Memórias (13) – Ano –
1998
A “Letra” Escandinava
Fonte:https://vejario.abril.com.br |
Esta Copa realizada na
França, com certeza, aquela que eu mais desejei que o Brasil não conquistasse,
seguiu o padrão de pobreza técnica das duas últimas edições.
Meu sentimento decorreu
da profunda aversão que tenho ao profissional Mário Zagallo, de sua injusta
atitude com o craque Everaldo, lá em 1972. Um “crime” perpetrado contra o nosso
lateral tricampeão, companheiro de Pelé, Tostão & Cia. Também pela minha
eterna desconfiança quanto à sua responsabilidade, seu mérito pela conquista
nos campos mexicanos.
Em 74, suas declarações
antes e especialmente pós Copa, atestaram que o alagoano não havia entendido
nada da revolução holandesa comandada por Rinus Michels e seus pupilos.
Depois veio a conquista
do tetra na loteria dos tiros livres e lá estava ele como “assessor técnico” de
Parreira. Pergunto: Faria falta?
Essa credencial, em
parte “apagou” o seu mau desempenho na edição sediada pela Alemanha Ocidental, vinte anos passados; resultado: Herdou o cargo de
treinador para a Copa da França. Assim sendo, Zagallo teve nova chance para
tapar a boca de seus críticos. Não foi isso que se sucedeu.
Seu começo em 98 apresentou
uma convocação recheada de nomes nada convincentes, casos dos defensores Zé
Carlos, Júnior Baiano, Gonçalves e a novidade Leonardo, ex-lateral, como
meio-campista numa tentativa de reedição de Júnior (86) e Mazinho (94).
Acrescente-se a isso, o agonizante desgaste do corte de Romário, cujo rancor
escancarou-se.
A condução do time
suscitou desconfianças, mas dentro de um grupo “mamão com açúcar”, as duas
vitórias iniciais contra Escócia e Marrocos, entusiasmaram os otimistas de
plantão, os mesmos ufanistas de sempre na mídia esportiva nacional.
Desse jeito, o
Selecionado Canarinho chegou para o seu terceiro compromisso frente a Noruega, um país sem tradição no futebol,
mas com uma marca muito interessante:
Mantinha-se invicta contra
o Brasil. Já na Copa conquistara apenas dois empates, por isso, precisava bater
o atual campeão mundial, aliás, tetra. Um feito praticamente impossível. Um
milagre! Como pensavam os noruegueses.
A equipe nórdica saiu
perdendo; Bebeto aos 33 minutos da etapa final abriu o marcador. O artilheiro
Tore Andre Flo deixou igual aos 38, numa
vitória pessoal sobre Júnior Baiano.
Aos 43 minutos, o lance
capital: Pênalti convertido por Rekdal. Ninguém viu o porquê de tal marcação.
Um escândalo! O Brasil estava sendo garfado à vista de todos.
O juiz norte-americano Esfandiar Baharmastr foi crucificado. Virou inimigo público. Uma conhecida dupla da
televisão, um analista de arbitragem e outro, patético animador de torcidas, detonou o
pobre árbitro.
Passados dois dias, a
televisão sueca, portanto, neutra, apresentou o puxão escandaloso de Júnior
Baiano em Tore Flo (vide foto acima). Penalidade máxima indiscutível. Resultado
justo e acima de tudo, honesto.
Aquela derrota deu
pistas; a Noruega dera a “letra”: O Selecionado Canarinho
estava mal preparado para levantar o caneco.
Entretanto, a Copa era
composta por um amontoado de ruindades e o Brasil seguiu respirando o “penta”.
Passou bem pelo
fragilíssimo Chile, sofreu contra a Dinamarca, superou a Holanda numa decisão
dramática, onde brilhou Taffarel até chegar à final.
Ao cruzar com a França
de Zidane, o Brasil caiu na real e foi goleado impiedosamente, 3 a 0, naquela
que se tornou a mais tranquila das decisões. Parecia ficção. Uma Argentina x Peru, duas décadas depois.
Apesar da derrota
cristalina, o “professor” Zagallo saiu de campo sem entender nada do que
acontecera.
Para mim, aquela derrota
para a Noruega indicou que o Brasil ainda não estava preparado para uma nova
conquista tão cedo. Precisava rever conceitos.
Fonte: https://esporte.uol.com.br
http://esportes.terra.com.br
http://esportes.terra.com.br
A respeito de Zagallo, concordo plenamente com o texto do Bruxo Niederauer! Sempre pensei isso a respeito do "lobo". Tivemos que engolir esse farsante por muitos anos. Os prejuízos foram grandes. Tem mais uma que eu não esqueço, não sei se é verdade... ouvi dizer que, quando da convocação do Júlio César, o empresário do goleiro era o filho do Zagallo. Se for verdade, é mais um ponto negativo para o velho lobo.
ResponderExcluirAyrton
ResponderExcluirNão duvido. Não entendo a reverência da imprensa gaúcha por ele que reiteradas vezes prejudicou os que nascem em nosso pago.
Abraços.