Páginas

terça-feira, 10 de abril de 2018

Opinião



Já fez História


Lendo os comentários do Paulo Juliano e Glaucio na postagem de ontem, eu afirmo sem receio de cometer um excesso, que este Grêmio de Bolzan Jr, Renato e cia, já está na história vitoriosa do clube.

Estes quatro triunfos entre Dezembro/16 e Abril/18, isto é, conquistados em menos de dezoito meses; e aí estão computados à época, a inédita quinta Copa do Brasil, a terceira Libertadores com o adicional de ver Renato campeão como jogador e técnico, feito único para brasileiros; a segunda Recopa em cima do Rei de Copas, o Independiente, por fim, uma quebra de jejum de oito anos sem ganhar o Estadual; isso robustece individualmente cada item deste conjunto de títulos. Também, uma decisão de Mundial com o Real Madrid. Não é pouca coisa.

Este Grêmio atual percorre a galope, semelhante trajetória que Luiz Felipe e Fábio Koff realizaram em três temporadas (94 a 96). Falta um Brasileirão e mais algumas “firulas” nem tão relevantes para Renato igualar a melhor passagem de Felipão pelo Imortal; os famosos anos 90.

Para uma comparação individual, tem-se: Grohe e Danrley. O segundo tem numericamente, mais jornadas marcantes, porém, tecnicamente; equivalentes.

Na zaga, desconfio que apenas Pedro Geromel formaria naquele time de Luiz Felipe que tinha Rivarola, Adilson e Mauro Galvão, entre 95 e 96, não esquecendo de Paulão e Agnaldo, a de 94, excelente zaga.

No meio, Arthur  e Luan jogariam tranquilamente ao lado de Dinho.

Na frente, o que pode parecer barbada para Paulo Nunes e Jardel; digo que Éverton e André poderão “encostar” a performance ofensiva do ataque, sem ter o brilho da dupla espetacular: Um goleador da LA, outro do Brasileirão.

Então, a história individual e coletiva do grupo de vinte e poucos anos passados, ainda é mais luzidia, entretanto, dela (a história) já temos “The End”; a atual tem fôlego e tempo para acrescentar mais taças no armário e botar uma interrogação nas discussões de bar.

Qual o melhor?

16 comentários:

  1. Gosto mais da maneira que esse time joga, mas ainda falta o brasileiro.
    Sonhando:
    Marcelo, Arce, Geromel, Adilson e Roger, Dinho, Arthur, Goiano(Arilson), luan, Paulo Nunes e Jardel.
    Técnico: Renato

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito boa formação, Carlos.
      Dúvidas no gol e na casamata. No meio, eu prefiro Luis Carlos Goiano.

      Excluir
  2. Já está na história, com certeza. Mesmo porque a maioria dos torcedores não possuem parâmetros anteriores. No máximo, lembram do time do Felipão ou olham títulos, sem terem parâmetros de qualidade. Desse modo, este não sairá da memória. Mas há vários que poderiam equilibrar as comparações. Para os que torcem desde os anos 60, veem, sete times muito bons.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Arih
      O de 83, por exemplo, era mais desequilibrado; havia De Leon, Tita ou Mário Sérgio e sobretudo, Renato.Estes estavam muito acima dos demais, que eram excelentes, mas na comparação com esse trio, viravam coadjuvantes.Paulo Cesar Caju era outro extra-classe.

      Excluir
    2. Pelo contrário. No meu modo de ver os times de 81 a 83 foram os mais equilibrados e justamente por isso possuem os maiores títulos. Claro que em qualquer time há os fora de série, há a espinha dorsal. Como você mesmo disse, alguns outros eram excelentes. Paulo Roberto jogava bem desde o Brasileirão de 81 e chegou à final Mundial de 83 jogando muito. Se não foi protagonista, foi essencial. China realmente não era protagonista, mas jogou muito bem de 81 a 83. Trouxe muita segurança mesmo sendo jovem. Você colocou Tita e esqueceu de mais dois protagonistas neste período: Osvaldo e Paulo Isidoro. Também nessa fase dois ótimos goleiros: Leão e Mazaroppi. Onde fica Baltazar nesta história? Você esqueceu ainda do imortal Tarciso. Mesmo em final de carreira, jogando muito. Para os que não viram, os times campeões Brasileiro 81, Libertadores e Mundial 83 eram como se você juntasse as virtudes do time de hoje com as virtudes do time da era Felipão (ótima qualidade e racional com muita raça e entrega). E, claro, o cara que desequilibrava: Renato.
      Mario Sérgio só jogou a final Mundial e isso porque perdemos Paulo Isidoro e Tita, ficando só Osvaldo. Mas sim, acrescentou qualidade e controle de jogo. Agora, o Cajú jogou muito no Botafogo. Sua passagem anterior no Grêmio era só “meio PC Cajú”. Na final Mundial o Paulo César só serviu pra uma coisa: o psicológico. Era o único que os alemães conheciam por ter jogado na seleção e na França. Jogou só no nome. Não fez nada além de um “feijão com arroz” em Tóquio. Bonamigo teria jogado muito mais do que ele (o que, aliás, ocorreu).

      Excluir
    3. Tempos atrás eu revi todos os jogos desde o mata-mata da libertadores 95, e a final contra o Ajax.

      Na minha opinião, o time de agora joga mais futebol, é tecnicamente melhor, e, além do coletivo tem "craques" que desequilibram. De repente os adversários atuais exijam menos, e aí vem essa impressão.

      Enfim, difícil comparar times de épocas distintas, mas ver o futebol atual me agrada mais.

      Excluir
    4. Glaucio, realmente é difícil comparar épocas diferentes. Muita coisa muda (táticas, ambientes, juízes, condições, corrupção, ...). Por isso creio que só quem viveu cada uma das épocas pode comparar parcialmente, se procurar ser isento e deixar paixões de lado (se não você só olha os números, os títulos, o que nem sempre diz tudo, apesar de ser um bom indicativo). É o caso, por exemplo, de Pelé e Maradona. Cada um jogou muito na sua época. Aí entra mais um fator: a opinião geral, mundial. Por isso Pelé é considerado rei e não Maradona (apesar dos argentinos desejarem o contrário; paixão, bairrismo, apesar de ter jogado muito). Também concordo que o time de hoje é mais técnico do que o de 95. Mas o de 95 tinha uma coisa maior e melhor do que o de hoje: entrega, garra, intensidade; ou seja, compensava. Por exemplo: o de 95 foi capaz de jogar de igual para igual contra uma seleção chamada Ajax, e por detalhes não venceu. O de 2017 foi capaz de jogar contra uma seleção chamada Real Madrid e não jogou de igual para igual, embora tenha tentado nos minutos iniciais e, apesar de ter perdido por detalhes.

      Excluir
    5. Arih
      Talvez seja do meu imaginário; mas a diferença que fizeram Mário Sérgio e Renato na final, me faz crer que não venceríamos o Mundial.
      Não vi isso nesta contra o Real Madrid. Lembra da bola "impossível" que o Mazaropi pegou na prorrogação? Detalhes que fazem a diferença.

      Excluir
    6. Bruxo, você remete a eterna discussão, de sua parte e somente ao seu ver, de Marcelo Grohe ser ou não um excelente goleiro. Ele, de modo algum teve alguma participação no gol de Cristiano Ronaldo (e isto é cristalino). Assim como o time sabe que na sua última linha de defesa tem um grande goleiro e confia nele, o goleiro confia no seu time e não fica conjecturando se a barreira vai abrir ou não. Portanto, não vem ao caso o detalhe de uma “defesa impossível”. Além disso, o Real Madrid, neste jogo, não produziu tanto para forçar “defesas impossíveis”. De outro lado, realmente a ausência de alguns pode fazer falta decisiva. Contra o Real Madrid, Arthur fez falta (não decisiva, mas fez), aliado a falta de uma maior participação de Luan, Fernandinho e Lucas Barrios (estes não jogando tudo porque já sabiam que não ficariam na equipe para o outro ano), deu uma tranquilidade muito maior para os madrilenhos jogarem a vontade, a despeito da alta qualidade deles. Particularmente vejo em Luan um jogador fora de série, não muito, mas de qualquer modo bem acima da média no Brasil de hoje. No entanto, ainda não o considero um craque. Falta-lhe bater no peito e dizer aos demais: segurem lá atrás que eu resolvo lá na frente. Este vídeo é que Renato deveria mostrar pra ele. Do jeito que foi, a seleção Real Madrid jogou com uma única preocupação: cozinhar o jogo até um gol aparecer naturalmente. Quanto ao Mário Sérgio, inegavelmente foi muito importante. Ajudou a controlar o jogo, ditar o ritmo. Mas quem decidiu foi Renato. Sem Renato diria com certeza que não venceríamos (muito embora, o time todo jogou certinho e deu este suporte; portanto, também méritos aos demais).

      Excluir
    7. Arih
      Deixo link de nossa postagem sobre a decisão Grêmio 0 x 1 Real Madrid.
      Isentei o goleiro gremista naquela bola; está escrito lá.
      Mas, não nego que ver que o Vanderlei do Santos vem fazendo, me convence do tipo de goleiro que gosto; pega bolas ditas impossíveis com muita frequência, muitas vezes no mesmo jogo.

      Excluir
    8. Eis o link:
      https://bruxotricolor.blogspot.com.br/2017/12/opiniao_63.html

      Excluir
  3. Glaucio, resumindo: o Grêmio de 95 "não venceu por detalhes"; o de 17, "perdeu por detalhes" (uma sutil diferença). Não que não tenha, mas gostaria que o de hoje, com a técnica que tem, tivesse um pouquinho a mais de entrega, de determinação que o de 95 tinha. Aí, se juntaria ao de 83 e teria mais títulos á frente para conquistar.

    ResponderExcluir
  4. Só um detalhe que gostaria de acrescer nessa discussão; nesta quadra da história - de vendas cada vez mais precoces para Europa e, agora, mercados menos vistosos, mas extremamente lucrativos - considerado uma façanha, verdadeiro feito ter reunido um grupo que mereça, no mínimo, comparação com os times mais memoráveis do tricolor.
    Pra mim é marcante viver isso.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Com certeza Paulo Juliano. Mesmo que não vença mais nada, este time já está na história. Méritos da atual gestão e situação geral do clube. E tem como buscar mais. Quanto a nós que já vimos e a torcida que ainda não havia visto grandes títulos, é um privilégio.

      Excluir
    2. Perfeito, PJ!
      O mérito desta direção é muito grande; os títulos, a parte mais visível, mas a manutenção de grandes atletas e a saúde financeira do clube devem ser sempre lembradas.

      Excluir
  5. Falei que, no meu modo de ver, há sete “grandes” (boas) equipes que já vi.
    Pela ordem: a do período de 81/82/83 (a melhor de todas); a dos anos 60 hepta campeã (que merecia um título nacional ou internacional; mas eram outros tempos, outra mentalidade); a equipe atual 2016/17/18; a da era Felipão (95/96); a do período 77/78/79 (já me referi aqui que foi uma pena esta equipe não ter vencido uma competição nacional ou internacional; era muito boa; mas, nem sempre ótimas equipes são vencedoras); a que projetou Tite para o cenário nacional (2001); a campeã da primeira Copa do Brasil 89 (poderia incluir outras dos anos 80, mas esta sintetiza esse período com um título, encerrando um ciclo vitorioso, na década).

    ResponderExcluir