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quinta-feira, 6 de julho de 2023

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (291) - Ano - 2007-2020/23

Codinome Beija-Flor 

Fonte: Correio do Povo

"Somente três coisas param no ar: o beija-flor, o helicóptero e eu." Autor: Dario Peito de Aço.

O apelido Tanque para mim, sempre serve para designar o centro avante  forte, rompedor, com pouca técnica, que atropela os adversários, como diziam os antigos narradores: “levou de roldão os marcadores”, Juarez (Grêmio, décadas de 50/60), Santiago Silva (Boca Juniors, 2012/13) e Vavá (Bicampeão Mundial 58/62) para ficar em três exemplos, eram assim, então, quando ouço chamarem Diego Souza de “Tanque”, penso que o cognome não lhe cai bem, mesmo tendo diversas características deste modelo, pois, uma bem particular, a sua mais visível, não pertence a esse arquétipo, porque Diego é na essência, um pensador, um  visionário que exercita técnica esmerada, herança de seus tempos de volante moderno e armador sagaz, que sua biografia revela.

 Diego Souza se despediu do Imortal de forma discreta, sem vivas, nem odes, no dia 30 de Junho, deixou um legado maravilhoso como indicam os números: 222 jogos pelo clube, 87 gols marcados, maior artilheiro gremista deste século, também, quem mais balançou as redes da Arena, 59 gols, sendo 4 enfrentando o Tricolor. Jogou 16 clássicos, venceu 9, perdeu 3. Balançou as malhas coloradas, 4 vezes. É o décimo quinto artilheiro da história do Tricolor. Enfim, entrou para a galeria dos grandes atletas que vestiram a camiseta de três cores. Foi gigante dentro e fora das quatro linhas. Um ídolo com uma marca única no Grêmio: Os seus 222 jogos nenhum foi amistoso.

 Entre as suas virtudes está o cabeceio; dos 87 gols marcados, 1/3, isto é, 29, o movimento fatal foi de cabeça. Tal qual Jardel e Dadá Maravilha, ele também parava no ar como um Beija-Flor.

 Uma das suas jornadas inesquecíveis ocorreu no Beira-Rio, um clássico vencido pelo Tricolor, 1 a 0, gol dele, de cabeça, lá nos acréscimos. Uma pintura (vide foto), cuja estabilidade no ar acima dos marcadores, não é apenas resultado do instantâneo captado pela lente do artista, criador de imagens, mas pela excelência do movimento que inclui força, inteligência para se colocar no lugar certo, impulsão acima da média e confiança para meter a esfera longe do arqueiro rubro. Obra-Prima.

 Diego sai de forma discreta como muitos outros astros da bola, no entanto, pela magia do futebol, à medida que o tempo passar, seu nome ganhará amplitude na memória dos torcedores gremistas. Um salto que o projetará como uma das maiores estrelas do Tricolor nesse terceiro milênio.

Obrigado, Diego.

 Fontes: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro

               Arquivo Histórico de Santa Maria





8 comentários:

  1. Se Diego Souza tivesse percebido mais cedo que poderia ser homen gol teria jogado ao menos duas copas, de qualquer forma foi uma bela carreira.
    Valeu Diego!

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  2. Concordo plenamente, Carlos. Diego Souza possuía todas as ferramentas para ser um craque de Copa do Mundo.

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  3. Com a camiseta da Seleção Brasileira foram 7 jogos. 6 vitórias e 1 derrota. 2 gols marcados contra a Austrália.

    11.10.2009 - BRASIL 1x2 BOLIVIA - Classificatoria para a Copa do Mundo - Hernando Siles, La Paz, Bolívia - (Dunga)
    28.09.2011 - BRASIL 2x0 ARGENTINA - Superclasico de las Americas - Mangueirão, Belém, PA - (Mano Menezes)
    25.01.2017 - BRASIL 1x0 COLOMBIA - Amistoso - Engenhão, Rio de Janeiro-RJ - (Tite)
    23.03.2017 - BRASIL 4x1 URUGUAI - Classificatoria para a Copa do Mundo - Centenário, Montevidéo, Uruguai - (Tite)
    28.03.2017 - BRASIL 3x0 PARAGUAI - Classificatoria para a Copa do Mundo - Arena de Itaquera, São Paulo, SP - (Tite)
    13.06.2017 - BRASIL 4x0 AUSTRALIA - Amistoso - Cricket Ground, Melbourne, Austrália - (Tite)
    10.11.2017 - BRASIL 3x1 JAPÃO - Amistoso - Stade Pierre-Mauroy, Villeneuve-d'Ascq, França - (Tite)


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    1. O melhor momento do Diego para ter se firmado na Seleção teria sido no ciclo de 2010. Mas o Dunga não gostava muito dele. Também coincidiu com as melhores fases de carreira do Elano e do Kaká. Páreo duro. Diego tinha bola pra estar ao menos no grupo - principalmente no lugar do Kleberson, que ali já estava anos luz do atleta de 2002, ou do Josué, que nunca passou de mediano. Mas como mostrou o Alvirubro, teve um hiato de dois anos entre 2009 e 2011, o que acabou sendo fatal. Lembrando que o Ronaldinho tb sobrou da Copa da Africa.

      Com o Diego Souza, o Grêmio teria sido campeão brasileiro em 2008. Coisas da vida. O presidente do Benfica ficou contrariado por não ter tido preferencia na compra do Carlos Eduardo - inclusive tendo oferecido o passe do Diego integral como parte da negociação. O Grêmio preferiu receber à vista do Hoffenheim que tava na segunda divisão alemã na época, e o Benfica acabou cedendo ao Palmeiras, que inclusive pagou menos do que o Grêmio. Péssimo négocio. Diego arrebentou por três anos em São Paulo.

      xxxx
      Acompanho o Grêmio desde 1989. O Diego Souza esta entre os dez melhores jogadores que vi. Ele foi muito, mas muito, melhor do que o Maicon.

      Tenho pra mim que a sua carreira foi mal administrada - fizeram muito dinheiro com vendas que, tirando o lado financeiro, não faziam sentido como projeto de carreira. Ele perambulou por mercados intermediários do futebol quando tinha talento pra jogar fácil em qualquer grande time da Europa. No Brasil também trocou sistematicamente de clube, muitas vezes pegando grandes equipes em momento técnico ruim.

      Deveria ter retornado ao Grêmio já em 2014. A passagem de um jogador deste quilate pelo Sport é uma aberracão. Como descobrimos depois, faltava muito visão de futebol para a diretoria da época.

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    2. Alvirubro! Tinha bola para um currículo melhor na Canarinho.

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    3. Muito bem apanhado, Vinnie. Faltou ao Diego, gestão de carreira. Poderia ter sido bem mais.

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  4. Diego "Tanque" Souza! Vai deixar saudades, foi muito importante nesse retorno. Tudo de bom pra ele, vai ser sempre querido e reverenciado pela torcida.

    OBS: E essa possível volta do Luan? Minha opinião (puramente passional de torcedor) é que aceito, desde que venha com contrato curto por produtividade.

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  5. Lipatin
    Embora o tenha como ídolo; Luan é ex-jogador, independente de idade.

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