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sexta-feira, 13 de julho de 2018

Memórias



Memórias (13) – Ano – 1998

A “Letra” Escandinava

Fonte:https://vejario.abril.com.br

Esta Copa realizada na França, com certeza, aquela que eu mais desejei que o Brasil não conquistasse, seguiu o padrão de pobreza técnica das duas últimas edições.

Meu sentimento decorreu da profunda aversão que tenho ao profissional Mário Zagallo, de sua injusta atitude com o craque Everaldo, lá em 1972. Um “crime” perpetrado contra o nosso lateral tricampeão, companheiro de Pelé, Tostão & Cia. Também pela minha eterna desconfiança quanto à sua responsabilidade, seu mérito pela conquista nos campos mexicanos.
Em 74, suas declarações antes e especialmente pós Copa, atestaram que o alagoano não havia entendido nada da revolução holandesa comandada por Rinus Michels e seus pupilos.

Depois veio a conquista do tetra na loteria dos tiros livres e lá estava ele como “assessor técnico” de Parreira. Pergunto: Faria falta?

Essa credencial, em parte “apagou” o seu mau desempenho  na edição sediada pela Alemanha Ocidental, vinte anos passados; resultado: Herdou o cargo de treinador para a Copa da França. Assim sendo, Zagallo teve nova chance para tapar a boca de seus críticos. Não foi isso que se sucedeu.
Seu começo em 98 apresentou uma convocação recheada de nomes nada convincentes, casos dos defensores Zé Carlos, Júnior Baiano, Gonçalves e a novidade Leonardo, ex-lateral, como meio-campista numa tentativa de reedição de Júnior (86) e Mazinho (94). Acrescente-se a isso, o agonizante desgaste do corte de Romário, cujo rancor escancarou-se.

A condução do time suscitou desconfianças, mas dentro de um grupo “mamão com açúcar”, as duas vitórias iniciais contra Escócia e Marrocos, entusiasmaram os otimistas de plantão, os mesmos ufanistas de sempre na mídia esportiva nacional.

Desse jeito, o Selecionado Canarinho chegou para o seu terceiro compromisso frente  a Noruega, um país sem tradição no futebol, mas com uma marca muito interessante:

Mantinha-se invicta contra o Brasil. Já na Copa conquistara apenas dois empates, por isso, precisava bater o atual campeão mundial, aliás, tetra. Um feito praticamente impossível. Um milagre! Como pensavam os noruegueses.

A equipe nórdica saiu perdendo; Bebeto aos 33 minutos da etapa final abriu o marcador. O artilheiro Tore Andre Flo deixou igual aos 38,  numa vitória pessoal sobre Júnior Baiano.

Aos 43 minutos, o lance capital: Pênalti convertido por Rekdal. Ninguém viu o porquê de tal marcação. Um escândalo! O Brasil estava sendo garfado à vista de todos.

O juiz norte-americano Esfandiar Baharmastr foi crucificado. Virou inimigo público. Uma conhecida dupla da televisão, um analista de arbitragem e outro, patético animador de torcidas, detonou o pobre árbitro.

Passados dois dias, a televisão sueca, portanto, neutra, apresentou o puxão escandaloso de Júnior Baiano em Tore Flo (vide foto acima). Penalidade máxima indiscutível. Resultado justo e acima de tudo, honesto.

Aquela derrota deu pistas; a Noruega dera a “letra”: O Selecionado Canarinho estava mal preparado para levantar o caneco.

Entretanto, a Copa era composta por um amontoado de ruindades e o Brasil seguiu respirando o “penta”.

Passou bem pelo fragilíssimo Chile, sofreu contra a Dinamarca, superou a Holanda numa decisão dramática, onde brilhou Taffarel até chegar à final.

Ao cruzar com a França de Zidane, o Brasil caiu na real e foi goleado impiedosamente, 3 a 0, naquela que se tornou a mais tranquila das decisões. Parecia ficção.  Uma Argentina x Peru, duas décadas depois.

Apesar da derrota cristalina, o “professor” Zagallo saiu de campo sem entender nada do que acontecera.

Para mim, aquela derrota para a Noruega indicou que o Brasil ainda não estava preparado para uma nova conquista tão cedo. Precisava rever conceitos.

Fonte: https://esporte.uol.com.br
            http://esportes.terra.com.br



2 comentários:

  1. A respeito de Zagallo, concordo plenamente com o texto do Bruxo Niederauer! Sempre pensei isso a respeito do "lobo". Tivemos que engolir esse farsante por muitos anos. Os prejuízos foram grandes. Tem mais uma que eu não esqueço, não sei se é verdade... ouvi dizer que, quando da convocação do Júlio César, o empresário do goleiro era o filho do Zagallo. Se for verdade, é mais um ponto negativo para o velho lobo.

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  2. Ayrton
    Não duvido. Não entendo a reverência da imprensa gaúcha por ele que reiteradas vezes prejudicou os que nascem em nosso pago.
    Abraços.

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