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quinta-feira, 11 de maio de 2017

Opinião


Um Goleiro Libertador


O terceiro tema que havia me proposto para esta semana (antes: Luan + Treinador ganha jogo) é a deficiência que o time apresenta numa das principais posições: O Gol, o Arco, a Meta.

Tomasi di Lampedusa, escritor italiano, autor da obra-prima O Leopardo, escreveu: “Algo deve ser mudado para que tudo continue como está”. Postura muito usada até os nossos dias em muitas situações da vida.

O Tricolor ameaçou contratar Matheus, craque do campeonato gaúcho; no entanto, deixou escapá-lo para o Juventude e ainda deu um xeque (quase) mate nos goleiros do elenco, porque sua pretensão veio à tona.

Matheus era goleiro da base do Grêmio, está com 30 anos, rodou muito em times pequenos, mas fez um grande Gauchão em 2017. Pelas atuações, dá para arriscar que seria um acréscimo ao elenco. Além disso, ele parece ser elemento agregador, o chamado bom de grupo.

Eu faço apenas uma ressalva, mas importante: Há anos que os goleiros da Dupla não são eleitos os melhores nas seleções do campeonato regional. Uma hora é Fábio do Cruzeiro, noutra, Bruno Grassi, também do Cruzeiro, novamente Fábio, desta vez pelo São José e agora, Matheus do Novo Hamburgo. Com o tempo, eles provaram não ser melhores do que os do Grêmio e Inter. Cheguei a me enganar com Grassi, que, na real, é um genérico do atual titular gremista.

O Grêmio parece seguir a frase de Lampedusa: Pegar um arqueiro que ganha um salário baixíssimo para o padrão dos grandes clubes, fazendo-o saltar para 50, 60 mil reais mensais com uma biografia marcada por incertezas; enfim, um convite para o jogador chegar e se contentar em ser eterno reserva, por mais correto que ele seja. O cara olha para o passado, lembra as dificuldades de toda ordem; deslocamentos de uma vida errante, salários baixos, atrasos no recebimento, família sacrificada e se convence: “É nesta sombra que eu vou amarrar o meu burro”. E os cartolas deduzem: Está resolvido o problema de insatisfação da massa torcedora e o nosso, porque garantimos o lugar dos queridinhos.

É a mesma “tática” usada na lateral esquerda; Bruno Cortês olha para a sua biografia e conclui que está no paraíso sendo “bancário” num clube da Série A. Os dirigentes acharam o lateral dos sonhos, um que não se importa em ser reserva de Marcelo Oliveira. O "atrevido" Marcelo Hermes não pensou assim e zarpou. Cruzou o oceano.

A Direção subestima a inteligência do torcedor. Pensa: Querem goleiro, querem lateral, pois nós vamos atrás deles, mas o objetivo verdadeiro é seguido à risca: Mexer, não mexendo.

Não é Bruno Grassi ou Léo que precisam de substituto. É uma obviedade ululante!

O próximo arqueiro do Grêmio tem que vir para ser titular, basta lembrar 83; alguém imagina a conquista de Libertadores sem Mazaropi, que chegou na segunda fase da competição? Pois é, mas naquela época, os dirigentes eram mais arrojados, mais ambiciosos, mais gremistas e acima disso tudo; conheciam as armadilhas do futebol na hora da onça beber água.

2 comentários:

  1. Leonardo

    Bruxo: Perfeito comentário! Sem um grande goleiro fica difícil conseguir grandes títulos. Leão, Maza e Danrlei. Mas só um excelente goleiro não basta. O Victor praticamente garantiu o vice-campeonato brasileiro do Grêmio em 2008, mas o elenco de qualidade baixa não conseguiu assegurar o título.

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  2. Leonardo
    Verdade; o que o Victor jogou naquele ano não está no "gibi", hoje é o contrário, temos um grupo muito bom com pequenas lacunas, mas o problema é a convicção da direção; eles não consideram a l.esquerda e o gol como problemas.

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