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segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Opinião



Renato e os novos Sashas

Sábado retrasado assisti com meu sobrinho e minha filha um faroeste-spaghetti, O Dia da Ira com Giuliano Gemma e Lee Van Cleef. Era a história de um bastardo, Scott (Gemma) desprezado e humilhado por toda a sua cidade, até que conheceu um pistoleiro, Frank Talby (Cleef) que lhe ensinou a arte de se defender.
Um dia, na última lição, o pistoleiro feriu de morte um oponente. Quando este agonizava, ele apontou a arma e Scott tentou impedir, o pistoleiro disse, depois de dar o tiro derradeiro e mortal, que não se deve dar chances nestas situações, porque lá na frente, eles poderiam se arrepender com o ressurgimento do inimigo.
O Grêmio errou ao dar arreglo ("arrego") nos Grenais decisivos do Gauchão. Deveria ter dado o golpe final. A citada ética entre os profissionais da bola, justificativa para o "pacto" naquela ocasião é sempre inaceitável, quando isso vem associado à falta de respeito para com  uma legião de 8 milhões de gremistas no planeta.  O que resultou disso? O que o Grêmio ganhou com isso? O surgimento de novos "Sashas", os deslumbrados "Rossis, Dourados e Cuestas" que nada ganharam na vida.
Menos mal, que este "remake" poderá ter o mesmo desfecho do original. Para quem não lembra, após a valsa de Sasha, vieram 4 títulos gremistas e um rebaixamento vermelho, afinal, o ano não termina em Setembro.
Renato teve acertos e erros ontem. Os acertos ficam por conta de agir vigorosamente com aquela parcela da imprensa (que bem conhecemos e ele mais ainda) que resolveu "se criar" para cima dele e do Grêmio após o clássico. Sabemos todos que muitos profissionais da área esportiva possuem um jeito muito especial de administrar as suas carreiras, atos que não se aprendem na cadeira de Deontologia no curso. Pena que este acerto do treinador foi fora das quatro linhas.
Os erros ficam por conta dele e da Direção gremista; uns decorrentes de outros, exemplificando: Leonardo Moura só é titular, porque Madson se revelou um equívoco, idêntico caso de Jael, que seria apenas uma alternativa; diante do fracasso colossal de André, virou titular. Convém lembrar que ninguém desaprovou a contratação do camisa 90, mas não dá para persistir no erro.
O buraco no meio de campo é consequência da demora do treinador em efetivar os jovens e porque não dizer, da falta de definição do Departamento Médico quanto às reais condições de Maicon e Michel para encararem um ano tão atribulado.
Cícero, um dos ungidos, demarcou um "quadrilátero" dentro do gramado e ali permanece a maior parte do jogo. Não é culpa dele se manter na condição de titular. Ser "cascudo" também é se auto-proteger. Ele o faz com muita sabedoria. Pena novamente, que o resultado desta ação, não serve para o time.
Outro erro está em não detectar corretamente o que ocorre com Luan. É falta de parceria dentro de campo? São problemas extra-campo? É técnico ou de natureza psicológica seu problema? Resolve sacá-lo do time?
Juninho Capixaba veio fazer turismo em Porto Alegre? O que é necessário para Marinho se adaptar mais rapidamente ao grupo/time?
Bressan é mais uma daquelas insistências nocivas para o time. Por que não a opção pelo rodado Paulo Miranda, agora perfeitamente entrosado com o grupo?
Enfim, são muitas questões, umas, eu consigo dar pitaco, outras, daqui, distante do olho do furacão fica impossível, ainda assim, deixo uma sugestão impostergável, inadiável: A contratação de um 9 para o restante da Libertadores, já que o Brasileirão, mais uma vez, o Grêmio desprezou.
Apesar de tudo isso, se Marcelo Lomba não esperasse até o último instante o movimento de Geromel, provavelmente, hoje estaríamos comentando sobre um empate no Grenal.



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