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terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Opinião



Ainda sobre a venda de Walace

Este episódio que culminou com a saída do volante titular gremista, deixa vários pontos para reflexão. Vamos a alguns:

 Só o despreparo da família de Walace e principalmente do seu empresário pode consumar o mau negócio que o jovem baiano concretizou. 

Walace tem apenas 21 anos, teria a oportunidade de jogar a Libertadores da América na condição de volante titular campeão olímpico (única conquista brasileira na história); além disso, poderia se firmar na primeira função do meio de campo da Canarinho principal; aguardar a janela de Agosto e, finalmente, ser transacionado para um clube europeu de ponta. Grande besteira fez Walace.

O clube rateou igualmente. Havia mecanismos legais para segurar o atleta mais um semestre no clube.

O Grêmio repete o seu histórico de não vender bem seus atletas, sejam astros, sejam atletas de menos brilho. 

Para exemplificar: Os mais antigos lembrarão que o Tricolor contratou caro Jurandir, atacante de Caxias nos final dos anos 70 e o vendeu, quase de graça para o Bahia.

E o que dizer de Hugo de De León para o Corinthians em 85. Querem mais? Renato foi dado para o Flamengo em 87. Falando em dado, recordam Ronaldinho? E Lucas Leiva, Mário Fernandes, Anderson, Douglas Costa, além de Jonas? 

Uma hora é a ISL, outra é o rebaixamento, depois a construção da Arena, tem também, as folhas paralelas, os chamados condomínios. Justificativas? Sobram várias.

De prático, o Tricolor não consegue colocar entre as cinco maiores transações gaúchas, um único nome.

Finalizando; Odorico Roman começa muito mal, porque foi de "peito aberto" falar com a Imprensa gaúcha, que sabemos, boa parcela dela tem o selo IVI (Imprensa Vermelha Isenta), que aplaudiu de pé, saudou com ênfase a relação transparente com que ele tratou dos assuntos gremistas, onde deixou escorregar que o clube precisa vender dois ou três jogadores, além de Walace. Santa Inocência.

Pronto! O noticiário azul girou apenas em torno das especulações de quais serão os próximos a deixar a Arena. Roman criou um clima desnecessário de instabilidade no grupo e de insatisfação na torcida que está empolgada pela conquista da Copa do Brasil. Uma aula de despreparo.

Roman precisa jogar a favor do clube e não oferecer sangue para os vampiros que representam parte (bem barulhenta) da imprensa sulina. O que o Grêmio ganhou com isso?

Faltou inteligência; sobrou ingenuidade.


9 comentários:

  1. "Sobrou ingenuidade".

    Nem se trata de IVI, amigo. O cara entrou muito cru na "brincadeira".
    O repórter está lá para explorar. Quem deu a munição foi o dirigente.

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    1. Pode ter entrado na brincadeira, mas eu reforço o que escrevi; a IVI existe e está botando as garras de fora.
      Agora com as redes sociais, os jornalistas tem mais liberdade de expressão e já não temem sair do armário.

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  2. Declarações de pato novo.

    Porém na história houve patos velhos que também venderam a preço de banana. Quem não se lembra de Carlos Eduardo em 2007 após quatro meses de profissional?

    Eu escrevi aqui que - se Romildo mantivesse a postura de não sucatear os jovens - poderia colocar seu nome na história. Agora se foi a mula com os arreios.

    Odorico disse que surgiu um fato inesperado na negociação do jogador Walace. Depois soubemos que foi Renato quem mandou vendê-lo de último hora a pedido do próprio atleta. Quem é o dirigente no mundo mágico da Arena? Que caminho o futebol do Grêmio está tomando? Temos um "manager" nos pampas? E pior que a culpa nem é do técnico. Só avança quem encontra espaço.

    Aliás, Walace também ficou desligado após a insituição se negar a vendê-lo ano passado. Recorrente. Há pessoas que são assim no lado profissional, "incomodam" bastante. Eis que surge a necessidade de alguém que ponha os anseios do clube em primeiro lugar.

    Recordo-me de um jogo em que o Grêmio perdeu por 2x1 para o Botafogo, no final da era Roger, no qual ele disse "ter entrado desconcentrado", o mesmo argumento que convenceu Renato a dar-lhe aquela força de pai para filho. Recém havia voltado das Olimpíadas, o céu era o limite.

    Dessa forma, a direção abraçou a única oferta na mesa (já costurada pelo empresário com o "Hamburger" nos bastidores, fora do alcance do Grêmio, como manda o figuro da regra primária "seja esperto na vida") e comemorou efusivamente o fato de ter mantido 10% dos direitos econômicos. Tudo planejado, não há ponto sem nó.

    Segue o baile.

    Obs.: minha sugestão é que os clubes sejam fechados e se faça futebol somente com empresários.

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  3. Rafael
    Exatamente isso; uma vez escrevi que Luiz Felipe era o primeiro ministro do Grêmio e ele atropelou muita coisa. Não sei se é omissão diante do ídolo ou comodismo, mas a verdade é que nem sempre acaba bem esta inversão de posições na instituição.
    Lembro que na comemoração do título da CB, na roda de agradecimentos no meio de campo, lá estava o dirigente maior do clube ajoelhado com os atletas e o treinador em pé, no meio regendo a turma. Até aí, apesar de estranho, tudo bem, era um momento inédito na vida recente do clube, mas, agora está na hora de cada um exercer o papel que lhes cabem.
    Desconfio que Walace não fará falta, mas isso é mais aleatório do que planejado.

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  4. Conveniência, Bruxo, se der certo, boa gestão, se der errado, vai pra conta do Renato.
    É igual a história das contratações, quando dá certo, ponto pra direção, quando dá errado, bom, filho feio não tem dono, daí sobrou pro Felipão, Enderson, Roger.
    Espera só, assim que der ruído ou o Renato balançar e não mais puderem contar com o seu prestígio os aproveitadores pulam do barco do treineiro e pra ele vão sobrar culpas e mais culpas.

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  5. Verdade.
    Lembro que o Roger era a terceira alternativa: Cristóvão, Doriva, depois ele.
    Como obteve relativo sucesso, a direção auferiu as vantagens.

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  6. PJ
    Outra verdade;depois eles falam planejamento, gestão estratégica, etc...

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  7. Parece que não estou só nessa:
    http://www.correiodopovo.com.br/blogs/hiltormombach/2017/02/49258/escolhas/

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