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domingo, 2 de outubro de 2022

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (275) - Ano 2008-2012

Futebol e Política 

Fonte: uol.com.br

Esses dias, eu fiquei pensando: são 14 anos debatendo futebol, comecei nos blogs do Mário Marcos (Clic RBS e o dele próprio) em 2008, depois 2011 e 12, no do Guto e do Alfredo e, por fim, aqui, desde 2013 e a maior polêmica (saudável), a mais duradoura foi a questão do arqueiro Victor. De um lado Paulo Santana em sua defesa, do outro, David Coimbra, metendo pau no goleiro e eu não entendia como questionavam os seus desempenhos no arco gremista. Me posicionei, claro. E a discussão foi aumentando, algo parecido com o que sucede atualmente com Edenílson no Inter. Sem julgamentos; é culpado e ponto final para boa parte da torcida.

Para não ficar apenas confiando na minha memória, pedi apoio ao amigo Alvirubro que me forneceu alguns dados: Atuou 263 vezes em 4 anos e meio. Durante os jogos, o Grêmio sofreu 32 penalidades e em 8 não foi vazado (7 defesas de Victor e 1 que bateu no travessão). Na foto, ele está defendendo o quinto pênalti dos sete, que pegou com bola rolando. A média é: em cada 4 sofridos, 1 não foi convertido pelos adversários. 

Pela Seleção, sobrou na convocação, uma das maiores injustiças em 2010 (Dunga levou Júlio César, Gomes e Doni), mas em 2014 esteve na Copa do Mundo.

 Então, quando Alexandre Kalil, presidente do Atlético Mineiro, pressionado pela falta de conquistas, em 2012 fez a seguinte pergunta: quem é o melhor goleiro do Brasil? recebeu a resposta; está no Grêmio e parte da torcida não o quer no time. Aí, ele vem, contrata e como bom negociante; conseguiu abater o valor da operação, incluindo Werley. Observem o tipo de negócio: vai Victor, vem Werley. Junho de 2012. Até hoje, eu fico pensando na insanidade que assolou os dirigentes gremistas. Foram incapazes de detectar que o time era muito ruim, mas eles necessitavam de um Judas para acalmar a massa. Victor saiu, ainda assim, os títulos não chegaram. Levaria quase meia década para o jejum ser quebrado.

No ano seguinte, 2013, quartas-de-final da Libertadores, jogo no ocaso, pênalti contra o Galo: o clube mineiro vai ficar no meio do caminho como em tantas vezes desde 1971? Victor pega a penalidade. Uma loucura! Pegaria mais alguns nas semifinais e outros na final, levando o clube mineiro a sua primeira Libertadores e o elevando de patamar na hierarquia do futebol continental, reescrevendo a história do Galo.

Alexandre Kalil, empresário e filho de um ex-presidente do próprio Atlético, caiu nas graças da torcida, concorreu a prefeito; foi eleito, reeleito e hoje, 02 de Outubro, concorre a governador do estado de Minas Gerais.

Fico pensando, qual seria o seu destino, se naquela noite de profunda irritação, não tomasse a decisão de buscar o melhor goleiro em atividade no futebol brasileiro?

São os caminhos do futebol influenciando a política nacional.

Fonte: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro

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