Xucro
Dos muitos adjetivos associados ao significado da palavra indígena "Xucro", três me batem melhor no ouvido: arisco, arredio e sestroso.
Pois bem, quem viveu o período do Grêmio/ISL na virada do milênio tem por que ficar receoso destes movimentos que injetam "milagrosamente" grana nos clubes, em especial, o do seu coração.
A International Sport Leisure (ISL) despejou tanto dinheiro no Tricolor que era inimaginável. Vieram jogadores caros com salários superestimados: os zagueiros Marinho e Nenê, mais Anderson Lima, Leonardo Astrada, Gabriel Amato, retorno de Paulo Nunes, Zinho, este último, depois da crise, aceitou reduzir pela metade o seu salário e ficou (imaginem!).
Agora, o Tricolor teve o apoio de um torcedor que desembolsou a "bagatela" de 130 milhões de reais e, como eu vou morrer, reencarnar e nunca terei 1/3 deste valor na vida, me impressiono com esse desapego do empresário. Deve ser "troco" para ele. Aí entra o meu sangue de índio, a parte xucra desta mistura junto ao lado alemão.
O outro lado arredio é a história das SAFs, vide Eagle-Textor-Botafogo . Se é verdade que o falido Botafogo botou mão no Brasileirão e Libertadores no ano passado, agora se vê no papel de marisco entre o mar e a rocha e já observa com apreensão o desdobramento desta rusga de gigantes.
Há exemplos que parecem positivos, mas estamos diante de um processo inédito nos clubes brasileiros. Conhecemos o início apenas, o epílogo, não sabemos.
Espero que o Grêmio consiga se manter sendo um clube cujo dono seja apenas a sua imensa torcida.
Bruxo,
ResponderExcluirEu tenho uma opinião impopular sobre a questão SAF, acho que o Grêmio deveria sim estudar algumas alternativas.
Olhando o jogo deles contra o Flamengo, na quarta-feira, fica claro como a diferença financeira é gritante entre os cariocas e a dupla. O meio-campo rubro negro é um negócio assombroso, principalmente a dupla de volantes Saul e Jorginho. E jogadores assim só se tem no elenco com muito poder financeiro, coisa que o Grêmio não tem.
Fiz parte de um movimento político Gremista, quando ele foi criado, o Grêmio de Todos, e estudamos algumas opções de SAF e a que mais me chamou a atenção é o modelo do Bayern de Munique, onde o clube permanece sendo associativo, com presidente eleito pelos sócios, e a gestão do futebol fica nas mãos da parte profissional do Bayern, ou seja, o torcedor ainda continua com o sentimento de pertencimento.
Curiosamente, agora, o Movimento Grêmio de Todos é radicalmente contra a SAF, inclusive que se façam estudos sobre o caso. Eles alegam que no Grêmio não falta dinheiro, falta gestão, e que Marcelo Marques vai resolver isso. Mas como Marcelo Marques irá resolver essa situação? Como será a gestão do clube após sua saída da presidência? O próximo grupo político vai manter a suposta gestão elaborada por Marques?
Acredito sim que é hora do Grêmio começar a pensar em estratégias para se profissionalizar, não podemos ficar dependendo da doação de ricaços, essa fonte um dia seca e o clube volta para o buraco.
Rafael
ExcluirNa primeira crise dentro das quatro linhas, os torcedores esquecerão os 130 milhões.
Futebol é algo quase único.
Esse modelo do Bayern não é o que o Vasco fez?
ExcluirBem, eu não tenho preconceitos contra a SAF. Óbvio que um modelo estilo Palmeiras (como parece ser o que o MM quer implementar) é melhor, porque o clube permanece associativo escolhendo seus gestores (e estes, os homens do futebol). Mas necessariamente precisa de um mecenas.
Vejo gente dizendo que o problema do Grêmio não é falta de dnheiro, mas falta de gestão? Discordo. A gestão até pode ser ruim, pois pagamos preços de craques, seja na contratação ou como salário, para algumas peças nota 6 (ex: BW, Kike, Amuzu e cia), mas contratações erradas todos fazem. O problema é que com o investimento que o Grêmio faz, para formar um time campeão praticamente teria que "acertar todas" contratações, o que é algo muito difícil, e ainda ter uma safra acima da média na base (o que não é toda hora que acontece).
Vejam que apenas com o patrocinador principal da camisa, o Fla anunciou a Betano que lhe pagará R$ 250 mi. O Grêmio recebe R$ 50 mi da Alfa. Isso apenas em um dos patrocínios, tem todos os demais espaço do uniforme, além da distribuição de quotas de TV. Impossível competir. E, no Brasil, acho que dificilmente vão criar um modelo de distribuição das receitas de TV de forma mais linear como fizeram na Inglaterra. Lá (e nos esportes americanos), os caras tem o pensamento de, respeitando-se que clubes terão fatalmente mais receitas do que outros, não deixar que isso descambe para um abismo. A ideia é que isso deixam os jogos e campeonatos mais parelhos, disputados e, consequentemente, mais atrativos, inclusive financeiramente. Mas aqui no BR acho difícil de isso vingar algum dia. Qdo o Koff tentou algo parecido no clube dos 13, foi defenestrado pelos grandes clubes (aliás, o primeiro a roer a corda com o Odone, em mais uma de suas esolhas burras).
Teddy
ExcluirMas o Grêmio tem um exemplo na sua história que é o da ISL, onde naquele curto espaço do futebol brasileiro, ninguém recebeu tanto dinheiro. Muitas contratações caras pelo perfil de cada um, mas também, pela superestimação dos valores pagos. Parecia que a multinacional suíça tinha a intenção de mostrar o seu poder.
Ali, o Grêmio recebeu grana que nenhum clube brasileiro recebeu.
O resultado: falência da ISL e anos de imensas dificuldades para o clube, que viu o nome de seus dirigentes nas páginas policiais à época.
Se tem uma coisa que eu aprendi nessa vida foi que ninguém tem mais apego ao dinheiro do que os ricos.
ResponderExcluirEntão não sei qual é a do Marcelo Marques, mas de graça não será.
Carlos
ResponderExcluirSó se Marcelo for uma exceção. No mais, estou na mesma "barca" que você. Concordo.
Com relação a reforços, Grohe seria muito bem vindo mas não virá. E o meia articulador tão importante e propagado aos quatro ventos por Mano, parece que por valores altos também não virá. Ou seja, tudo como dantes no quartel de Abranches.
ResponderExcluirDIREÇÃO RIDÍCULA!!!
Essa semana saiu uma matéria no globo esporte sobre a receita dos times brasileiros em 2024 e achei bem interessante algumas coisas, o link pra quem quiser ver: https://ge.globo.com/pe/futebol/noticia/2025/08/18/corinthians-tem-maior-divida-e-flamengo-lidera-receitas-de-2024-veja-rankings.ghtml
ResponderExcluirO Grêmio no ano passado teve uma receita alta, mesmo sem muitas premiações porque caiu cedo em todas a competições, e sem a gestão da Arena ainda, então o potencial de arrecadação do Grêmio é ainda maior agora tendo 100% da bilheteria dos jogos.
Já outra área da matéria é sobre o superávit, o Grêmio mais uma vez é um dos poucos clubes que termina o ano no azul, coisa que virou padrão desde a gestão do Romildo.
Isso é interessante porque todos nós concordamos que o elenco é caro demais para o que entrega, o que me faz concordar com as pessoas que falam que o problema do Grêmio é gestão e não dinheiro. O Grêmio tem potencial pra ter um elenco de investimento alto sem comprometer as finanças, mas tem que investir corretamente, o que não vem acontecendo há muito tempo.
Claro que o Flamengo e o Palmeiras têm um poder de arrecadação muito maior, então se o Grêmio quiser ser como esses times e brigar por todos os títulos todos os anos só seria possível com uma SAF, mas dá pra ter um modelo sem SAF que se bem gerido o Grêmio pode ser forte e beliscar um título ou outro de vez em quando. O Fluminense campeão da Libertadores em 2023 é um exemplo disso.
Marcio
ResponderExcluirO título do Fluminense na LA mostra que existem outros fatores além da grana e o "fenômeno" de 2023 do Grêmio, que ficou há 2 empates ou 1 vitória do título é outro exemplo (em pontos corridos).