Opinião

O Ópio do Povo

Poucas vezes, eu vi a aplicação, a prática, da expressão que dá título a esta postagem: - O Futebol é o ópio do povo.

Originalmente, frase utilizada para representar a alienação das pessoas diante de acontecimentos ditos mais relevantes, substituídos pela paixão pelo futebol. Este funcionaria como anestésico ou sedativo social.

Mas não é essa propriedade do ópio a que me refiro aqui. Trata-se de outra característica do seu uso contínuo: A deterioração intelectual e irritabilidade crescente.

Sem ver seu clube do coração nos embates da decisão do Regional gaúcho, a Nação Vermelha, aqui me refiro aos torcedores, a mídia saída do armário e também incluo os enrustidos, que se fardou (a Nação Vermelha) sem constrangimentos nesta cruzada pós-jogo.

Ela minimizou todo o mérito Tricolor na goleada de ontem, que acrescida às demais das fases anteriores, aí inserida uma surra de 3 a 0 em Grenal, fazem do Imortal o melhor ataque da competição; para elevar a mais alta condição, um hipotético erro de arbitragem, ignorando a orientação da Comissão de Arbitragem que quer ver punida a prática antidesportiva das faltas em rodízio sobre os craques, no caso específico, Luan. Dane-se o Fairplay.

A indignação de meus colegas de trabalho (os tais torcedores) associada ao que eu vi nos meios de comunicação (os tais saídos do armário + os enrustidos), ambas observações, comprovam que o futebol tem a capacidade de mexer com as mais profundas raízes sociológicas, independente de classes sociais, econômicas ou culturais. Para eles, quem goleou o Brasil foi a arbitragem. A preferência clubística aflorou sem pedir licença.

O desfecho do Gauchão possibilita relevante objeto de análise, fornecendo “material” (subsídios, elementos) para cientistas sociais, psicólogos, profissionais da comunicação social e afins.

Os gremistas assistem de um local privilegiado o final da competição e seus desdobramentos sociológicos.