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segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Opinião




A Vida como Ela é ... 


a) Irônica, eu completaria esta frase que dá nome a uma das obras mais populares de Nelson Rodrigues, isso, olhando o que acontece neste  Brasileirão de 2023.

Tiago Nunes, que tem no seu currículo uma Copa do Brasil e uma Sul-americana com o Athlético Paranaense, mas igualmente, dois fracassos retumbantes, Corinthians e Grêmio, terá a missão de em apenas 5 passos: Fortaleza, Santos, Coritiba, Cruzeiro e Internacional, conquistar o Brasileirão e entrar para o seleto grupo de "professores" com taças nas duas principais competições nacionais.

De cara, eu lembrei do episódio da Libertadores de 2010, quando Celso Roth herdou o posto de Jorge Fossati nas semifinais, encarando o moribundo São Paulo de Ricardo Gomes e, ao passar, enfrentou o exótico Chivas Guadalajara do México. Resultado: Roth, campeão da América, portanto, há 13 anos, aliás, conquista que junto com a Copa do Nordeste de 2000 pelo Sport Recife, os dois únicos troféus nos últimos 23 anos do técnico caxiense.

b) Surpreendente, pois, olhando a classificação dos clubes que aderiram ao modelo SAF (Sociedade Anônima do Futebol) no Brasileirão, temos: América Mineiro, Coritiba e Cruzeiro na zona do rebaixamento mais Bahia, Vasco da Gama, décimo sexto e décimo quinto, respectivamente; além da absurda queda do Botafogo no returno, rebentando com uma quase certeza de título. Resumindo; cinco dos seis últimos colocados são "SAF".

Apenas o Cuiabá está se dando bem pelo que se esperava dele e, não esquecendo do Red Bull Bragantino, que não segue o modelo SAF, mesmo assim é um clube-empresa.

Estes desempenhos me remeteram a outro ponto da memória, mais exatamente na virada dos anos 80, quando a Volkswagen querendo substituir o Fusca e encarar o crescente sucesso de vendas do Fiat 147, lançou o Gol.

 Ignorando uma tendência de mercado, apostou no motor 1.3 refrigerado a ar. Um fracasso comercial que a concorrência chamou de "Gol contra".

Os clubes "SAFs" repetem os erros dos demais, isto é, trocando de técnicos como se trocassem de camisas, frustrando os torcedores que achavam que a transformação seria com um simples toque de mágica.

As SAFs, assim como a Volks percebeu o erro inicial, vão aprender com o tempo. Por enquanto, um rotundo fracasso, ainda que o Botafogo possa amenizar a imagem arranhada com um improvável "tiro de reta final".

É um período de transição no futebol brasileiro.




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