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sábado, 11 de janeiro de 2020

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (227) - Ano - 1923



O Leão dos Grenais

Fonte: Revista do Grêmio 70 - 1913-1926

Lendo sobre a história do Imortal, cada vez me convenço mais sobre a importância de quatro nomes, levando em consideração os primeiros 50 anos do clube, os da Baixada. São eles: Eurico Lara, Telêmaco Frazão de Lima, Oswaldo Rolla (Foguinho) e Luiz Leão de Carvalho.

Lara é a figura mitológica, se Virgílio vivesse na mesma época dele, escreveria a Eneida ancorado na trajetória do arqueiro. Telêmaco foi tudo no Tricolor; atleta, treinador e presidente. A sua marca de seis vitórias consecutivas como comandante técnico em Grenais somente foi igualada por Telê Santana nos anos 70. Foguinho é a alma e o caráter do clube. Não quis ser presidente, pois a humildade era uma de suas características. 

Escolho Luiz Carvalho como o maior nome do primeiro cinquentenário gremista, porque a sua longevidade em relação a Lara é maior, repetiu Telêmaco nas tarefas dentro do clube e da mesma forma, não ficou devendo nada a Foguinho no amor pelo Grêmio, mas Luiz avançou mais em suas marcas.

Ele estreou em clássicos com apenas 15 anos (1º/11/1907) no de número 16, dia 23 de Setembro de 1923, numa época em que o Rio Grande estava dilacerado pela Revolução Federalista que pôs frente a frente, Chimangos (ex-Pica-Paus) e Maragatos, evento que impediu entre tantas realizações, os Grenais, o último ocorrido em 1920, o próprio Lara jogara apenas um.

Naquele Domingo de Setembro na Baixada, os times atuaram desfalcados, porque no mesmo dia em São Paulo, Lara, Ramão estavam juntos com os colorados Ribeiro, Jenny e outros, defendendo a Seleção Gaúcha contra os Paulistas de Arthur Friedenreich.

O Tricolor jogou com: Lycério; Assumpção e França; Meneghini, Filhote e Bisacco (também conhecido como Macarrão); Léo, Totte, Feio, Lagarto e Luiz Carvalho.

O Colorado utilizou: Job; Meneghetti e Só; Escoril, Bitu e Moreno; Heron, Barros, Tatu, Eduardo e Galego.

O árbitro foi Alfredo Aveline e a expectativa era imensa, causada pela ausência de clássicos nos últimos tempos.

Aos 10 minutos, Barros acerta um chute forte e abre o marcador para os visitantes. Inter 1 a 0.

O primeiro tempo parecia terminar assim, quando Totte (quarto agachado, terceiro de gorro branco) deixou tudo igual. 1 a 1. Final de primeiro tempo.

Aos 15 da etapa final, Luiz Carvalho (na foto, em pé, ele é o segundo que usa gorro branco, o anterior é Lara)  virou o placar num momento em que o Tricolor estava melhor. Foi o primeiro de seus 17 gols em clássicos. Recorde gremista mantido até o presente.

Aos  33 minutos, Eduardo vence Lycério noutro chute forte. Está empatado o clássico. 2 a 2.

Em nova jogada de Luiz, que corre pela ponta, centra e encontra Lagarto (Severino Franco da Silva, terceiro agachado, gorro branco), sai mais um tento. 3 a 2. Resultado final.

El Maestro, como Luiz Carvalho ficou conhecido, também teve importância na retomada da hegemonia gaúcha na segunda metade dos anos 70, quando na condição de presidente, ajeitou as finanças do clube em 1975, abrindo caminho para as gestões vencedoras de Hélio Dourado e Fábio Koff.

Fonte: Revista do Grêmio 70
            A História dos Grenais de Mário Marcos de Souza et alii  
            Jornal A Federação
        








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