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quinta-feira, 16 de abril de 2020

Opinião



Everaldo Marques da Silva

Recém assisti ao vídeo tape de Brasil 3 x 2 Romênia, Copa do Mundo do México, ano de 1970, que o Sportv reprisou com narração atual.

Foi emocionante e assustador, porque em um dado momento, ou melhor no intervalo, os apresentadores falaram no cinquentenário daquele confronto. Cara! Meio século e eu assisti. Outro dia, eu falei que me lembrava da separação oficial do Beatles, dia 10 de Abril, também "cinquentinha".

Voltando ao jogo; como batiam naquela época; a Romênia poderia ter 3 expulsos sem exagero. Uma entrada por trás em Pelé, uma falta e chute no rosto que Jairzinho sofreu quase na bandeira de escanteio, depois da infração ser anotada e uma pegada que fez Paulo César (futuro Caju) voar e se estatelar na meia-lua da área.

Vendo o Brasil desfalcado de Gérson e Rivelino, dá para dizer que a Seleção tinha um grande banco de reservas. Paulo César, o melhor em campo, reserva.

Mas a maior satisfação, além dos gols de Pelé (2) e Jairzinho, a genialidade de Tostão, ficou por conta da atuação de Everaldo. Ele foi soberbo na parte defensiva e ainda subiu tão bem, quase marcando gols, primeiro num chute que raspou a trave direita de Adamache, depois, um balaço de fora da área que acertou a trave esquerda do arco romeno. Ambos no primeiro tempo.

Infelizmente, Everaldo se machucou quase ao final da partida; ele teve que sair e, não por acaso, o segundo gol sofrido pelo Brasil, começa pela liberdade que o lateral adversário teve; ele cruzou na cabeça de Dembrowski que contou com a saída em falso de Félix.

Ficou para a história que Everaldo se limitava às funções defensivas. Revendo lances, percebe-se que muitos avanços pelo lado esquerdo começaram com o entrosamento entre ele, Paulo César e quem mais caísse pelo flanco. O seu acerto dos passes se fosse hoje, seria sacralizado.

A lamentar, o desconhecimento dos apresentadores a ponto de chamarem o zagueiro Fontana de técnico e clássico. Quem viu sabe que a dupla Brito e Fontana que atuou muito tempo junta no Vasco da Gama, era uma das mais violentas do Brasil. Batiam até na sombra. 

Enfim, nem tudo é perfeito.


2 comentários:

  1. Muito bacana esses relatos, detalhes nem sempre apresentados na mídia.

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  2. Verdade, Glaucio
    Até sou capaz de postar outro hoje, porque fico louco com algumas "verdades" que rolam por aí.

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