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segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Opinião


O Sinistro caminho de se desfazer dos Bons

Walace está indo embora. Trata-se de um jogador que chegou a passar pela base, já com cara de profissional; aliás, o mesmo ocorreu com China, Arílson e Renato, quando chegaram para os juniores do Grêmio.

Escrevi há tempos que o Tricolor só botaria faixa, se mantivesse as boas revelações, vide Tentando Digerir, portanto, não é pensamento de agora.

 A conquista da Copa do Brasil ocorreu, depois da Direção segurar Luan, Walace, Éverton e Pedro Rocha. 

Acertei.

Agora, não em tom de crítica, mas de constatação; vencer a Copa do Brasil é um feito importante, mas na hierarquia das quatro únicas competições relevantes: Copa do Brasil, Brasileiro, Libertadores e Mundial; ela é a mais fácil (ou menos difícil) e não pode ser parâmetro para conclusões definitivas, quanto a excelência do quadro de atletas.

Se vender dois ou três valores é imponderável (afirmação de Odorico Roman), cuja ação está no orçamento do clube; por uma questão de fácil raciocínio, esses valores serão além de os melhores do elenco, os mais jovens; é justo que o torcedor desconfie do discurso de buscar novas e mais importantes conquistas.

Não se conseguem grandes títulos fazendo reposições "menores", geralmente apostas de clubes menores ou de passado recente recheado de desconfiança por oscilações na carreira (geralmente vem em baixa para o Imortal, depois de zanzar mundo afora).

Para mim, não combinam vendas de jovens talentos (ainda que justificadas pelos dirigentes) com elencos fortes e preparados para desafios mais arrojados. É posição incoerente.

Finalizando: Ao vender Walace, mesmo com o discurso de sua inevitável necessidade; o Grêmio sinaliza a todos, que a conquista da Copa do Brasil é o seu teto. É isso ou então estaremos condenando os projetos de Barcelona, Real Madrid e, recentemente, do Palmeiras por procurarem qualificar seus grupos de profissionais. 

15 comentários:

  1. Bruxo, a verdade é que o Grêmio buscou um título e o conquistou merecidamente, em 2016. Era uma aspiração de algum tempo. A conquista caiu no colo da atual direção, que teve renovada a sua permanência no clube. Mérito do Renato e do Espinosa, mas os atletas. Os dirigentes só participaram da foto.

    Bem, se a grande pressão era por um título, que escapou no Gauchão e na Primeira Liga, ano passado, mas apresentou-se sorridente na Copa do Brasil, então estamos conversados. Agora é pensar no título menos problemático em 2017: o Gauchão. A taça grande já ganhou em 2016. Conquistando a menor delas, em 2017, interromperá a sequência colorada. Mais um ponto.

    Qualquer outro título que vier, encherá o armário de mais uma taça e aí Bolzan poderá discursar como um grande ganhador. A aposta está feita. Ele deve pensar em ganhar o que é possível e vai participar dos demais campeonatos de sangue doce.

    Vender jogador é da lei do futebol brasileiro. Não tem como segurar a gurizada aqui. Basta ver que um jogador bem mediano do Colorado disse que não quer mais jogar em Porto Alegre. Quer a Europa. E William nem tem proposta de clube algum. Mas ele quer jogar lá. E irá!

    Com Walace não foi diferente. Desde 2016 ele estava manifestando vontade de sair. Na minha opinião, escolheu mal o clube para onde ir. Como impedir? Impossível.

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  2. Tudo bem, Alvirubro.
    Porém, não consigo aceitar como colocar venda de jogador como uma "meta" a ser perseguida, isso deve ser extra, mas como ressaltei no texto, se é assim que é, então, não vendam ilusões.
    Talvez, a receita do Palmeiras não seja a ideal, acredito mais, a médio prazo, na política do Flamengo, mas eles estão com discurso vencedor e buscando formar o elenco. Não dá para fazer o tal discurso vencedor e se desfazendo de um dos pilares do time.
    É inevitável vender? Bom, então vamos ver os "contra" disso.

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  3. Bruxo, infelizmente temos que arcar com essas situações.
    O São Paulo vendeu o Neres; o Flamengo, o Jorge. De maneira geral, o Futebol Brasileiro é apenas formador para a venda.
    É a parte que nos cabe.

    Vou te dizer uma coisa: quando o Inter foi campeão do mundo eu pensei que o clube iria mudar de patamar. Ganhou mais de 100 mil sócios, investiu na base, empilhou alguns títulos num curto período, chegou a finais. Todo o torcedor pensou que o clube iria engrenar. Mas como no futebol brasileiro a ilusão termina rápido demais, eis que 10 anos depois, os mesmos dirigentes nos colocaram na Série B, com muita possibilidade de permanecer nela por falta de elenco e de dinheiro.

    Difícil de explicar. O que é inexplicável é o Walace querer um time que está caindo para a Serie B alemã. Vai entender o empresário!

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  4. Duas coisas:
    - O empresário vive disso, enquanto o Walace estiver lutando com o Hamburgo para não cair, o ele vai estar vislumbrando o mercado e o seu pupilo não cumprirá os 4 anos do contrato.
    - Como estão financeiramente, 10 anos depois, os dirigentes campeões do mundo pelo Coirmão?

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  5. Que a venda era inevitável, que houve pressão do jogador, vá lá, isso eu entendo.
    O que tem me assustado - e isso vimos até por aqui nos comentários - é parcela da torcida e direção estar plenamente satisfeita com o elenco, como se a CB tivesse sido a redenção do clube e demonstrado um plantel capaz de vencer qualquer competição.
    Não gosto de nivelar por baixo, disputar uma libertadores e fugir das comparações com grandes clubes para se equivaler ao inter (com todo respeito, mas disputando uma série B) é o prenúncio do fracasso.
    Espero que agora, com esse desafogo financeiro, vejamos algum inquestionável acréscimo de qualidade ao elenco.

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    1. PJ, eu sempre defendi, apesar da diferença de camiseta, que os dois da capital precisam ser fortes, sob pena de um ou outro fracassar no momento que um dos dois cair de divisão. A corneta é boa, mas acaba com o futebol. E não adianta, há a comparação e a consequente exigência diminui. Outra coisa, o desafogo financeiro não será grande, acredite!

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    2. Este é o ponto, e não entenda como depreciação, mas os dirigentes, por mais das vezes, se aproveitam no momento ruim do rival e "se largam nas cordas".
      Se o torcedor cobra que Palmeiras, CAM et caterva (adversários na LA) estão contratando a reposta é pronta - mas o inter não contratou ninguém!
      Pô, essa é - no momento - a comparação mais adequada? Já vi torcedor fazendo piada com contratações nível "segunda divisão" do coirmão sem se lembrar de onde vieram Michel, Jael, Bruno Cortez...
      Sei que se fala muito de gangorra, mas não sei até que ponto a queda de um impulsiona o outro.

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    3. PJ
      Concordo, mas faria um reparo: Não dá para ficar refém do jogador. Se ele tem contrato em vigor e vale a pena segurá-lo, então é melhor negociar sua permanência.
      O que eu não aceito é incluir nas receitas, vendas de atletas. Aí vira obrigação.

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  6. Perfeito! É por aí mesmo. E a queda não impulsiona. Pelo contrário, ela amortece dirigentes e jogadores.
    Para quem lembra mais detidamente, depois que o Grêmio caiu a 1ª vez, o Inter passou por um período de letargia e viu o Tricolor ganhar títulos na metade dos 90. Tudo porque os colorados acharam que não precisava reagir. "O Tricolor era Série B", como alguns diziam. Ora, ora, ora, esqueceram que clube grande e de massa um dia volta.

    Depois, nos anos 2000, o Inter empilhou títulos e achou que a Série B do Grêmio iria durar para sempre. Pois resolveram brincar de contratar jogadores medianos e ruins. Aí está o resultado. O Grêmio não pode se deitar nos louros da queda colorada. Mais hoje, mais amanhã,o Inter se reergue e vai conquistar títulos outra vez. É da lei.

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    1. Sem promover soberba, mas, no momento, o Tricolor tem que olhar para Palmeiras, Flamengo e Atlético Mineiro; é legítimo pensar assim.

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    2. Mas é claro! É disso que falo, Bruxo. Onde foi o erro do Inter nos anos 90? Achou que o Grêmio da Série B iria se eternizar. Mesma coisa, depois de 2006. Acharam que eram os maiores do mundo e que não precisavam mais fortalecer o time. Taí.
      Nem falo que o Grêmio necessite olhar para os citados por ti. O Grêmio, assim como o Inter, quando voltar, tem que olhar para o infinito. Lá está o objetivo. Bom, se com tudo isso não ganharem nada, a torcida já vai entender que houve intenção. O que não dá para aceitar é dirigente vender bom jogador e contratar medianos, pagando fortunas.

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    3. Na minha modesta opinião, são coisas são diferentes: Em 90 esse foi o erro do Inter, já pós-2006, houve a prioridade do marketing sobre o futebol, mais imagem do que qualidade.Foram atrás de Forlan, Scocco e outros, que detonaram com os cofres do clube.
      Os dirigentes sonharam em ser um clube de grife mundial. Isto é um processo, não é por decreto.

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  7. Pelas "movimentações" da direção tricolor me dá a impressão de uma certa convicção do "toque de Midas". Acreditam que todo jogador, aqui, será recuperado. Sei não.

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  8. PJ
    Tenho essa impressão também. E desconfio que é convicção do Renato e comodismo da Direção.

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