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quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Opinião




Momento de Decisão 

O título é idêntico ao de um filme do final dos anos 70; Turning Point no original, direção de Herbert Ross com Ann Bancroft e Shirley McClaine.

A coincidência com o texto a seguir para por aí. O momento de decisão, o deflagrador desta postagem diz respeito a hora crucial, a encruzilhada em que o dirigente maior terá que decidir questões delicadas que poderão ser definitivamente catastróficas para o clube e para a sua biografia de cartola (e do algo mais que almeja), se fizer a escolha equivocada.

Cristiano Silva, grande repórter da Rádio Guaíba, no final de 2018, disse que Romildo Bolzan poderia concorrer ao que ele quisesse, senado, governo do RS, que ganharia fácil, fácil. Silva não errou; naquele momento o presidente gremista era idolatrado pela imensa maioria de gremistas e bem aceito pela mídia.

Veio a fatídica temporada de 2021 e Bolzan, mal assessorado, cedeu às pressões dos seus pares "entendidos", que sugeriram para substituir Renato, o insuficiente Tiago Nunes (imaginem só!). Mas os que cercaram o presidente não ficaram só nessa estrepolia; tiraram da cartola, da garrafa de gênio, a infeliz ideia de fazer emergir um dirigente falastrão e totalmente ultrapassado, cuja a principal "qualidade" era vaselinar a banda podre da imprensa. Deu no que deu.

Um terrível momento de decisão de Bolzan, que acompanhou o clube descer para o rebaixamento de forma inapelável e tremendamente justa. Viu virarem pó as suas pretensões políticas.

Alberto Guerra tem uma biografia como dirigente de futebol bem mais interessante do que boa parte dos gremistas que almeja o comando do clube. Em 2010, ele foi competente ao recuperar o Grêmio que marchava para a Série B e o deixou no final da temporada, classificado para a Libertadores.

Então, se alguém chegar e "rasgar" o ouvido dele, sejam amigos de última hora ou integrantes da mídia interesseira em suas confrarias, provavelmente, Guerra terá coragem e sabedoria para dar um gelo nessa turma e sair ileso destas armadilhas.

Um coisa é certa: Alberto Guerra terá vários momentos de decisão até se tornar um dirigente histórico.

3 comentários:

  1. Começa bem o Guerra, Bruxo. Muito bem. Eu espero e torço muito para que não seja fogo de palha.

    Digo isso porque lembro de quando o Romildo chegou aqui. Foi até corneteado pelas mídias especializadas... Mas logo ali vivemos um período de redenção, apesar de curto, mas saímos daquela maldita fila. Bem observado quando o amigo anota o 2018... Ali o Romildo era inquestionável; mas hoje eu vou respeitá-lo e sempre vou lembrar de que foi ele um dos responsáveis pelo nosso Penta da Copa do Brasil e Tri da Libertadores; a glória não pode ser maior que desgraça.

    O Guerra, tem tudo para dar certo. Poderá levar o Grêmio de volta aos títulos. Mas espero que ele seja humilde como foi o Romildo no começo. Que esses grandes nomes que ele ajudou a trazer não inflamem o seu ego. Também falou-se muito de uns dias para cá em resgate da autoestima do torcedor... Particularmente, o descenso não afetou em nada a minha autoestima como gremista. Pelo contrário. Reafirmei a minha paixão. Porque eu acredito e sempre acreditei que é na dificuldade que os verdadeiros amigos aparecem. Na boa é muito fácil.

    *

    Assisti a apresentação do Suárez. Não gostei muito do espetáculo, sou ruim de agradar mesmo. Que sujeito chato, como diria o Raul. Algumas coisas poderiam ter sido melhor planejadas (falo aqui da live do You Tube e também algumas questões de protocolo), tendo em vista, por exemplo, as aberturas dos jogos da Copa do Mundo. Enfim. Isso são coisas supérfluas, mas uma vez tentadas, devem a meu ver ser bem executadas, ensaiadas... Por fim, o Guerra quando teve a palavra garganteou bem alto (o que não deixa de ver verdade) que o público presente na Arena na terça-feira foi um dos maiores dos últimos meses aqui no estado. No meu entendimento foi uma corneta, uma espetada no rival que em poucos jogos do ano passado superou a marca dos 30 mil... Achei desnecessário o comentário caso de fato tenha sido neste sentido. E outra, entendi também que foi uma forma dele também se promover pelo feito. O Efeito Suárez é obra dele. Mas sabemos que não é só dele.

    Rodrigo.

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  2. Rodrigo
    Essa é a grande vantagem da História; ela tem três momentos para fins de estudo e análise: mediata ou imediata, conjuntural e estrutural (presente, 1 década, 30 anos, respectivamente). A gestão de Romildo passará por esse crivo.

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  3. Concordo com o Rodrigo.
    Mesmo um pouco desiludido com o futebol em geral, no intimo, mesmo nas adversidades, nunca deixei de ser tricolor. Prefiro aplaudir quando merece, embora tenha feito duras criticas em 2022.
    Bolzan passou. Obrigado. Poderia ter se tornado do tamanho de Koff, mas ... . Porém, houve méritos em meio a tantas decisões erradas.
    Realmente Guerra se mostra promissor. Minha preocupação é o endividamento. Mas que as contratações estão motivando, não restam duvidas. Se Luisito é uma cereja no bolo, ha algumas duvidosas. Casos de Reinaldo e João Pedro. As demais ressalto Carballo e Franco Cristaldo. Estas, creio que as mais importantes. Terão que se adaptar, mas estou otimista que foi um acerto.

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