Páginas

domingo, 10 de outubro de 2021

Opinião



Segue o Drama Gremista 

Assistir jogos do Grêmio já está fazendo mal à saúde dos torcedores tricolores. São 12 pontos e 1 conquistado nas últimas 4 partidas. Hoje, o goleiro Brenno fez espetacular partida e evitou uma goleada do Santos, time esse, que é muito limitado, assim como são Sport e Cuiabá.

Sobre o jogo, acho que é inútil tratá-lo isoladamente. Está num contexto de ideias e fatos em sequência. Há evidências notáveis da incapacidade da Comissão Técnica e da Direção de detectarem situações anômalas, que causam este estado de coisas. Exemplos? Ferreira, Campaz e Jean Pyerre são três jogadores que tem qualidade superior aos atletas preferidos por Luiz Felipe. Isto é fato! se é justo ou não, isso pode ser discutido. Se seus comportamentos justificam a preterição, aí deveria entrar a Direção. 

A defesa não é ruim, o grande problema gremista é o meio de campo, a mecânica de jogo que inexiste; variam os esquemas táticos e os adversários seguem jogando entre a linha defensiva gremista e o seu meio de campo. Quando Alisson é um dos destaques com maior participação nos gols, algo está errado. 

O Grêmio está indo para o matadouro sem espernear, Romildo imita Obino, quando acha que as melancias vão se acomodar na carreta de forma natural, conforme os solavancos da estrada. Está equivocado, pois Felipão perdeu o grupo. Não se trata de rebeldia no vestiário, mas a perda nas convicções, o elenco não comprou as suas ideias, também, suas escolhas.

É preciso buscar o elo que foi rompido entre o grupo e a ausência de Renato. Luiz Felipe é uma fórmula esgotada e Tiago Nunes, sequer tem fórmula. Isso é até mais importante do que um esquema de jogo, nestas alturas do campeonato.

A verdade é que virou uma tortura ver o Grêmio jogar. É o time mais anacrônico do futebol brasileiro. Nem Sport e Chapecoense estão tão defasados na sua forma de atuar. O problema deles não é tático, é falta de matéria prima ou talvez, do extra-campo. O nosso, infelizmente, está na casamata, porque ninguém me convence que o plantel do Tricolor é inferior ao da maioria dos que rondam a zona do rebaixamento. Também não é convincente a estratégia de sair dando pontapés desde o início da partida e levantar mais do que 50 bolas na área, imaginar que isso vai nos dar a vitória.

Muitos jogadores experientes já desistiram de Luiz Felipe e para os mais novos, ele é indiferente.

Será um duro golpe encarar o Brusque, Vila Nova, Operário de Ponta Grossa e outros em 2022.



28 comentários:

  1. Perfeito, bruxo! Sou sócio do Glorioso desde janeiro de 1968. Acho que, agora, vou economizar um pouco ao deixar de contribuir prós altíssimos salários desta cambada de pangarés.

    ResponderExcluir
  2. Luis
    É uma pena. Nós, torcedores, não merecemos esse descalabro.

    ResponderExcluir
  3. Não vi o jogo, Bruxo. Mas confio na tua leitura. E a tua avaliação do momento é espetacular. Realmente não é corpo mole, é falta de crença mesmo no comando técnico.

    É importante rever, a todo tempo, convicções. Só assim a gente cresce. Eu achava que o Renato versão 2019-2021 era nocivo ao Grêmio. Não deliberadamente, lógico, mas no sentido de proteger demais e exigir de menos dos atletas. Sempre fui contra a formação de confrarias. Mas embora ele não extraísse o que a gente acreditava ser possível em termos de títulos e nos enfrentamentos grandes, ele, e agora isso é visível, cuidava bem do emocional do grupo. O rompimento desse elo emocional, aliado a alguns fatores externos (COVID, reposições mal feitas, eliminação da pre-libertadores) fragilizou demais esse plantel. Tem sido a famosa tempestade perfeita rumo a série B. Em suma, ele precisava sair, mas existia o risco dos substitutos serem piores, o que acabou se confirmando. O que a gente não sabia era que seriam muito piores no comando “emocional” da coisa.

    Outro aspecto que a gente desconsidera é a falta do Éverton, do Pepê, e do Maicon. Os dois primeiros porque faziam muito mais gols do que o Ferreira e o Alisson. O último porque era um líder nato. O Rafinha, por exemplo, pode ser um líder, mas ele não tem o histórico do Maicon no Grêmio. Isso faz diferença.

    Matematicamente ainda é muito possível escapar. Psicologicamente é mais difícil. E pra isso precisamos de mudanças. Uma vitória do Grêmio no próximo jogo é pouco provável. Se ficar a mais de nove pontos da saída da zona, complica demais. E pelo andar da carruagem, 43 já não são mais suficientes. Enfim, tudo pode mudar com duas, três vitórias seguidas em casa. Não dá pra se entregar ainda.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Vinnie
      Muito lúcido o teu comentário. Exatamente! são vários fatores convergindo, "conspirando", para esse desfecho.
      Tem-se que quebrar esse destino.

      Excluir
    2. Vinnie, me desculpa mas o Capitão Bundudo não faz falta desde 2017, por favor, não vai ser tu mais uma viúva dessa desgraça

      Excluir
  4. Felipão caiu, pra mim não vai mudar nada. Agora só milagre nos salva!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. André
      Vamos lutar pela metade dos pontos jogados. É difícil, mas é possível.

      Excluir
  5. Felipão tá fora, mas aí faço duas perguntas:
    Se não tivesse tomado gol no finalzinho ele teria permanecido?
    Quem poderá nos salvar?

    ResponderExcluir
  6. Carlos
    Como escrevi, a sequência. Lisca.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Bah Bruxo, vejo Lisca como loucura total mas também acho que nesse momento loucura pouca é bobagem.
      O fato é que o novo treinador assumira depois da derrota para o Fortaleza e terá 14 jogos para no mínimo ganhar uns 5 e empatar outros 5, ou seja...

      Excluir
    2. Carlos
      Acho Marquinho Santos mais treinador do que Lisca, mas o contexto exige alguém que mexa com o grupo de imediato.

      Excluir
  7. Felipão veio sem ter vindo! Talvez eu tenha sido uma das poucas vozes a afirmar que não seria ele a solução para problema tão grave. Veio com a pecha de que teria estofo, cabelo no peito, para limpar o grupo. Não fez nem isso e sequer conseguiu dar cara de time. O Grêmio não tem nada, absolutamente nada. É, hoje, o futebol mais pobre do país. Perdemos mais de um turno do campeonato com Tiago Nunes e Scolari, e agora dependemos não só de um milagre, mas de uma hecatombe para escapar da B.

    ResponderExcluir
  8. Rafael
    Também é um aprendizado para quem não via qualidades no Renato.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Bruxo, eu acho que o clico do Renato já tinha terminado no mínimo desde 2019. Após o 5x0 contra o Flamengo era hora de se pensar em mudanças. Problema é que Romildo e seus asseclas são tão inaptos que nem o momento de trocar de treinador eles tem capacidade. Começo do Brasileiro não era hora de ter mandado o Portaluppi embora, apesar dos péssimos resultados na pré-Libertadores. Era garantir a permanência na primeira divisão e depois agradecer por tudo e boa sorte.

      Excluir
    2. É Bruxo. Se achavam que não poderia ficar pior, pois ficou. Que coisa. Agora só resta chorar sobre o leite derramado. E tu, eu lembro, era um dos que diziam que Renato não era o problema. Fazia parte dele.

      Vi o primeiro tempo. Brenno fez defesas espetaculares! E o Grêmio, no finzinho do primeiro tempo até que conseguiu fazer um pouco de frente a esse caco de time do Santos.

      Um pedaço do segundo tempo, eu pude ver. Depois ganhei a estrada. O que eu me lembro, de ter visto do segundo tempo, foi um lance do Ferreira. Que outra vez, pecou no acabamento? Pecou mesmo? Começo a desconfiar deste grupo, pois não é possível que jogo a jogo os mesmos erros de arremate se repitam. Justamente, daquele que meses atrás era visto como a nossa salvação.

      Já na estrada, a caminho das Missões, ouvi pela boca do radialista: gol do Santos. Em sequência, um suposto impedimento. Não estava. Que coisa. Desliguei o rádio, após o apito. Só fui ver as notícias quando cheguei. Li que Felipão já não era mais o técnico. Fui dormir.

      Domingo, terá excursão daqui de SA. Alguns velhos convivas, estão organizando. É o momento, penso. De quem tiver esperança, ir à cancha e apoiar o time neste momento delicado. Volto a dizer: torcer, ter fé, somente nos bons momentos é muito fácil. Admiro, porém, quem é sócio há décadas do Grêmio fielmente, como disse o amigo ali em cima. Porém, não é se desassociando que as coisas se tornarão melhores. Não é o momento de abandonar o Grêmio. Seja lá quem jogue, quem mande ou desmande.

      Se eu conseguir, no domingo e pela primeira vez (na Arena), estarei presente num jogo do Grêmio!

      Excluir
  9. Boa sorte, Rodrigo. Que a presença da torcida renove as esperanças.

    ResponderExcluir
  10. Gosto do gringo, mas depois de tudo a solução que ele conseguiu foi determinar que descessem a botina no Marinho.
    Queria muito que a passagem dele fosse gloriosa, pra encerrar a carreira vencedora, mas, infelizmente, não foi.

    ResponderExcluir
  11. PJ
    Escrevi sobre o combo que era trazer o gringo.Infelizmente, a balança pesou para o ônus.

    ResponderExcluir
  12. Essa derrota foi com o selo "azar de rebaixado", minha nossa... E em mais uma exibição ruim. Deu a lógica e Felipão caiu.
    Espero que não dê a lógica quanto a uma demissão dentro desse contexto de atolado no Z4 com o campeonato indo pro final, esse filme nós já conhecemos e geralmente acaba em queda...
    Dos nomes cogitados dois parecerem terem já recusado: Roger e Mano Menezes(!!). Lisca vai ser apelar pro sobrenatural. Talvez acabem deixando essa bomba no colo do Thiago Gomes mesmo, na base do "não tem tu, vai tu mesmo".

    Pra nós só resta torcer. Apesar de qualquer resquício de otimismo já ter ido pelo ralo o Grêmio ainda depende só de si. Ainda dá pra escapar. Se por milagre conseguimos duas vitórias seguidas a situação já muda como disse o Vinnie. É torcer pra que as coisas se alinhem minimamente, o suficiente pra escapar.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Lipatín, possivelmente venha Lisca, para fechar com chave de ouro esse 2021. Thiago Gomes hoje tem no máximo 1% de chances de ser efetivado. A avaliação é que é um bom treinador para o futuro, mas não daria conta de um vestiário cheio de cobras como o do Grêmio.

      Excluir
  13. Temos que ganhar metade dos pontos.Não é uma Odisseia.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Talvez seja uma Odisseia, Bruxo, se o próximo treinador manter a dupla Ruan e Rodrigues na zaga, insistir em um meio-campo com Thiago Santos e Lucas Silva (que se forem marcar uma tartatuga, a tartaruga foge!), um ataque com Diego Souza, entre outras teimosias que não fazem sentido algum.

      Excluir
    2. Sim, e tem sete jogos na Arena. Ganhando cinco, chega vivo até o final.

      Digo novamente, a briga do Grêmio não é com o Santos. O Santos vai ganhar de outros adversários mais fracos. O Grêmio tem que fazer o mesmo.

      Se não der o Roger, que fique o interino.

      Excluir
    3. Este comentário foi removido pelo autor.

      Excluir
    4. Rafael
      Ontem, o setor defensivo era composto por 1 goleiro, 3 zagueiros, 2 laterais/alas e 2 volantes. 8 dos 11 e só não levou uma goleada, porque Brenno realizou defesas fantásticas. TS e LS movimentam-se com paquidermes. Não tem como dar

      Excluir
  14. Bruxo, concluo que essa queda também pode ser colocada na conta do desdém do Grêmio enquanto instituição e de parte da torcida com o Campeonato Brasileiro. Parte dos torcedores preferiam as copas, por óbvio ficarão contentes com a queda para a série inferior.

    Sempre alertei que esse desdém terminaria em queda. A prioridade deveria ser o Campeonato Brasileiro, porque sem ele não existe Libertadores, a não ser que se conquiste uma Copa do Brasil, algo impensável para clubes que estão na segunda divisão, basta ver as estatísticas. Disputar o Campeonato Brasileiro a sério é a mesma coisa que analisar as finanças de uma empresa do setor produtivo, às vezes há um determinado produto que traz prejuízo para a empresa, mas ele é parte importante e carro chefe de outros mixes de produtos, portanto deve ser mantido na produção. Assim é o Brasileiro, é enfadonho para alguns disputar 38 rodadas, mas são essas rodadas que levam para a Libertadores e que evitam que o clube caia para a segunda divisão. Tanto desdenharam, tanto tentaram, que conseguiram!

    ResponderExcluir
  15. Que análise perfeita do Rafael Fraga, amigo Bruxo. Bruxo, concluo que essa queda também pode ser colocada na conta do desdém do Grêmio enquanto instituição e de parte da torcida com o Campeonato Brasileiro. Parte dos torcedores preferiam as copas, por óbvio ficarão contentes com a queda para a série inferior.

    Sempre alertei que esse desdém terminaria em queda. A prioridade deveria ser o Campeonato Brasileiro

    ResponderExcluir
  16. Se o problema era Felipão, por ser ultrapassado, que venha Roger, que é moderno.

    ResponderExcluir