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sexta-feira, 23 de junho de 2017

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (163) – Ano – 1969


Touro Indomável

Fonte: Revista do Grêmio

1968 levou a fama  de ser o ano que não terminou, pura verdade! Mas, 1969 igualmente foi repleto de acontecimentos marcantes, diria, revolucionários. 69 não “passou batido”.

Tivemos o homem chegando à Lua, o Festival Woodstock em Bethel, o lançamento do melhor disco dos Beatles, Abbey Road e no Brasil, o sequestro do cônsul norte-americano, a troca de governo durante a ditadura que consagrou a tortura e violações dos direitos humanos, além do milésimo gol de Pelé no Maracanã diante do Vasco da Gama do arqueiro Andrada no campeonato nacional, o Robertão.

Pois foi neste certame, em 05 de Outubro no Estádio Olímpico, que o Tricolor recepcionou o último invicto da competição, o Corinthians Paulista do técnico Dino Sani.

Armando Marques conduziu o espetáculo que teve 40 mil pagantes.

Sérgio Moacir mandou a campo: Arlindo; Espinosa, Ari Hercílio, Áureo e Everaldo; Jadir e Júlio Amaral; Davi, João Severiano, o Joãozinho, Alcindo e Wolmir.

Dino Sani utilizou: Lula; Mendes, Ditão, Luís Carlos e Miranda; Dirceu Alves e Suingue; Paulo Borges; Ivair, Benê e Lima (Roberto Rivellino).

A contenda se desenvolveu de forma vibrante e bastante guerreada com boas chances de gol.

Apesar dos nove escanteios nos primeiros trinta minutos para o lado gremista e em função das grandes defesas do goleiro da Seleção, Lula, o primeiro tempo terminou empatado em zero.

Pelo lado corintiano a esperança era Paulo Borges, a Gazela do Parque, mas Everaldo estava em grande forma e controlou bem o ex-ponta do Bangu, agora vestindo alvinegro.

Na etapa final, os treinadores usaram as suas armas do banco: o craque Rivellino, que voltava de lesão e pelo lado Tricolor, Davi saiu cansado, entrando Hélio Pires, o Touro.

O atacante vindo do Floriano (atual Novo Hamburgo) era um jogador forte, voluntarioso, que nunca desistia do lance. Em sua biografia, em 50 jogos pelo Imortal, meteu 19 gols; aqui, um dado interessante: Sempre que marcou, o Grêmio não perdeu. Foram 16 partidas em que ele compareceu no placar. Fez dois numa partida e três noutra, nas demais, alguns tentos decisivos como contra  Benfica e Seleção da Hungria no festival de inauguração do Beira-Rio.

Sobre sua atuação, extraímos texto do jornal Diário de Notícias que informa as instruções do técnico gremista que o microfone da televisão Piratini captou: “Jadir, pede para o Hélio Pires jogar entre os zagueiros, perto do Miranda” ou ainda; “Alcindo, vamos explorar o Hélio Pires. É lá que está a chance.” Esta última observação ocorrida aos 28 minutos.

Aos 33, Ivair, o Príncipe, atrasou mal uma bola para Dirceu Alves, Hélio Pires se antecipou, tomou a pelota e partiu célere para a área corintiana, driblou Luís Carlos , deu mais três passos e serviu Alcindo. O Bugre dominou e ante a aproximação de Ditão, alçou a bola para a “fogueira” no centro da grande área, onde o Touro, veloz, venceu o arqueiro Lula (foto acima) com um “testaço”. 1 a 0. Caía o último invicto do campeonato. O Grêmio assim como na semana anterior, quando bateu o Santos, passava por mais um dos gigantes de São Paulo.

Naquele ano, o Corinthians chegaria ao quadrangular final, juntamente com Botafogo, Palmeiras e Cruzeiro, ficando em terceiro.

O campeão foi o Palmeiras que terminou o campeonato empatado em pontos e em número de vitórias com o Cruzeiro. Incrível! O título foi decidido no saldo de gols.  2 contra 1.

O Grêmio não foi bem. Ficou em quinto na Chave B, onde passaram Palmeiras e Botafogo.

Neste final de semana, passado quase meio século deste embate, Grêmio e Corinthians brigam pela ponta da tabela. Não terão obviamente Hélio Pires e Rivellino, mas quem duvida que algum avante atual incorpore o espírito guerreiro e letal do Touro ou um meia paulista abusado, o talento do eterno camisa 10 do Parque São Jorge?


Fonte: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro  

10 comentários:

  1. Bah, Bruxo, coincidentemente, como há 48 anos, o Corinthians chega a Porto Alegre ainda invicto, com um belo time.
    Jogo difícil, daqueles de se comemorar placar de 1x0.
    Jadir e Julio Amaral; Dirceu Alves e Suingue, é mole?
    Ari Hercílio e Aureo; Ditão e Luiz Carlos. Só selecionável!
    E os ataques?


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  2. Gostava mais de Cléo e Sérgio Lopes; Nair e Dino Sani; Tião e Rivellino.(Só para te contrariar).
    Ari Hercílio merecia melhor sorte; quando estava sendo comprado pelo Fluminense, após aproveitar o empréstimo, faleceu tragicamente no Rio.

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    1. Eheheheheh...só tinha "ruindade e quebrador de bola" nesses times.

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  3. FASE CLASSIFICATÓRIA - JOGOS DO CORINTHIANS:

    14.09.1969 - PORTUGUESA (SP) 2x2 CORINTHIANS (SP)
    17.09.1969 - BAHIA (BA) 1x3 CORINTHIANS (SP)
    21.09.1969 - SANTA CRUZ (PE) 0x0 CORINTHIANS (SP)
    24.09.1969 - CORINTHIANS (SP) 2x0 CRUZEIRO (MG)
    28.09.1969 - CORINTHIANS (SP) 3x1 INTERNACIONAL (RS)
    01.10.1969 - SÃO PAULO (SP) 0x2 CORINTHIANS (SP)
    05.10.1969 - GRÊMIO (RS) 1x0 CORINTHIANS (SP)
    12.10.1969 - ATLÉTICO (MG) 1x2 CORINTHIANS (SP)
    25.10.1969 - VASCO DA GAMA (GB) 1x2 CORINTHIANS (SP)
    29.10.1969 - BOTAFOGO (GB) 0x2 CORINTHIANS (SP)
    01.11.1969 - CORINTHIANS (SP) 2x0 FLUMINENSE (GB)
    04.11.1969 - CORINTHIANS (SP) 4x1 SANTOS (SP)
    07.11.1969 - CORINTHIANS (SP) 2x2 AMÉRICA (GB)
    12.11.1969 - CORITIBA (PR) 2x3 CORINTHIANS (SP)
    15.11.1969 - PALMEIRAS (SP) 1x0 CORINTHIANS (SP)
    23.11.1969 - CORINTHIANS (SP) 0x0 FLAMENGO (GB)

    O QUADRANGULAR FINAL DO ROBERTÃO DE 1969

    30.11.1969 - BOTAFOGO (GB) 2x2 CRUZEIRO (MG)
    30.11.1969 - CORINTHIANS (SP) 0x0 PALMEIRAS (SP)
    03.12.1969 - CORINTHIANS (SP) 1x0 BOTAFOGO (GB)
    03.12.1969 - CRUZEIRO (MG) 1x1 PALMEIRAS (SP)
    07.12.1969 - CRUZEIRO (MG) 2x1 CORINTHIANS (SP)
    07.12.1969 - PALMEIRAS (SP) 3x1 BOTAFOGO (GB)

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    1. Saberia me dizer quem era os técnicos? Minelli, Dino, quem mais?

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    2. Bruxo, no Robertão de 1969, Dino Sani.
      No Robertão de 1970, Aymoré Moreira.
      No Brasileiro de 1971, Baltazar (Oswaldo da Silva) e Francisco Sarno
      No Brasileiro de 1972, Duque (David Ferreira).
      Se quiseres saber outros, é só pedir.

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    3. Quis dizer dos técnicos dos times do quadrangular; talvez Hilton Chaves e Zagallo, não tenho certeza.

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    4. Mario Jorge Lobo Zagallo, do Botafogo.
      Dino Sani, do Corinthians.
      Gerson dos Santos, do Cruzeiro.
      Rubens Francisco Minelli, do Palmeiras.

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    5. Gracias, não lembrava do Gérson.

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  4. Última vitória do adversário em Porto Alegre: 22.05.2011 - Grêmio 1x2 SC Corinthians P.
    O Corinthians não venceu na Arena.

    22.05.2011 - Grêmio 1x2 SC Corinthians P - Olímpico - Renato Portaluppi
    10.06.2012 - Grêmio 2x0 SC Corinthians P - Olímpico - Vanderlei Luxemburgo da Silva
    16.10.2013 - Grêmio 1x0 SC Corinthians P - Arena do Grêmio - Renato Portaluppi
    23.10.2013 - Grêmio 0x0 SC Corinthians P - Arena do Grêmio - Renato Portaluppi
    24.08.2014 - Grêmio 2x1 SC Corinthians P - Arena do Grêmio - Luiz Felipe Scolari
    03.06.2015 - Grêmio 3x1 SC Corinthians P - Arena do Grêmio - Roger Machado Marques
    14.08.2016 - Grêmio 3x0 SC Corínthians P - Arena do Grêmio - Roger Machado Marques
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    Grêmio x Corinthians
    Na história do confronto (jogos oficiais e amistosos)
    Aproveitamento do Grêmio 48,24% (considerados 3 pontos por viórias e 1 ponto por empate)

    85 jogos
    34 vitórias do Grêmio 40,00%
    21 empates 24,71%
    30 derrotas 35,29%
    113 gols marcados pelo Grêmio 1,33 por jogo
    93 gols marcados pelo adversário 1,09 por jogo
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    Jogos oficiais (São Paulo e Porto Alegre)
    Aproveitamento do Grêmio 49,79% (considerados 3 pontos por viórias e 1 ponto por empate)

    79 jogos
    33 vitórias do Grêmio 41,77%
    19 empates 24,05%
    27 derrotas 34,18%
    105 gols marcados pelo Grêmio 1,33 por jogo
    82 gols marcados pelo adversário 1,04 por jogo
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    Jogos oficiais em Porto Alegre
    Aproveitamento do Grêmio 64,17% (considerados 3 pontos por viórias e 1 ponto por empate)

    40 jogos
    23 vitórias do Grêmio 57,50%
    08 empates 20,00%
    09 derrotas 22,50%
    60 gols marcados pelo Grêmio 1,50 por jogo
    24 gols marcados pelo adversário 0,60 por jogo
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