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quinta-feira, 6 de julho de 2017

Opinião



Às Compras

O Tricolor encaminhou a sua passagem para a próxima fase da Copa Libertadores da América; arrisco dizer que se ficar nas oitavas, isso será mais demérito gremista do que qualquer outra coisa. O Godoy Cruz tem o seu tamanho e ele foi medido no encontro de ontem.

Dito isso e vendo o Palmeiras trocando quatro nomes da lista original de inscritos para este torneio, fico pensando se não é hora do Grêmio também reavaliar o seu elenco. Está certo! Veio Arroyo, mas isso mais parece uma reposição para uma eventual venda de Pedro Rocha do que um reforço.

E se perder Luan? E Marcelo Grohe, que eu tenho restrições? Os reservas poderão encarar estas fases decisivas?

Acho que a busca de reforços deve estar na pauta, na mesa, no pensamento dos dirigentes, pois o Imortal vive um momento muito especial para deixar escapar títulos por imprevidência ou erros de avaliação do plantel.

Portanto, hora de ir às compras.

10 comentários:

  1. Nenhum clube, por mais rico que seja, mesmo da europa, tem mais de um time. Ter dois times significa ter dois times capazes de terem o mesmo resultado, competirem entre si. Não existe isso, pelo desentrosamento dos reservas. O Grêmio que enfrentou o Palmeiras tem melhores jogadores que muitos times que brigarão pelo G6, mas não tem entrosamento, e sem isso só brigaria para não ser rebaixado, o mesmo vale para aquele Palmeiras. Mas se tivesse treinamento convencional de time titular desde o início do ano poderíamos ter "dois Grêmios" no G6, porque aquele time tem melhores jogadores que muitos concorrentes ao G6.

    Mas da mesma forma que quem joga para empatar perde, quem busca jogador para a reserva contrata um jogador inútil quase sempre. Se contratar, que seja em nivel de titular, mesmo que não desbanque um titular. Só assim o Grêmio terá jogadores capazes de tomar a titularidade ou substituir mantendo o mesmo nivel. Só tais reservas reforçariam o grupo efetivamente, a ponto de se perder o medo de se jogar com corda esticada. O ponto de contratar forte e reforçar bem o grupo como tipicamente fazem os clubes europeus ricos não é fazer um segundo time, mas ter reposição de alto nivel. Isso permite jogar o tempo todo no limite, porque se alguém arrebentar será bem substituído.

    Em 2001, o Grêmio tinha quatro zagueiros (só para citar os melhores no grupo) para escolher três, no 3-5-2 de Tite: Marinho, Polga, Galvão e Roger (Rubens Cardoso era o ala, Roger era zagueiro mesmo - e sempre teve jeito para isso, apoiava pouco o ataque antes). Se fosse assim hoje, não teríamos medo de uma lesão de Geromel, que jogaria mais vezes e o Grêmio ganharia mais com isso. Ainda naquele time de 2001, Rodrigo Mendes era titular com Marcelinho Paraíba, se machucou num Grenal no ruralito e Luis Mário, que já era ótimo reserva, entrou e, como se esperava, manteve o nível e até melhorou o time, já que era melhor, como atacante, que Mendes. Saía o Tinga, entrava o Fabio Baiano mantendo o apoio com muita qualidade a partir da maia cancha (e ele tinha experiência de lateral, sua posição de origem no Flamengo).

    Abstraindo: corda esticada no cara titular "A", se este se cansar ou machucar entra o "B" e ele mantém o nível, corda esticada nele também; se "B" se cansar ou machucar, entra o "C", que mantém o nível e se "C" cansa ou se machuca, "A" e "B" já estarão à disposição. Isto é, time no limite sempre, tirando frutos de jogar assim, com a corda esticada (que é evidentemente a condição de máximo rendimento e melhores resultados) sem ficar sem ninguém para substituir, sem pagar preço técnico, só pagando o preço da grana de ter tantos talentos. Citei "A", "B" e "C", mas com dois já funcionaria essa tese.

    E assim, jogos como aqueles contra Sport e Palmeiras seriam jogados, se não com titulares, com misto: por essa confiança no substituto, tão bom que seria talvez o "verdadeiro titular" poupado. (sem falar que lesão nenhuma poderia ocorrer; quando poupam jogadores parece que a lesão é certa se escalados fossem!) Reservas qualificados, semititulares, mantém sempre o time em alto nivel, sem necessidade de se poupar, lesionou um entra o outro que talvez nem perca a posição mais, e nível sempre no alto. Nunca o Grêmio terá dois times, mas o único time jogará sempre, eis a maravilha de se ter um grupo forte. Em 1996 a torcida não tinha medo de lesão de Adilson, porque tinha no banco nada mais nada menos que Mauro Galvão. Dava para jogar com corda esticada sempre, com todos os resultados bons que isso trazia, pintou problema de cansaço ou lesão, "que pena": tem o Mauro Galvão!

    Em relação ao Grêmio atual, no entanto, fica o problema: de onde tirar grana para ter uns 16 titulares? Talvez deva focar em fechar os buracos no time titular, porque um título ainda fica com quem tem melhor time titular, porque este time é o que mais joga. Grupo desequilibra no "empate de forças" entre os times titulares.

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    1. O dinheiro não é tão significativo, por incrível que pareça; quando trato de contratações, me refiro a boas opções, veja que há 4 titulares do Grêmio que não saíram caros: Leonardo Moura, Bruno Cortez, Arthur e Michel. O problema é quando o treinador olhar para o banco e ver Negueba, William Schuster, etc...

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    2. É verdade, Bruxo, mas aquele famoso "olho clínico" é mais raro, se afunda mais e mais nos jogadores empurrados por empresários malandros a cada ano que passa, e o índice de erros grana torrada no varejo é cada vez mais alta. E para repor se gasta quase tudo que arrecada, e isso se arrecadar algo bom imediatamente. Uma coisa que o Grêmio deve lembrar é que vendas de jogadores representam uns 20% apenas do que um clube arrecada tipicamente. A maior parte da grana vem de coisas que vão ao encontro de se manter time, ser campeão, fortalecer prestígio: grana de TV, quadro social, patrocínios, etc.

      Com todos esses boatos de vendas (agora o da Sampdoria com 18 milhões de euros por Luan, pouco, ainda mais se considerar o que ficará, líquido, para o Grêmio), solto foguetes se o Grêmio ficar no 0x0 de compras e vendas.

      O Grêmio tem que botar na cabeça o seguinte: quantos anos leva entre cada oportunidade de ganhar competições do nivel de Brasileirão, Libertadores e Mundial? Deve lembrar que não é todo ano que pode ganhar estes títulos imensos (e enriquecedores), não são como ruralito, Primeira Liga e Copa do Brasil! É hora de ter coragem, buscar empresários, empréstimos, ao menos para entregar quem for negociado só em janeiro, e mesmo a maioria dos europeus fortes não tem pressa.

      Vivemos um ano potencialmente histórico e não se pode deixar quebrar isso perdendo "soldados" como em anos ordinários; se alguém sair, que seja em janeiro! Time que mostra ser vencedor atrai gente que possa dar uma "ajuda" financeira, aqueles gremistas ricos que se afastam quando o Grêmio é perdedor. Não cobro reforços, só cobro a manutenção do time seis meses mais! E que no ano que vem a filosofia moderna do time de marcação alta, aproximações, toque de bola, posicionamento etc, essa modernidade que diferencia o Grêmio do atrasado futebol sulamericano e brasileiro e o aproxima da europa continue com novos jogadores escolhidos a dedo que substituam os que saírem (espero que poucos, 2 no máximo, para não quebrar a continuidade), com tempo para trabalhar e se adaptar ao estilo e ainda o evoluir, fazendo o time de 2018 tão ou mais competitivo quanto o deste ano.

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    3. Rodrigo, perfeito!
      O olho clínico que trouxe, por exemplo, um goleiro sem grande histórico, reserva do Andrada mais tarde do Leão, que fora o Grêmio e Vasco, só conseguiu Náutico e Coritiba na biografia; refiro-me a Mazaropi, figura fundamental nas conquistas dos anos 80.
      Também concordo com a observação que estamos vivendo um momento mágico, que poderá ser prejudicado por detalhes; detalhes estes que estão à mão da Direção. Um craque vendido, mas entregue somente em 18, um goleiro incontestável, a preservação de Geromel, tudo isso deve ser medido o estrago de um "movimento em falso" dos dirigentes.

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    4. Olha essa, Rodrigo; tudo a ver com nossa postagem:
      https://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2017/07/08/paulo-victor-ganha-boas-vindas-de-leo-moura-e-chega-segunda-ao-gremio.htm

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  2. A linha do Grêmio é muito boa, e acho que o Grêmio não tem grana para contratar alguém que desbanque titulares, mas talvez boas "sombras", como Arroyo. Um melhor goleiro seria uma tremenda contratação, eu já estaria satisfeito. Algum outro titular seria complicado. Imagine que se contrate alguém melhor que Michel, será que ele se adapta ao estilo de jogo do Grêmio? Tem esse aspecto coletivo a se levar em conta também. O Palmeiras, se meter 4 novos titulares no time seria uma maravilha para os seus adversários imediatos: não teria entrosamento, seria um amontoado, como tem sido na maior parte do ano. Seria um desespero de um time que sofre com o Bullying "não tem mundial"...

    As compras do Grêmio, a "loucura do Grêmio", como diria Bolzan, deveria ser "contratar o próprio time", isto é, negociar a manutenção de jogadores. O Grêmio pode melhorar esse time, mas não por contratações impulsivas. O Grêmio não é assim. A maior contratação, seja agora, seja para a próxima temporada é a filosofia de futebol, esta que o Grêmio mantém há dois anos, esse estilo de jogo. E a melhor forma de manter isso é mantendo jogadores que você sabe se encaixaram. "Contrata" o Pedro Rocha! contrata o Arthur, o Luan! Luan sai em janeiro, ok, beleza: o Grêmio "o contratou por empréstimo" de seis meses!

    Arroyo não substitui Rocha, ele me parece mais um concorrente para Luan e Bolaños. Não me serve trocar o certo pelo incerto, ainda mais com Pedro Rocha, (sou "pedrorochista" rs), que com a metade do tempo de Luan é tão titular e importante quanto Luan - e mais difícil de substituir que Luan. Luan, vamos lembrar, teve raros momentos de brilho nesses 4 anos de Grêmio, e antes de Barrios entrar no time na lesão de Bolaños estava jogando pouco, beirando a reserva, com muitos dizendo que ele, e não Wallace, deveria ser vendido: é o mais badalado, em tese o mais próximo de interessar alguém com grana para venda. Uma coisa que eu gostaria de ver seria o time titular sem Luan, suspenso digamos: acredito que o time manteria a mesma postura, mas ficaria só um pouco burocrático - ou não, se Miller o substituir e jogar a bola de antes da lesão. Substituir Pedro rocha? Bem mais complicado, não tem no grupo alguém como ele. O considero uma das bases desse Grêmio moderno.

    Eu acho que o Grêmio deveria investir no que tem. Salário alto é coisa que se dá, prioritariamente, para manter seus talentos, um cara como o Arthur aparece numa empresa e imediatamente triplicam e renovam o contrato por longo tempo. E renovam a cada seis meses! O Grêmio já fez isso ou esperará, sem aumento ao garoto, o contrato ter menos de um ano de validade para renovar? Tem que renovar a cada seis meses! Fazer de Arthur, Pedro Rocha, Luan e outros os "caros" que saem baratos. Garante isso e depois vai atrás das incertezas tipo Arroyo, se sobrar grana. Se o Grêmio tivesse essa política de gestão muitos talentos seriam mantidos (e se saíssem renderiam muito mais que Arroyo vai render quando sair, talvez sem retorno técnico.)

    Sempre vale a pena pagar bem pelo bom produto, pelo bom serviço, pelo bom profissional, pelo talento. É assim dentro do futebol, numa empresa moderna e na vida pessoal. Se vou num lugar "caro" e o serviço é excelente este lugar terá a minha grana de novo, serei fiel ao lugar. O que o Grêmio gasta com esse Arroyo deveria ser gasto (já que não contratarão goleiro, mas mesmo que contratasse um) em simplesmente valorizar seus profissionais que provaram que trazem retorno, os deixando felizes com a empresa, estimulados e com vontade de permanecer. Arroyo não mostrou nada no Grêmio, obviamente, mas já chegará recebendo muito, com 30 anos, e já sentado na janelinha... Eu acho que o Grêmio deveria sempre deixar a maior parte do que paga a cada jogador na dependência da produtividade, independentemente de salários fixos.

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  3. Esse é o ideal, algo que venho escrevendo há tempos, isto é, manter os da base sem que os direitos federativos ou algo parecido sejam fatiados. O salto de qualidade do Grêmio veio quando manteve as revelações da base.

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  4. A maior contratação que o clube pode fazer é manter o atual plantel.
    Luan, Ramiro, Pedro Rocha, Arthur, Everton, Jailson, Bolaños, Gastón, Geromel e Marcelo Grohe já foram sondados em algum momento neste ano. Michel veio por empréstimo e já passou da hora de realizar a contratação definitiva. Cortez, Léo Moura e Bruno Rodrigo vieram até o fim do ano. Dependendo, já podem assinar com outros clubes. Lucas Barrios, na mesma situação, não possui renovação automática e já foi sondado.
    Até o final do ano poderemos ter perdas, então, como plano B, devemos repô-las.
    Se for possível, ainda, aí sim, buscar os complementos para tornar este plantel mais completo.
    No mínimo, um zagueiro que saiba jogar dos dois lados, um lateral esquerdo, um volante polivalente e um atacante nos moldes do Lucas Barrios ou até mais completo como Marco Ruben e Calleri.
    Gostaria de mais, mas é pedir muito.
    Seria uma vitória mantê-los até final de 2018. Certeza de títulos, a não ser, claro, que também nós tenhamos o nosso “Sarriá”.

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  5. Arih
    Até nem peço muito (Calleri, Lucas Pratto), mas se o Grêmio nesta maré que está, ou seja, vencendo e convencendo, não sair do buraco financeiro, aí fica difícil acreditar em grandes títulos.
    Tens razão; a preservação da gurizada é que alavancou o Grêmio daquela modorra dos anos recentes.
    Dá para ir além, conquistando taças.

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    1. Para isso, já comentei a algum tempo, a torcida tem que fazer sua parte. Qual? Se associar ou, no mínimo, se tornar sócio torcedor que é a mais acessível das modalidades.
      O sulista em geral já percebeu que a ÚNICA maneira de fazer frente aos do Rio-São Paulo é por esse caminho, o torcedor participar. Eles possuem uma mídia que age a favor deles, com isso conseguem os melhores valores de televisão, patrocínio, parcerias (fora as maracutaias).
      Como você pode fazer frente a isso? Como montar um grande time sem recursos? Só a base não sustenta. Pode agregar como atualmente, mas não preenche todas as posições com qualidade.

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