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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Opinião



Espinosa: ele estava lá

Valdir Atahualpa Ramirez Espinosa; um nome histórico para gremistas e botafoguenses, mas não apenas por isso.

Espinosa esteve em vários momentos relevantes do futebol gaúcho, nacional e mundial. Muitos, talvez não conhecem ou não lembram parte do que relatarei logo a seguir. Resumindo: ele estava lá.

Espinosa estava no juvenil do Grêmio entre 1965 e 66, quando o time ficou mais de 100 jogos sem perder. Vide Jovem Time dos Sonhos

Esteve no Grenal de inauguração do Beira-Rio, o da pauleira. É ele quem valoriza a "chegada" de Urruzmendi, cai e dá início a briga generalizada.

Esteve no fantástico jogo da desforra ou revanche em 1972, quando os gaúchos se uniram contra o Selecionado Canarinho, um 3 a 3, que só ficou nisso, porque o treinador da terrinha, Aparício Vianna e Silva, pediu para os seus pupilos tirarem o pé do acelerador.

Espinosa igualmente esteve na primeira vitória gremista contra o Santos no Pacaembu, São Paulo, com Pelé em campo; 1 a 0, gol de Alfredo Obberti, quando o goleiro Picasso pegou um pênalti cobrado por Carlos Alberto Torres, o capitão do tri em 70. Espinosa, gremistão, raspou a cabeleira para pagar a promessa pelo feito inusitado. Apareceu de visual novo no Salgado Filho.

Ele estava na leva de gaúchos que faturou o título alagoano pelo CSA em 1974.

Em 1979 foi vice campeão gaúcho treinando o Esportivo de Bento Gonçalves, participando do emblemático Jogo da Neve entre o seu clube e o Imortal. Sua estreia na nova profissão.

Em seguida, trouxe de lá para o Grêmio, o jovem Renato Portaluppi (precisa explicar!!!).

1983, ele conquista a Libertadores e o Mundial pelo Grêmio.

Em 1989 leva o Botafogo a uma conquista monumental, ganhando o campeonato carioca, façanha que não se realizava desde 1968. Lá, ele também virou herói.

Assim como Foguinho, lenda gremista, experimentou (e fracassou a exemplo dele) treinar o Coirmão em 1990.

Ano seguinte, 1991, Espinosa treinando Botafogo de Renato, De Leon e Paulo Roberto, afunda o Tricolor para a segunda divisão no jogo do rebaixamento. Renato não quis jogar, portanto, ficou de fora.

Depois de anos sem muito brilho, retorna ao Grêmio e ajuda Renato e seu clube do coração a reencontrar os caminhos dos títulos relevantes, 2016.

Valdir Espinosa seguirá na história e no coração dos gremistas e dos botafoguenses, em especial.

Para mim, há ainda uma lembrança mais comovente; ele está na foto que ilustrava a minha caixinha (de madeira) de goiabada que virou o lugar onde eu guardava os meus times de botão. A de 1972.

Espinosa, obrigado por tudo.


PS: Procurei e achei a caixinha:



30 comentários:

  1. TÉCNICO da reinauguração do Olímpico. Daison

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    1. "Durante a festa de reinauguração do Estádio Olímpico, o Grêmio venceu o Vasco por 1 a 0. Com gol de Baltazar, aos 38 minutos do primeiro tempo, a partida contou com as estreias do goleiro Leão e do meia Flávio. Além do jogo principal, a equipe de Juniores do Grêmio enfrentou o Matsubara, do Paraná. Bonamigo e Cássio garantiram os 2 a 0 sobre o time paranaense. Desfiles, execução de hinos e sorteios também marcaram a festividade."

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    2. 1º jogo de Valdyr Espinosa como técnico. Substituiu Oberdan Vilain.

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    3. 1º jogo de Valdyr Espinosa como técnico, no estádio Olímpico, para ficar claro. Substituiu Oberdan Vilain.
      Espinosa já havia dirigido o time em dois amistosos anteriores ao jogo contra o Vasco, fora de POA.

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  3. Gracias pela postagem, bruxo.

    Muitos fatos desconhecidos por mim....ele foi muito maior do que eu pensava...

    E sobre Renato, essa de não jogar contra o Grêmio, bah...me fez voltar a considerar um pingo de respeito pela pessoa dela.

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  4. Me intriga uma certa falta de imposição de Renato em relação à manutenção dele em 2017...coisas que nunca saberemos...

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    1. Glaucio
      É chato falar de uma pessoa falecida, mas houve divergências profissionais entre Espinosa e a Direção que por mais incrível que pareça, ficaram acima da ingerência de Renato.

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    2. Por mais que se deva admirar a história e importância do Espinosa como treinador, o que pareceu na entrevista de saída dele em 2017 foi ter sido colocado na geladeira por não estar fazendo contribuições para a comissão técnica.

      As pessoas responsáveis por sua demissão foram Odorico Roman e Saul Bedichevski, até onde eu sei, grandes gremistas e de grande caráter e dedicação.

      A verdade é que o Espinosa, como treinador, perdeu um pouco do ritmo já nos anos 90. Credito a ele o grande aumento das chances do Grêmio ter vencido a Libertadores de 95: o único time à altura naquela ocasião (melhor elenco, na verdade) era o Palmeiras que o Espinosa não conseguiu engrenar, mesmo tendo feito pré temporada pelo Verdão.

      Isso não quer dizer que a história dele não seja muito admirável, mas para mim, ele ficou obsoleto muito cedo na carreira.

      De qualquer forma, uma gigantesca perda
      Caco

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    3. Isso aí, Caco. Era o que eu sabia.

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  5. Ele mesmo se queimou Gláucio. Eu não compactuo com qualquer um que se julgue maior que o Grêmio. Ele nunca disse isso, é verdade, mas suas atitudes falam por si só.

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  6. Fatos interessantes dele como treinador:

    Estreou na casamata em um jogo amistoso contra a seleção Uruguai, o primeiro jogo depois da saida do Oberdan.

    E agora o mais interessante:
    Um mês depois, foi o treinador da estréia do Renato com a camisa do Grêmio, em 26 de Junho de 1980, vitoria de 1 x 0 sobre o Argentino Juniors. Do outro lado estava Diego Maradona.

    Isso mesmo: Renato estreou no Grêmio jogando contra Maradona, com Valdir Espinosa de treinador.

    Aqui está a ficha do jogo:
    https://www.gremiopedia.com/wiki/Ficha_T%C3%A9cnica:Sele%C3%A7%C3%A3o_Uruguaia_1_x_1_Gr%C3%AAmio_-_28/05/1980

    Caco

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    1. Legal, Caco. Esse Neinha, centro-avante, veio do Sport Recife.
      Máspoli, o treinador uruguaio era o goleiro no Maracanazo em 50.

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  7. A caixinha dos teus "puxadores" ainda está intacta, meu amigo?

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    1. Está. Não perdi nenhum "atleta". E a caixa ainda guarda as fotos do Guarani de Campinas e do Ceará na tampa que fecha a caixinha.

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    2. Lembro deles muito bem!



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    3. Não tenho certeza do goleiro se era o Hélio ou o Jorge Hipólito; a defesa, se não falha a memória, era Arthur, Nagel, Mauro Calixto e Paulo Tavares. Depois, eu acho que seguiam Edmar e Joãozinho; Jorge Costa, Samuel, Erandy e Da Costa. Entram no elenco Nado, Magela e Vítor.

      Do Guarani, lembro do Tobias, Wilson, Amaral, Alberto, Bezerra. Flamarion, Alfredo, Dilson, Lola, Clayton, Mingo. Washington fazia parte do teu time. Não tenho certeza se o Zé Ito.

      E o caderninho dos goleadores??? Eheheheheh...bons tempos, meu velho!

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    4. Quase!
      O goleiro era Hélio.
      Faltou o Jáder, ponta direita do São Paulo de Rio Grande que foi para o Bugre.

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    5. O ataque era Jáder, Washington, Clayton e Mingo.

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    6. Putz, Faz pouco tempo, eheheheheh...

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    7. Jader que jogou no Santos, no América-RJ, no Vasco, dentre outros.

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  8. Time de futebol de mesa...ainda guardo dois times. Hehehe


    Tempo bom.

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  9. Descanse em paz, grande Espinosa! Nosso eterno ídolo!
    Legal a história da caixinha, Bruxo. Uma relíquia.

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  10. Lipatin
    Uma relíquia, mesmo, apesar da simplicidade dela.

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  11. https://www.youtube.com/watch?v=L5SWQ-QKl5o
    Alguém lembra desta camiseta do Grêmio. Vejam o segundo de número 14, quase no final do vídeo?

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  12. Achei neste blog:
    https://gremio1983.wordpress.com/2013/01/28/camisa-branca-1972/

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  13. Pois é...2018 e 2019 mostraram que ele não estava fazendo contribuições....

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