O Grêmio sabe
Hoje, o meu filho reclamou: - Por que não jogaram assim Quarta-feira?
Essa é a grande questão; o Grêmio fez uma partida correta contra o Libertad, no confronto com o Atlético Paranaense na Arena gremista, idem, diante do Palmeiras no Pacaembu. Não deixou o oponente respirar. Paulo Victor virou assistente privilegiado.
O Tricolor sabe como superar adversários fortes em jogos decisivos, por isso fica a dúvida: Por que se encolheu tanto na desclassificação em Curitiba?
Muitas explicações poderão ser dadas, teses são elaboradas, pitacos serão jogados para cima.
Eu acho que não ficarei fora dessa: Faltou Direção. Ela que tem tantos acertos em sua gestão, não encarou a missão de mobilizar o grupo no vestiário; passou um relaxamento fatal, após a classificação na Libertadores. Baixou a guarda. Se não foi omissa, quase chegou lá.
O recado foi decodificado de forma equivocada pelo elenco, diminuíram a importância da Copa do Brasil e deu no que deu.
Tomara que a Direção tenha aprendido a lição.
Amanhã faz uma semana desta barrocada. Não consigo digerir esta infame desclassificação. Tanto foi o meu nojo que sequer lembrei que haveria um jogo no domingo. Fiquei sabendo do jogo quando este já estava em seu final. Não me dei o trabalho de acompanhar o apito final. Recusei-me.
ResponderExcluirNão sei a idade do teu filho, Bruxo. Mas esta derrota me lembrou de uma outra, muito mais dolorida é claro. Em 95 para o Ajax, na época eu tinha 10 anos de idade. Era esta, a segunda derrota amarga que eu sentia como torcedor do Grêmio, a primeira havia sido também numa final, pela Copa do Brasil daquele mesmo ano para o Corinthians.
Naquela primeira derrota, como qualquer criança de 10 anos faria, eu chorei ao ver meu time perder uma final. Na segunda, chorei mais ainda e não satisfeito, tirei a camiseta, e a atirei com força no chão, tamanha era minha "raiva infantil". Uma hora depois, se não me falha a memória, eu a juntei novamente, depois de ser amparado por minha mãe. Ainda tenho esta camiseta por sinal.
Mas, semana passada, aquela raiva novamente apareceu. Muito maior do que as que eu acabei de citar é claro e, sem o choro, afinal já sou homem feito. Uma criança daquela idade nada entende e é pura passionalidade. O problema é quando depois de adultos agimos como crianças. O que não me sai da cabeça é o chute que dei numa cadeira após o penal desperdiçado por Pepê. Pouco me importei com a restrição de silêncio que o condomínio impõe. E eu nem vi a batida. Ouvi a narração. Faz parte das minhas manias não olhar as batidas quando são a nosso favor. E a raiva nem foi pelo pênalti em si, mas por todo o desenleio daquela partida infeliz. Um Grêmio molenga, apático. Escorado na sua vantagem de papel. E eu, com uma cadeira a menos.
Isso me fez lembrar daquelas paixonites agudas do antigo 1º grau, hoje ensino fundamental. Muito embora a paixão jamais fosse correspondida, bastava um singelo olhar da menina mais bonita da 8º série, para que a esperança de a ter por apenas alguns segundos esmagasse o peito.
Assim, deste modo que eu vejo as Copas. Porém o Grêmio, às vezes, parece fazer o papel da menina da oitava série, e nós meros torcedores, o papel do jovem sonhador adolescente.
Estou apenas esperando a próxima semifinal para que aquela esperança de mais um título esmague novamente o peito de torcedor. Somos no final de tudo, eternas crianças disfarçadas de gente grande quando o assunto é futebol.
Belo relato, Rodrigo
ResponderExcluirTenho certeza que cada um de nós, gremistas ou torcedores de outras equipes, temos histórias parecidas. Raiva ou jurando amor eterno pelo clube, a gente vai tocando a vida.
Muitas foram as vezes na década de 70, que eu me senti assim,e, olha que foram "intermináveis" 8 anos sem títulos regionais. Outros? Nem pensar.
Magnífica a tua última frase. Olhe este história que contei; tinha 19 anos, idade atual do meu piá.
https://bruxotricolor.blogspot.com/2015/07/pequenas-historias_11.html
Até hoje o campeonato gaúcho de 77 é lembrado devido a estes oito anos de hegemonia colorada. Muitos falam sobre o jejum de 15 anos que ficamos sem troféus. Mas este jejum nem se compara ao último. O Grêmio só conhecia o campeonato gaúcho naquele tempo.
ResponderExcluirPara mim foi nesta época que a imortalidade e a gradeza gremista se firmou. O time rival nada mais, nada menos, era o atual bi campeão nacional. Eu não consigo dimensionar o tamanho do sofrimento que os gremistas passaram naqueles oito anos.
Talvez isso explique porque a minha avó é tão fanática e anti-colorado. A alegria dela quando o colorado perde é comparada com a alegria de um título do Grêmio. Ela ao contrário de mim, nem ligou para a derrota para o CAP. Nem xingou o Renato. Estava mais preocupada com um possível Grenal, e ainda disse que se fosse para perder que perdesse logo e não numa eventual final para o arquirrival.
Sábias palavras da tua mãe; se fosse para perder que não fosse em Grenal.
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