André e o Tempo
A derrota gremista em casa (a primeira do clube no Brasileirão com os titulares) suscitou vários comentários de desagrado pela massa torcedora. Ouvi de todo o tipo, muitos deles demonstrando a decepção com o camisa "9" (90) André e sua insuficiência no gramado.
Pelo jeito, ela (a decepção) foi sentida em vários rincões do Rio Grande, que gerou reação do atleta, vide Futebol tem o seu tempo, então, eu vou dar minha opinião, também.
Fui um dos mais entusiasmados torcedores a pedir a sua contratação; sempre achei que ele havia reencontrado o seu futebol no Sport Recife e deduzi que ao lado de Éverton e Luan, o atacante iria "voar". Por enquanto, ele não decolou.
A Comissão Técnica e Direção terão pela frente a missão de não apenas diagnosticar o que há com ele, mas de encontrar a solução para o seu melhor aproveitamento ou "passá-lo adiante", se for o caso.
Quem tem mais de 50 anos deve lembrar de três contratações que entusiasmaram os torcedores: Carlos Kiese, paraguaio, camisa 10 do primeiro título da Libertadores do Olímpia, cérebro do time, mais vultosa aquisição da história gremista até então. Um fracasso estrondoso, cedo o Tricolor o repassou. Mais um; Sabella, cracaço de bola, outro grande camisa 10, ele nunca se firmou, apesar de toda a fama e de sua incontestável técnica. O primeiro vivia com saudade da terra natal, o segundo parecia jogar um futebol em slow motion. O terceiro, El Jefe Astrada, ídolo do River Plate, o jogador talhado para ser o comandante anímico do time da ISL/Grêmio. Virou reserva de Pansera e, também cedo, ele tomou o destino de Buenos Aires. Foram sem lamento dos gremistas devido ao diagnóstico e conclusão bem resolvidos pelos dirigentes.
Eram ruins? Não, não eram. Assim como Renato não era o pereba que os torcedores romanos receberam no final dos anos 80. Nem ele, nem Roberto Dinamite, maior artilheiro da história dos Brasileirões, que afundou no Barcelona, mesmo desfecho da passagem de Diego Maradona pelo clube da Catalunha, El Pibe soçobrou no Camp Nou. Indo mais atrás no túnel do tempo, temos Didi, o maestro das Copas de 58 e 62, que fracassou no Real Madrid; saiu atirando contra todos, em especial, Di Stéfano, o dono do time dentro de campo.
Então, resumindo, André é muito bom centro-avante, porém, não há garantias de que terá sucesso no Grêmio. Se for adiante, repassado, não direi que se trata de um perna de pau, apenas que não "aconteceu" em sua passagem pelo Imortal, entretanto, isso deve ocorrer, somente se os comandantes gremistas diagnosticarem corretamente o porquê das jornadas insatisfatórias e a conclusão for pela incapacidade de reversão do quadro, algo que ocorreu com Miller Bolaños.
Os próximos meses serão decisivos para o destino de André no clube.
André é apenas um dos tantos problemas para serem resolvidos na parada da Copa.
ResponderExcluirRenato tem ainda por solucionar a titularidade da lateral direita (aqui o problema é na verdade falta de qualidade das opções), encontrar soluções para quando o Ramiro não joga e encontrar alternativas ao já manjado 4-2-3-1.
Muitos tão falando na volta do Jael, mas até mesmo Douglas pode ser uma resposta, de volta à dupla com Luan como falsos 9.
Acho que o André teve uma sequência boa já para dar resultado e pouco mostrou, não vejo injustiça em colocá-lo na reserva agora.
Outro jogador que pode reaparecer é o Lincoln. Acho interssante ele como opção para um 4-1-4-1, com Arthur, Maicon e Lincoln, Ramiro (Alisson), Everton e Luan
Fato é que Renato precisa testar alternativas e sair da mesmice.
Fugindo um pouco do assunto, uma dúvida para o Alvirubro.
Pesquisando o ano de 1952 vi que um Milton, dos aspirantes, apareceu no time principal em alguns amistosos, como no 5 x 1 frente ao Grêmio Santanense, em 26/09/52
GRÊMIO: Wilson; Orlando e Pipoca; Hugo, Sarará e Xisto; Tesourinha (Dario), Camacho (Geada, depois Milton), Ferraz, Pedrinho e Waldir
Seria ele o Milton Kuelle ou havia outro Milton no elenco?
Nos jornais da época não falam o sobrenome
Targa, bom dia!
ExcluirSim, amigo, É Mílton Kuelle.
Abraço!
Tinha a impressão que ele começou no profissional em 1953, mas então foi antes...
Excluirobrigado!
Targa
ResponderExcluirFoi mencionado por aqui (comentários) que pode ser o cansaço; concordo, além disso, a marcação sobre os principais criadores do time, naturalmente, reduz o poder ofensivo.
Sobre André: Como faltam apenas 2 jogos para a parada, eu não o tiraria agora.
Sobre Milton; repasso para o Alvirubro.
Não creio que o problema do Grêmio seja o Renato pois, apesar de teimoso em algumas vezes, ele mostra que é uma solução(outros técnicos fracassaram). Entretanto acho que está faltando uma finalização de qualidade pois o time chega ao ataque mas a bola acaba indo para fora ou para as mãos do goleiro. É só comparar os arremates do William Bigode: todos foram perigosos e dois deles, certeiros. No primeiro gol ouso afirmar que se fosse um atacante gremista na mesma situação teria chutado para fora ou "atrasado" para o goleiro. Abraços
ResponderExcluirPode ser, João
ResponderExcluirWilliam vive ótima fase, se não me engano, é o goleador do Brasileiro. A inoperância de André é um dos fatores da escassez de gols.
Renato tem mais acertos do que erros, certamente.
E a cobrança de escanteios curtos ou em dois toques, é da conta de quem?
ExcluirGlaucio
ExcluirBem lembrado; gostaria de ver a estatística demonstrando efetividade neste tipo de cobrança. Deve ser um fracasso e os caras insistem.
Também acho um absurdo.
ExcluirApenas levando em consideração a situação atual penso que estamos com o André errado: hoje o velho André Lima seria mais efetivo! Abraço
ResponderExcluirPelo menos animicamente, o André Lima se entrosaria mais rapidamente.
ResponderExcluir