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quinta-feira, 5 de outubro de 2023

Opinião

 


Tragédia na Vizinhança Vermelha


Ontem à noite, a derrota fragorosa do Coirmão me trouxe à lembrança dois eventos com desfechos anímicos díspares, embora semelhantes; o primeiro, ano de 1989, Libertadores, quando o Inter, depois de vencer o Olímpia no Paraguai, perdeu o jogo de volta num escore improvável: 2 a 3, o que levou a decisão para os tiros livres, onde o gordo goleiro Almeida foi protagonista. Eu chorei de alegria. Uma noite inesquecível.

A segunda lembrança é mais recente, 2018, quando o Imortal no jogo de ida bateu o poderoso River Plate por 1 a 0, gol de Michel, mas deixou escapar a passagem para final na Arena, após estar vencendo por 1 a 0. Nos momentos derradeiros, uma falha do goleiro (gol de Borré) e uma trapalhada do zagueiro (penalidade), sem antes, desperdiçar o gol da tranquilidade (Éverton na cara de Armani), defesa notável do arqueiro que manteve viva a chance de virada do clube argentino, tudo isso gerou uma derrota impensável. Ali, eu “chorei” de tristeza.

Se nos lances capitais, os goleiros fizeram a diferença em 2018, o mesmo dá para dizer dos avantes na noite passada: Valencia fracassou e Cano fez o que deve um camisa 9 fazer.

É assim o futebol.

A expectativa de ir além na Libertadores anestesiou a imprensa, que de forma solerte, alguma parte dela apontava o Inter como o mais capacitado entre o quarteto que buscava o título máximo do torneio. Não foi incompetência dessa parcela, mas oportunismo, pois basta olhar os números recentes do Colorado com Coudet para ver que em 16 partidas no comando, ele tem 7 derrotas e 5 empates, venceu apenas ¼ dos confrontos que treinou o Coirmão. Na real, o Inter era o que corria por fora.

Estes números se agravam, quando se analisa o desempenho apenas dos dados do Brasileirão. São 10 partidas com Coudet, uma única vitória e derrotas na metade delas (5). Aproveitamento de 23%

O Inter tem um trabalho árduo pela frente e o primeiro passo é o Clássico.



10 comentários:

  1. Bruxo,

    em 1989, a tragédia foi pior: o jogo estava 2x2, já no 2º tempo.
    Aí, aos 22min, Nílson bateu um pênalti no canto direito e o goleiro Almeida defendeu para escanteio.
    Batido o "corner", a defesa paraguaia afastou e no contra-ataque, aos 24min, Gustavo Neffa fez o gol que levaria para os pênaltis.
    Quase 70 mil torcedores foram para suas casas arrasados.

    Ontem à noite, diante da TV, eu vi o jogo com tranquilidade.
    O gol cedo até trouxe alguma euforia, mas a sequência de gols perdidos e a "falta de sangue nos olhos" dos colorados me deram a certeza da tragédia.
    Falei para o meu filho que era questão de tempo a virada. Não há time que saia de campo incólume com tantos erros em sequência.
    E para o bem do clube, Barcelos e seu amigo Coudet vão sumir no horizonte, felizmente para nunca mais.




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    1. Alvirubro
      Acho que 89 foi mais traumática a queda, porque o Inter vinha bem.

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    2. Pois é! Realmente foi arrasadora a eliminação. Depois o Olimpia acabou perdendo nos pênaltis para o Atletico Nacional -COL. E no Mundial o Milan ganhou por 1x0, na prorrogação. O Milan era uma Seleção.

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  2. O futebol é muito traiçoeiro. O torcedor do Fluminense, agora triunfante, com certeza estava desesperado aos 39 do segundo tempo. A lógica naquele momento não era virar o jogo.

    A diferença de desempenho se dá pelo nível de motivação também. Se enraizou na cultura gaúcha a noção de que o Campeonato Brasileiro é inacessível. Os times só disputam as Copas.

    Esse pensamento está tão institucionalizado, que o Grêmio este ano com quase nada pra disputar se contenta mais uma vez com vaga pra Libertadores. Houvesse comprometimento, não teria entregado pontos fáceis contra equipes do Z4.

    Eu acho o Coudet um bom treinador. O time do Inter poderia estar na final. O lance derradeiro foi a cabeçada do Valencia. As outras oportunidades não eram tao fáceis, e na primeira ele criou a jogada praticamente sozinho partindo do meio-campo.

    É um baita jogador. Imagino se o Grêmio tivesse trazido ele pra jogar ao lado do Suarez, e não o seu companheiro de ataque na Turquia, JP Galvão.

    Ontem foi a primeiro derrota eliminatória de um time que reflete em duas edições de uma Libertadores. É um imenso baque pra instituição, com certeza.

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    1. Vinnie
      Sem dúvida, Valencia com a companhia do Suárez seria um ataque formidável.

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  3. Outro ponto da derrapada do Inter na Libertadores é o financeiro/planejamento. Os rivais fizeram uma aposta de risco. Se falou muito sobre como "perdemos" a oportunidade de contratar o Rochet mas não falam do salário polpudo que ele ganha. Mais Valencia, Aranguiz, Mallo e outros ali. Apostaram alto na Libertadores e vão precisar correr atrás dos pontos perdidos no Brasileiro agora onde a classificação pra próxima LA é uma missão bem complicada.

    Deixo minha solidariedade ao Enner Valencia pelas terríveis ofensas racistas que recebeu, um absurdo. E teve um famoso, e intragável, narrador/pseudo colunista escrevendo num certo portal aí que o Valencia foi o "principal culpado" jogando mais lenha nas ofensas. Lamentável.

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  4. Lipatin
    Muito triste isso com o Valencia, já fizeram antes com o Bolaños.

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  5. Depois de 5 anos fui rever os melhores momento de 2018, o gol perdido pelo Everton era muito mais fácil de fazer que o lance do Valencia ontem e tbm não achei falha do Grohe no empate do River, Borré cabeceia da entrada da pequena área, a bola ainda desvia no seu braço o que dificultou ainda mais a defesa. Mas são águas passadas.

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  6. Carlos
    Ok, porém, observe esse gol de Gustavo Gomez em Paulo Victor, à época, li que ele foi "mão de alface" no lance e compare com este de 2018.
    https://youtu.be/s05YX23CMY8

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    1. Um lance difícil tbm para o PV, porém a bola foi mais em cima dele do que o lance do Gtohe.

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