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sábado, 12 de julho de 2014

Na Copa



A Tampa do Caixão

A Seleção encerra a sua participação na Copa em que foi sede, de uma forma melancólica.

Não é pelo fato de "brigar" pelo terceiro lugar, afinal, chegaram 3 outras seleções de bom desempenho, ainda invictas, então, se não seria desejável, pelo menos, em tese, não seria desonrosa a disputa nestas condições.

No entanto, a forma como se viu "habilitada" para jogar a partida de Sábado e não a principal do final de semana, a tão sonhada do dia 13 de Julho, traz um ar melancólico, de obrigação, de "que bom se não houvesse".
Tudo isso, é consequência de um acúmulo de erros que gerou o maior fracasso em 90 minutos da sua centenária história.

Os 7 a 1, de imediato, tem apenas um legado bom, o de dar descanso eterno aos brasileiros, participantes da final de 16 de Julho em 1950, especialmente, Barbosa, Juvenal e Bigode, atletas coincidentemente, negros, que purgaram pelo resto de suas vidas, carregando a carga de uma final fatídica, cujo o enredo, começara bem antes dos 90 minutos como bem mostra o livro de Paulo Perdigão, "Anatomia de uma Derrota".

Este Brasil x Holanda de hoje, desejam os verdadeiros torcedores, que sirva para encerrar um período (longo) nebuloso de gerir o futebol brasileiro. Eu fico cético quanto a isso, pois a "pátria de chuteiras", há muito virou coadjuvante, perdendo feio para os negócios milionários que se fardaram e entraram em campo, não apenas nos gramados, mas principalmente no subterrâneo terreno que o envolve e  que dispensa a ética e as boas intenções.

 Não vão largar o osso "assim no más", como dizemos aqui no Sul.

Repetindo, mesmo cético, me alinho entre os sonhadores, que acreditam que hoje, o futebol brasileiro cerre o capítulo mais triste de sua história, para, imediatamente, retomar, rejuvenescido, a sua arte, alegria e organização dos tempos de Paulo Machado de Carvalho, porém, isso, requer bem mais do que desejo e discurso. 



  

2 comentários:

  1. Bruxo,

    como seria bom se isso realmente acontecesse. Como seria bom se na 2ª feira, 14 de julho, o futebol brasileiro amanhecesse com novos ares e novas ideias.

    Como seria bom se aqueles que se apoderaram do "osso" tivessem, definitivamente, terminado de roer toda a carne. Sabemos, caro amigo, que isso não acontecerá. Seremos reféns por anos a fio de uma cúpula futebolística que está se lixando para os resultados alcançados pela Seleção. E muito menos pela "pátria de chuteiras". Quem se importa com isso? Apenas nós, torcedores inflamados de um esporte que há muito já deixou de ser sério.

    Aprendemos com os criadores do futebol. A partir de então, tomamos conta do mundo pela capacidade técnica do nosso jogador. Ensinamos o mundo como se faz e jogamos a fórmula fora. Jamais voltaremos a ser o "país do futebol". Não temos planejamento e batemos forte no peito ao defender nossa capacidade de improvisação.

    É lamentável! Tão lamentável que, mesmo depois do fiasco dos 7 a 1, ainda haverá torcedores acreditando que aquilo foi apenas um lapso no futebol do nosso selecionado. Quem vê por esse viés, ao mesmo tempo diz que não foi a organização e o planejamento da Alemanha que levaram os germânicos à final do Mundial.
    Santa ignorância...Seguiremos pelos caminhos das derrotas e dos fiascos, afinal nem sempre o improviso nos salvará contra quem planeja meticulosamente o que faz.

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    1. Mas são poucos torcedores que acreditam no "lapso". Vejo muitos engrossando a fila dos mais conscientes, talvez, eu tenha essa visão, porque converso com pessoas que são críticas; mesmo os frequentadores da "mass media", começam a questionar.

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