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sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

 

Fonte: CBF

Brasil é castigado nos acréscimos e perde para Camarões

Camarões venceu o Brasil por 1 a 0 diante de quase 86.000 pessoas, mas mesmo assim não se classificou para a próxima fase do torneio. Apesar da derrota, o Brasil manteve a liderança do grupo G, por dois gols de diferença para a Suíça, segunda colocada. Formado por reservas, o time que Tite mandou a campo teve alguns destaques.

Devido à classificação conquistada antecipadamente, no jogo de hoje Tite poupou dez jogadores. Apenas Eder Militão foi mantido no time, porém passou da lateral-direita para a zaga central. A cautela do técnico, ao poupar os titulares se justifica, já que Danilo, Neymar e Alex Sandro estão em observação no departamento médico. Daniel Alves atuou pelo lado direito da defesa e com 39 anos e 210 dias passou a ser o jogador brasileiro mais velho a disputar uma Copa do Mundo.

Com o pouco entrosamento entre os jogadores, a Seleção apresentou um jogo veloz, mas de pouca triangulação. Antony e principalmente Gabriel Martinelli criaram as principais jogadas, no primeiro tempo. Rodrygo e Gabriel Jesus desperdiçaram a oportunidade de aparecer para o treinador e para os torcedores.

O goleiro Alisson não foi exigido nos dois primeiros jogos da Seleção, entretanto no jogo de hoje o goleiro Ederson foi obrigado a mostrar suas qualidades, ao fazer boas defesas. Na meta de Camarões, o goleiro Epassy foi destaque ao ser exigido em várias oportunidades.

No segundo tempo, Tite mexeu no time fazendo entrar Bruno Guimarães, Everton Ribeiro e Pedro, além de Marquinhos que ocupou o lugar de Alex Telles, lesionado no joelho direito, após uma queda ao disputar a bola. As modificações feitas por Tite melhoraram o setor ofensivo e o Brasil passou a pressionar a defesa camaronesa. Porém, a afobação e a pressa fizeram com que ataques promissores fossem desperdiçados. Martinelli continuou sendo bem acionado e correspondeu à expectativa.

Aos 92 minutos, Mbekeli recebeu a bola na direita e cruzou na medida para Aboubakar, entre os dois zagueiros brasileiros, mandar de cabeça no canto esquerdo de Ederson. Indefensável! Na comemoração, o camaronês tirou a camiseta e acenou com orgulho para o público. Como já tinha sido advertido com um cartão amarelo, o árbitro mostrou o segundo amarelo e teve que expulsar o artilheiro. O ex-atacante do Porto deixou o campo feliz. O último gol de Camarões, em uma vitória na Copa do Mundo, foi marcado há vinte anos, por Eto’o, atual presidente da federação camaronesa de futebol. Presente no estádio, Eto’o vibrou com o gol e com o resultado.

O Brasil volta a jogar na próxima segunda-feira, às 16h (de Brasília), contra a Coreia do Sul, no Estádio 974, pelas oitavas de final da Copa do Mundo.

Ficha Técnica

CAMARÕES 1 x 0 BRASIL

Copa do Mundo Qatar 2022 - Grupo G - 3ª rodada - Local: Estádio Lusail, em Doha (QAT) - Público 85.986 - Data: 02.12.2022 - Árbitro: Ismail Elfath (EUA) - Cartões amarelos: Tolo, Kunde, Fai, Aboubakar (CAM); Éder Militão (BRA) - Cartões vermelhos: Aboubakar (CAM) - Gol: Aboubakar

CAMARÕES

Devis Epassy; Collins Fai, Christopher Wooh, Enzo Ebosse e Nouhou Tolo; Zambo Anguissa, Pierre Kunde (Olivier Ncham), Bryan Mbeumo (Toko Ekambi), Nicolas Ngamaleu (Jerome Mbekeli) e Eric Choupo-Moting; Vincent Aboubakar.

Técnico: Rigobert Song

BRASIL

Ederson; Daniel Alves, Éder Militão, Bremer e Alex Telles (Marquinhos); Fabinho, Fred (Bruno Guimarães) e Rodrygo (Éverton Ribeiro); Antony (Raphinha), Gabriel Jesus (Pedro) e Gabriel Martinelli.

Técnico: Tite

3 comentários:

  1. Alvirubro
    Assisti o segundo tempo e vi um time desentrosado (normal). Destaques para o volante Fabinho e Gabriel Martinelli, o goleiro Éderson é muito bom, também.
    Pontos negativos, Daniel Alves e Gabriel Jesus. As lesões igualmente são preocupantes.

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    1. Exatamente, Bruxo! O futebol está nivelado. Os jogadores são muito parecidos, em qualidade. Os fora de série estão minguando e as seleções que participam do mundial não são formadas por 11 craques. É possível notar que a distância entre países de primeira grandeza e países secundários, no trato com a bola, já não é grande como antes.

      Provavelmente, as convocações de Daniel Alves e Gabriel Jesus atenderam muito mais a um pensamento em manter o mesmo grupo até o último jogo, do que por falta de outros jogadores com a mesma qualidade. Enfim, tudo dentro da manutenção de uma ideia de mudar pouco, para alcançar os resultados sem queixas ou lamentações internas.

      Lembro-me que na Copa de 2010, a Alemanha amassou a Argentina nas quartas-de-final (4x0) e foi à semifinal contra a Espanha, derrota de 1x0.Os germânicos tinham vários jogadores acima da média, dentre eles Neuer, Khedira, Kroos, Özil, Boateng, Müller, Klose, Schweinsteiger.

      Lá, a derrota para os espanhóis fez com que surgisse o discurso de que a Alemanha havia desenvolvido um método (por meio de software) empregado desde a formação de base até os profissionais. Este método lhe daria uma vantagem sobre os demais países, que dificilmente conseguiriam suplantar o futebol praticado na Alemanha.

      Veio a Copa de 2014 e a ideia se consolidou. Os 7 a 1 na final contra o Brasil provou que os alemães estavam mesmo à frente de todos os demais. O planejamento estava dando certo. Tudo correto! Mas...

      Em 2018, na Rússia, a Alemanha ficou em 4º lugar na fase de grupos e, agora, em 2022, em 3º lugar. Dois vexames seguidos para o tamanho do país. Ou seja, resumindo isso tudo que escrevi: não há "software mágico" e nem planejamento que possam se sustentar quanto não se tem jogadores com qualidade, para cumprir as tarefas exigidas no futebol. Os meticulosos alemães estão vivenciando o que os italianos passam, atualmente. O excesso de jogadores de fora do país forma grandes times locais, mas não é capaz de dar às federações grandes seleções.

      Provavelmente, veremos nos próximos quatro anos mais uma revolução no futebol alemão. Isso cabe em qualquer outra seleção favorita: França, Espanha, Brasil, Argentina e por aí vai. Sem formação de jogadores, o futebol vai se igualando nos "quatro cantos" do mundo.

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  2. Interessante, Alvirubro; ninguém mais menciona os "métodos científicos" da Alemanha.

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