restante da temporada, que já não se sabia em 2013?

    O que esses 7 meses acrescentaram?

    Minha resposta: no máximo nomes, Giuliano, Dudu e Fernandinho.

    Não evolui em mecânica de jogo, jogadas ensaiadas, bola parada, nada. Bem pelo contrário.

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  9. Guilherme Cé29/07/2014, 14:11

    Bruxo,
    Não sei se tu viu o Énderson no Redação Sportv ontem, mas ele mesmo admitiu que o usual, em se tratando de Brasil, era ele ter caído após o Grenal ou a eliminação na LA. Admite que a direção bancou ele, deu tempo, mas coisas não ocorreram como ele imaginou.

    Eu ainda acho que falta rodagem pra ele, mas não descarto que, amadurecendo, aprendendo a lidar com pressão, possa se tornar um técnico razoável.

    Aliás, parece que vai pro Bahia.

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  10. Não, não vi; mas acho que o Enderson, como acontece com qualquer um, aprendeu muito com os erros que cometeu. Será um dos grandes treinadores com o passar do tempo.

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