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sexta-feira, 12 de maio de 2023

Opinião




Revendo Conceitos 


Que o treinador gremista é uma pessoa inteligente, acho que poucos discordam, porém, ele está com uma dificuldade que está lhe custando caro na carreira, a falta de rever conceitos; os seus métodos que lhe permitiam sonhar com a Seleção Brasileira há cinco anos passados, hoje, se mostram o principal obstáculo, selando o seu nome para o cargo, um arquivamento justo, se comparado com outros citados como Jorge Jesus, Abel Ferreira e Ancelotti. A sua passagem pelo Flamengo, justamente o clube que investiu mais de 200 milhões de reais, determinou a posição atual de descarte ao cobiçado cargo.

A lição da queda no Rubro-negro carioca parece não ter repercutido em sua consciência, pelo menos, pelo que se vê neste Grêmio do Brasileirão, pois, se falta um elenco forte, ele passa por suas indicações: Fábio e João Pedro com histórico de lesões, Reinaldo em franco declínio, além de perder a sua qualidade ofensiva, reforçou sua inaptidão para marcar. Quarta nos gols de Maike e Luan, os torcedores gremistas, com certeza, lembraram das coberturas eficientes de Bruno Cortez em seus "áureos" tempos de lateral esquerdo.

A vinda de Bruno Uvini não acrescentou nada que o jovem "prata da casa" Natã, não faria com mais juventude e menos custos.

Gustavinho é inferior a qualquer avante da base e Éverton Galdino, embora os gols decisivos, é até o momento, um misto de Alisson, atual São Paulo e o folclórico Diego Clementino e seus gols na sua arrancada no clube.

Se é verdade que o time não tem intensidade (e eu desconfio que a culpa não é da preparação física), a mecânica de jogo inexiste ou é deficitária; jogadores como Mila, Villasanti, Carballo, Cristaldo e Vina (Pepê, também), embora a falta de velocidade, deveriam ter o controle do jogo, a famosa "posse de bola", mesmo que isso fosse improdutivo na frente, no entanto, seria um sinal de aproveitamento de cada característica individual. Não é o que se verifica.

Por que chego a esta conclusão? apenas observando partidas de terceiros como acontece com o Palmeiras, cujo ataque tem 3 baixinhos, Dudu, Rony e Arthur. Abel Ferreira aproveita ao máximo o perfil deles. Talvez, se jogassem no Grêmio ou Inter, torcedores e mídia diriam que falta um autêntico nº 9. 

O mesmo ocorre com o Botafogo que deu um chocolate no Corinthians, sem ter nenhum craque, Luiz Castro privilegiou a intensidade e velocidade de seu time, ou seja, extrai o que cada jogador pode dar de melhor.

O exemplo mais bem acabado de adaptação de esquema às características dos atletas é o Barcelona de Guardiola, isto é, do meio para frente, jogadores baixos ou de média estatura e nenhum velocista.

Resumindo: tem muito atleta do Grêmio sendo mal aproveitado e isto passa pela ação do treinador, de nada servirá ter um velocista (Michael, Moisés, Ferreira), se o todo não estiver funcionando.

O grupo tem carências como mencionei no início da postagem, mas não é essa ruindade que parece no atual estágio da competição.

Sou a favor da manutenção do técnico neste momento, porém, Renato deve emitir sinais que vai rever a sua condução à frente do time, senão, dança.

9 comentários:

  1. Para iniciar a conversa.
    Lá no Passeio no Parque você pôs que a intensidade é o que caracteriza o futebol atual.
    Engano.
    Respeitada as épocas, todos os times campeões era intensos. Não é nenhuma novidade.
    Se não me engano foi o jornalista Cecconi, que inclusive trabalhou no centro de dados do Grêmio, é quem fez um trabalho a 20 e poucos anos atrás demonstrando que a dupla Grenal só obteve sucesso quando tinha a intensidade como característica.

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    1. Pode ser; a conceituação é que varia de acordo com a época. Em 60, a Era inaugurada por Foguinho no Grêmio, o nome dado escolhido foi "futebol-força".

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    2. Isso há de 20, mais exatamente, 60 anos.

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  2. Pois.....com Maicon já em declínio...JP sem intensidade, Diego Souza e Alisson, o Grêmio conseguia ter a posse de bola, era infrutífera, mas não sofria tanto.

    Os atuais jogadores já mostraram técnica boa e mais velocidade individual do que os citados...falta organização

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    1. Concordo, Glaucio. Começa pela organização, pode ter excelente preparação física, mas pode o time estar "correndo errado".

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  3. Depois que escrevi fui procurar. Se não me falha a memória ele, Cecconi, escreveu sobre a dupla, mas acabei achando esse aí, parcial, porém elucidativo.
    https://analisestaticas.wordpress.com/2012/03/21/palestra-como-joga-o-gremio/
    Bom proveito.

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  4. Muito bom. Mesmo sendo um título menor em relação aos outros dois analisados, o modelo de 2001 é o que mais articulado e vistoso com resultados magníficos para quem gosta do futebol bem jogado. Gracias.

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  5. Eu acho que a posição que foi mais negligenciada na hora das contratações foi zagueiro. Geromel e Kannemann são ídolos e ninguém discute isso, mas os dois são velhos e sofrem com lesões faz tempo. De 2021 para cá os dois só estiveram juntos em campo em 25 partidas. Depender que eles ficassem o ano todo sem se lesionar era pensamento mágico, e não deu outra, o Geromel não aguentou nem a pré temporada.

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  6. Marcio
    E as alternativas anteriores não deram certo: Paulo Miranda, David Braz, Rodrigues, Ruan...

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