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sábado, 30 de junho de 2018

Memórias



Memórias (7) - Ano - 1981

A Maior Partida que vi da Seleção


Fonte:https://www.sitefutebol.com.br


Em 1980, Telê Santana assumiu a batuta do escrete brasileiro; arregaçou as mangas e foi dando uma conformação muito pessoal ao time em nomes e na escolha pela vocação ofensiva. Era lindo ver as partidas da Seleção.

Antes das jornadas inesquecíveis da Copa da Espanha, virada de 80 para 81, houve no Uruguai o que se convencionou chamar de Mundialito, evento para comemorar os 50 anos da primeira Copa do Mundo e, claro, para celebrar o feito do anfitrião, o vencedor de 1930.

Em 7 de Janeiro de 1981, o Brasil encarou a Alemanha Ocidental e este confronto (na minha memória) se igualou ao impacto fascinante daquele Brasil 1 x 0 Inglaterra em Junho de 1970, mas ali havia Pelé e Tostão cujo diferencial era absurdamente grande.

Telê utilizou: João Leite; Edvaldo (Getúlio), Oscar, Luizinho e Júnior; Batista, Toninho Cerezzo, Paulo Isidoro e Tita (Serginho Chulapa); Sócrates e Zé Sérgio.

A Alemanha Ocidental do técnico Jupp Derwall: Harald Schumacher; Manfred Kaltz (Wolfgang Dremmler), Rainer Bonhof, Karl-Heinz Förster e Bernard Dietz; Mirko Votava, Felix Magath, Hans-Peter Briegel e Hansi Müller; Karl-Heinz Rummenigge e Klaus Allofs (Karl Allgöwer).

Com arbitragem do chileno Juan Silvagno, mais de 50 mil pessoas viram um primeiro tempo de igualdade no placar, um 0 a 0, que não representou a excelência do futebol que os Canarinhos apresentariam nos próximos 45 minutos. Um show.

A definição dos grupos levou  Brasil, Argentina e Alemanha Ocidental para o denominado B e a ironia do destino fez com que no último jogo, o selecionado brasileiro soubesse o placar que precisava para superar os Hermanos, tal qual ocorrera na Copa até então mais recente, quando os platinos encararam o Peru sabendo do escore brasileiro na Polônia.

A Argentina batera os germânicos por 2 a 1 no enfrentamento direto; brasileiros e argentinos ficaram no 1 a 1.

Contra a Alemanha, o Brasil fez um grande primeiro tempo, mostrando ampla superioridade, apesar de várias chances com Zé Sérgio (07 min), Sócrates (20 min) e Paulo Isidoro (27 min), quando brilhou o grande goleiro alemão, o placar permaneceu fechado.

Na segunda etapa apareceu a arte que (se a memória não me trai) fez deste jogo, o que julgo ser o melhor do Brasil que vi.

Mesmo saindo atrás; Allofs abriu o marcador de dentro da pequena área, isto, aos 9 minutos.
Júnior em cobrança magistral de falta, empatou 3 minutos depois. Toninho Cerezzo, o melhor em campo (foto acima), virou num chute da marca do pênalti, aproveitando cruzamento da direita. O cronômetro batia nos 16 minutos.

Passado um quarto de hora, o capitão Sócrates deixou Serginho livre para encostar para as redes de Schumacher. 3 a 1. O resultado já servia para chegar à final contra o Uruguai.

Zé Sérgio, o excepcional ponta esquerda do São Paulo, em jogada individual determinou o resultado definitivo: 4 a 1 e um baile de bola.

Mesmo perdendo a final, o Selecionado Brasileiro encontrou o seu verdadeiro futebol com Telê Santana, infelizmente, o título escapou em 82 e 86, deixando reforçada a expressão cunhada por Dino Sani: - O futebol é uma caixinha de surpresas!

 Telê e a geração de ouro ficaram no quase.

Fonte: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro

Segue compacto:




13 comentários:

  1. Todos os jogos realizados no Estádio Centenário, de Montevideo.

    Grupo A - HOLANDA - ITÁLIA - URUGUAI

    30 / 12 / 80 - URUGUAI 2x0 HOLANDA
    03 / 01 / 81 - URUGUAI 2x0 ITÁLIA
    06 / 01 / 81 - ITÁLIA 1x1 HOLANDA
    .................................................

    Grupo B - ARGENTINA - BRASIL - ALEMANHA OCIDENTAL

    01 / 01 / 81 - ARGENTINA 2x1 ALEMANHA OCIDENTAL
    04 / 01 / 81 - BRASIL 1x1 ARGENTINA
    07 / 01 / 81 - BRASIL 4x1 ALEMANHA OCIDENTAL
    .................................................

    Final
    10 / 01 / 81 - URUGUAI 2x1 BRASIL

    Árbitro: Erich Linemayr (Áustria)

    Cartão amarelo: Victor Diogo, Luizinho, Paulo Isidoro

    Gols: 1x0 Barrios 50'; 1x1 Sócrates (pên) 62'; 2x1 Victorino 80'

    URUGUAI
    Rodolfo Rodríguez; Víctor Diogo, Walter Olivera, Hugo de León e Daniel Martínez; Ariel Krasouski, Eduardo de la Peña (Jorge Barrios 36') e Rubén Paz; Venancio Ramos, Waldemar Victorino e Julio Morales
    Técnico: Roque Maspoli

    BRASIL
    João Leite; Edevaldo, Oscar, Luizinho e Junior; Toninho Cerezo, Paulo Isidoro e Batista; Tita (Serginho Chulapa 51'), Sócrates e Zé Sérgio (Éder 81')
    Técnico: Telê Santana

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  2. A Holanda substituiu a desistente Inglaterra.

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  3. Alvirubro
    Lendo a Placar desta decisão, já havia murmúrios quanto a ausência de Leão.
    Acho que a falta de um goleiro de melhor qualidade, no caso, Leão e Raul que estavam "voando" em 82, isto foi decisivo para não passarmos pela Itália.
    Na tragédia do Sarriá, o que foi ao gol, entrou.

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    1. Sim, havia! O Leão ficou magoado por um tempo. Certa vez, perguntado se sabia o motivo do "esquecimento" por parte de Telê Santana, Leão respondeu que nunca soube. E nunca perguntou! Apenas criticou a lembrança em 1986, já no final de carreira, para ser o terceiro reserva.

      Com o respeito que merece Waldir Peres, mas faltou o "velho" Emerson Leão, em 1982.

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    2. Lembras que sempre existem "senões" nas convocações? Pois aí está um "senão". A Seleção de 1982 foi quase perfeita. Com Leão poderia, também, não ter sido campeã, mas seria lembrada como a Seleção perfeita. Do 1 ao 11.

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    3. Faltou Careca que se lesionou. Era melhor do que Serginho.

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    4. Correto, mas aí não tem como mudar. Houve motivo. O que tinha era aquilo mesmo.

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  4. Um ano depois, desembarcava no Beira-Rio o meia Rubén Paz, que foi escolhido o destaque do Torneio. O futebol vivia um outro momento. Fosse hoje, nem passaria por Porto Alegre. Embarcaria direto para o futebol europeu, como tantos outros.
    Numa época em que o Velho Continente não abria as portas para jogadores sul-americanos como agora, os clubes brasileiros tinham a chance de tirar do futebol uruguaio e argentino ótimos jogadores.

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  5. Hugo de León já estava de malas prontas para desembarcar no Olímpico. Duas semanas depois, em 21.01.1981, estava em campo contra o Galícia, pelo Brasileiro.

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    1. Fez a volta olímpica com a camisa do Grêmio.

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    2. O futebol tinha um outro aspecto, mesmo. Imaginas isso hoje?

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  6. Impossível! Nada mais é espontâneo, tudo previsto, uma forma de comemoração, uma declaração na entrevista, um gesto ao vestir a camiseta do novo clube,...

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