Páginas

quarta-feira, 22 de março de 2023

Opinião




Infestações 


Este assunto foge do objetivo maior do blog que é tratar do Grêmio e seus desdobramentos. São as "inovações" que as coberturas das jornadas esportivas ganharam nas últimas décadas. A maioria delas, apenas "encheu o saco" de quem era receptor nesta forma de comunicação. 

A motivação deste texto começou pela informação que a Globo encerrou o espaço "Central do Apito". Graças a Deus! eu saúdo. Era um dos mais chatos e improdutivos, dificilmente havia críticas aos colegas de profissão e em alguns casos esporádicos, quando presentes, elas pareciam ser oportunidades para alfinetar antigos desafetos entre os componentes da classe. As emissoras de rádio entraram nessa "vibe" e deram espaços generosos a analistas de arbitragem que em 97% do que diziam, o assunto poderia ser esclarecido pelo comentarista e/ou repórter, sem chances de erro. Um desperdício e uma chatice para o ouvinte.

Não era só isso que infestava as transmissões. Há 10, 12 meses, mais ou menos, as rádios haviam introduzido durante as narrações das partidas, áudios de torcedores "dando o seu recado", uma tortura para quem queria apenas acompanhar o seu time. Fico pensando no poder de argumentação do profissional que convenceu seus pares a colocar essa "grande sacada" nas jornadas esportivas. Deve vender casa incendiando, se deixarem soltar o gogó.

Tem também, a substituição de narradores clássicos por animadores de torcidas, uma aberração que fez escola aqui no RS. Sem falar na ideia de colocar qualquer um a fórceps, assumindo a "latinha", seja nas ondas do rádio, seja na telinha, tratando quem está do outro lado, como um retardado. Parece que basta berrar para "colocar emoção" nas jornadas esportivas, sem falar que na busca pela originalidade, criam termos esdrúxulos para substituir os já consagrados na literatura do esporte bretão. Um verdadeiro "nada a ver".

Por fim, a introdução de mulheres e ex-atletas, ambos despreparados nas coberturas do futebol é outro abalo sísmico no humor do telespectador. Não raro,  a gente se depara com comentários que são verdadeiras agressões à lógica e realidade, que, se ditas por um profissional de carreira, curtido pela experiência para o seu ofício, seriam motivo de demissão. 

Enfim, é a modernidade. Coitado de nós, dinossauros.


15 comentários:

  1. Bruxo! Football , bola que é jogada com os pés , daí eu tenho que escutar a semana inteira se o empurrão nas costas do jogador do caxias foi suficiente para derrubar , cara é football...ok. mas tais dúvidas vem dos falsos isentos.
    Não existe empurrão de leve nas costas, desloca o jogador.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Tem muita coisa errada nestas coberturas, realmente.

      Excluir
  2. Agora falta o xarope da Gaúcha que fala mais que mulher de TPM.

    O Mauro Cesar Pereira foi cirúrgico no seu comentário hoje na Jovem Pam Esportes (You Tube). A ideia inicial era boa, mas se desgastou com análises longas e enfadonhas a medida que o tempo foi passando.

    ResponderExcluir
  3. Perfeito, bruxo.

    Programas sobre esporte estao intragáveis devido a essa mania de colocar graça em tudo.

    É muita risadinha forçada onde não existe nada engraçado, apenas simples relatos dos jogos.

    ResponderExcluir
  4. Bruxo! Já vistes falso isento radialista, ligar para o falso juiz isento para coroborar uma falsa verdade ? Ambos do mesmo time , off course!
    Que triste isso...
    ..

    ResponderExcluir
  5. A palavra Isento virou uma ofensa. Incrível.

    ResponderExcluir
  6. Complementando: todo o parcial virou isento.

    ResponderExcluir
  7. Eheheh. Nem vou comentar tudo. É piada pronta.
    Estes dias vi "isentões" pedirem Fernando Diniz como técnico da seleção. Outro pedindo JJ.
    Quanto aos comentários do apito, corporativismo puro.
    Arih

    ResponderExcluir
  8. Arih, outra piada é o analista de arbitragem dizer que vai esperar pelo var (até aí, tudo certo), mas será que o comentarista não pode fazer o mesmo no lugar do especialista em apito?

    ResponderExcluir
  9. Foi uma excelente noticia que dissolveram essa central do apito. Se tornou uma chatice desnecessária. Espero que os outros veículos sigam a onda, risos.
    Realmente o despreparo e forçação de barra se espalham pelos narradores e comentaristas nas transmissões. Muita gente ruim que só berra ou é metido a engraçadão nas narrações, chatos demais. E nos comentários é um show de despreparo.

    ResponderExcluir
  10. Lipatin
    Eu não sei se essa gente de rádio faz pesquisa de aceitação, às vezes, desconfio que não.

    ResponderExcluir