Páginas

sábado, 17 de setembro de 2016

Pequenas Histórias



Pequenas Histórias (132) - Ano - 1976


Encontrando Edinho

Fonte: Correio do Povo

A virada de 75 para 76 não foi muito legal; o Inter ganhou o Brasileiro, primeiro título gaúcho de clube além-Mampituba e meu pai sofrera um infarto. Recuperava-se bem, é verdade, mas era uma nova preocupação para a família.

Porém, aquele verão me proporcionou conhecer o mar. É verdade! Estava com 16 para 17 anos e não conhecia o oceano.

Por aqueles dias, Hélio Dourado e Fábio Koff assumiam a batuta do Grêmio dispostos a realizar os sonhos da torcida: O retorno dos títulos. Para começar, desaposentaram Osvaldo Rolla (Foguinho) aos 66 anos, que pediu apenas a contratação de Marinho Chagas, que com ele jogaria no meio de campo. Impossível, o craque potiguar era a cara do Rio; seria difícil tirá-lo do Arpoador ou Ipanema.

Meu pai que tinha alguns palpites certeiros, tascou: Foguinho não emplaca 3 meses. Na mosca! No inverno gaúcho, lá estava Paulo Lumumba como treinador do Imortal. Ia esquentar o banco para Telê Santana, que viria somente em Setembro.

Foguinho começou bem, no primeiro amistoso forte diante do Fluminense, que empatara antes com o Inter no final de Janeiro, venceu por 2 a 0 e seu time ainda estava longe de ter uma cara nova. Foi em 05 de Fevereiro.

O Grêmio jogou com Alexandre; Vílson Cereja, Ancheta, Beto Fuscão e Jorge Tabajara; Jerônimo, Cacau e Yúra; Zequinha, Neca e Luis Carlos. Entrariam ainda Cláudio Radar (no lugar de Vilson), que sairia lesionado e João Carlos quebrando o galho na lateral. Duas trocas na mesma posição, além de Tadeu Vieira substituindo Beto Fuscão, Tarciso no lugar do Jerônimo e Nenê, saindo Luis Carlos.

A lesão e troca de Cláudio Radar ocorreu por um cotovelaço desleal do jovem Edinho (na foto com Jorge Tabajara), que rasgou o supercílio do nosso lateral. Confesso que peguei uma antipatia pelo cara durante muito tempo. A ironia do destino o fez campeão e capitão do Grêmio, treze anos depois. Ergueu as taças de campeão gaúcho e da primeira Copa do Brasil. Cartola, o mestre da Mangueira, tinha razão: O Mundo é um Moinho.

O bicampeão mundial Didi, agora treinador da "Máquina" usou Renato; Rodrigues Neto, Carlos Alberto Torres, Edinho e Marco Antônio; Carlos Alberto Pintinho, Kléber e Rivellino (Ruben Galaxie); Cafuringa(Abel), Gil e Dirceu (Luis Alberto).

Notem que do time que saiu jogando, apenas Pintinho, Kléber e Cafuringa não disputaram Copa do Mundo. 

Novamente foi um jogo igual como fora o de 1960 e também, o Tricolor Gaúcho venceu o primeiro tempo com um gol de um volante, no caso, Jerônimo, nos acréscimos com a participação de Yúra e Neca, o número 5 arrematou violento sem chances para Renato.

Na etapa final, aos 14 minutos, Nenê, o veloz e driblador ponta-esquerda, venceu seu marcador, cruzou para a cabeça de Yúra Titov, marcando o segundo gol.

O mesmo Yúra perderia o terceiro aos 20 minutos, deixando o placar resistindo em 2 a 0 até o apito final.

Edinho, por onde passou, foi símbolo de raça. Soube aliá-la com uma ótima técnica para zagueiro, além de ser um exímio cobrador de faltas.

Telê e Edinho fizeram história nos dois tricolores.

Fontes: Correio do Povo
              Jornal do Brasil


14 comentários:

  1. Bruxo, não lembro os motivos que levaram Foguinho a sair do Grêmio, já que ele havia perdido apenas um jogo naquele período (0x2 Flamengo-RJ). Talvez, relacionamento. O "seu Rolla" não era fácil.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. A descrença do meu pai era exatamente pelo temperamento do Foguinho.
      O velho Allet, uma vez me contou de uma explosão, um gesto desproporcional com um atleta do Cruzeiro de Porto Alegre, quando era seu treinador. Algo parecido com o episódio Ari Vidal e Cruxem no Corinthians de Santa Cruz.

      Excluir
    2. Bah! Bruxo, me amarro nessas histórias antigas.

      Excluir
  2. Depois veio Paulo Lumumba, que perdeu apenas 4 jogos. Todos para o Inter. E então, chegou Telê.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O problema era a máquina colorada. Nem o time de Fernandão, Yarley sem comparava.

      Excluir
    2. Quando eu falo isso prá gurizada da "era" Fernandão e D'Alessandro, eles querem me bater, eheheheheheheh....Eles não viram um time de futebol jogar, Kkkkkkkkkk...

      Excluir
  3. Olhando esse time do Fluminense hoje, é inimaginável ter tanto craque junto. Apenas Cafuringa não poderia ser chamado assim. Carlos Alberto Pintinho, Kléber e Rivellino equilibravam com Batista, Falcão e Paulo Cesar Carpegiani. Monstros, todos eles.

    ResponderExcluir
  4. E naquele ano de 1976, o Paulo Cezar Lima (Caju) estava no time. E tinha Doval e Erivelto. Tá louco!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Marinho Chagas chegou trocado por três, um deles era o Mario Sergio, não lembro dos outros dois.

      Excluir
    2. Acho que um dos dois era o Manfrini.

      Excluir
    3. Exato. Falta um.Acho que foi o Rodrigues Neto.Mário Sérgio, Manfrini e Rodrigues Neto. Até vou ver a biografia deste último.

      Excluir
  5. Bruxo, fiz uma listinha, do meio de campo até o ataque, dos principais times de 1976.
    Dá vontade de chorar ao lembrar o que tínhamos no futebol brasileiro:

    GALO
    Toninho Cerezo, Danival, Paulo Isidoro, Paulinho, Reinaldo, Bozó

    BOTAFOGO
    Carbone, Luizinho Rangel, Ademir Vicente, Manfrini, Rubens Nicola, Nilson Dias, Mario Sergio

    CORINTHIANS
    Givanildo, Ruço, Neca, Vaguinho, Geraldão, Romeu

    CRUZEIRO
    Zé Carlos, Eduardo Amorim, Valdo, Jairzinho, Palhinha, Joãozinho

    FLAMENGO
    Merica, Thadeu Ricci, Zico, Paulinho Carioca, Luisinho Lemos, Luiz Paulo

    GRÊMIO
    Vitor Hugo, Alexandre Bueno, Yura, Zequinha, Tarciso, Ortiz

    INTER
    Batista, Falcão, Jair, Valdomiro, Dario, Lula

    PALMEIRAS
    Pires, Ademir da Guia, Jorge Mendonça, Edu, Toninho, Nei

    SÃO PAULO
    Chicão, Muricy, Pedro Rocha, Terto, Serginho, Zé Sergio

    VASCO
    Zé Mario, Zanata, Dé, Luiz Fumanchu, Roberto Dinamite, Luiz Carlos

    ResponderExcluir
  6. É! São outros tempos. Mas tem uns quebradores de bola aí no meio; Merica, Pires.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sim, não eram grandes jogadores, mas faziam o jogo fluir. Na dúvida, bola para o Thadeu Riccio e para o Ademir da Guia, eheheheheh...

      Excluir