Opinião

Um Grêmio desatento deixa escapar o título

Mesmo chateado e de cabeça quente, resolvi escrever estas linhas em cima do jogo finalizado, porque o segundo tempo se desenrolava e eu via que a "coisa" não andava. Um time morno com um treinador inexplicavelmente passivo.

Desta vez, não entendi que a melhor hierarquia técnica do adversário foi determinante para a derrota e consequente perda da final. Foi a desatenção, o desleixo, a falta de noção do que é decidir um campeonato.

Sabidamente o Grêmio tem um time ajeitado, mas carente em algumas posições e num jogo de maior exigência, o que escrevi anteriormente, seria a grande prova da qualidade do elenco, o Tricolor sucumbiu logo aos 4 minutos, justamente por um ocupante da lateral de discutida condição de titularidade; Matías Rodriguez errou e no contra-ataque Nilmar se enrolou com Marcelo Grohe e fez o 1 a 0.

Mais alguns minutos e outro jogador que nenhum gremista que conheço, escala como titular, Fellipe Bastos, erra mais feio ainda do que o argentino e presenteia o segundo gol. Nilmar encosta para Valdívia empurrar para as redes.

Soma-se a isso, um camisa 9 que tem muitas dificuldades técnicas e, por que não, anímicas,  também. Passou 45 minutos sem uma mínima contribuição e assim, o clássico fica desigual. Não são 11 contra 11.

Com um grupo bom sem ser 100%, o Tricolor precisa em decisões ter todos os 11 em ponto de bala, especialmente os considerados craques ou estrelas do time. Não dá para exigir muito do esforçado Marcelo Oliveira ou Erazo. Eles são apenas isso, esforçados.

Luiz Felipe insiste em deixar Walace fora; um equívoco fatal para uma zaga que teve apenas Rhodolfo como afirmação definitiva. Matías, Erazo e Marcelo Oliveira são banco, isso, porque Geromel joga mais que o equatoriano, que, aliás, fez uma partida corretíssima, mas, repito, é banco.

O ataque fez cócegas no primeiro tempo e respirou melhor, quando o elétrico Éverton ingressou, se juntando a Yuri Mamute com mais movimentação do que Braian, algo não muito difícil de acontecer. O gol de Giuliano foi achado num movimento feliz de Rhodolfo; apenas isso. Mesmo assim, mais trabalhado do que os dois do adversário.

Marcelo Grohe esteve correto, ainda que, muitas de suas defesas me parecem de grau de dificuldade mediano e ele acaba transformando em lances espetaculares. Bom para ele, ruim para a equipe, que vê escanteios cedidos de forma desnecessária.  Rhodolfo muito bem, a expulsão foi um erro de Vuaden. Maicon bem abaixo das jornadas anteriores, Luan e Giuliano, decepcionantes. Matías e Marcelo Oliveira muita entrega, muito suor, mas não são atletas vocacionados para levantar taças.

Resumindo; onde o jogo se decide, meio e ataque, o Tricolor afundou fragorosamente. O que dizer de Douglas? Esse seria o centro criativo do time?

Hoje, repito, nem credito a maior qualidade do Coirmão, o Grêmio perdeu para si próprio. A começar pela escalação.

Agora é juntar os cacos e partir para a ação.