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domingo, 25 de setembro de 2016

Pequenas Histórias



Pequenas Histórias (133) - Ano - 1986


Campeão na terra da Laranja Mecânica

Fonte: clicgremio.blogspot.com

Renato e Espinosa chegaram esta semana; especialmente Renato e não há como não reverenciar a história dele com consequente expectativa do retorno de vitórias e bons momentos.

O nosso eterno camisa 7 tem sua biografia resumida aos gols e grande atuação em Tóquio, que é justo, mas esconde uma trajetória fantástica como por exemplo: Em Janeiro de 83, Mané Garrincha faleceu e foi instituído um troféu em sua homenagem, que seria entregue no final do ano ao melhor ponta-direita do Brasil. Renato foi o vencedor.

Ele ganhou 5 vezes a Bola de Prata da Placar em sua posição, sendo que em seu primeiro ano no Flamengo, conquistou a Bola de Ouro, o melhor do campeonato. Faltou-lhe a carreira internacional, que ele mesmo tratou de prejudicar, seja na Seleção de Telê, que lhe valeu o corte em 86, seja na Itália, onde pensou que Roma era uma extensão de Ipanema e Leblon.

Pelos estados onde jogou, ele foi ídolo; RS, MG, RJ. Não teve atuações apagadas e indiferença junto aos torcedores.

Para ilustrar, recordo aqui o título do tradicional Torneio Philips realizado em Eindhoven, sede da multinacional e de seu time, o PSV em 1986, último ano de Renato no Tricolor. Aliás, o que é a nossa memória; Espinosa, naquele ano retornava ao clube, portanto, 3 anos apenas, para mim uma eternidade; hoje, o tempo de 30 anos distantes desse fato, parece que "foi ontem". A gente muda, a gente envelhece e não se dá conta.

Em Agosto daquele ano, o Imortal conquistou o Gauchão e viajou em uma excursão de 45 dias, participando de vários amistosos e torneios no Verão europeu. Um deles, esse com PSV, Anderlecht e Borussia Möenchenglabach, clubes tradicionais da Holanda, Bélgica e Alemanha.

Na primeira partida, o Tricolor pegou o clube belga e meteu 3 a 1, gols de Renato, Raul e Ortiz (este, o Falcão do futsal daquela época), desta forma, se habilitando para a final, diante do Borussia que vencera o clube anfitrião.

Para a decisão, Espinosa escalou Mazaropi; Raul, Baidek, Luis Eduardo e Casemiro; China, João Antônio e Paulo Bonamigo; Renato, Osvaldo e Valdo. Ortiz ingressou no lugar de Bonamigo.

O Borussia usou: Thorstvedt; Klaus, Frontzak, Lienen e Dresser; Borowka, Bruns e Hochstatter; Thiele (Budde), Brandt (Krisp) e Criens.

O holandês Jan Kaiser foi o árbitro e o público atingiu o número de 18.000 pessoas.

O primeiro gol gremista ocorreu aos 34 minutos do primeiro tempo, quando Valdo, Renato e Osvaldo fizeram grande triangulação, que João Antônio aproveitou e chutou forte. 1 a 0.

Aos 42, nova jogada entre Valdo, Osvaldo e Renato; este, recebeu, driblou o último zagueiro e concluiu para as redes. 2 a 0. Final de etapa inicial.

Osvaldo, Renato, Valdo e Bonamigo, ainda perderiam grandes chances de ampliar, mas foi o time alemão que marcou, isso aos 35 minutos através de Lienen. 2 a 1.

Renato foi o goleador do torneio, melhor jogador e Valdo, o melhor entre atletas até 23 anos.

Há várias façanhas na biografia de Renato Portaluppi, a dessa crônica, apenas um aperitivo.

Fontes: Arquivo Pessoal do amigo Alvirubro
              clicgremio.blogspot.com 

2 comentários:

  1. Grande época! Anos 40, 50, 60, 70 e 80, quando o Tricolor fazia verdadeiras turnês pelos gramados fora das 200 milhas brasileiras.

    Tempos em que podíamos enfrentar grandes clubes do mundo todo, mesmo em torneios que quase nada representavam, mas tinham algum charme. Oportunidade de mostrar nossos atletas e suas categorias. Tempos em que podíamos enfrentar um Maradona, por exemplo.

    Muito boa a recordação, Bruxo!

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  2. Obrigado, Alvirubro!
    Tempos em que os jogadores brasileiros ficavam mais tempo por aqui,anos 70 e 80, especialmente.

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