Pequenas Histórias (194) - Ano - 1972
O Dia que Catarina virou Norberto
Fonte:https://gremio1983.wordpress.com |
Ao escrever esta crônica, eu tive uma sensação de já ter lido as reportagens das duas edições do Correio do Povo. Lógico que em outras ocasiões me deparei com textos que eu devo ter lido à época, mas estes de Grêmio 1 x 0 América Mineiro, eu recordei com muita intensidade e saudosismo, porque lembrei de uma rotina da minha pré-adolescência, quando ia aos Domingos e Terças (o Correio do Povo não circulava às Segundas) até a estação rodoviária comprar estas edições. A história do juvenil Catarina me levou àqueles distantes dias de Outubro de 1972.
Era um rito. Meu pai comprava ou assinava um jornal do grupo Caldas Junior, não sei se era a Folha da Manhã ou Folha da Tarde, talvez a Folha Esportiva, já o Correio era buscado na banca nestes dias citados tão somente.
Pois bem, para este confronto no Olímpico, o Tricolor não pode contar com um ponta direito de fato, o treinador Daltro Menezes receoso de lançar mão do menino Catarina, irmão mais novo de Beto II, zagueiro que logo veria acrescentado "Fuscão" ao nome, deslocou o ponta de lança Mazinho, que deixava claro que estaria "quebrando o galho" naquela função.
Então, o Grêmio com um uniforme não usual, entrou em campo defendendo a liderança do Grupo D do Brasileirão com: Jair; Renato Cogo, Ancheta, Beto Bacamarte e Jorge Tabajara; Jadir e Ivo Wortmann; Mazinho, Lairton, Oberti e Loivo. Entrariam ainda, Negreiros e aquele que se tornaria o personagem principal do confronto: Catarina.
O América treinado por Yustrich: Élcio; Augusto, Vander, Luiz Alberto e Cláudio; Pedro Omar e Juca Show; Eli Mendes, Hélio, Iaúca e Tião. O centro-avante Cândido ingressou durante a partida.
O time de Minas Gerais era mestre em se defender, possuía atletas interessantes como o xerife Vander e Tião, ambos ex-Atlético Mineiro, Eli Mendes que mais tarde seria campeão da Libertadores da América pelo Cruzeiro, o jovem Cláudio que viraria Cláudio Mineiro (ex-Inter)** e um meio de campo de excelência, além de um camisa 9, que estava entrando aos poucos entre os 11, Cândido. Assim, ele veio antes ao Beira-Rio e saiu com um 0 a 0, portanto, o Grêmio sabia das dificuldades de furar a muralha engendrada por Yustrich.
O primeiro tempo foi caracterizado por forte marcação por parte dos mineiros, em especial, a Oberti, o craque do time e também, pela ineficácia da improvisação no lado direito ofensivo azul.
Daltro mexeu no time fazendo entrar um meia esquerda, Negreiros, sacando o volante Ivo. Com dois volantes, Jadir e ele, não apareceu a criação no meio.
Sem outro jeito, o histórico treinador gaúcho, retirou Mazinho e botou o guri para ver o que dava.
E assim, o Tricolor seguiu tentando o gol salvador e o América num ferrolho; a partida chegou aos acréscimos (naquela época usava-se a palavra "descontos", porque descontava-se o tempo parado, que seria somado ao tempo normal, resultando no tempo adicional) e num escanteio batido por Loivo, o zagueiro improvisado na lateral, Renato Cogo, cabeceou no travessão de Élcio, a bola retornou ao bolo de jogadores formado na marca do pênalti, sobrando para Catarina (foto acima, comemorando com Laírton) que chutou e marcou. Goool de Catarina!!! Os narradores gritavam emocionados.
Final de jogo, o jovem foi o centro das atenções; pediu que não fosse mais chamado pelo apelido e sim por Norberto, o nome de batismo.
Norberto Costa, irmão de Beto Fuscão, viu seu filho, Eduardo, botar faixa no time de Tite em 2001 na campanha da quarta conquista da Copa do Brasil, chegar à Seleção e jogar na Europa.
Fonte: Jornal Correio do Povo
**Detalhes nos comentários.
PS: Conforme alerta do amigo Alvirubro, este Cláudio do América, trata-se de Cláudio Sapo
O time de Minas Gerais era mestre em se defender, possuía atletas interessantes como o xerife Vander e Tião, ambos ex-Atlético Mineiro, Eli Mendes que mais tarde seria campeão da Libertadores da América pelo Cruzeiro, o jovem Cláudio que viraria Cláudio Mineiro (ex-Inter)** e um meio de campo de excelência, além de um camisa 9, que estava entrando aos poucos entre os 11, Cândido. Assim, ele veio antes ao Beira-Rio e saiu com um 0 a 0, portanto, o Grêmio sabia das dificuldades de furar a muralha engendrada por Yustrich.
O primeiro tempo foi caracterizado por forte marcação por parte dos mineiros, em especial, a Oberti, o craque do time e também, pela ineficácia da improvisação no lado direito ofensivo azul.
Daltro mexeu no time fazendo entrar um meia esquerda, Negreiros, sacando o volante Ivo. Com dois volantes, Jadir e ele, não apareceu a criação no meio.
Sem outro jeito, o histórico treinador gaúcho, retirou Mazinho e botou o guri para ver o que dava.
E assim, o Tricolor seguiu tentando o gol salvador e o América num ferrolho; a partida chegou aos acréscimos (naquela época usava-se a palavra "descontos", porque descontava-se o tempo parado, que seria somado ao tempo normal, resultando no tempo adicional) e num escanteio batido por Loivo, o zagueiro improvisado na lateral, Renato Cogo, cabeceou no travessão de Élcio, a bola retornou ao bolo de jogadores formado na marca do pênalti, sobrando para Catarina (foto acima, comemorando com Laírton) que chutou e marcou. Goool de Catarina!!! Os narradores gritavam emocionados.
Final de jogo, o jovem foi o centro das atenções; pediu que não fosse mais chamado pelo apelido e sim por Norberto, o nome de batismo.
Norberto Costa, irmão de Beto Fuscão, viu seu filho, Eduardo, botar faixa no time de Tite em 2001 na campanha da quarta conquista da Copa do Brasil, chegar à Seleção e jogar na Europa.
Fonte: Jornal Correio do Povo
**Detalhes nos comentários.
PS: Conforme alerta do amigo Alvirubro, este Cláudio do América, trata-se de Cláudio Sapo
Bruxo, da uma revisada na fonte, mas o Catarina marcou mais dois gols, além desse, contra o América-MG:
ResponderExcluir- em 28.10.1972 - Grêmio 1 x 1 C Náutico C. Chute de Laírton, que Lula largou, entrando Catarina para abrir o placar.
- em 03.12.1972 - Grêmio 2 x 1 Coritiba FBC. O outro gol foi marcado por Mazinho. No gol de Catarina, uma jogada após lançamento de Jadir, em profundidade. Marinho, ao tentar cortar a bola, caiu. Catarina progrediu em direção à meta e atirou, na saída de Jairo.
Obrigado, Alvirubro.
ExcluirAqui está um dos gols citados por ti:
http://www.gremiopedia.com/wiki/Ficha_T%C3%A9cnica:_Coritiba_1_x_2_Gr%C3%AAmio_-_03/12/1972
Outro detalhe, Bruxo: eu creio que o Cláudio, do América-MG, é o Cláudio Sapo. O Cláudio Mineiro estava no Atlético-MG, em 1972, e, com Oldair, fazia a lateral esquerda do Galo.
ResponderExcluirSobre Cláudio Mineiro, temos esta fonte:
ResponderExcluirhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Cl%C3%A1udio_Ant%C3%B4nio_do_Nascimento
Sobre Cláudio Sapo, vide:
ResponderExcluirhttp://www.galodigital.com.br/enciclopedia/Cl%C3%A1udio_Batista_Coelho#Ficha_T.C3.A9cnica
Pois é! Em 1972, o Mineiro foi para o Galo e o Sapo foi para o América-MG. A coincidência são os nomes, ambos Cláudio e laterais.
ExcluirIncrível; mesmos nomes, mesmas posições e trocas simultâneas entre os clubes. Abraços.
ResponderExcluirExato! Imagine a "dor de cabeça" de quem pesquisou o Galo e o Coelho, até descobrir esse detalhe? Só lendo muito jornal ou ficando atento ás negociações.
ExcluirDa série "recordações", eu lembro do álbum de figurinhas do campeonato e tinha o Cláudio (o Mineiro) no América, devia ser o de 1971. Eu não tinha dinheiro para comprar as figurinhas, mas eu e o João Henrique deve lembrar também, tínhamos uma colega chamada Maria Matilde que gastava os tubos em figurinhas e distribuía aquelas repetidas em grande quantidade. Repito, deve ser a de 1971.
ExcluirBruxo, exatamente, isso! Em 1971, o Cláudio Mineiro era do América. Aparecia na lista de atletas como Cláudio. Em 1972, na lista de atletas do Galo, aparece como Cláudio (oriundo do América).
ExcluirDos botões:
ResponderExcluirhttps://2.bp.blogspot.com/-4fuWD-WKudc/WFrt1U55U4I/AAAAAAACQVs/JDfxFVC07rUMIs_vks3x-iQXo6YoCR1UACLcB/s1600/mineiro%2Bamerica%2B1971%2Bbotao.jpg