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sábado, 21 de junho de 2014

Na Copa


Canto de Guerra para o Exército do Reno (*)

Ao som de “La Marseillaise”, cantado a todos os pulmões nas arquibancadas da Fonte Nova, antes e durante a partida, a França massacrou a Suíça, em mais uma goleada da Copa do Mundo no Brasil. As duas partidas anteriores, no estádio de Salvador, também tiveram resultados elásticos: Espanha 1x5 Holanda e Alemanha 4x0 Portugal.

Para quem assistiu a Suíça vencer ao Equador, em Brasília, não tenho dúvidas que a goleada sofrida hoje não deixou de ser uma surpresa.

A Suíça não conseguiu repetir a marcação e sucumbiu diante de uma França muito rápida, que jogou com três atacantes. Time bem orientado por Didier Deschamps, a França dominou a partida desde os primeiros minutos.

Após o fiasco de 2002 e 2010, onde a Seleção Francesa deixou a desejar na fase de grupos, no Brasil, o objetivo dos jogadores é alcançar a fase das quartas de final.

A equipe de Deschamps abriu o placar aos 16 minutos com Giroud. Depois de uma cobrança de escanteio, o atacante subiu mais que a defesa adversária e fez o 1 a 0. Um minuto depois Matuidi fez o segundo, criando sérias dificuldades para a Suíça. Benzema serviu a Matuidi, pelo lado esquerdo do campo. O meia do PSG entrou na área e chutou rasteiro, entre o goleiro e a trave direita do gol. 2 a 0!

Aos 40 minutos, Olivier Giroud foi lançado em profundidade, pela esquerda, correu, dominou a bola e cruzou para o lado direito, onde entrava Mathieu Valbuena, do Olimpique de Marselha. O meia atacante não teve difculdade em colocar a bola na rede.

No segundo tempo, pouco mudou na disposição tática do time suíço, apesar da tentativa de mudar o panorama da partida. A defesa francesa, sempre atenta, segurou o ímpeto inicial dos jogadores da Suíça. A França partiu para os contra ataques. E o domínio francês só aumentou. Aos 21 minutos, Benzema fez o quarto gol da França, depois de um lançamento de Pogba. A Suíça se entregou. Sem força em campo, viu, Moussa Sissoko, aos 27, fazer o quinto gol francês.

Mesmo com 5 a 0 contra, os jogadores suíços não se entregaram. Aos 36, Dzemaili fez o primeiro gol suíço, e aos 42 minutos, Xhaka marcou o segundo, finalizando com categoria, na área francesa.

SUÍÇA 2 X 5 FRANÇA
DATA-HORA: 20/6/2014 - 16h
LOCAL: Arena Fonte Nova, em Salvador (BA)
PÚBLICO: 51.003
ÁRBITRO: Björn Kuipers (HOL)
AUXILIARES: Sander van Roekel e Erwin Zeinstra (HOL)
GOLS: Giroud (França - 16'/1ºT), Matuidi (França - 17'/1ºT), Valbuena (França - 40'/1ºt), Benzema (França - 21'/2ºT), Sissoko (27'/2ºT), Dzemaili (Suíça - 35'/2ºT) e Dzemaili (Suíça - 32'/2ºT)
CARTÕES AMARELOS: Cabaye (França)
SUÍÇA: Benaglio; Lichtsteiner, Djourou, Von Bergen (por Senderos 08'/1ºT) e Rodríguez; Behrami (por Dzemaili, no Intervalo), Inler, Shaqiri, Xhaka e Mehmedi; Seferovic (por Drmic 23'/2ºT). Técnico: Ottmar Hitzfeld.
FRANÇA: Lloris; Debuchy, Varane, Sakho (por Koscielny 20'/2ºT), Evra; Cabaye, Matuidi, Sissoko e Valbuena (por Griezzman 37'/'2ºT); Giroud (por Pogba 20'/2ºT) e Benzema. Técnico: Didier Deschamps.


(*) La Marseillaise (A Marselhesa, em português), hino nacional da França, foi composto pelo oficial Claude Joseph Rouget de Lisle em 1792, da divisão de Estrasburgo, como canção revolucionária. A canção adquiriu grande popularidade durante a Revolução Francesa, especialmente entre as unidades do exército de Marselha, ficando conhecida como A Marselhesa.

Seu título era originalmente “Canto de Guerra para o Exército do Reno”. O hino foi composto por Rouget de Lisle, oficial do exército francês e músico autodidata, a pedido do prefeito de Estrasburgo, Philippe-Frédéric de Dietrich, dias depois da declaração de guerra ao imperador da Áustria, em 25 de abril de 1792. O canto deveria ser um estímulo para encorajar os soldados no combate de fronteira, na região do rio Reno.

por Alvirubro

Observação: Nossa postagem de número 500. Que postagem !!!

15 comentários:

  1. Outro resultado sensacional.
    A França surpreende positivamente, pois teve alguns desfalques importantes às vésperas da Copa. Uma seleção renovada com a entrada de Deschamps no comando técnico.
    A Suíça, historicamente é forte defensivamente e arrisco dizer que não tomava 5 gols num único jogo há muito tempo.
    Salvador está sendo brindada com jogos espetaculares e emocionantes.

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  2. Apesar de perder, a Suíça deve avançar. É mais time que o Equador e Honduras.

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  3. Li que o autor do hino, Roger de Lisle, tinha tomado todas, quando compôs a obra-prima francesa.
    "Est-il vrait?"

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  4. Bruxo,
    não pude deixar de lembrar de uma cena de Casablanca (1942), com Humphrey Bogart, Ingrid Bergman e grande elenco, dirigido por Michael Curtiz.

    Num café encontram-se oficiais nazistas, o dono do café (Rick), Ilse, Victor, uma prostituta que saía com um oficial alemão, o chefe de polícia francês que era corrupto, e muitos outros frequentadores.

    Os oficiais nazistas começam a cantar canções marciais; num ímpeto, Victor se põe diante da orquestra do café e manda que toquem a Marselhesa.

    Evidente que as notas enchem o café. Todos cantam, inclusive a prostituta que com esse gesto rompe com o oficial nazista que a acompanhava.

    Durante alguns minutos trava-se uma batalha musical no café, entre as canções nazistas e a Marselhesa, tão importante quanto as batalhas aéreas naquele momento entre a Luftwaffe e a British Royal Air Force no Canal da Mancha, ou aquela entre soviéticos e nazistas em Stalingrado.

    Afinal, vencidos, os nazistas cedem o espaço aéreo para a Marselhesa, e em todo o café, que será imediatamente fechado, ecoam gritos de "Vive la France!".

    Sobre o autor da música: Rouget de Lisle não era partidário da Revolução Francesa. Pelo contrário, era fiel à coroa. Mais tarde, o autor do hino nacional escapou por pouco da guilhotina. Justamente foi salvo devido à sua magnífica obra musical. “Allons enfants de la Patrie, le jour de gloire est arrivé!...”

    Será que realmente os dias de glória voltaram para o futebol francês?

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    1. É um torneio e como tal, pode haver surpresas (entre as grandes forças).Paradoxo? Grandes forças serem surpresas? É que Uruguai e França, grandes forças, não estão alinhados entre os principais favoritos.

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    2. Casablanca, um dos meus favoritos; tem a mulher mais bela do mundo, uma música que virou um clássico e, para mim, o mais importante, realizado em 1942, durante a guerra, isto é, sem a certeza da vitória aliada.

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    3. Interessante que "A Marselhesa" só foi oficializada como Hino Nacional da França, nas Constituições de 1946 e de 1958. Até então era apresentada de forma meio clandestina ou não oficial. Inclusive Napoleão, em certa época, proibiu a música de ser tocada.

      Outro fato pitoresco acontece também com o Hino Nacional da Itália. O "Fratelli d'Italia", de Goffredo Mameli (letra) e de Michele Novaro (música).

      Na verdade, o Hino da Unificação Italiana é Va Pensiero, de Giuseppe Verdi. Fratelli d'Italia só foi tornado Hino Oficial da Itália em 1946.

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  5. Aproveito, Bruxo, para te parabenizar pelo Blog e por teres alcançado um número muito expressivo de postagens: 500 crônicas não são poucas. Sinto-me honrado em fazer parte dessa história. Parabéns!

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    1. Eu não tinha me dado conta. Na hora de postar a crônica anterior, a da Costa Rica, percebi que era a 499.

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  6. Este foi o 37º encontro das duas seleções. A França lidera a série de confrontos diretos por 16 vitórias a 12, com as outras nove partidas tendo terminado em empate. A Suíça não vence a França desde 1992, quando emplacou uma vitória por 2 a 1 em um amistoso. Os encontros seguintes registraram três vitórias francesas e três empates.

    Nada menos que 32 duelos anteriores entre as duas seleções foram amistosos. Apenas as cinco últimas partidas valeram por competições: uma vitória francesa na primeira fase da Eurocopa 2004, dois empates na fase de grupos das eliminatórias para a Copa do Mundo em 2005 (0 a 0 na França e 1 a 1 na Suíça), um empate em 0 a 0 na Copa de 2006 e a vitória francesa (5 a 2) na Copa de 2014.

    O confronto entre Suíça e França foi a 250ª partida da Copa do Mundo entre times europeus.
    A Suíça nunca ganhou seus dois primeiros compromissos em nenhuma das dez participações anteriores em Copas do Mundo.

    A França, por intermédio de Giroud, alcançou o gol de número 100 em Mundiais. É a quinta seleção a conseguir o feito, depois de Brasil, Alemanha, Itália e Argentina. O primeiro gol da história da competição, em 1930, foi marcado por um francês: Lucien Laurent.

    A Suíça não sofria 5 gols em uma partida de Copa do Mundo desde 1966. 5 a 0 para a Alemanha Ocidental. Nas Eliminatórias Européias, a Suíça sofreu quatro gols da Islândia, em 06.09.2013.

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    1. Você lembrou Laurent e eu vou citar, Just Fontaine, maior artilheiro em uma única Copa, 1958.

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    2. Bruxo, lembraste de Fontaine. Veja como as coisas da vida se ligam de maneira interessante. Fontaine era marroquino (de Marrakesh) e apareceu para o futebol no...CASABLANCA, em 1950.

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  7. Aproveito para atualizar o público na Copa, até este momento:

    12.06.2014 - Público: 62 103 Brasil 3x1 Croácia
    13.06.2014 - Público: 39 216 México 1x0 Camarões
    13.06.2014 - Público: 40 275 Chile 3x1 Austrália
    13.06.2014 - Público: 48 173 Espanha 1x5 Holanda
    14.06.2014 - Público: 40 267 Costa do Marfim 2x1 Japão
    14.06.2014 - Público: 57 174 Colômbia 3x0 Grécia
    14.06.2014 - Público: 39 800 Inglaterra 1x2 Itália
    14.06.2014 - Público: 58 679 Uruguay 1x3 Costa Rica
    15.06.2014 - Público: 43 012 França 3x0 Honduras
    15.06.2014 - Público: 68 351 Suíça 2x1 Equador
    15.06.2014 - Público: 74 738 Argentina 2x1 Bósnia e Herzegovina
    16.06.2014 - Público: 39 081 Iran 0x0 Nigéria
    16.06.2014 - Público: 39 760 Gana 1x2 Estados Unidos
    16.06.2014 - Público: 51 081 Alemanha 4x0 Portugal
    17.06.2014 - Público: 60 342 Brasil 0x0 México
    17.06.2014 - Público: 37 603 Rússia 1x1 Coréia do Sul
    17.06.2014 - Público: 56 800 Bélgica 2x1 Argélia
    18.06.2014 - Público: 39 982 Camarões 0x4 Croácia
    18.06.2014 - Público: 42 877 Austrália 2x3 Holanda
    18.06.2014 - Público: 74 101 Espanha 0x2 Chile
    19.06.2014 - Público: 68 748 Colômbia 2x1 Costa do Marfim
    19.06.2014 - Público: 62 575 Uruguay 2x1 Inglaterra
    19.06.2014 - Público: 39 485 Grécia 0x0 Japão
    20.06.2014 - Público: 40 285 Itália 0 x 1 Costa Rica
    20.06.2014 - Público: 51 003 Suíça 2 x 5 França
    20.06.2014 - Público: 39 224 Honduras 1 x 2 Equador

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    1. Números fantásticos. A qualidade dos jogos e a presença de pública, os grandes fatos destes 8 dias.

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    2. Além do público numeroso nos jogos, outra características que esta Copa do Mundo está mostrando é a "ofensividade" das equipes.

      Basta observar as seleções que estão andando à frente. Isso me deixa feliz, uma vez que precisamos resgatar de uma vez por todas o futebol verdadeiro. Aquele de ataque. Feito de gols.

      Estou cheio do futebol defensivo, que tomou conta do mundo depois da Copa de 1982. Futebol do 1 a 0 e do toque lateral. Que esta Copa do Mundo, no Brasil, sirva como "nova largada" ao verdadeiro futebol alegre e pleno de jogadas inesquecíveis. Que voltem as goleadas e que acabem de vez com as retrancas.

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