Páginas

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Opinião



Adeus ao Título

Eu não estava confiante para esse jogo, cheguei a trocar ideias numa rede social com o gremista Daison Santana no final de semana, demonstrando o meu pessimismo.

Reproduzo a seguir frase da última postagem: "O primeiro tópico de ontem, eu deixei para último hoje, porque acho que é o de maior repercussão a curto prazo, pois a relegação do Brasileirão pelo Grêmio poderá ser repensada a partir de um insucesso na Copa do Brasil." O Grêmio não vem fazendo partidas encantadoras, em parte, pela percepção do adversários na sua forma de jogar, noutra, porque o foco gremista está multifacetado; se isso é exclusivo dos grandes clubes, a grandeza deles, também é um ônus a ser superado. 

Eu entendo e concordo com a hierarquização das competições, as famosas prioridades, mas discordei, quando o Tricolor colocou o Brasileiro abaixo da Copa do Brasil, porque vejo o nosso clube como o melhor do país; isso resulta (sempre trazendo à lembrança que é opinião minha) numa chance maior de títulos pela natureza da competição, ou seja, as derrapadas durante as 38 rodadas não são privilégio de alguns clubes apenas e isso favorece aos que são/estão melhores. Já numa disputa de mata-mata, a chance de "incidentes" decidirem a vaga é muito maior. E isso ocorreu esta noite. Uma partida sofrível e tchau!

O Grêmio foi irreconhecível, Ramiro, talvez tenha feito a sua pior partida neste ano, Pedro Rocha e Barrios afundaram, a zaga e o goleiro falharam numa bola fácil de ser retirada e aí entrou o tal "detalhe". Bastava Edílson se antecipar a Hudson, bastava Grohe socar a pelota no seu ponto mais alto.  E não foi Bressan o vilão.

Continuando; Arthur lembrou o pior Zinho com os seus movimentos de enceradeira, Edílson e Michel abaixo do que normalmente jogam. Bruno Cortez errou passes demais na etapa inicial, sobrou Luan, mas, desta vez, ele foi a andorinha solitária e todos sabemos, uma andorinha não faz ... Disso decorreu que o time não deu um único chute "de respeito" na etapa final. Como então, fazer gol?

Kannemann sem Geromel, parece menos jogador e os que entraram fizeram menos do que os substituídos. Enfim, uma jornada para esquecer ou para lembrar muito, depende do ponto de vista.

O que acontece daqui para frente? O Corinthians disparou, está quase inalcançável, porque o Grêmio assim o quis. Esse Brasileirão era do Grêmio!!!

 Restou a competição mais "dramática", a Libertadores da América que possui idênticas armadilhas da Copa do Brasil com pitadas de picardias latino-americanas.

Na cobrança de penalidades, a deficiência técnica ficou escancarada, os que costumam errar, erraram. Luan bateu do mesmo jeito que bate; meia altura, fraco no canto direito do arqueiro, foi assim na Olimpíada (entrou), foi assim contra o líder do campeonato (Cássio pegou).

As defesas grandiosas e competentes de Marcelo Grohe, destaque absoluto após o apito final, mascaram os seus vacilos durante a segunda etapa e vão, certamente, retardar as oportunidades de Paulo Victor jogar com o setor defensivo efetivo. 

Pena! Porque esta desclassificação na Copa do Brasil, poderia inspirar os seus dirigentes a observarem esse evento com o olhar na história, naquele 30 de Abril de 1983, quando o Tricolor deu adeus ao Brasileiro num 1 x 3 (Ferroviária de Araraquara no Olímpico), mas começou a ganhar a Libertadores daquele ano, a partir da constatação de obviedades. Duvido que tenham a lucidez e coragem necessárias.

Resumindo: O Cruzeiro que não poupou titulares domingo diante do Sport, bateu os descansados atletas gremistas. Venceu as duas e embalou, mas ainda acho que a CB de 2017 vai para o Flamengo.

 E nós? Bem, nós vamos seguir elegendo prioridades.


26 comentários:

  1. Novamente o Grêmio contra o Brasil.
    Desta vez não deu, como em 96 (quando foi criado este justo “chavão”).
    Desta vez teve fogo amigo. Os oportunistas que sempre aparecem na horas erradas, secando, sendo os donos da verdade que não considera o “imponderável”. Para estes basta falar que Bressan fez uma partida irreparável (para desespero deles), a melhor que vi. Grohe defendeu dois pênaltis, enquanto o “queridinho” Fábio defendeu um, na sorte. Fora uma defesassa durante a partida.
    Entregamos aos dois maiores concorrentes a aproximação do que temos de diferente dos demais. A Copa foi decidida hoje. Uma das mais difíceis já disputadas.
    Percebemos que faltou mais intensidade ao nosso “espetacular” time. A derrota não tira os méritos dessa equipe, mas deixa dúvidas de sua real capacidade que até agora era inquestionável.
    Decisão é decisão. Não há como definir aquilo que necessita de entrega total.
    A esperança sofreu um golpe.
    Os críticos estão felizes. A mídia tupiniquim vibra.
    Fica pra próxima.
    PS: fico triste por mim, fico triste por meu filho que apostava na tríplice coroa, fico triste por milhões de torcedores, fico triste por este time que é um dos melhores que já tivemos (e um dos melhores do país).

    ResponderExcluir
  2. Arih
    A derrota deixa várias lições, uma delas, que penalidades não são algo aleatório, concluo não por ontem, mas pela sequência de desperdícios.
    Também, que ter um jogador apenas para fazer a criação (Luan) é insuficiente em determinados jogos.
    Enfim, tem muita coisa, mas "o dever me chama".
    Até a próxima postagem.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Nem uma alma pra dar um chute de fora da área em 90 minutos...

      Excluir
    2. Glaucio
      Irreconhecível; por isso, eu ainda achava que o Tricolor tem/tinha mais chances nos pontos corridos do Brasileirão.
      À noite, eu vou localizar um texto que tratei aqui mesmo no blog sobre isso.

      Excluir
    3. Essa tese que Brasileirão é mais fácil é conversa fiada, se o campeonato é equilibrado uma rodada ruim pode decidir, e seria esse o caso este ano: se o Grêmio valorizasse o Brasileirão seria a "espanholização" do Brasileiro entre Grêmio e Corinthians (espanholização que os gaúchos, desde o fim do Clube dos 13, reclamam e ocorreria com o Grêmio envolvido.) Mas concordo que o estilo do Grêmio combina, como nunca antes ocorreu, mais com pontos corridos que mata-mata: o Grêmio não tem competitividadde estilo mata-mata, e foi apenas medíocre contra a maioria dos times que enfrentou, todos mais fracos, seja Noia, Godoycruz ou Cruzeiro, mas fica pior ao fazer de conta que tem característica "copeira" porque a "tradição" impõe que tenha essa máscara, ainda que isso não concorde com o campo.

      Nas copas, os "incidentes" decisivos valem para os dois lados, qualquer derrapada pode vir de qualquer lado, e o Grêmio já se aproveitou muito dessas derrapadas - e então ninguém falou que o mais fraco passou. Mas quem tem mais time tem menos "incidentes" decisivos, que é algo que se relaciona com qualidade e experiência, que os melhores times tem mais, em regra, e por isso sofrem menos.

      Copas são mais fáceis; o que você, Bruxo, se treinasse ou presidisse um time fraco, definiria como alvo mais fácil para buscar um título? Teria chance no Brasileirão? Não. Teria chance na copinha do brasil? Sim. Brasileirão ou copinha do brasil? Você está pensando em copas muito a partir do ponto de vista gremista com time melhor, algo como "Puxa vida que competição difícil, tenho mais time e não passei!" e se esquece da frase igualmente válida do lado mais fraco: "Puxa vida! que competição fácil, nem preciso ter mais time para passar!" Lado que o Grêmio já esteve em outras edições. O campeonato brasileiro impõe qualidade e regularidade por longo tempo, é monumentalmente difícil isso. O Grêmio terá time para brigar por copinha do brasil todo ano, Brasileirão e Libertadores é uma ou duas vezes por década que tem chance. Isso diz algo em relação à dificuldade? De novo, tire o ponto de vista do favorito ou do Grêmio e perceba que time melhor tem menos o que chama de "incidentes". Você pensa em Grêmio e Cruzeiro e esquece as barbadas anteriores, a expulsão do jogador do fluminense trocou o classificado? E ontem onde estava o imponderável para ajudar o Botafogo contra o favoritismo do Flamengo?

      Excluir
    4. Sou adepto da descentralização dos neurônios de um time, mas ainda que o Grêmio jogasse com um articulador não seria o caso de insuficiência: o Grêmio não tem nenhum, porque Luan não tem criado nada. Tem sido um articulador teórico há muito tempo, altamente sensível à marcação, cai até com sopro, inútil como foi em quase todos esses quatro anos de clube, e deve ser proibido de bater penaltis, isso virou problema pessoal dele, provar que pode acertar, que prove isso longe. Que vendam logo, que as ofertas que o Grêmio recebeu não receberá melhores, lembrem que Luan tem uns 25 anos, não merece tolerância como se tivesse 20. Repito o que já coloquei aqui: Luan precisa mais do Grêmio que o Grêmio precisa dele, já vi o Grêmio jogar bem com ele mal, mas ele jogar bem com o Grêmio mal nunca. Foi exaltado pela midia que precisa, para cada clube, de um jogador que personifique; isso ajuda a vender o jogo, ajuda na propaganda, metem aquela holografia nos programas idiotas da Globo, etc, e criam falsos ídolos a serem gritados por tietes que nunca os viram jogar. É algo muito claro com Neymar e seleção e logo será no Flamango com Vinícius Jr., basta que esse "Negueba" deixe de ser uma naba e evolua à mediocridade.

      Excluir
    5. Rodrigo
      Recém escrevi nova postagem sobre isso. Criciúma brigará sempre numa Copa do Brasil ou Primeira liga, para ficar num único exemplo.

      Excluir
  3. Bruxo, duvido que alguém do Cruzeiro lembre da falha de Fabio no gol gremista, no jogo de ida.

    Eu concordo que a bola do gol deles era defensável, mas a desclassificação não passa por isso. Faltou agredir, o ataque falhou, em resumo, caímos porque na soma dos dois jogos, o Cruzeiro jogou mais, quis mais.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Concordo. Detalhe importante no jogo de ontem: O Cruzeiro quis mais. Um grande diferencial.

      Excluir
    2. Arih
      O Grêmio não soube explorar a defesa frágil do Cruzeiro. Naquele quarteto defensivo, nenhum seria titular no Grêmio.

      Excluir
  4. Faltou ao Renato o que sobrou ao Mano.
    Será que faltou Espinoza?

    De qualquer forma, frustrante; medo de que este ano, de tão promissor, se torne um pesadelo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Em 2010 e 2013 tinha Espinoza? E no Flu, em 2007 e 2008?

      Excluir
    2. Culpas de Renato, sim, tem. De trás pra diante, a primeira foi a escolha dos batedores.

      Excluir
  5. Se me permitirem, não há inocentes ou culpados, na minha valiação.
    Há mais (ou menos) competência na cobrança das penalidades.
    Se fizermos uma busca num passado não muito distante, o título gremista de 2016 passou por fato semelhante ao de ontem, contra o Atlético-PR.
    Com final feliz para o Grêmio. Lembram?
    Estreia do Renato Portaluppi, Arena com menos de 15 mil torcedores.
    Lá, o Renato acertou os cobradores? Ou errou os batedores?
    16 pênaltis batidos e apenas 7 convertidos. 4x3 para o Tricolor
    Paulo André, quando bateu o pênalti e a bola foi para a trave, classificou o Grêmio.
    Teria sido o zagueiro culpado pela desclassificação, ou houve mérito gremista?
    Teria sido o goleiro Weverton culpado por não "matar" a decisão, após o erro de Kannemann?

    Relembrando os escolhidos para bater os pênaltis, naquele jogo:
    Maicon (G)
    Edílson (G)
    Walace (D)
    Douglas (D)
    Luan (D)

    Marcelo Oliveira (G)
    Kannemann (F)
    Guilherme Augusto (G)

    (G) gol - (D) defesa - (F) fora.
    ______________________________________

    Este ano, contra o Novo Hamburgo (6x7), tivemos isso:
    Maicon (G)
    Lucas Barrios (G)
    Lincoln (F)
    Pedro Rocha (D)
    Luan (G)

    Marcelo Oliveira (G)
    Ramiro (G)
    Arthur (G)
    Kannemann (D)

    (G) gol - (D) defesa - (F) fora.

    Houve mais (ou menos) competência na cobrança das penalidades?
    ______________________________________

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pois é. Dos que terminaram os 90 min, poderia ter tentado com Michel ou Cortez.

      Excluir
    2. Glaucio, creio que não os escolheu porque eles não eram melhores que os demais.
      Sabemos bem que decisão em pênaltis, além do momento, existe o entorno, a pressão, a torcida, a situação do placar, etc...
      Além disso, supondo-se que Michel e Cortez tenham sido inicialmente listados pelo técnico, poderiam tê-lo alertado que não estavam com confiança. É difícil sabermos! Futebol é apaixonante por esse tipo de coisa.

      Excluir
    3. Temos que buscar as causas que levaram até os tiros livres, senão, corremos o risco de fazer o diagnóstico errado.
      Grêmio e Cruzeiro atualmente são muito diferentes; o clube gaúcho é muito, mas muito superior. Não soube vencer, não soube planejar o enfrentamento, as más cobranças, todos sabemos é falta de treinamento, quando escrevo treinamento não é apenas pegar a bola, colocá-la na marca da cal e executar cobranças descompromissadamente. Treino é treino, jogo é jogo.
      Lembro que essas cobranças são tão especial que já vi treinador colocando atletas para bater e até goleiro especificamente para este momento da partida. Vi até em Copa do Mundo. Pênalti não é algo aleatório. Se fosse, Zico e Roberto Dinamite seriam os "reis do aleatório".

      Excluir
  6. corrigindo: ... são tão especiais ...

    ResponderExcluir
  7. Faço parte do 1% dos gremistas que preferem e gostariam do Grêmio priorizar duas competições (que não ganha há mais de 20 anos, e contando) e pensa que, como todos os grandes europeus, deve focar nas duas suas forças no ano: a Libertadores, maior competição continental, unanimidade, e outra desprezada pela maioria, nem perto de unanimidade, pelos gremistas: o Brasileirão em pontos corridos (a maior competição nacional e tecnicamente a mais qualificada da América (raros clubes na América toda estrangeiros teriam alguma chance de G6) mas desdenhada porque não ganha (e é um dos 5 dos 12 maiores do país que vergonhosamente nunca ganharam nessa fórmula, e considerando todas as edições desde 1959 só venceu duas em seis décadas! Não dá nem para zoar o inter mais que está há quase 40 anos sem ganhar.)

    Sempre vi a copinha do brasil como competição de segunda classe, colocá-la acima do Brasileirão é como Real ou Barça largarem o nacional pela copa do rei, e há muito tempo a chamo desse jeito: "copinha". Sim, agora, eliminado, outros a desdenharão, agora é fácil: vamos ver um mundo de gremistas falando de "copinha do brasil" (e já fazem isso de certa forma com "o que importa é a Libertadores", fazendo de conta que não sentiram o nocaute ontem.

    Desdenhar o que não ganha faz parte da mesquinharia nacional dentro e fora do futebol, serve para se iludir que se vive no melhor dos mundos - se ganhar só ruralito puxariam a brasa para o ruralito e diriam que esse torneio é a "competição dos deuses", e que todas as outras não estão com nada?

    Repito o que coloquei antes: gostei quando a CBF voltou a colocar os times da Libertadores na Copa do Brasil. A Copa do Brasil fora esvaziada com a atitude de retirar os times da LA, o nivel técnico caiu muito. Pensava que seria até útil para acabar com as viúvas do formulismo: teriam uma competição nacional forte com formulismo sem que isso custasse o fim dos pontos corridos com turno-returno no Brasileirão. Seria a satisfação de todos os gostos. Mas repenso isso hoje: foi furada para o Grêmio. Há times que jogam as duas para ganhar: Corinthians, Flamengo, Palmeiras, etc (e tem eles bom número de títulos nas duas). Com o Grêmio é diferente, só a Copa do Brasil fora do calendário (ou uma eliminação precoce, como em 2008, o que é raro no Grêmio) o coloca a encarar o Brasileirão com tesão (o que pateticamente só tem acontecido com a "copa da vaga à Libertadores"). O Grêmio está ficando, como todos que não ganharam esse título com fama de time de competição de tiro curto, sob aprovação da torcida (boa parte danoninhos que nunca comemoraram um Brasileirão em qualquer fórmula, que ainda por cima roubaram o apelido "rei de copas", que só tem um dono: o Independiente de Avellaneda com suas 7 Libertadores (essa é a única competição a ser considerada para tal apelido).

    Acredito que só a ausência na Copa do Brasil faz o Grêmio dar priorização clássica de grande clube: a maior competição continental e a maior competição nacional. Adoraria que os times classificados à Libertadores voltassem a ser retirados da Copa do Brasil: é o único jeito do Grêmio largar essa guloseima que, como criança, pega e larga a refeição importante. Ano que vem estará nas três de novo, e de novo o Brasileirão será deixado de lado, o Grêmio é viciado na guloseima copinha do brasil: pontos serão jogados fora sob o discurso de sempre, "buscamos depois" (e nunca se busca, até cair a ficha e jogar a toalha melancolicamente.)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Rodrigo
      a) Estou entre esse 1%. Repito; sou a favor de priorizar, mas também coloquei que o Brasileiro dever ficar apenas atrás da LA
      b) Não chego a esse ponto de chamar de "copinha" (respeitando o teu ponto de vista), mas, especificamente este ano em que o Tricolor é o atual campeão e tem um jejum imenso de LA e Brasileirão, a prioridade não deveria ser a CB
      c) O Grêmio é o maior vencedor de Copas do Brasil, em parte, porque outros grandes clubes não priorizam esta competição. Não é crítica a supervalorização feita pelo Grêmio, mas uma constatação pelo ponto de vista de nossos maiores clubes do centro
      d) Brasileiro não se busca "pontos depois", esse o maior erro da Direção gremista

      Excluir
  8. Essa eliminação deve ser didática, porque é um fato novo no ano e desse time: o fracasso na primeira vez que o Grêmio enfrentou um time respeitável em mata-mata é o reforço de suspeitas que vinham desde os confrontos, suados demais, contra o nanico Godoycruz. O Grêmio é forte mas não é muito competitivo em mata-mata, se viu nas suas duas eliminações para adversários inferiores no ruralito e na copinha do brasil: Noia e Cruzeiro, dois times que não se impuseram nos 180 minutos, mas cresceram contra um Grêmio que não sabe nunca acompanhar as alterações no adversário e as anular. Já virou rotina a frase "Renato não faz/fez a leitura do jogo".

    A eliminação na copinha do brasil me importa menos que a rodada onde matematicamente perderá as chances de título no Brasileirão e me importa menos que uma eliminação na LA, e só é mais lastimável que uma eliminação na Primeira Liga (oportunidade de ouro para colocar um pouquinho de água no chope cruzeirense, embora o chope deles vai cair contra o Flamengo, que é superior e querem se vingar de 2003.) Tais competições exigem uma corda esticada com a qual o Grêmio nunca joga: joga em ritmo de maratona, e é ótimo "atleta"maratonista, mas tiro curto é para impor energia de 100 metros rasos. Com todos com a mesma motivação poucos batem o Grêmio, os atropelos impostos no Flu e CAP aconteceram em ritmo de campeonato brasileiro, onde a qualidade sem impõe sem esticar a corda, como era preciso quando tem pela frente um adversário, ainda que inferior, suficientemente perigoso e que reconhece suas limitações e busca e estuda outras formas de vencer.

    O Grêmio tem jogado melhor que o time do ano passado, que só jogou bem quatro jogos bons, praticamente, mas este atual parece incapaz de modificar sua "rotação", não cresce algo mais para acompanhar um adversário que cresce, e permite o embrulhamento do jogo, basta o adversário ser melhorzinho, especialmente motivado e ter essa capacidade. O "copeiro" hoje vale só como contabilidade, não por jogo no campo. Pois se é assim, que assuma a sua "carioquização", como muitos falam pejorativamente (como se o futebol carioca devesse algo ao futebol gaúcho) e "vá pra dentro delesh". Se só sabe jogar assim, deve jogar assim: a pior coisa é renegar o que é. O Grêmio precisa ser agressivo, não para humilhar, mas para sobreviver. A torcida adora ver o Grêmio como raçudo, violento, "mais macho", catimbeiro, "alma castelhana", blá blá blá... No fundo adorávamos as críticas do "malvado centro do país" berrando contra o time de Felipão nos anos 1990. Hoje o Grêmio precisa jogar diferente, precisa buscar a vitória sempre, e depois, classificado, ver qual é o regulamento. E essa eliminação para o cruzeiro nessa copinha do brasil precisa ser didática: não sabe administrar jogo e deve saber que não sabe!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Justamente por ser "maratonista" é que o Tricolor deveria priorizar pontos corridos, ou seja, Brasileirão.

      Excluir
  9. O Grêmio colocou sua melhor escalação possível, exceto pelo absurda titularidade de Edilson. Com a chance perdida bizonhamente por Barrios pensei que o Grêmio iria realmente fazer o jogo agressivo correto e que daria a lógica, e possivelmente venceria de novo. O pessimismo de muitos antes do jogo não passa de irracionalidade de ansiedade sem controle, particularmente pela lesão de Geromel, mas eu não via problemas, estava de "sangue doce" para a copinha do brasil e via o Grêmio melhor: a defesa do Grêmio teve (de novo) pouco trabalho. O medo da torcida era sem motivos, explicado até por magia: "sensação", "impressão", "não sinto confiança", um mundo de bobagens; ora bolas, entendam simplesmente que ansiedade gera sempre pessimismo e que o motivo mais concreto não se realizou: Bressan e Grohe não falharam - e até sinto pena desses dois: o Grêmio faz merda logo quando não comprometem.

    Com a bola rolando, o Grêmio não enfrentou uma única jogada bem construída com bola rolando, mesmo no péssimo segundo tempo que fez, e isso com o Cruzeiro com "a faca nos dentes" como dizem, sem nunca ter tido uma vantagem, uma classificação parcial nos 180 minutos. Os motivos concretos para temor apareceram em campo, e só em campo, onde novamente renato tomou um nó e não soube desatar, como ocorrera contra o pequeno Noia, que outros treinadores algo melhores provavelmente conseguiriam desatar.

    O Grêmio logo se mostrou lento, sua meta era a intermediária adversária. Trotando, sem fome, tentando administrar, e mais uma vez quem entrou para empatar perdeu, sempre dará merda a falta de ambição (e até pipocada à la Beckam e tirada de pé vi.) As bonecas se acostumaram tanto a serem poupadas que resolveram se poupar em campo. Tive de rever a escalação para me certificar que o Grêmio não colocara a escalação pesada e lerda com meio campo paquidérmico com quatro volantes que quase não venceu o Bahia na Arena e entregou dois pontos para o São Paulo fora. Mas o problema foi de orientação mesmo, foram orientados a fazer o que não sabem.

    ResponderExcluir
  10. E agora, lendo coisas do jogo nos jornais daí, parecem tentarem empurrar a explicação para um "cruzeiro modificado, motivado e humilde que não deu chances contra o adversário superior." Pois o Cruzeiro entrará motivado e perderá motivado para o Flamengo; o Flamengo terá a competitividade que o Grêmio não teve.

    E já não teve contra o Godoycruz, o que me fez dizer que com aquela bolinha não seria favorito contra Cruzeiro ou Botafogo. É decepcionante um time sem treinador. Os adversários crescem, se transformam e o Grêmio não responde a isso. E eu que, como qualquer ser racional, prefere as duas maiores competições, vejo um Grêmio, como nunca antes talhado para Brasileirão, ferrar sua campanha na maior competição por um mata-mata pequeno como a copinha do brasil com o próprio conhecimento desse tipo de disputa desbotado. Mas copinha do brasil terá todo ano, enquanto Brasileirão e Libertadores terá uma ou duas chances de vencer por década - e o Grêmio seguirá jogando fora as raras chances de vencer o Brasileirão pela copinha do brasil, onde chegará no ano que vem de novo longe, alguém duvida?

    O time teve espaços, o Cruzeiro não acabou com eles, por mais esforço que tenha tido, e ao chegar ao lado dá área Cortez, Ramiro ou Edilson seguravam o cruzamento, para tocar mais, e mais e mais, chutar parecia proibido - é verdade que o ataque rarefeito não ajudava. E tentando cruzar foram bizonhos: Ramiro chegou a tocar para a linha de fundo cruzando de dentro da área, onde um cruzamento na verdade é um passe (ou deveria) um mundo de cruzamentos bizonhos colocados para a lateral e linha de fundo para por a correr os gandulas. Time displicente satisfeito em embolar o jogo, nada mais. O Grêmio não sabe jogar com regulamento, não tem esse perfil e isso não é genético, não saberá do nada. Mas pensando que sabe, perdeu a fome no 1x0 em casa, "o importante é não tomar gols". Deixou, quem sabe, de fazer um 3x1 porque jogar com regulamento é "não tomar gols"... pensam, os asnos, que antes de saldo qualificado há pontos e saldo simples, mas asnos, como esse treineiro (que não serve para 2018), preferem o 0x0 em casa que qualquer vitória, preferem o 1x0 que 10x1, preferem qualquer saldo mais dilatado tomando gol. Tiram o saldo qualificado do terceiro para primeiro critério... O Grêmio está lembrando os antigos adversários do Grêmio que tentavam jogar pelo regulamento sem saber lá nos anos 90. Alguns podiam esmagar o Grêmio e esquecer o regulamento, mas ficavam satisfeitos com um empate no Olimpico e depois em casa tomavam 1 ou 2 gols e iam para as picas. O futebol é muito mais dinâmico hoje, em 2 segundos se sai de uma meta a outra. Não dá para se agarrar a saldo qualificado mais. Se tem time o coloque a ganhar sem frescuras.

    O papo de que o Grêmio joga igual dentro e fora de casa foi para o espaço no primeiro teste. Jogar agressivamente em qualquer lugar no Brasileirão é até obrigatório, empates fora não servem, o teste é no mata-mata.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O Cruzeiro teve apenas 3 boas chances; realmente, é uma falácia achar que o Cruzeiro veio modificado.
      Um movimento correto do Edílson ou do Grohe no gol deles e o lance não passaria nem nos "melhores momentos da partida".

      Excluir