Arena lotada significa muito pouco
Ultimamente, eu não estou apenas confiando na memória, quando o assunto é postar aqui, mesmo com a convicção de que os fatos ou dados que me vêm à lembrança sejam muito claros, então, recorro ao amigo Alvirubro, que tem um arquivo "implacável", quando o assunto é Dupla Grenal.
Hoje pela manhã, nos encontramos no centro da cidade e disse que tinha a impressão de que a Arena lotada era sinônimo de dificuldades e insucessos para o Imortal e pedi um levantamento. Ao chegar em casa, a informação já estava disponível para mim. Interessante que fiquei sabendo que o Grêmio está alcançando a marca de 400 jogos em sua nova casa, façanha que ocorrerá na próxima partida no Humaitá, portanto, tem 399 com o último clássico.
A minha desconfiança se tornou certeza com a tabela que o Alvirubro me enviou com as 22 partidas com público acima de 50 mil pessoas. Observem: são apenas 8 (oito) vitórias, isto é, aproveitamento de 36% como vencedor. Decididamente, o fator casa para o Grêmio inexiste. Botar 50 mil almas ou mais parece ser um problema para as equipes azuis nestes 12 anos de existência da Arena. Até Grenais, o maior resultado é o empate. Nunca ganhou do Coirmão com a Arena lotada.
Mas o amigo me subsidiou com outros dados interessantes como estes: no período de 2016 a 2025, dez temporadas, o Grêmio saiu atrás no marcador em 221 jogos, perdeu 139, empatou 45 e virou apenas 37. Virou em apenas 17% das vezes. Com Renato, este percentual sobe para 18% (161 J, 30 V, 37 E e 94 D).
Resumindo: A Arena lotada não dá a contribuição esperada e sair atrás no marcador e não virar é uma característica interessante e triste do time nestes últimos dez anos.
Complementando: É questão psicológica do time.
ResponderExcluirA Arena nunca foi o fator casa que o Olímpico era. Eu não sei o que acontece mas a torcida não cria o mesmo clima que no Olímpico.
ResponderExcluirNos anos de fila o Grêmio tinha times medianos mas que cresciam demais em casa, e o problema era jogar fora. Só lembrar da Libertadores de 2007 que o Grêmio chegou na final só pela força do Olímpico.
Já na época da Arena é meio que o contrário, na Libertadores de 2017 na semi e na final o Grêmio jogou muito melhor fora do que em casa, na Copa do Brasil de 2016 também, na semi e na final o Grêmio conseguiu a vantagem fora e segurou o empate em casa.
Eu te digo, Roberto. É muita selfie. Muito celular.
ExcluirE falo isso porque eu estive no Olímpico em 2007.
E nos jogos de Copa que fui na Arena, se o time não sai vencendo é desesperador ver a reação da torcida.
O "frio" velho casarão era quente feito o fogo. A "quentinha" Arena é o mais gélido dos icebergs.
Brasileiro 2009 tb.
ExcluirRoberto
ResponderExcluirBoa lembrança essa das LA.
Acho que não passa pela Arena....se não tiver time do que adianta ??
ResponderExcluirPode jogar em qualquer lugar....sem time não tem como.
Mas 12 anos sem time?
ExcluirFator local só ajuda quando o time é muito bom, quando é muito bem treinado e quando tem espírito guerreiro. Vide início da década de 80, meados de 90 e início dos anos 2000. Pergunta: Em qual destes itens mencionados acima o time dos últimos anos se enquadraria?
ResponderExcluirNão existe fórmula mágica!!!
Verdade
ResponderExcluirAinda sobre a suspensão de Quinteros, espero que pegue uma punição exemplar de, no mínimo, 05 jogos. Uma porque não podemos nos acostumar com pugilistas dentro de campo e outra para não transmitir aos demais a sensação de que tudo pode e de que nada acontece. Tenho certeza que se assim for o Argentino/Boliviano vai pensar 02 vezes antes de sair no tapa com quem quer que seja.
ResponderExcluirE antes que eu esqueça, ele não fez nenhuma falta a beira do campo, assim como seu auxiliar também não acrescentou em nada.
Discordo, embora merecesse a expulsão, naquela hora de tensão, alguém te segurando insistentemente, me pareceu mais uma tentativa de se desvencilhar do jogador do Juventude.
ResponderExcluirOlhando mais detidamente a tabela dos maiores públicos na Arena em seus 12 anos, dá para ver que nos DEZ maiores, o Tricolor saiu vencedor em apenas DOIS, Lanús e Juventude.
ResponderExcluirAcho que esse levantamento tem um certo viés saudosista do Olímpico na interpretação dos números, ou do "recorte" que se fez (pegar públicos apenas acima de 46 mil). Os números não mentem, mas se pode interpretá-los de maneira a "validar a tese" que se quiser. Sei que os saudosistas do Olímpico volta e meia aparecem com dados para dizer que na Arena não tem a mesma atmosfera, a mesma pressão, que o desempenho do time num estádio é pior do que no outro etc. Mas acho que não é por aí.
ResponderExcluirVou citar alguns dados:
a) Grenais: Na Arena, foram 25 jogos, com 9 vitórias do Grêmio, 13 empates e apenas 3 derrotas. (Teve até matéria em ZH sobre isso na semana passada). Ampla superioridade gremista, ao contrário do que quer dar a entender o post. Vou além, a maior goleada gremista em mais de 50 anos, os 5 a 0, ocorreu na Arena. Assim como a segunda maior goleada (4 a 1) desde 2001 e mais outra vitória por 3 a 0. Em 13 anos de Arena, nunca o Inter venceu título em nosso estádio. Antes dessas goleadas na Arena, a maior goleada na "casa do Grêmo" tinha sido justamente o 5 a 2 do Uh-Fabiano no Olímpico. Ouso dizer que muito possivelmente o percentual de vitórias do Grêmio na Arena em grenais é superior ao do Olimpíco até o momento.
b) Resultados negativos na Arena cheia: É preciso considerar o contexto em parte desses jogos que deram empate/derrota. Exemplos: Contra o Galo empatamos na final da Copa do Brasil, mas era o resultado que nos favorecia, ou seja, não precisávamos vencer, mas administrar a vantagem de 3 a 1 do 1º jogo. Mesma coisa contra o Barcelona na semi da libertadores em 2017 (1º jogo ganhamos de 3 a 0). E também contra o Cruzeiro na semi da copa do brasil de 2016 (ganhamos fora de 2 a 0 e jogamos a 2ª partida administrando). E também para o Grenal empatado de abril de 2019, em que fomos campeões gaúchos nos penaltis. Ou seja, em vários dos confrontos acima, na verdade eram "mata matas" em que saímos vitoriosos. E em muitos deles o time não foi "que nem louco atrás da vitória" por estratégia naqueles momentos. Acho ruim apresentar os dados "friamente" sem dar o contexto.
c) Derrotas no Olimpico lotado: Já que se abordou os resultados da Arena lotada, vou abordar os resultados em "decisões" no Olimpico, os que me vem à cabeça, das últimas grandes decisões do Grêmio no velho casarão:
Libertadores 2017 - perdemos em casa de 2 a 0 ao Boca
Copa do Brasil (que ganhamos!) de 2001: Empatamos no Olimpico para o Corinthians (2x2) e buscamos o título vencendo eles em SP (3x1).
Copa do Brasil (que ganhamos!) de 1997: Empatamos com o Flamengo no Olimpico (0x0) e buscamos o título no Rio.
Maior goleada de, pelo menos, 1983 a 2012 na Arena em Grenais: Uma derrota de 5 a 2.
Poderia citar várias eliminações em casa em libertadores (Olimpia 2002, Cruzeiro 1997), em semi de brasileiro (São Caetano 2000/2001) e outras derrotas com casa cheia.
Então, em resumo, acho que "não é por aí". Nossos fracassos e sucessos não tem a ver com estádio. Tem a ver com time. O Olimpico era muito bom, assim como a Arena também é. A atmosfera dessa final estava incrível. Eu estava lá e vi pessoalmente. Não foi por isso que perdemos. O que faz a gente ganhar é ter time bom.
Teddy
ExcluirA construção da Arena afastou a massa torcedora mais pulsante que é a de menor poder aquisitivo.
No meu caso, não se trata de saudosismo,aliás, o Alvirubro me enviou levantamento do Inter com a reforma do Beira Rio, não usei, porque não julguei pertinente e o fenômeno acontece lá também.
Concordo com o Teddy.
ExcluirAnalisar os números friamente nunca nos trazem a melhor das conclusões.
Anderson
Lembrei de mais algumas casos do Olímpico:
ExcluirFinal Copa do Brasil 1991: empatamos com o Criciúma no Olímpico.
Final Copa do Brasil 1993: empatamos com o Cruzeiro no Olímpico.
Final Copa do Brasil 1995: perdemos em casa para o Corinthians.
Em 1997 (Flamengo) e 2001 (Corinthians) também não vencemos a partida do Olímpico.
E falando de Gauchão, os últimos do Olímpico foram:
2010: Perdemos o grenal de 1 a 0, mas fomos campeões no agregado
2011: Entregamos em casa (perdemos por 3 a 2) e fomos pros penaltis e perdemos.
Ou seja, isso é porque o Olímpico tinha desempenho ruim? Claro que não. Vejo que são duas coisas:
a) O momento dos clubes influencia diretamente nesses levantamentos
b) Jogos de casa cheia via de regra são decisões, e decisões tem jogos mais difíceis. Dificilmente é "meio de campeonato". Então a tendência de fato é que nas decisões acaba caindo o percentual de aproveitamento do time.
Agora sobre ter mudado perfil... Sim, isso aconteceu. Mas é outra história. A mer ver, não vinculada com resultados de campo.
Teddy
ExcluirA análise é sobre 12 anos e uma característica bem acentuada, ou seja, toda a existência do novo estádio e público acima de 50.000 pessoas.
São dados irrefutáveis. O extrato da análise no Olímpico beira a meio século. Há vários tropeços em 50 anos, começando pelo primeiro Grenal dele.
Já vi muito time limitado do Grêmio ser empurrado pela torcida, isso não se faz presente na Arena, as causas? não tenho uma conclusão definitiva.
Esse é o ponto, bruxo. Principalmente na libertadores 2007, o Olímpico empurrou um time limitado até a final.
ExcluirAquele time de 2007 comia grama se preciso. Era um perfil diferente...limitadíssimo no papel, mas tinha muita vergonha na cara!
ExcluirAnderson
O perfil do torcedor mudou. Futebol ficou elitizado, e isso diminui a força do fator casa. É sistêmico.
ResponderExcluirAcredito que se fizermos o mesmo levantamento em relação ao Beira-Rio, teremos números semelhantes. O Grêmio nos últimos dez anos ganhou muito Grenal no Beira-Rio também, o que não era comum em outras eras.
Vinnie
ResponderExcluirRespondi para o Teddy antes de ler o teu comentário.
Confirmou.
Anderson
ResponderExcluirApenas apresentei um dado interessante nestes 12 anos, ou seja, a Arena não é caldeirão, fortaleza ou alçapão. Não está fazendo a diferença e não sei se a explicação está apenas em elencos limitados.
Insisto que os dados de 12 anos são extremamente positivos da Arena:
ResponderExcluir- apenas 3 vitórias do Inter em 25 grenais, enquanto a gente venceu 9.
- ganhamos 10 títulos em 12 anos de arena
E insisto que dados do olímpico são superestimados por quem tem saudade dele (e eu também tenho, era mais perto de casa e mais barato). Vejamos:
- disputamos 7 jogos de finais de copa do Brasil no olímpico: ganhamos só 2 jogos (Sport e Ceará), empatamos ou perdemos 5 jogos (Criciúma, Cruzeiro, Corinthians 2x, Flamengo)
- disputamos 4 jogos de finais de brasileiro, ganhamos 2 (São Paulo e portuguesa) e empatamos e perdemos 2 (Flamengo 2x em 1982)
- disputamos 4 jogos de finais de libertadores: ganhamos 2 (penarol e nacional-com) e perdemos 2 (Estudiantes e boca)
Ou seja, juntando esses três torneios, que são os mais importantes que disputamos na era do olímpico: foram 15 jogos, dos quais ganhamos apenas 6 e empatamos/perdemos 9.
Dados reais e objetivos. Irrefutáveis.
Teddy
Sim, Teddy, eles são positivos com o ápice do tri da LA, mas a postagem e o meu primeiro comentário indicam que com a Arena lotada, isto é, acima de 50.000 pessoas, este clima (estádio + torcida) não está fazendo a diferença que se esperava.
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