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sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Opinião



 Fazer valer o poderio 

Começo pelo assunto mais próximo de nós, as eleições gremistas, e elas não trouxeram nenhuma surpresa, isto é, ninguém ganhou no primeiro turno, passaram os candidatos esperados. Sinceramente, ambas as chapas não me empolgam. Tomara que o vencedor seja uma "grata surpresa".

Dito isso, vou falar sobre o que mais gosto: o futebol dos gramados, caracterizado pela imposição técnica e tática, como demonstrou o Flamengo, que, prejudicado pela arbitragem, teve que enfrentar um embate diferente no El Cilindro lotado, além do massacre palmeirense ocorrido ontem. Uma goleada tão impiedosa quanto a que sofremos diante do Flamengo na semifinal de 2019. Uma diferença se faz necessária: o Tricolor gaúcho havia empatado o primeiro confronto, portanto, não chegou com vantagem alguma para a partida de volta.

O que vi na goleada alviverde não tem registros na história da competição: um clube chega com imensa vantagem e não dá um chute minimamente perigoso ao arco de Carlos Miguel. O goleiro palmeirense não sujou o uniforme nos mais de 100 minutos em que a bola rolou. Gado indo pacificamente para o abatedouro. Um vexame!

Esse episódio me remete ao 6 a 0 em 1978, que a Argentina aplicou no Peru. Para mim, não houve maracutaia, nem entrega proposital; los hermanos impuseram sua força em casa contra um adversário frágil. Fizeram mais do que os 4 a 0 necessários.

Para reforçar a minha conclusão: no mesmo dia, um pouco antes, o Brasil goleou a Polônia por 3 a 0. A equipe europeia, terceira colocada na Copa anterior (1974) em cima do selecionado brasileiro, ainda com a forte base que continha Szymanowski, Gorgon, Zmuda, Deyna, Lato, Szarmach, Boniek, Kasperczak. Um resultado elástico e imprevisto. 

Pergunto: entre a goleada argentina e a brasileira, qual resultado foi mais surpreendente, qual o "fora da curva"?

Por fim, no dia em que fechou cinco anos de clube, Abel Ferreira demonstrou a importância de se ter um grande treinador na "casamata" para um clube que almeja o topo.

Uma lição!

PS: Polônia, vice-campeã olímpica em Montreal (Canadá) - 1976, época em que os países comunistas atuavam com a seleção principal.



6 comentários:

  1. No tapetinho de plástico eles são quase invencíveis mesmo, mas dito isso, parabéns ao Abel e, também, pra Leila que bancou o homem sob forte ameaça tanto da torcida, quanto da imprensa especializada. Diziam que o homem já não entendia de mais nada, só porque não foi campeão em 2023 e 2024... Bah. E por fim, bem feito pro Tiago Nunes. Já havia gente pagando pau pro cara... e para mim, com certeza, acredito, esse resultado é bem mais fiasquento que o nosso em 2019.

    Fiquei triste pelo Racing. Tenho apreço por ele. Mas não esboçou forças contra o Flamengo (time ruim, por sinal, e chegou lá só pela mística mesmo) e ainda teve uma ajuda da arbitragem, coisa rara de ser ver, ainda mais quando se trata do clube mais favorecido do Brasil.

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    1. Rodrigo
      O meu clube na Argentina também é o Racing, mas a bola dele é muito menor do que o Flamengo na atualidade.

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  2. Respeito todas as opiniões, mas preciso discordar em vários aspectos.
    A graminha de plástico é uma bosta, mas a LDU jogou o 1° jogo no topo de uma montanha onde não tem ar nem pro cara ficar no sofá vendo tv. Então chegou a ser vergonhoso um homem velho como o Tiago Nunes ir lá choramingar de gramado depois de tomar uma sacola! É uma piada com o torcedor dele. Tinha que ser macho e falar que pensou mal o jogo e foi superado completamente pelo adversário, pedir desculpas à torcida e pronto!
    Sobre o Abel: nada de braçada pra cima de QUALQUER técnico no Brasil, tupiniquim ou estrangeiro. Estuda muito, planeja muito e ainda tem a veia motivacional...é completo (podia ser menos reclamão na beira do campo pq isso prejudica a ele mesmo).
    E ganhou título em 2023 sim...só um Campeonato Brasileiro, título insignificante para alguns (contém ironia)! E em 2024 ganhou um Paulistão, que pra mim não vale tanta coisa, mas que no RS serve pra manter treinador por longos períodos! Tia Leila bancou o cara pq ele sabe muito...e a torcida reclama pq se acostumou a estar nas cabeças, então qualquer derrota mexe muito com eles (serve de exemplo).

    E aí chegamos a minha discordância final: não existe comparação entre as grandezas de Grêmio e LDU. Logo, o Grêmio tomar um acachapante 5x0 é absurdamente mais patético e vergonhoso do que a LDU tomar 4x0, mesmo com o contexto do confronto!
    E aí relembro a frase do parágrafo acima: uma derrota precisa mexer com o torcedor...quando deixamos de imputar significado e importância a uma goleada de 5x0, a gente já morreu por dentro, só não sabe ainda!

    Anderson

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  3. Anderson
    Mesmo com a minha frase, convém lembrar que escrevi há tempos que aquilo ali foi o nosso 7 a 1 e marca o fim "prático" de Renato no Grêmio, depois disso, é como as continuações de filmes da matriz, que geralmente, só mostram o esgotamento da fórmula.

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    1. Sim, eu entendi sua comparação, até porque você colocou essas goleadas num patamar semelhante...muito embora eu não concorde, pq no Maracanã não tinha grama de plástico e pq não conseguimos sequer ganhar em casa (na verdade escapamos de tomar uma tunda na Arena...o gol do Pepê foi achado num momento em que o Flamengo dominava amplamente o jogo).
      Mas discordei mais ainda da opinião do Rodrigo (com todo o respeito a ele, só pra fomentar o debate mesmo) pq ele utilizou um adjetivo que relativiza muito aquela derrota pro Flamengo...e eu não consigo relativizar fiascos...segue o baile!!!

      Anderson

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  4. Anderson
    Mesmo com a minha frase, convém lembrar que escrevi há tempos que aquilo ali foi o nosso 7 a 1 e marca o fim "prático" de Renato no Grêmio, depois disso, é como as continuações de filmes da matriz, que geralmente, só mostram o esgotamento da fórmula.

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