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domingo, 7 de fevereiro de 2021

Pequenas Histórias

Pequenas Histórias (245) - Ano - 1981

Baltazar, o Centro Avante que empilhava Gols 

Fonte: Revista Placar

Os grandes camisas 9 que vi no Grêmio, Alcindo, Tarciso, André, Baltazar e Jardel, todos poderiam ganhar apostos adicionais; Alcindo, o Completo. Sabia fazer gols de todo o jeito, inclusive faltas e pênaltis; Tarciso, o Persistente, tanto que virou ponta direita para ganhar o devido reconhecimento; André, o Cerebral, o gênio dentro e fora da grande área; Jardel, o Efetivo, bastava "meia chance", que marcava. Deixei por último, o iluminado Baltazar e seu adjetivo que se vê até nas peladas de rua: Fominha.

Há exatos quarenta anos, 07/02/81, um Sábado, no maior estádio do mundo, o Maracanã, Baltazar, o artilheiro de Deus, marcou três vezes contra o Botafogo; isso num espaço de treze minutos (10, 16 e 23 do primeiro tempo), fazendo com que todos temessem por uma goleada sem precedentes entre estes dois gigantes. Na etapa final, o Botafogo reagiu e o placar ficou em 3 a 2, mais condizente com o histórico de seus clubes.

Era partida da sétima rodada do Brasileiro que três meses depois, teria a consagração definitiva do Tricolor gaúcho no Morumbi, dia 03 de Maio, 1 a 0, gol dele, Baltazar. Grêmio campeão nacional e o Botafogo, semifinalista.

O time de Ênio Andrade entrou a mil, quase marcando aos dois minutos numa boa defesa de Paulo Sérgio num chute do camisa 9; aos quatro, Uchoa marcou, mas estava impedido e aos dez minutos, Dirceu bate falta para De Léon, este chuta, Baltazar desvia e marca o 1 a 0.

Aos dezesseis, Baltazar usa a cabeça num escanteio batido por Tarciso. 2 a 0.

Aos vinte e três minutos, novo escanteio da esquerda; Vantuir toca de calcanhar, Odair tenta o gol e Baltazar aproveita o rebote. Emenda. 3 a 0. O Botafogo atônito, assiste o passeio gremista. 

Até o final da etapa inicial, o clube carioca tratou de se fechar e esperar pelo intervalo para evitar o desastre.

Paulinho de Almeida Ribeiro, treinador gaúcho que deu o bicampeonato regional no ano anterior ao Grêmio, ex-lateral de times históricos do Vasco da Gama e Seleção Brasileira na década de 50, ajustou o time como ingresso de Jérson (com J mesmo) e contou com o recuo inexplicável do adversário.

Com o maestro Mendonça voltando melhor; descontou aos catorze minutos, quando o próprio Mendonça bateu de forma perfeita uma cobrança de falta no ângulo superior direito de Leão. 1 a 3.

O Botafogo seguiu pressionando e o Tricolor tentando garantir a vantagem, a partida chegou aos minutos derradeiros e o sufoco gremista aumentou, no momento, em que Mendonça entrou na área, cabeceando nas costas de Dirceu, pegando a sobra, tirando Leão do lance. 2 a 3.

Aos quarenta e três, Revelles fez boa jogada, passou para Édson que poderia arrematar, mas equivocadamente, resolveu atrasar para Mendonça, que acabou chutando prensado com a zaga, perdendo o gol de empate e a possibilidade de se igualar a Baltazar na artilharia da tarde.

José Assis Aragão foi o árbitro e o Grêmio usou: Leão; Uchoa, Vantuir, Hugo De Leon e Dirceu; China, Renato Sá e Vilson Tadei; Tarciso, Baltazar (Héber) e Odair (Paulo Bonamigo).

O Botafogo utilizou: Paulo Sérgio; Gilmar, Gaúcho, Zé Eduardo e Serginho; Rocha, Mendonça e Marcelo (Jérson); Edson, Mirandinha e Ziza (Revelles).

Além de Baltazar, o grande nome do Grêmio foi Vilson Tadei, já prenunciando que seria o grande condutor do meio de campo gremista ao lado de Paulo Isidoro, que neste confronto fez muita falta.

Baltazar deixou seu nome na história gremista pelos títulos e gols que marcou na sua curta passagem pelo Imortal. 

Está entre os 10 maiores goleadores do Grêmio.

Segue o compacto: 



Fonte:  Arquivo pessoal do amigo Alvirubro

             Revista Placar

             Arquivo Histórico de Santa Maria

             Correio do Povo

             Zero Hora

             Gremiopedia



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