Pequenas Histórias (301) - Ano - 1983
Obrigado, César!
Foto: Juan Carlos Gomez - ZH |
Morreu César. Partiu para a eternidade o camisa 9 que marcou um dos gols mais importantes destes 121 anos, recém completados pelo Tricolor gaúcho.
É difícil expressar em um único texto, a gratidão daquela geração de gremistas que testemunhou o voo libertador. O encontro de um Cesar "horizontal" com a bola e o consequente míssil para o fundo da "cidadela" jalde negra uruguaia, que alterou a gangorra Grenal. Ela pendeu fortemente para o lado azul.
César Martins de Oliveira era um centro avante técnico, que apareceu para o grande público, quando jogando o Brasileiro de 1979 pelo América RJ, tornou-se o artilheiro do certame com 13 gols, o que lhe valeu a ida para o Benfica, de Lisboa, onde atuou por quatro temporadas exitosas, porém, o destino lhe reservou a passagem pelo Grêmio como o ponto luminoso de sua carreira.
Assim como André Catimba em 1977 no Gauchão, César fez poucos gols na Libertadores, dois absolutamente importantíssimos: La Plata na batalha dos 3 a 3 e este da final, naquele mágico e gelado 28 de Julho no Olímpico Monumental.
César era um centro avante diferente, ou seja, era 9, mas tinha "pinta" de outra coisa. Se não se parecia com Alcindo e André, ambos, quase personagens saídos de um faroeste spaghetti de Sergio Leone ou Sérgio Corbucci, também não possuía o jeito carente e desprotegido de Baltazar e Caio Gaguinho, impressão que se dissipava com o balançar frequente das redes adversárias. Surpreendiam, com certeza.
Na verdade, César passava credibilidade:
"- Eu sei que sua família gostou deste modelo, mas eu sugiro este outro que tem câmbio automático e direção elétrica.
- Ok, tu me convenceste. Vamos optar por ele, então."
Uma pessoa que inspirava confiança e ser de fácil trato, que poderia atuar noutro ramo, sempre com sucesso.
Cesar, quis o destino, que se tornasse o libertador da nação gremista, porque, se André interrompeu a sequência do Inter no Gauchão e se Baltazar (e Paulo Isidoro) garantiu o primeiro campeonato Brasileiro, ainda havia uma defasagem, algo a superar, de suplantar o principal rival, que vinha de um octa regional e de um tri nacional.
Com o gol e o título libertador, o Tricolor mudava de patamar antes de seu principal oponente, ali, os gremistas relaxaram e puderam comemorar uma conquista inédita no Rio Grande.
Em Tóquio, a cereja do bolo. O topo, o inimaginável.
Igualar, talvez; superar, jamais. Como disse Fábio Koff: Nada pode ser Maior. Mas tudo começou no salto extraordinário de César.
Obrigado, César. Eterno César!
Bruxo! Troque o " pequenas histórias"... por Grandes Histórias.
ResponderExcluirJ.Goinnes.
Valeu! Acho que foi um elogio.
ResponderExcluirFoi !
ExcluirObrigado. Sempre é bom ler isso. Gratidão.
ResponderExcluirVc..deve alçar voos maiores...és superior, então assuma seus propósito.
ExcluirJ.goinnes
Assuma o protagonismo e vá em frente.. ou desista!
ResponderExcluirJ. Goinnes
..
Bruxo! Banda..Led zeppelin
ResponderExcluirSom..skid Row queeksand jesus
Clip... Alice in chains...sea of sorrow.
J.goinnes.
Bruxo e demais freqüentadores do blog, Rui Castro seria um bom nome p/ a comissão técnica do Grêmio? Gostaria da opinião de voçês.
ResponderExcluir........perdão, Luis Castro.
ResponderExcluirÉ excelente nome, o problema é o imediatismo dos resultados.
ExcluirNo Botafogo, ele foi muito contestado no primeiro ano. Sobreviveu, porque o clube já tinha virado SAF.
Essas reminiscências são grandiosas. Fazem parte da nossa juventude.
ResponderExcluirCésar faz parte da longa lista de nomes que elevaram as conquistas do tricolor. Uma pena partir tão cedo.
Certa vez, deram-no como morto. Acabou sendo homenageado com um minuto de silêncio, no Olímpico.
Era dia 5 de abril de 1995, uma quarta-feira, à tarde. Tendo como adversário o Grêmio Santanense, o Grêmio entrou em campo e antes da bola rolar houve o minuto de silêncio.
No dia seguinte, o jornal Zero Hora estampou a manchete do jogo, mostrando a tristeza dos torcedores e o sepultamento do jogador, em Caxias do Sul.
Na realidade, César estava vivo, só que no Rio de Janeiro. E foi em São João da Barra, sua terra natal, que o atacante soube de "sua morte".
Desde o dia 3 de abril de 1995, o corpo de um César, com a mesma idade e muito parecido com o jogador, repousava no Hospital de Clínicas de Porto Alegre.
Rapidamente, a notícia chegou às rádios, que anunciaram: “César morreu!”.
O falecido era João Chedid, o "César", que se adonou do apelido, aproveitando a semelhança com o atleta.
Um amigo do ex-centroavante soube da notícia e ligou para a família para dar os pêsames. Quem atendeu o telefone foi o próprio jogador.
No dia 7 de abril o jornal reparou o erro e publicou uma matéria de título "César vive". Acima da publicação, uma foto do momento do gol contra o Peñarol.
"Depois que se encerra no futebol... acabou, acabou. Não tem volta. A gente entra no esquecimento mesmo. Eu acho isso o cúmulo do absurdo. Fazer o quê?
Nunca vou esquecer 1983. Foi um ano de muito sacrifício. Sofri com lesões. Perdi saúde. Mas ganhei a Libertadores. O que nos resta agora é curtir o feito e tentar não esquecer, não deixar que caia no abandono. Vou recordar até morrer."
Que história, Alvirubro. Eu desconhecia.
ResponderExcluirIncrivelmente real, Bruxo!
ExcluirQuem puder rever o gol contra o Penãrol perceba que na comemoração o Tita leva as duas mãos a cabeça. A algum tempo atrás vi uma entrevista onde o Tita conta que o gesto se deu porque sua esposa relatou dias antes da final em um jantar com ele e o próprio Cesar que havia sonhado que o atacante faria o gol do titulo.
ResponderExcluirObs. Tita e Cesar já eram amigos no RJ antes de virem para o Grêmio.
Não lembrava dessa. Grande história!
ExcluirCarlos
ResponderExcluirLembro dessa história. Outra, incrivelmente real.
https://www.instagram.com/reel/DAChmZ0IyEc/?igsh=NzE5dng4NmtpcnAy
ExcluirValeu, Carlos
ExcluirUm abraço.
Baita texto, Bruxo!
ResponderExcluirE digo também: Obrigado, César!
Valeu, Lipatin
ResponderExcluirO tempo, sorrateiro como sempre, vai levando aqueles que outrora marcaram época. Sem remorso, sem misericórdia. Resta apenas lembrar dos bons momentos que esses sujeitos propiciaram.
ResponderExcluirBonito texto, Bruxo. Parabéns.
Sobre o voo libertador, diga-se, começou com aquele balão/cruzamento de Renato Portaluppi. Palavras ditas por um colega meu aqui da repartição, seguidas dessa outra frase: "só me lembro daquele balão e mais nada, e de que parecia que o estádio viria abaixo".
Que César descanse em paz e que sua família encontre de algum modo o conforto necessário.
Rodrigo
ResponderExcluirSim. Renato teve uma sacada de gênio ou um rompante, verdade que quem viu aquele jogo, ele estava mais para o Peñarol naquela altura.
Vale lembrar que o clube uruguaio era o campeão do mundo de 82.
O Grêmio, além de grandes jogadores, tinha um senhor treinador.
Espinosa foi moldando o time durante a Copa. Entraram Mazaropi, Baidek, Caio e Tarciso passou para a ponta esquerda, saíram para o banco: Remi, Leandro José, Tonho e o próprio César.
Urge um post sobre o absurdo que estão fazendo com os guris , com a benção do presidente.
ResponderExcluirEstão terminado com a confiança dos jovens rebaixando os caras em detrimento da velharia.
Renato não teve sacada de gênio nenhuma. Simplesmente levantou a bola na linha de fundo e deu um balão p/ área p/ ver no que daria. Qualquer jogador, com um mínimo de qualidade faria o mesmo, portanto, MENOS...bem MENOS!!!
ResponderExcluirEste é o treinamento do Grêmio...por isso que estamos caindo para a B.
ExcluirUm técnico querendo aparecer, qual novidade.