Páginas

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Opinião

A Imparcialidade Seletiva


 A iminente possibilidade de queda para a 2ª Divisão do Inter mais os rebaixamentos do Grêmio nos possibilitam observar a reação e comportamento diferentes da imprensa esportiva gaúcha no momento em que hoje, boa parte dela, definitivamente, se fardou e entrou descaradamente em campo. Para se justificar, diz que agiu da mesma forma, quando o fantasma da queda pousou no Olímpico. Deslavada mentira.

Em 1991, o Tricolor vinha de uma excelente campanha no Brasileiro anterior e a queda vertiginosa naquele ano veio concomitante com uma participação bem consequente na Copa do Brasil. Esse foi o erro crasso cometido pela Direção gremista: Não acreditou nunca na hipótese de rebaixamento; apenas, quando caiu na decisão (de forma invicta em toda a competição) na decisão da CB, diante de um clube mediano, o Criciúma e o rebaixamento era a sua realidade inexorável.

A mídia esportiva tratou o fato com profissionalismo, nenhum arroubo persecutório aos responsáveis, nem arregimentação de forças ou cruzada contra o rebaixamento. Profissionalismo puro.

Já em 2003 (quase) e 2004 (fato concreto), o Grêmio não foi alvo dessa campanha gigantesca vista atualmente em favor do Inter por essa parcela da imprensa esportiva; pelo contrário, o presidente Obino era ridicularizado, esculachado pelas suas ações e declarações estranhas ao meio esportivo. Equívocos do grupo diretivo gremista eram prontamente mostrados e nada era poupado. Era um banquete com a cabeça do principal dirigente servida numa bandeja para o deleite dos "profissionais" da imprensa; afinal, estavam realizando o papel que lhes cabia.

Agora, por motivos inexplicáveis, pelo menos, diante da conduta do bom jornalismo,  até em  alguns que não são colorados, vemos que ser parcial, descaradamente parcial em jogos do Coirmão ante adversários de fora do estado, é algo “absolutamente normal”; isso justificado, porque não é saudável um  clube grande gaúcho cair para a Série B, portanto, ser parcial nessa condição, pode. Recentemente, o Juventude caiu e não houve essa mobilização.

Pois bem, Domingo temos Grenal e o risco de rebaixamento do Inter permanece, num percentual menor, mas permanece, ou seja, a onda, a cruzada dessa parte da imprensa, por coerência, deve continuar, pois as causas de tal atitude prosseguem vivas.

Ou será que por ser Grenal, ela (parte da imprensa), de repente, apertará um botãozinho ou “virará a chave” e passará a ser imparcial?

É possível dizer que o Grêmio está há 15 anos sem ganhar um título, esquecendo os regionais conquistados e ignorar que o Inter também possui um jejum de 6 anos, pois, segundo a lógica destes "profissionais", Gauchão não é nada?

É possível criar um zunzum, porque Renato poupou os titulares em Santos para encarar a chance de avançar na CB e  ao mesmo tempo, achar que é "perfeitamente normal" o Inter poupar titulares nesta mesma Copa do Brasil, sendo esta a última oportunidade de quebrar o jejum de mais de meia década sem títulos?

Fica a questão: É possível ter duas caras no jornalismo esportivo?





6 comentários:

  1. Daison Sant Anna18/10/2016, 00:27

    Eu já falei sobre isso aqui no Blog: Trabalhei na Imprensa. Hoje estou atuando na Rádio Web Grêmio Pachola. TEU TEXTO É 100% CORRETO.

    ResponderExcluir
  2. Daison
    E tem uma frase minha que pode passar sem a devida atenção no texto: Não são apenas os colorados.São fatores que passam longe do bom jornalismo e profissionalismo que pautam a atuação de alguns deles.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Aposto nisso Bruxo, o clubismo cede, em muito, para "intéresses inconfessáveis".

      Excluir
  3. PJ
    Aí, como eu reajo; escanteio esses caras, às vezes é inevitável assistir, uma janta na casa dos parentes, um jogo em local público, mas sempre que posso, fico com o Sportv e a Rádio Guaíba.

    ResponderExcluir
  4. Daison Sant Anna18/10/2016, 19:47

    Mas a Rádio Guaíba está minada de profissionais torcedores do rival, Bruxo....

    ResponderExcluir
  5. Daison
    Mas eu acho que os comentaristas (Guimarães e o Cristiano Oliveira) conhecem muito de futebol e procuram ser isentos, os narradores são narradores, não "animadores de torcida".
    Os repórteres, se são clubistas, eu não consigo perceber.Talvez por falha minha.

    ResponderExcluir